Scielo RSS <![CDATA[Ciência e Técnica Vitivinícola]]> http://scielo.pt/rss.php?pid=0254-022320100001&lang=pt vol. 25 num. 1 lang. pt <![CDATA[SciELO Logo]]> http://scielo.pt/img/en/fbpelogp.gif http://scielo.pt <![CDATA[<b>Modelos matemáticos para a estimativa da área foliar de variedades de videira à campo (<i>Vitis vinifera</i> L.)</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0254-02232010000100001&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A determinação da área foliar é uma medida importante para avaliação do crescimento, comparação de sistemas de condução e estimativa de danos fitossanitários. Métodos diretos e não-destrutivos têm sido utilizados em estudos de ecofisiologia e fitossanidade. Porém, é necessário o estabelecimento de um modelo matemático preciso para cada variedade. O objetivo deste trabalho foi estabelecer as equações para estimar a área foliar das variedades de videira Cabernet Sauvignon, Merlot e Sauvignon Blanc. Utilizando um paquímetro avaliou-se o comprimento (cm) da nervura principal (L1) e das nervuras laterais (L2 - direita e esquerda) em 70 folhas de cada variedade, e a área foliar foi medida através do analisador portátil (ADC - AM 300). As folhas foram coletadas de diferentes tamanhos e aleatoriamente em diversas plantas. A partir destas medidas foram estabelecidas, através do software Statistica 6.0, as equações entre o comprimento das nervuras e a área foliar para cada variedade. Para a variedade Merlot o comprimento da nervura central apresentou alta relação com a área foliar, enquanto que para Cabernet Sauvignon e Sauvignon Blanc, o somatório do comprimento das nervuras laterais L1 e L2 se apresentou mais representativo desta medida. A área foliar, para a variedade Merlot, foi melhor definida pelo modelo polinomial y = - 0,001x² + 1,462x - 13,551 (R² = 0,97). Para a Cabernet Sauvignon e Sauvignon Blanc, o modelo exponencial foi mais adequado, a partir das equações y = 0,3039x2,1267 (R² = 0,98) e y = 0,1732x2,3616 (R² = 0,95), respectivamente. As equações para o cálculo da determinação da área foliar apresentaram precisão, sendo de fácil e rápida realização.<hr/>The leaf area determination is an important measure for the growth evaluation, conduction system comparison and phytosanitary damage valuation. Direct and non destructive methods are used for ecophysiology and phytosanitary studies. However, it’s needed to establish a precise mathematic model for each variety. This work had the purpose of establishing equations to estimate the leaf area of the vine diversities Cabernet Sauvignon, Merlot and Sauvignon Blanc. It was taken the main, the lateral (right and left) nervure length (cm) evaluating 70 leafs of each diversity, using a pachymeter and the leaf area measured with a portable analyzer (ADC - AM 300). The leafs were taken in different sizes and randomly chosen from several plants. The equations between the nervures and leaf area length for each variety were established from those measures, through the software Statistica 6.0. The central nervure length for Merlot specie, showed a high relation with the leaf area, while the length sum of the lateral nervures L1 and L2 for the Cabernet Sauvignon and Sauvignon Blanc were more representative of this measure. The leaf area, for specie Merlot, was better defined by model polynomial 0,001x² + 1,462x - 13,551 (R² = 0,97). The exponential model was better suitable for the Cabernet Sauvignon and Sauvignon Blank, from equations y = 0,3039x2,1267 (R² = 0,98) e y = 0,1732x2,3616 (R² = 0,95), respectively. The equation to calculate the leaf area determination showed accuracy, being easy and fast to accomplish. <![CDATA[<b>Efeito da casta no enraizamento de estacas semilenhosas de videira</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0254-02232010000100002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Os trabalhos de selecção massal e clonal da videira desenvolvidos em Portugal nos últimos 30 anos conduziram à obtenção de clones de várias castas com elevado potencial genético, actualmente em multiplicação para a produção de materiais base e certificado. Tendo em vista a multiplicação acelerada de clones seleccionados, o presente trabalho teve como principal objectivo avaliar o efeito da casta no enraizamento de estacas semilenhosas de um clone de cada uma das castas Arinto, Malvasia Fina, Aragonez e Trincadeira, tratadas e não tratadas com ácido naftalenoacético (ANA, 