Scielo RSS <![CDATA[Arquivos de Medicina]]> http://scielo.pt/rss.php?pid=0871-341320100005&lang=pt vol. 24 num. 5 lang. pt <![CDATA[SciELO Logo]]> http://scielo.pt/img/en/fbpelogp.gif http://scielo.pt <![CDATA[<b>Educação Sexual no Contexto Escolar em Portugal</b>: <b>Dando Voz aos Alunos</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-34132010000500001&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Introdução: De modo recorrente, a sociedade civil é inundada de informações díspares sobre os alegados malefícios da educação sexual nas escolas, com afirmações cientificamente infundadas tais como “a educação sexual promove o início precoce das relações sexuais”, “os pais são sempre os únicos e melhores interlocutores dos filhos em questões ligadas à sexualidade”, “os jovens não querem educação sexual nas escolas”. Métodos: O objectivo do presente artigo é dar voz aos jovens, (raramente ouvidos a não ser de modo de certo modo hiper-estruturado através das juventudes partidárias), e analisar as respostas que sobre este tema deram 4877 alunos incluídos no estudo Health Behaviour School-aged Children em 2006.A amostra foi constituída de forma aleatória e tem representatividade nacional para os jovens que frequentam o 6º, 8º e 10º anos de escolaridade, noensino oficial. A unidade de análise foi a “turma” e os questionários foram preenchidos na sala de aula, sendo de preenchimento anónimo e voluntário. Resultados: De acordo com as suas próprias afirmações, um número considerável de adolescentes tem a informação sobre sexualidade que necessita em sua casa através dos seus pais, mas para número menor mas não negligenciável esta educação não é satisfatória e não permite uma protecção da sua saúde. Discussão: A educação sexual parental é imprescindível. Cabe à escola proporcionar uma educação sexual promotora de saúde aos jovens não suficientemente abrangidos pró uma educação parental.<hr/>Introduction: Recurrently, civil society is confronted with disparate information about the alleged evils of sex education in schools with scientifically unfounded statements such as “sex education promotes early initiation of sexual intercourse”, “parents are often the only and best interlocutors of the children in issues of sexuality”, “ young people do not want sex education in schools”. Methods: The aim of this paper is to give voice to young people (rarely heard unless in the context of the somehow hyper-structured youth sections of political parties), and analyze the responses on this subject have 4877 students enrolled in the study Health Behavior School-aged Children in 2006.The sample was randomly selected and has national representation for young people who attend the 6th, 8th and 10th grades, the official teaching. The unit of analysis (“cluster”) was the “class” and the questionnaires were completed in the classroom, and filling anonymous and voluntary. Results: A considerable number of teenagers have the information that they need about sexuality at home by their parents, but for fewer but not insignificant, this education is not satisfactory and does not allow for protection of their health. Discussion: According to youths’ statements regarding sex education, the parental education is very important. The school must provide an education promoting sexual health to young people not covered sufficiently through parental education. <![CDATA[<b>Citomegalovírus</b>: <b>transmissão vertical e doença realidade de uma unidade</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-34132010000500002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Introdução: O Citomegalovírus (CMV) é um dos principais agentes de infecção congénita, ocorrendo em 1 a 4% das grávidas, sendo o risco de transmissão particularmente elevado na primo-infecção. A incidência de infecção intra-uterina varia entre 0,2 a 2,4%. A maioria dos recém-nascidos é assintomática. O rastreio materno pré-natal não é feito de rotina no nosso país, persistindo a dúvida da necessidade da sua implementação. No entanto, o tratamento do CMV está actualmente em desenvolvimento, parecendo ser promissor. Objectivos: O objectivo deste trabalho foi aprofundar o conhecimento da realidade da transmissão materno-fetal e evolução da infecção congénita por CMV no nosso Hospital. Material e Métodos: Baseamo-nos na análise retrospectiva dos processos de todos os recém-nascidos com suspeita de infecção congénita, de 01-01-2001 a 31-12-2006, sendo o diagnóstico feito na urina por cultura pelo método de Shell-Vial ou Polimerase Chain Reaction. Os