Scielo RSS <![CDATA[Finisterra - Revista Portuguesa de Geografia]]> http://scielo.pt/rss.php?pid=0430-502720180002&lang=es vol. num. 108 lang. es <![CDATA[SciELO Logo]]> http://scielo.pt/img/en/fbpelogp.gif http://scielo.pt <![CDATA[<b>Finisterra Annual Lecture</b>: <b>placing gender in geography directions, challenges, and opportunities</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0430-50272018000200001&lng=es&nrm=iso&tlng=es Since emergence of interest in gender in the late 20th century its significance has become widely, though unevenly, included in research, teaching, and applied work in human geography and related social sciences. This Finisterra Annual Lecture reviews aspects of engagement internationally - where and how work has developed, themes addressed, methods applied, and approaches to dissemination. It notes advances made and some continuing challenges.<hr/>Desde a emergência do interesse pelos assuntos relacionados com as questões de género no final do século XX, a sua importância foi-se expandindo, embora de forma desigual, na investigação, no ensino e no trabalho aplicado em geografia humana e nas ciências sociais relacionadas. Esta Lição Anual da Finisterra procura rever aspetos do envolvimento internacional - onde e como a investigação foi desenvolvida, temas tratados, métodos aplicados e abordagens de disseminação. Anotam-se avanços e alguns desafios permanentes.<hr/>Depuis l'émergence de l'intérêt pour le genre à la fin du 20ème siècle, sa signification s’est étendue, quoiqu’ inégalement, inclue dans la recherche, l'enseignement et le travail appliqué en géographie humaine et en sciences sociales connexes. La Conférence Annuelle de Finisterra passe en revue les aspects de l'engagement international - où et comment le travail s'est développé, les thèmes abordés, les méthodes appliquées et les approches de diffusion. Sont notées les progrès réalisés et certains défis persistants. <![CDATA[<b>Mainstreaming climate adaptation in spatial planning</b>: <b>the case of <i>Baixa Pombalina</i> in Lisbon</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0430-50272018000200002&lng=es&nrm=iso&tlng=es Baixa Pombalina is the historical downtown area of Lisbon city, close to the Tagus estuary, accommodating many economic activities namely tourism. This paper assesses and maps the vulnerability of the area, at the neighbourhood scale, to flood episodes and sea level rise. The methodology outlines how the different components of vulnerability are tackled, while considering the importance of the local context in the definition of composite indexes. Twenty-two vulnerability hotspots were found, for which six adaptation options are proposed to be embedded into the Plano de Pormenor currently in place.<hr/>A Baixa Pombalina é uma área histórica central da cidade de Lisboa, situada junto ao estuário do Tejo, onde se concentram diversas atividades económicas nomeadamente turísticas. Neste artigo é analisada e mapeada a vulnerabilidade desta área, ao nível da subsecção estatística, à ocorrência de inundações e à subida do nível médio das águas do mar. A metodologia usada mostra como foram determinadas as diferentes componentes da vulnerabilidade, assim como a importância do contexto local para a definição dos índices compósitos. Como resultados, obtiveram-se vinte e dois hotspots de vulnerabilidade, tendo sido propostas seis opções de adaptação a integrar no Plano de Pormenor em vigor para aumentar a resiliência deste território.<hr/>Ce centre historique de Lisbonne, où diverses activités économiques et touristiques se concentrent, ouvre directement sur l’estuaire du Tage. On analyse ici sa vulnérabilité par rapport aux inondations fluviales et à la possibilité d’une hausse du niveau marin. On montre comment ont été déterminées les diverses composantes de sa vulnérabilité, en distinguant vingt-deux aspects possibles et en proposant six options à intégrer au Plan détaillé en cours d ’élaboration, qui permettraient d’améliorer sa résilience. <![CDATA[<b>Municipal clusters of bioenergy</b>: <b>a contribution to forest fire prevention</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0430-50272018000200003&lng=es&nrm=iso&tlng=es Após o momento de choque que Portugal sofreu com o incêndio de Pedrogão Grande (2017), equacionar as dimensões e responsabilidade social da Geografia torna-se especialmente relevante na construção de respostas capazes de assegurar a defesa