Scielo RSS<![CDATA[Political Observer]]>
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vol. num. 22 lang. pt<![CDATA[SciELO Logo]]>http://scielo.pt/img/en/fbpelogp.gif
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<![CDATA[Os Fora da Lei]]>
http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2795-47572024000200009&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
<![CDATA[A Intersecção do Jogo e do Terrorismo: Explorando o Papel dos Jogos Online nos Métodos de Recrutamento de Terroristas]]>
http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2795-47572024000200023&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
Abstract This paper examines the intersection of online gaming and terrorism, highlighting how terrorist organizations leverage online gaming and mods platforms to recruit and radicalize new members. Terrorist organizations have increasingly utilized online gaming and other digital platforms to recruit and radicalize individuals. Video games are multifaceted creative works integrating various art forms, including music, writing, narrative, visual arts, and character design. These complex productions require human engagement and interaction to unfold, leveraging computer programming and specialized hardware to bring the gaming experience to life. However, terrorist organizations have explored this avenue in recruiting members into their organizations. Seventy per cent of terrorist organizations have used online gaming platforms for recruitment and radicalization. The paper used social learning theory as its theoretical construct. The paper relied on secondary data-gathering techniques. The paper reveals the complexities of this phenomenon, including the use of mods to promote extremist ideologies, the exploitation of online gaming communities, and the role of social media and other digital channels in facilitating terrorist recruitment. Hence, the paper recommend amongst others a synergy among the Law enforcement agencies and counter-terrorism organizations aimed at monitoring and disrupting terrorist activities on online gaming platforms.<hr/>Resumo Este artigo examina a intersecção entre os jogos online e o terrorismo, destacando a forma como as organizações terroristas aproveitam os jogos online e as plataformas mods para recrutar e radicalizar novos membros. As organizações terroristas têm utilizado cada vez mais os jogos online e outras plataformas digitais para recrutar e radicalizar indivíduos. Os videojogos são obras criativas multifacetadas que integram várias formas de arte, incluindo música, escrita, narrativa, artes visuais e design de personagens. Estas produções complexas requerem o envolvimento e a interação humana para se desenvolverem, tirando partido de programação informática e de hardware especializado para dar vida à experiência de jogo. No entanto, as organizações terroristas têm explorado esta via para recrutar membros para as suas organizações. Setenta por cento das organizações terroristas utilizaram plataformas de jogos online para recrutamento e radicalização. O artigo utiliza a teoria da aprendizagem social como base teórica. O artigo baseia-se em técnicas de recolha de dados secundários. O artigo revela as complexidades deste fenómeno, incluindo a utilização de mods para promover ideologias extremistas, a exploração de comunidades de jogos online e o papel das redes sociais e de outros canais digitais na facilitação do recrutamento de terroristas. Por conseguinte, o artigo recomenda, entre outras coisas, uma sinergia entre as agências de aplicação da lei e as organizações de luta contra o terrorismo com o objetivo de monitorizar e interromper as atividades terroristas nas plataformas de jogos online.<![CDATA[Comércio de Votos nas Eleições Subnacionais na Nigéria: Um Estudo Empírico Sobre a Natureza da Compra de Votos e da Compra de Participação no Estado de Kebbi Durante as Eleições Gerais de 2023]]>
http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2795-47572024000200043&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
Abstract The literature on vote buying in democracies worldwide abounds, although with visible conceptual gaps stemming from the current discourse in conceptualising its various genres such as vote selling, retailing, and wholesaling, and votes trading, among others. This conceptual deficit has been further overshadowed by leading theoretical debates and the emergence of two competing theoretical models of vote buying and turn-out buying, as if the two can be conceptually separated. Therefore, using empirical data generated from a survey in Kebbi State, Nigeria, during the 2023 general elections, these models of vote trading phenomenon were critically evaluated. Thus, critical stakeholders in the electoral process were surveyed. Consequently, the survey employed relevant mixed-method tools to generate both quantitative and qualitative data. In the final analysis, the paper found out that votes were traded with material items at different stages of the electoral process and political actors involved in vote trading have cut across the participating political parties during the elections.