0 e 50 μM). O delineamento experimental foi do tipo factorial 4 x 2 (4 castas x 2 concentrações de ANA), utilizando-se para cada uma das 8 modalidades ensaiadas um conjunto de 40 estacas. Trinta dias após a plantação das estacas, avaliaram-se os seguintes parâmetros: percentagem de enraizamento, percentagem de abrolhamento, número de raízes por estaca, comprimento total das raízes, comprimento da maior raiz e peso seco das raízes. Os resultados obtidos permitiram verificar que estes parâmetros não foram influenciados pela auxina mas verificou-se que o factor casta influenciou significativamente todos os parâmetros atrás referidos, com excepção do peso seco das raízes.<hr/>From the massal and clonal selection of grapevine developed in Portugal for the last 30 years, clones of several varieties with high genetic potential were obtained, which are currently used for multiplication to produce base and certified materials. In order to allow the rapid multiplication of selected clones of grapevine, this work evaluate the effect of the variety (Arinto, Malvasia Fina, Aragonez, and Trincadeira) on the rooting of softwood cuttings, treated with and without naphthaleneacetic acid (NAA, 0 and 50 μM). The experimental design used was randomized in a 4 x 2 factorial arrangement (4 varieties x 2 NAA concentrations). Each treatment was composed by 40 softwood cuttings. Thirty days after planting the cuttings, the following variables were evaluated: percentage of rooted cuttings, percentage of sprouted cuttings, number of roots per cutting, total root length, longer root and dry root weight. The results obtained so far allowed to verify that the above variables were not affected by auxin, although a significant effect of the variety was identified on all the parameters but root dry weight. <![CDATA[<b>GC-olfactometria e análise sensorial descritiva no estudo de vinhos tintos monoclonais</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0254-02232010000100003&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt The aroma profiles of five distinct clonal red wines from Aragonez Vitis vinifera L. cultivar were studied by gas chromatography-olfactometry (GC-O) and descriptive sensory analysis. Thirty-two odourant peaks were perceived by the sniffers in at least one of the five clonal wine extracts according to the GC-O posterior intensity method and twenty-nine odourant compounds were identified by gas chromatography-mass spectrometry (GC-MS). The 3-methylbutanoic acid, 2-phenylethanol, 4-vinylguaiacol, furaneol, and homofuraneol were the highest average intensity odourant compounds in all clonal wines. Principal component analysis permitted the establishment of a relationship between the different odourant compound variables and the wines, as well as between the aroma descriptors and the wines. Furthermore, a multiple linear regression model (68.9% explained variance) with a vector grouping 7 odourant compounds associated with aroma defects and a second vector grouping 13 compounds with fruity-sweet descriptors was found. The differentiation of the five clonal wines achieved by GC-O and descriptive sensory analysis revealed that these analyses are complementary.<hr/>Os perfis de aroma de cinco vinhos tintos monoclonais de Vitis vinifera L. var. Aragonez foram estudados por cromatografia gasosa-olfactometria (CG-O) e por análise sensorial descritiva. Foram detectados trinta e dois picos odourantes pelos sniffers em pelo menos um dos cinco extractos de vinho conforme a CG-O pelo método de intensidade posterior e vinte e nove compostos odourantes foram identificados por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massa (CG-EM). O ácido 3-metilbutanóico, o 2-feniletanol, o 4-vinilguaiacol, o furaneol e o homofuraneol foram os compostos que apresentaram os valores mais elevados de intensidade odourante em todos os vinhos. A análise em componentes principais permitiu estabelecer uma relação entre as variáveis compostos odourantes e os vinhos, bem como, entre os descritores de aroma e os vinhos. Além disso, foi encontrado um modelo de regressão linear múltipla (68,9% de variância explicada) com um vector que agrupou 7 compostos odourantes associados a defeitos de aroma e um segundo vector que agrupou 13 compostos com descritores de frutado-adocicado. A diferenciação dos cinco vinhos monoclonais conseguida com CG-O e análise sensorial descritiva demonstrou que estas análises são complementares. <![CDATA[<b>O germoplasma português de <i>Vitis vinifera</i> L.