das pessoas, dos bens e dos recursos naturais. Neste artigo reflecte-se sobre uma relação causa-efeito-solução a estabelecer para a prevenção de incêndios florestais que articula a geografia da energia com o planeamento municipal. Trata-se de uma reflexão crítica sobre a dimensão estratégica do planeamento, materializada no Plano Director Municipal e os possíveis contributos do aproveitamento e valorização da biomassa florestal, com vista ao desenvolvimento de clusters municipais ligados à bioenergia. É aqui que os mecanismos de limpeza e recolha de resíduos florestais para a produção de energia renovável emergem como valência económica indispensável para um maior contributo na prevenção activa do risco de incêndio, preconizando um novo eixo estratégico para a redução da sua incidência e melhorando o ordenamento do território a nível municipal.<hr/>After the shock that Portugal suffered with the forest fires at Pedrogão Grande (2017), inspiring critical reflections on the role and social responsibility of Geography is especially relevant to develop an adequate response framework for the protection of life, goods and natural resources. This article reflects on a cause-effect-solution relationship to be established for the prevention of forest fires that articulates the geography of energy with municipal planning. It is a critical reflection on the strategic role of the Municipal Master Plan and the possible contributions that the utilization and valorization of the forest biomass can make, with the view to developing municipal bioenergy clusters. Here, cleaning and collecting forest waste for the production of renewable energy emerge as an opportunity to link energy, forest and economic benefits toward an effective fire risk prevention led by municipal decision making.<hr/>À la suite du grand incendie qui a eu lieu en 2017 dans la région de Pedrogão Grande, il est urgent que les géographes assument leur responsabilité sociale dans l’élaboration de décisions permettant la défense efficace des personnes, des biens et des ressources naturelles. On indique ici quels seraient les meilleurs rapports à établir entre la planification municipale et la Géographie de l’énergie et comment valoriser la biomasse forestière, en développant davantage la bioénergie. En particulier, les méthodes de nettoyage et de récupération des résidus forestiers sont des techniques importantes, qui fournissent des revenus permettant de mieux lutter contre les risques d’incendie, tout en améliorant la gestion du territoire à l’échelle municipale. Géographie de l’énergie, Plan de Développement Municipal, biomasse forestière, pôle municipal, prévention des incendies. <![CDATA[<b>Implementing a network of weather and agrometeorological stations</b>: <b>a case study in Timor-Leste</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0430-50272018000200004&lng=es&nrm=iso&tlng=es Modern and developed agriculture requires permanent and reliable monitoring of both meteorological/climatic and biological variables in agrometeorological stations. The main objective of the work was to implement a network of agrometeorological stations in Timor-Leste, a developing Southeast Asian country with irregular weather/climate monitoring for the past decades mainly due to political instability (wars, occupations,...) and at that time still devoid of any national network of meteorological stations. For this purpose, we took into account the administrative division of the country and the available agro-climatic zoning, the location of the existing stations and of those with relevant historical records, the agricultural and forestry practices in the country, the existing agricultural research centres as well as the structure and composition of the existing stations (number and type of sensors, communication system,…) and the human resources to ensure a proper stations network management. The implementation of a network composed of 50 weather stations was proposed to cover the entire national territory (299.34km²/station). A network of agrometeorological stations was purposed by strengthening the equipment in 15 out of these 50 weather stations with sensors that measure agrometeorological parameters and by assuring the ability to maintain it. Flexibility in the composition of each network has been safeguarded for the purpose of responding to any substantial change in financial or technical conditions in an ever-changing country. All methodologies and recommendations were discussed on the basis of a “management concept for weather stations” which requires not only scientific rigor in the choice of locations to be monitored, but also maintenance, human resources training and the involvement of beneficiary populations.