<hr/>Resumo A literatura sobre a compra de votos nas democracias em todo o mundo é abundante, embora com lacunas conceptuais visíveis decorrentes do discurso corrente na conceptualização dos seus vários géneros, como a venda e comércio de votos, entre outros. Este défice conceptual foi ainda ensombrado pelos principais debates teóricos e pelo surgimento de dois modelos teóricos concorrentes de compra de votos e de compra de participação, como se os dois pudessem ser conceptualmente separados. Portanto, usando dados empíricos gerados a partir de uma pesquisa no estado de Kebbi, Nigéria, durante as eleições gerais de 2023, esses modelos de fenómeno de comércio de votos foram avaliados criticamente. Assim, foram inquiridas partes interessadas críticas no processo eleitoral. Consequentemente, o inquérito utilizou ferramentas relevantes de métodos mistos para gerar dados quantitativos e qualitativos. Na análise final, o artigo descobriu que os votos foram trocados por itens materiais em diferentes estágios do processo eleitoral e os atores políticos envolvidos no comércio de votos envolveram os participantes dos partidos políticos durante as eleições.<![CDATA[A invisibilidade política como resistência: Desvendando o Zapatismo de Enloe e os Pontos Cegos Normativos das Relações Internacionais]]>
http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2795-47572024000200065&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
Abstract Building upon Cynthia Enloe’s critique (2004) of the normative assumptions underlying orthodox International Relations (IR) theories, this article examines the epistemological and ontological foundations of these theories in the context of the Zapatista Army of National Liberation (EZLN) uprising following the implementation of the North American Free Trade Agreement (NAFTA). By integrating critical theory perspectives, it investigates how the valuation of epistemologies within orthodox IR and the perceived immutability of cen tral-peripheral dynamics contribute to political invisibility imposed on peripheral actors. The article contextualizes the relationship between NAFTA and Zapatismo, demonstrating how the neoliberal policies embodied in NAFTA exacerbated Indigenous marginalization, thereby catalyzing the EZLN uprising. Employing Enloe’s evaluation of the EZLN case study, alongside the works of adjacent critical theorists, it demonstrates how critical theory can challenge problem-solving theories’ ontological and epistemological assumptions. It concludes that these assumptions synthesize to impose political invisibility onto peripheral actors, which, if exploited properly, can paradoxically emancipate these actors.<hr/>Resumo Com base na crítica de Cynthia Enloe (2004) aos pressupostos normativos subjacentes às teorias ortodoxas das Relações Internacionais (RI), este artigo examina os fundamentos epistemológicos e ontológicos destas teorias no contexto da revolta do Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) após a implementação do Acordo de Comércio Livre da América do Norte (NAFTA). Ao integrar perspetivas da teoria crítica, o artigo investiga a forma como a valorização das epistemologias no âmbito das RI ortodoxas e a perceção da imutabilidade das dinâmicas centro-periféricas contribuem para a invisibilidade política imposta aos atores periféricos. O artigo contextualiza a relação entre o NAFTA e o Zapatismo, demonstrando como as políticas neoliberais incorporadas no NAFTA exacerbaram a marginalização indígena, catalisando assim a revolta do EZLN. Empregando a avaliação de Enloe do estudo de caso do EZLN, juntamente com os trabalhos de teóricos críticos adjacentes, demonstra como a teoria crítica pode desafiar os pressupostos ontológicos e epistemológicos das teorias de resolução de problemas. Conclui que estes pressupostos se sintetizam para impor invisibilidade política aos atores periféricos, o que, se for devidamente explorado, pode paradoxalmente emancipar esses atores.<![CDATA[Formação da Opinião Pública através do Facebook: Um Estudo Sobre a Campanha Para as Eleições Gerais de 2024 no Bangladesh]]>
http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2795-47572024000200077&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