</b>: <b>relações genéticas entre videiras selvagens e castas cultivadas</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0254-02232010000100004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Portuguese wild vine populations are in an apparent geographic fringe of the species distribution. Despite, Portugal offers a unique richness in autochthonous cultivated varieties that contributes to the overall diversity of worldwide grapevine. In the different Portuguese agro-ecosystems, grapevine plays an important role either as a border culture or an extensive crop. During the last years wild vine populations have been identified but only in southern riverside ecosystems. To conclude if the local wild vine germplasm is involved in the origin of cultivated grapevine we used the OIV recommend six nuclear and four chloroplastidial microsatellite loci to genotype and to established phylogenetic relationships between wild plants and cultivated grapevines. Both native sylvestris and vinifera subspecies have a high genetic diversity and a sizeable number of rare alleles. Portuguese wild vine populations showed a high level of intra-population diversity with most of the genetic diversity conserved within each population. Wild vines seem to form a continuum and there is no clear population division. Despite, a low, but still significant, genetic differentiation can be detected among the analyzed populations. There seem to be a close genetic relation between the wild plants and cultivated varieties. Both subspecies mostly share the A and B chlorotypes, tipical of the Iberian germplasms. In some cases we found a close genetic relation between cultivated varieties and wild plants. Finally, some native grapevine cultivars have a higher genetic diversity that reveals introgression of foreign gene pool. This study contributes to establish the range of existing genetic variability in the Portuguese native grapevine and wild vines germplasm. It also provides a baseline for future monitoring of the genetic diversity of the species in Portugal and contributes with data to construct a core collection to preserve the existing variability and delineate conservation strategies for the wild vines.<hr/>As populações portuguesas de videiras selvagens estão numa aparente orla da distribuição geográfica da espécie. No entanto Portugal apresenta uma riqueza única em castas autóctones, as quais contribuem para a diversidade global da vinha. A vinha tem um papel importante quer marginalmente, quer como cultura extensiva, nos diferentes agro-sistemas portugueses. Durante os últimos anos foram identificadas populações de videiras selvagens mas só nos ecossistemas ripícolas do Sul do país. Para se concluir se o germoplasma selvagem local está envolvido na origem das castas portuguesas utilizámos seis loci de microsatélites nucleares e quatro cloroplastidiais para estabelecer relações filogenéticas entre as videiras selvagens e as castas cultivadas. Quer a subspécie sylvestris quer a viniferaapresentam uma diversidade genética elevada e um número apreciável de alelos raros. As populações portuguesas de videiras selvagens apresentam um nível elevado de variabilidade intra-populacional, estando a maior parte da diversidade genética conservada dentro de cada população. As videiras selvagens parecem formar um contínuo espacial e não existe uma clara divisão entre as populações. No entanto, é possível detectar uma baixa, mas mesmo assim significativa, diferenciação genética entre as populações analisadas. Parece existir uma estreita relação genética entre as videiras selvagens e as castas cultivadas. Ambas as subespécies partilham os mesmos clorótipos A e B, típicos do germoplasma Ibérico. Em alguns casos foram encontradas estreitas relações genéticas entre castas cultivadas e videiras selvagens. Finalmente algumas castas nativas têm uma maior diversidade genética, revelando uma introgressão de germoplasma estrangeiro. Este estudo contribui para definir a amplitude existente da diversidade genética do germoplasma das duas subspécies de Vitis presentes em Portugal. Também fornece uma linha de base para a futura monitorização da diversidade genética da espécie em Portugal e contribui com dados para a construção de uma colecção nuclear para preservar a variabilidade existente e para delinear estratégias de conservação para as vinhas selvagens.