<hr/>Uma agricultura moderna e desenvolvida requer monitorização permanente e fidedigna de variáveis meteorológicas/climáticas e biológicas em estações agrometeorológicas. O objetivo deste trabalho consistiu em propor a implementação uma rede de estações agrometeorológicas em Timor-Leste, um país em desenvolvimento do Sudeste Asiático, com monitorização climática/meteorológica irregular nas últimas décadas, principalmente devido à instabilidade política (guerras, ocupações,…) e que, à data, era desprovido de qualquer rede nacional de estações meteorológicas. Para tal, foram tidos em conta fatores como a divisão administrativa do país e a zonagem agroclimática disponível, a localização das estações existentes e daquelas com registos históricos relevantes, as práticas agrícolas e florestais no país, os centros de investigação agrícola existentes, bem como a estrutura e composição das estações existentes (número e tipo de sensores, sistema de comunicação,…) e os recursos humanos que garantam uma adequada gestão das redes de estações. Foi proposta a implementação de uma rede composta por 50 estações meteorológicas para cobrir todo o território nacional (299,34 km²/ estação) e, com a adição de medidores de parâmetros agrometeorológicos em 15 destas estações, criada uma rede nacional de estações agrometeorológicas. Com o objetivo de responder a qualquer alteração substancial nas condições financeiras ou técnicas em um país em constante mudança, foi salvaguardada a flexibilidade na composição de cada rede. Todas as metodologias e recomendações foram discutidas com base em um "conceito de gestão para estações meteorológicas", que exige não apenas rigor científico na escolha de locais a serem monitorizados, mas também manutenção, formação de recursos humanos e envolvimento de populações beneficiárias.<hr/>Un suivi permanent et fiable des variables météorologiques, climatiques et biologiques, par un réseau de stations agrométéorologiques, est indispensable à la pratique d’une agriculture moderne bien développée. On propose ici la mise en place d’un tel réseau dans ce pays en voie de développement de l’Asie du Sud Est. En effet, l’instabilité politique qu’il a connue au cours des dernières décennies avait empêché le développement d’un réseau national de stations météorologiques. On a considéré, à cet effet, la division administrative du pays et ce qu’on sait actuellement de ses zones agro-climatiques, la position et les caractéristiques des stations existantes et les ressources humaines indispensables pour en assurer une gestion correcte, On propose la mise en place d’un réseau de 50 stations météorologiques avec, en moyenne, 300km² par station; dans 15 de ces stations, des paramètres agrométéorologiques seraient aussi mesurés. On a maintenu une certaine flexibilité de ces réseaux, afin de pouvoir faire face à toute modification substantielle des conditions financières ou techniques d’un pays en constante évolution. Toutes ces propositions sont basées sur un «concept de gestion des stations météorologiques», qui exige non seulement la rigueur scientifique dans le choix des sites d’observation, mais encore la formation et le maintien des ressources humaines, et l’ implication des populations bénéficiaires. <![CDATA[<b>El arraigo de los marroquíes en España</b>: <b>el comienzo de una nueva fase migratoria</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0430-50272018000200005&lng=es&nrm=iso&tlng=es La crisis financiera iniciada en 2007 ha afectado especialmente a España, sobre todo por la destrucción de empleo y la reducción del gasto social. En contra de lo que se pronosticó, la mayor parte de los inmigrados en España no han retornado a sus países de origen. No obstante, hay diferencias entre nacionalidades. En este artículo nos centramos en los marroquíes que presentan signos evidentes de arraigo en España: cómo la crisis ha afectado a sus condiciones de vida y qué decisiones se han sopesado a la hora de permanecer en España y no retornar a Marruecos. Podemos decir que en un escenario de post-crisis económica comienza un nuevo ciclo en sus proyectos migratorios en España en los cuales los descendientes ocupan un papel esencial. El trabajo se apoya en un repaso a las estadísticas oficiales y un estudio cualitativo realizado en la provincia de Granada (Andalucía).