parâmetros avaliados foram: motivo do pedido, idade materna, altura de detecção, idade gestacional, somatometria. Nos recém-nascidos infectados foi ainda analisada a clínica, feito rastreio auditivo e oftalmológico, ecografia transfontanelar e avaliado o crescimento/desenvolvimento. Resultados: Foram revistos 60 processos, sendo a maioria dos motivos de pedido devidos a seroconversão materna durante a gestação. A taxa de transmissão foi de 23%. Verificou-se que 40% das crianças com infecção congénita são filhos de mães jovens. Ao nascimento 71% eram assintomáticos. Os achados clínicos incluíram doença de inclusão citomegálica(14%), restrição de crescimento intra-uterino (14%), baixo peso (21%) e microcefalia (21%). Durante o follow-up, 14% apresentaram atraso do desenvolvimento psicomotor e 7% surdez neurossensorial. Discussão: Dado o tamanho reduzido da amostra não se pode inferir conclusões, no entanto, o conhecimento da realidade de cada centro poderá contribuir para avaliar a pertinência do diagnóstico perinatal.<hr/>Introduction: Cytomegalovirus (CMV) is one of the most common causes of congenital infection, occurring during pregnancy in 1 to 4%, with a particularly high transmission risk in mothers with primary infection. The incidence of intrauterine infection varies between 0.2 and 2.4%. Most of the newborns are asymptomatic. Routine prenatal screening is not routinely done our country, persisting doubt about the need of this implementation. Therefore, in nowadays treatment of CMV infection has been developed, appearing to be promising. Objective: The aim of this study was to improve the knowledge of the reality of mother-to-child transmission and evolution of congenital CMV infection in our Hospital. Material and Methods: We based on retrospective analysis of the clinical records of newborns with suspected congenital CMV infection, from January 2001 to December 2006. Cytomegalovirus diagnosis was made by isolating the virus from urine samples by culture methods (Shell-Vial assay) or by Polymerase Chain Reaction. We evaluated the motive of demand, maternal age, timing of seroconversion, gestacional age and somatometry. In the newborns with infection we also analyse clinical manifestations, hearing and ophthalmologic screening, cranial ultrasonography and evaluation of the growth and development. Results: Sixty patients were reviewed, being the most of the motive of demand the maternal seroconversion. The transmission rate was 23%. It was observed that 40% of the newborns with infection were born from young mothers. At birth, 71% of the cases were asymptomatic. The clinical manifestations include cytomegalic inclusion disease (14%), intrauterine growth retardation (14%), low-birthweight (21%) and microcephaly (21%). During follow-up, 14% of the cases had development delay and 7% sensorineural hearing loss. Discussion: As the sample was small we can not take conclusions. So, the knowledge of the reality of each medical centre may help evaluating the importance perinatal screening. <![CDATA[<b>Desigualdades Socioeconómicas na Expressão de Sintomas Depressivos</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-34132010000500003&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt As desigualdades socioeconómicas em termos das manifestações de saúde são conhecidas e, recentemente também evidenciadas para a saúde mental geral e para as perturbações depressivas em particular, observando-se, recorrentemente, que indivíduos em posições socioeconómicos mais “desvantajosas” estão em maior risco para o desenvolvimento de doença. Contudo, poucos estudos abordam a relação entre as variáveis passíveis de caracterizar o nível socioeconómico individual e os sintomas depressivos em amostras da população geral com desenhos epidemiológicos válidos. Adicionalmente, muito poucos estudos testam a influência de características relevantes do meio ambiente, enquanto intervenientes na relação entre os sintomas depressivos e o nível socioeconómico, havendo incongruência nos resultados destes. Neste capítulo será feita uma incursão nas tendências teóricas recentes acerca da etiologia do fenómeno em estudo (depressão), enquanto entidade nosológica disposta num contínuo de sinais e sintomas típicos, recorrendo a dados epidemiológicos e revisões consensuais, sempre que possível. A perspectiva aqui adoptada, mune-se de lentes psicológicas para a procura de racionalizações plausíveis e arrisca um olhar social para a procura dos determinantes e das inequidades observadas para a difícil distinção dos fenómenos depressivos.