Abstract Facebook has become a pivotal platform for political propagandists. Since it can be used as a very convenient medium. Facebook, a political participation and conversation center, keeps becoming Bangladesh’s most popular social networking site. This study explores how Facebook usage influences the political perceptions of Bangladeshi people during the 2024 general election campaign. By focusing on a specific demographic (e.g., age, parliamentary constituency, gender, occupation), the study investigates relationships between Facebook interactions, exposure to political content, and their influence on shaping political opinion. Using a mixed-methods approach, findings suggest that interaction with political figures and exposure to diverse political content can shape public perceptions. However, the emotional and often spontaneous nature of reactions highlights the nuanced role of Facebook as a tool for political engagement and discourse.<hr/>Resumo O Facebook tornou-se uma plataforma fulcral para os propagandistas políticos. Uma vez que pode ser utilizado como um meio muito conveniente. O Facebook, um centro de participação política e de conversação, continua a tornar-se a rede social mais popular do Bangladesh. Este estudo explora a forma como a utilização do Facebook influenciou as perceções políticas da população do Bangladesh durante a campanha para as eleições gerais de 2024. Centrando-se num grupo demográfico específico (por exemplo, idade, círculo eleitoral parlamentar, sexo, profissão), o estudo investiga as relações entre as interações no Facebook, a exposição a conteúdos políticos e a sua influência na formação da opinião política. Utilizando uma abordagem de métodos mistos, os resultados sugerem que a interação com figuras políticas e a exposição a diversos conteúdos políticos podem moldar as perceções do público. No entanto, a natureza emocional e muitas vezes espontânea das reações realça o papel diferenciado do Facebook como ferramenta de ativismo e discurso político.<![CDATA[“Mulheres Empoderadas Sem Poder” em Moçambique: Como uma Percentagem Relativamente Elevada de Mulheres no Parlamento não Significa Políticas Mais Favoráveis às Mulheres]]>
http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2795-47572024000200101&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
Abstract Although in the twentieth-century women gained more rights, we still far from reaching an egalitarian world where humans are treated equally and have the same opportunities, regardless of their gender. Many African countries have high rates of women in parliament, despite low socio-economic development and deep-rooted patriarchal structures. Based on the case of Mozambique, in this article, we question: does increased female representation in parliament mean more women-friendly policies? Claiming that, where there are no feminist parties, higher rates of women in parliament is due to gender quotas, therefore it will not mean more women-friendly policies. Employing a qualitative methodology consisting of literature review and empirical observation, we confirmed that although women have a considerable high presence in the parliament, they are in a relatively low numerical expression in the main decision-making circles inside the parliament. Similarly, female MPs behave in individualistic behaviour to increase their prospect re-election.<hr/>Resumo Embora no século xx as mulheres tenham conquistado mais direitos, ainda estamos longe de alcançar um mundo igualitário onde os seres humanos sejam tratados de forma igual e tenham as mesmas oportunidades, independentemente do seu género. Muitos países africanos têm taxas elevadas de mulheres no parlamento, apesar do baixo desenvolvimento socioeconómico e das estruturas patriarcais profundamente enraizadas. Com base no caso de Moçambique, neste artigo, questionamos: será que o aumento da representação feminina no parlamento significa políticas mais favoráveis às mulheres? Afirmando que, onde não existem partidos feministas, o aumento da taxa de mulheres no parlamento deve-se às quotas de género, logo não significará políticas mais amigas das mulheres. Recorrendo a uma metodologia qualitativa que consiste na revisão da literatura e na observação empírica, confirmámos que, embora as mulheres tenham uma presença elevada e considerável no parlamento, têm uma expressão numérica relativamente baixa nos principais círculos de decisão dentro do parlamento. Do mesmo modo, as deputadas adotam um comportamento individualista para aumentar as suas perspetivas de reeleição.<![CDATA[Entre um Novo Tratado e uma Nova Cimeira Social Comparação das Prioridades das Presidências Portuguesas do Conselho da UE de 2007 e 2021]]>
http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2795-47572024000200121&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