<hr/>A crise financeira, iniciada em 2007, afetou particularmente Espanha devido, sobretudo, à destruição de emprego e à redução de gastos sociais. Ao invés do que foi prognosticado, a maior parte dos imigrantes neste país de acolhimento não regressou às suas terras de origem. Neste contexto, salientam-se algumas diferenças entre nacionalidades. No presente artigo, centrámo-nos nos imigrantes marroquinos, os quais mostram evidências de apego relativamente a Espanha, o modo como a crise afetou as suas condições de vida e ainda as opções que fizeram no momento decisivo de escolher entre a sua permanência em Espanha ou o seu regresso a Marrocos. É de referir que, num cenário de pós-crise económica, se inicia um novo ciclo quanto aos seus projetos migratórios, projetos esses em que os seus descendentes detêm um papel determinante. O trabalho apresentado tem por suporte a avaliação de dados estatísticos oficiais, bem como um estudo qualitativo realizado na província de Granada (Andaluzia).<hr/>The economic recession that began in 2007 has particularly affected Spain, especially due to the increase in unemployment and the reduction in social earnings. On the contrary to what was predicted, most of the immigrants in Spain have not returned to their countries of origin. However, there are differences between nationalities. In this article, we focus on the Moroccans who show clear signs of being rooted in Spain, how the crisis has affected their living conditions and what aspects were taken into consideration when deciding to return or stay in Spain. However, in a setting of post-economic recession a new cycle begins in their migratory projects in Spain in which descendants play an essential role. The study is supported by a review of official statistics and a qualitative study conducted in the province of Granada (Andalusia).<hr/>La crise financière, qui a débuté en 2007, a particulièrement touché l’Espagne, en y détruisant beaucoup d’emplois et en y réduisant les aides sociales. Mais, contrairement à ce qui était prévu, la plupart des immigrés ne sont pas retournés dans leur pays d’origine. On considère ici le cas des Marocains, dont les liens avec l’Espagne sont forts et anciens: comment la crise a affecté leurs conditions de vie et quels sont les éléments qui ont pesé sur leur décision de rester, ou non, en Espagne. Dans un contexte de post-crise économique, un nouveau cycle a débuté, où les enfants ont un rôle essentiel. Cette étude est basée sur des données statistiques officielles et sur une étude qualitative menée dans la province de Grenade (Andalousie). <![CDATA[<b>Municipal socioeconomic resilience assessment</b>: <b>methodological proceedings applied to Portugal during the crisis (2008-2013)</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0430-50272018000200006&lng=es&nrm=iso&tlng=es A magnitude a recorrência dos episódios de crise desencadeados pós 2008, exigem novos referenciais para analisar os fatores e os contextos que (des)bloqueiam o progresso das comunidades. Avaliar a resiliência socioeconómica implica que se considerem as interações espaciais, temporais e setoriais conjugando os fatores que conferem persistência às trajetórias de desenvolvimento, com outros percussores de evolução e de transformação. Através da análise de 18 modelos que avaliam a resiliência territorial, desenvolvemos uma matriz de 22 indicadores organizada em 4 domínios (governança, estrutura urbana, económica e social), reproduzindo as dimensões socioeconómicas mais representativas. Quando aplicamos esta matriz aos municípios portugueses, considerando um período pré e outro pós início da crise de 2008, cartografamos um país vulnerável à crise e que perde potencial de desenvolvimento. A evolução entre pré e pós início da crise mostra o reforço da centralidade das áreas centrais e o aprofundamento da vulnerabilidade das periféricas.