<hr/>Socioeconomical inequalities in terms of health are known and recently also highlightened for mental health in general and for depressive disorders in particular, recurrently showing that individuals in “disadvantaged” socioeconomical positions have increased risk of developing a disease. However, few studies approach the relation between variables likely to characterize the individual socioeconomical level and depressive symptoms in samples from the general population with valid epidemiological designs. Additionally, very few studies test the influence of relevant environmental characteristics, while intervening in the relation between depressive symptoms and the socioeconomical level, showing incongruent results. In this chapter, an incursion is made in the latest theoretical trends concerning the study phenomenon etiology (depression), as a nosologic entity disposed in a continuum of signs and typical symptoms, making use of epidemiologic data and consensual reviews, whenever possible. The adopted perspectiveuses psychological lenses in the search for plausible rationalizations and risks a social insight in the pursuance of determinants and observed inequalities for the hard distinction of depressive phenomena. <![CDATA[<b>Efeitos da Glutamina no Câncer Colorretal Evidências da Literatura</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-34132010000500004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O câncer é responsável por aproximadamente, 14% das causas de mortalidade, sendo o câncer colorretal (CCR) o terceiro tipo mais frequente de neoplasia maligna no mundo. Estudos demonstram que a suplementação dietética com glutamina tem diminuído os efeitos colaterais do tratamento antineoplásico. O objetivo deste estudo foi realizar uma análise crítica da literatura, que elucidasse os efeitos da glutamina em portadores de CCR. Foi realizada consulta de artigos originais e de revisão publicados nas bases de dados: LILACS, ENSP, FSP, HISA, PAHO, WHOLIS, Cochrane e MEDLINE, no período de janeiro de 1980 a dezembro de 2009, utilizando-se os descritores: glutamina e neoplasia/câncer colorretal nos idiomas inglês, espanhole português. Obtiveram-se 65 artigos nas seguintes bases: Cochrane (41,5%) e MEDLINE (58,5%), sendo selecionados 13 artigos, que atenderam aos critérios de inclusão e foram utilizados nas tabelas de estudos clínicos e experimentais. Destes, 33,3% eram procedentes da Cochrane e 66,7% do MEDLINE. Estudos conduzidos em animais e humanos demonstraram que na presença de CCR, a glutamina apresentou possíveis efeitos na redução do crescimento tumoral, melhoria na resposta imunológica e maior sensibilidade do tumor ao tratamento quimioterápico por reduzir os níveis de glutationa tumoral e aumentar ou manter os estoques desse antioxidante no intestino. Contudo, são necessários estudos controlados e randomizados adicionais,para elucidar os possíveis efeitos e os mecanismos de ação da glutamina em uma casuística ampliada com diferentes estadiamentos do câncer colorretal.<hr/>Cancer is responsible for approximately 14% of all causes of mortality, being colorectal cancer (CRC) the third most common type of malignancy in the world. Studies show that a dietary supplementation with glutamine has decreased the side effects of cancer treatment. The aim of this study was to make a critical analysis of the literature so as to elucidate the effects of glutamine in patients with CRC. Consultation was done in original papers and published review in the following databases: LILACS, ENSP, FSP, HISA, PAHO, WHOLIS, Cochrane e MEDLINE, from January 1980 to December 2009, using descriptors: glutamine and colorectal cancer in English, Spanish and Portuguese. Sixty-five articles were obtained based as follow: Cochrane (41.5%), MEDLINE (58.5%). Thirteen articles that met the criteria for inclusion were selected and used in tables of clinical and experimental studies. Of these, 33.3% were from Cochrane and 66.7% from MEDLINE. Studies conducted with animals and humans have shown that in the presence of CRC, glutamine may have effects on the reduction of tumor growth improving immune response and increasing tumor sensitivity to chemotherapy, since it reduces the levels of tumoral glutathione and increases or maintains the stock of this antioxidant in the intestines. However, additional controlled and randomized trials are needed in order to elucidate the possible effects and mechanisms of action of glutamine in larger sample with different colorectal cancer staging.