Scielo RSS <![CDATA[Vista. Revista de Cultura Visual]]> http://scielo.pt/rss.php?pid=2184-128420240002&lang=es vol. num. 14 lang. es <![CDATA[SciELO Logo]]> http://scielo.pt/img/en/fbpelogp.gif http://scielo.pt <![CDATA[From JODI to <em>AIDOJ</em>: The “Disruption” of Internet Art by Artificial Intelligence]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2184-12842024000202001&lng=es&nrm=iso&tlng=es Resumo Este artigo tece reflexões em torno de idiossincrasias das ferramentas recentes de inteligência artificial (IA) disponíveis na internet com o objetivo de criar uma obra de arte para a internet chamada AIDOJ (2023). Consideram-se os vieses decorrentes dos elementos intrínsecos destas ferramentas - os princípios estatísticos e a leitura de dados preexistentes - bem como o caráter massivo envolvido. Assim, estas ferramentas tenderiam a ser esteticamente conservadoras (Martín Prada, 2024) e a promoverem versões “medianas” de linguagem (Weatherby, 2023), reforçando o que é convencional e hegemônico. Daí, acreditando que o campo da arte é um espaço potente para refletir de forma crítica sobre implicações da tecnologia, em primeiro lugar, nos deparamos com o termo “disruptivo” - cujo sentido atual denota uma rebeldia contida e “vendável” -, desavisadamente definindo um dos percursos mais transgressores da história da arte da internet, o duo europeu JODI - composto por Joan Heemskerk e Dirk Paesmans; em seguida, instigamos um dos mais populares sistemas de IA para que gere outputs criativos tão caóticos e subversivos quanto JODI. Neste processo, a reunião de uma centena de outputs gerados - neste caso, páginas criadas em HTML - compõe um trabalho de arte para a internet. Então, a obra é realizada e enquanto resultado reflexivo, AIDOJ traz questões acerca da criação artística com sistemas de IA, revelando criticamente a pusilanimidade estética destes sistemas.<hr/>Abstract This article reflects on the oddities of recent artificial intelligence (AI) tools available on the internet, with the aim of creating an internet artwork titled AIDOJ (2023). It examines the biases stemming from the intrinsic elements of these tools - namely statistical principles and the interpretation of pre-existing data - as well as their large-scale nature. These factors tend to make the tools aesthetically conservative (Martín Prada, 2024), promoting "average" versions of the language (Weatherby, 2023) and reinforcing conventional and hegemonic norms. Believing that the field of art serves as a powerful space for critically reflecting on the implications of technology, we begin by encountering the term "disruptive" - a term whose modern usage denotes a contained and "marketable" form of rebellion. This inadvertently defines one of the most transgressive movements in the history of internet art: the European duo JODI - formed by Joan Heemskerk and Dirk Paesmans. We then prompted one of the most popular AI systems to generate creative outputs as chaotic and subversive as JODI's work. Through this process, the compilation of a hundred generated outputs - represented as HTML pages - forms an internet artwork. The work materialises, and as a result, AIDOJ raises critical questions about artistic creation with AI systems, exposing the aesthetic timidity of these technologies. <![CDATA[Rethinking Media Art in a Time of Pervasive Computation]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2184-12842024000202002&lng=es&nrm=iso&tlng=es Abstract As its aesthetics, methods, and conceptual focus have, in many respects, merged with those of mainstream contemporary art, the boundaries of media art have become more unclear than when the use of technology in art was more of a rare occurrence. While the term "media art" may be helpful in designating a particular sphere of practice and discourse, its current meaning has shifted as a result of changing contexts surrounding the use of technology in art. From its close association with "new media" such as the digital computer, the internet, screen-based media, and interactive systems in the early days of media art as a field, this term now bears re-evaluation in light of the pervasive use of technology we are familiar with in the post-digital condition. As many of these defining forms of new media have lost their novelty and have also been adopted in mainstream artistic practices, media art may be defined less by its engagement with specific media than by stylistic and referential aspects derived from its historical lineage. This paper draws comparisons between early discussions on media art and recent developments in this area with the aim of developing insights into whether and in what capacity media art remains relevant as a term for addressing technologically engaged contemporary artistic practices. By considering media art in such terms, this investigation reconsiders what may be regarded as defining aspects of the field, enquiring into what potential this reframing may have for practitioners and theorists working with this topic.