<hr/>The magnitude and the recurrence of crisis episodes, which were triggered after 2008, demand a new set of references to allow us to analyse the factors and contexts that (un)block the progress of municipal communities. The assessment of socioeconomic resilience implies a thoughtful consideration of spatial, temporal and sectorial interactions, by combining factors that confer persistence to the development trajectories, along with other evolution and transformation precursors. A matrix of 22 indicators, organised in four domains (governance and urban, economic and social structures), was developed through the analysis of 18 models which evaluate territorial resilience. When applying this matrix to Portuguese municipalities, considering there was a pre- and a post-crisis period after the 2008 crisis began, we mapped a country that is vulnerable to crisis and, as a result, loses development potential. The evolution between the pre- and the post-crisis periods shows the strengthening of key central areas and the intensification of the vulnerabilities in the peripheries.<hr/>Tant l’ampleur que la récurrence des épisodes successifs de cette crise, exigent que des référentiels nouveaux soient appliqués à l’ analyse des facteurs et des contextes qui ont bloqué, ou débloqué, le progrès des communautés territoriales. Pour évaluer leur résilience socio-économique, il faut considérer les interactions spatiales, temporelles et sectorielles, et il faut aussi conjuguer les facteurs assurant la persistance des trajectoires de développement, avec les autres causes d’évolution et de transformation. L’ analyse de 18 modèles évaluant la résilience territoriale, a permis de développer une matrice de 22 indicateurs, correspondant aux 4 domaines les plus importants (la gouvernance et les structures urbaine, économique et sociale). En appliquant cette matrice aux municipalités portugaises pendant les périodes pré- et post-début de la crise de 2008, on obtient l’image d’un pays vulnérable et qui perdait son potentiel de développement. On observe aussi que la centralité des zones centrales se renforçait et que la vulnérabilité des périphéries s’accroissait. <![CDATA[<b>Morphology of the perforated city</b>: <b>spatial patterns of ruins and vacant land in portuguese cities</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0430-50272018000200007&lng=es&nrm=iso&tlng=es Este artigo analisa as consequências do encolhimento urbano na forma da cidade, produzindo o que aqui designamos de ‘cidade perfurada’. O estudo baseia-se num inventário das ‘perfurações’ no tecido urbano geradas pelo abandono - i.e., os espaços arruinados e vacantes - em quatro cidades portuguesas em declínio demográfico. Os resultados comprovam que ruínas e terrenos vacantes são presenças comuns nessas paisagens urbanas. No total, 7,7% da área urbana das quatro cidades corresponde a ‘perfurações’, mas em algumas cidades essa proporção chega aos 32%. O estudo demonstra que as ‘perfurações’ geradas pelo abandono tendem a ocorrer dispersa e um pouco aleatoriamente nas cidades, tanto em posições centrais como periféricas. A extensão e dispersão das ‘perfurações’ parece variar consoante a cidade é mais ou menos densa e o encolhimento é mais ou menos antigo ou foi mais ou menos severo.<hr/>This paper aims to analyse the consequences of urban shrinkage in city form, producing the so-called ‘perforated city’. It is based on an inventory of 'perforations' in the urban fabric generated by abandonment - i.e., ruins and vacant land - in four shrinking Portuguese cities. The results show that ruins and vacant land are common in the four cities. In total, 7.8% of the urban area corresponds to ‘perforations’. In some cities, the proportion reaches 32%. The study also demonstrates that the ‘perforations’ tend to occur in a scattered and somewhat aleatory manner in the cities, in both central and peripheral positions. Albeit, the incidence and spatial position of ruins and vacancies appear to vary depending on if the city is more or less compact, and on the degree and temporality of shrinkage.<hr/>Cet article analyse les conséquences du rétrécissement urbain sur la forme des villes. L'étude est basée sur un inventaire des «perforations» du tissu urbain créés par l'abandon - c'est-à-dire des espaces ruinés et vacants - dans quatre villes portugaises en déclin démographique. On a constaté que les ruines et terrains vagues sont des présences communes dans ces paysages urbains : soit 7% de leur aire urbaine en moyenne, mais jusqu’à 32% dans certains cas. Ces «perforations» apparaissent en général de façon dispersée et quelque peu aléatoire, en position aussi bien centrale que périphérique. Leur taille et leur dispersion paraissent varier en fonction de la densité urbaine, de l’ancienneté du rétrécissement urbain et de sa