Resumo Desde o início do processo de construção europeia que a presidência rotativa do Conselho da União Europeia (UE) é um exercício importante para o país que o desempenha, principalmente para os de menor dimensão como Portugal. Quando estão na liderança do Conselho, os Estados-membros podem ser os condutores do projeto europeu e ter como combustível os seus interesses nacionais, que são incluídos, durante o trajeto, na agenda comunitária. Neste ensaio, procuro perceber quais as prioridades de Portugal nas presidências da UE de 2007 e 2021, as duas mais recentes, compreendendo o que mudou nos 14 anos que as separam e os impactos das ‘bandeiras’ de cada uma na política externa portuguesa, dentro e fora da União. Se por um lado a Presidência Portuguesa da UE (PPUE) de 2007 foi marcada pela assinatura do Tratado de Lisboa, a de 2021 distinguiu-se pela Cimeira Social do Porto. Partindo da questão “O que mudou entre as prioridades das PPUE de 2007 e 2021?”, trago como valor acrescentado a comparação, sob um olhar teórico e empírico, das duas lideranças mais recentes, traçando tendências e diferenças e deixando sugestões para futuras lideranças do Conselho da UE.<hr/>Abstract Since the beginning of the process of European construction, the rotating presidency of the Council of the European Union (EU) has been an important exercise for the country that performs it, especially for smaller ones like Portugal. When they are at the head of the Council, member-states can be the drivers of the European project and fuel their national interests, which are included, along the way, in the community agenda. In this essay, I seek to understand what Portugal’s priorities were in the EU presidencies of 2007 and 2021, the two most recent ones, understanding what has changed in the 14 years that separate them and the impacts of the ‘flagships’ of each one on Portuguese foreign policy, inside and outside the Union. If on the one hand the Portuguese Presidency of the EU (PPUE) of 2007 was marked by the signature of the Lisbon Treaty, the one of 2021 was distinguished by the Porto Social Summit. Starting from the question “What has changed between the priorities of the 2007 and 2021 PPUE?”, I bring as an added value the comparison, under a theoretical and empirical look, of the two most recent leaderships, tracing trends and differences and offering suggestions for future leaderships of the Council of the EU.<![CDATA[Revolução, Contrarrevolução e Democracia - Portugal 1974-1975]]>
http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2795-47572024000200139&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
Resumo Desde o início do processo de construção europeia que a presidência rotativa do Conselho da União Europeia (UE) é um exercício importante para o país que o desempenha, principalmente para os de menor dimensão como Portugal. Quando estão na liderança do Conselho, os Estados-membros podem ser os condutores do projeto europeu e ter como combustível os seus interesses nacionais, que são incluídos, durante o trajeto, na agenda comunitária. Neste ensaio, procuro perceber quais as prioridades de Portugal nas presidências da UE de 2007 e 2021, as duas mais recentes, compreendendo o que mudou nos 14 anos que as separam e os impactos das ‘bandeiras’ de cada uma na política externa portuguesa, dentro e fora da União. Se por um lado a Presidência Portuguesa da UE (PPUE) de 2007 foi marcada pela assinatura do Tratado de Lisboa, a de 2021 distinguiu-se pela Cimeira Social do Porto. Partindo da questão “O que mudou entre as prioridades das PPUE de 2007 e 2021?”, trago como valor acrescentado a comparação, sob um olhar teórico e empírico, das duas lideranças mais recentes, traçando tendências e diferenças e deixando sugestões para futuras lideranças do Conselho da UE.<hr/>Abstract Since the beginning of the process of European construction, the rotating presidency of the Council of the European Union (EU) has been an important exercise for the country that performs it, especially for smaller ones like Portugal. When they are at the head of the Council, member-states can be the drivers of the European project and fuel their national interests, which are included, along the way, in the community agenda. In this essay, I seek to understand what Portugal’s priorities were in the EU presidencies of 2007 and 2021, the two most recent ones, understanding what has changed in the 14 years that separate them and the impacts of the ‘flagships’ of each one on Portuguese foreign policy, inside and outside the Union. If on the one hand the Portuguese Presidency of the EU (PPUE) of 2007 was marked by the signature of the Lisbon Treaty, the one of 2021 was distinguished by the Porto Social Summit. Starting from the question “What has changed between the priorities of the 2007 and 2021 PPUE?”, I bring as an added value the comparison, under a theoretical and empirical look, of the two most recent leaderships, tracing trends and differences and offering suggestions for future leaderships of the Council of the EU.