<hr/>Resumo À medida que a sua estética, os seus métodos e o seu foco conceptual se fundiram em diversos aspetos com os da arte contemporânea convencional, os limites da media art tornaram-se menos claros do que quando a utilização da tecnologia na arte era ainda pouco frequente. Embora o termo "media art" possa ser útil na designação de uma esfera de atuação ou discurso específica, o seu atual significado sofreu uma alteração decorrente da evolução das circunstâncias inerentes à utilização da tecnologia na criação de arte. Devido à sua íntima associação, desde os seus primórdios enquanto campo, com os "novos média", como o computador, a internet, os meios de comunicação à base de ecrãs e sistemas interativos, este termo requer agora uma reavaliação face ao panorama de computação pervasiva com o qual estamos familiarizados na condição pós-digital. Sendo que muitas destas formas definidoras dos novos média deixaram de ser novidade e foram integradas em práticas artísticas convencionais, a media art poderá não se definir tanto pela sua interação com meios de comunicação específicos, mas sim pelos aspetos estilísticos e referenciais provenientes da sua linhagem histórica. Este trabalho estabelece comparações entre os primeiros debates acerca da media art e desenvolvimentos recentes na área, com o propósito de compreender se, e de que forma, a media art continua a ser relevante enquanto termo referente a práticas artísticas contemporâneas que utilizam a tecnologia. Considerando-a de tal perspetiva, esta investigação propõe repensar que aspetos poderão ser considerados inerentes a esta área e questiona a forma como esta reestruturação poderá beneficiar os profissionais e teóricos que abordam este tópico. <![CDATA[Walking and the Life of a Contemporary Artist in Brazil. Being Nazareth. An Interview with Paulo Nazareth]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2184-12842024000204001&lng=es&nrm=iso&tlng=es Abstract As its aesthetics, methods, and conceptual focus have, in many respects, merged with those of mainstream contemporary art, the boundaries of media art have become more unclear than when the use of technology in art was more of a rare occurrence. While the term "media art" may be helpful in designating a particular sphere of practice and discourse, its current meaning has shifted as a result of changing contexts surrounding the use of technology in art. From its close association with "new media" such as the digital computer, the internet, screen-based media, and interactive systems in the early days of media art as a field, this term now bears re-evaluation in light of the pervasive use of technology we are familiar with in the post-digital condition. As many of these defining forms of new media have lost their novelty and have also been adopted in mainstream artistic practices, media art may be defined less by its engagement with specific media than by stylistic and referential aspects derived from its historical lineage. This paper draws comparisons between early discussions on media art and recent developments in this area with the aim of developing insights into whether and in what capacity media art remains relevant as a term for addressing technologically engaged contemporary artistic practices. By considering media art in such terms, this investigation reconsiders what may be regarded as defining aspects of the field, enquiring into what potential this reframing may have for practitioners and theorists working with this topic.<hr/>Resumo À medida que a sua estética, os seus métodos e o seu foco conceptual se fundiram em diversos aspetos com os da arte contemporânea convencional, os limites da media art tornaram-se menos claros do que quando a utilização da tecnologia na arte era ainda pouco frequente. Embora o termo "media art" possa ser útil na designação de uma esfera de atuação ou discurso específica, o seu atual significado sofreu uma alteração decorrente da evolução das circunstâncias inerentes à utilização da tecnologia na criação de arte. Devido à sua íntima associação, desde os seus primórdios enquanto campo, com os "novos média", como o computador, a internet, os meios de comunicação à base de ecrãs e sistemas interativos, este termo requer agora uma reavaliação face ao panorama de computação pervasiva com o qual estamos familiarizados na condição pós-digital. Sendo que muitas destas formas definidoras dos novos média deixaram de ser novidade e foram integradas em práticas artísticas convencionais, a media art poderá não se definir tanto pela sua interação com meios de comunicação específicos, mas sim pelos aspetos estilísticos e referenciais provenientes da sua linhagem histórica. Este trabalho estabelece comparações entre os primeiros debates acerca da media art e desenvolvimentos recentes na área, com o propósito de compreender se, e de que forma, a media art continua a ser relevante enquanto termo referente a práticas artísticas contemporâneas que utilizam a tecnologia. Considerando-a de tal perspetiva, esta investigação propõe repensar que aspetos poderão ser considerados inerentes a esta área e questiona a forma como esta reestruturação poderá beneficiar os profissionais e teóricos que abordam este tópico. <![CDATA[Sometimes Your Eyes Do Not See]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2184-12842024000206001&lng=es&nrm=iso&tlng=es Abstract Since its early days, machine vision has been deeply dependent on photographic databases. As visually "intelligent" machines have rapidly advanced, this connection has strengthened and reversed the equation, with contemporary photographic imagery significantly influenced by the techniques developed in computer sciences. Using a technique called "histogram of oriented gradients", Sometimes Your Eyes Do Not See explores the machinic gaze that increasingly permeates contemporary artistic practices and reflects on the ways it affects our perception of the world.<hr/>Resumo Desde os seus primórdios, a visão artificial tem estado profundamente dependente de bases de dados fotográficas. Com a rápida evolução das máquinas visualmente “inteligentes”, esta ligação reforçou-se e inverteu a equação, com as imagens fotográficas contemporâneas a serem significativamente influenciadas pelas técnicas desenvolvidas nas ciências informáticas. Recorrendo a uma técnica conhecida como "histograma de gradientes orientados", Sometimes Your Eyes Do Not See (Às Vezes, os Teus Olhos Não Veem) explora o olhar maquínico que cada vez mais permeia as práticas artísticas contemporâneas e reflete sobre o impacto desse olhar na nossa perceção do mundo.