sévérité. <![CDATA[<b>Infrastructural spaces and vacancy</b>: <b>diachronic traces in the shaping of Lisbon’s metropolitan territory</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0430-50272018000200008&lng=es&nrm=iso&tlng=es A formação do território metropolitano de Lisboa assentou numa complexa articulação entre o suporte fisiográfico e hidrográfico e o traçado de diversas redes infraestruturais, nomeadamente rodoviárias e ferroviárias, aterros e espaços portuários, limites e estruturas militares. Dessa articulação resultaram espaços de interface com tecidos urbanos de diversa natureza. A sua reconstituição e interpretação cartográfica permite descodificar as lógicas subjacentes aos processos de territorialização que, frequentemente, coexistem e se sobrepõem, resultantes também de alterações de uso e de racionalidade programática. Numa perspetiva diacrónica, revelam-se os traços da sua transformação: adições, justaposições, mas também persistências, subtrações e demolições. Alguns resultam fragmentados e desagregados, restos de estruturas que se perderam no esteio de mudanças tecnológicas e funcionais, descontinuados no espaço e no tempo. Espaços vacantes na atualidade, constituem áreas de oportunidade para intervenções tópicas, temporárias e imprevistas em lógicas de maior formalidade. Neste sentido, o artigo propõe uma leitura dos processos de infraestruturação do território metropolitano de Lisboa, focando-se no solo portuário e industrial e nas coroas de circulação, demarcação militar e equipamento da capital, articulando-a com o reconhecimento de espaços vacantes na atualidade. A partir desse confronto, propõe-se uma interpretação territorializada das relações entre infraestruturação e produção de vacâncias segundo uma pauta tipológica e temporal.<hr/>Lisbon’s metropolitan territory was shaped by a complex interaction between its physiographic and hydrographic features and the laying of multiple infrastructural networks, namely roads, railroads, ports and landfills, various boundaries and military facilities. This interaction resulted in interfacial spaces with various types of urban fabric. The cartographic interpretation of these interfacial spaces provides insight into the logics underlying their contribution to wider territorial processes, namely those of addition, juxtaposition, persistence, subtraction and demolition. This resulted in fragmented and splintered spaces, remains of structures lost in the wake of technological and functional changes, discontinued in both in space and time. Many became today’s vacant spaces; they are realms of opportunity for topical and transitional interventions, unanticipated by formal rationales. In this context, the paper provides a reading of the processes of infrastructural development of the metropolitan territory of Lisbon, focusing on port and industrial land and the belt structures defined by military perimeters, ring transportation and major urban facilities.<hr/>Cette formation résulte d’une articulation complexe entre sa base physiographique et hydrographique et le tracé des divers réseaux infrastructurels, surtout rodoviaires et ferroviaires, des remblais et espaces portuaires, et des limites et espaces militaires. Il en résulte des tissus urbains de natures diverses. Leur reconstitution et leur interprétation cartographique permettent de comprendre les logiques sous-jacentes aux processus de territorialisation, lesquels coexistent et se superposent fréquemment, et résultent aussi des modifications de leur usage et des normes programmatiques. Une vision temporelle révèle les aspects de cette transformation spatiale : ajouts et juxtapositions, mais aussi persistances, soustractions et démolitions. Il peut en résulter des fragments désagrégés, des restes de structures abandonnées à cause de modifications technologiques ou fonctionnelles, ou encore des discontinuités spatiales ou temporelles. Les espaces vacants actuels offrent des lieux propices aux interventions spécifiques et temporaires, difficiles à prévoir dans un cadre logique et formel. On propose donc une lecture des processus de infrastructuration du territoire métropolitain de Lisbonne, en insistant sur les espaces portuaires et industriels, sur les ceintures de circulation, sur les démarcations militaires et les monumentales de la capitale, sans oublier leur rapport avec les espaces vacants actuels. Ce qui permet d’offrir une interprétation typologique et temporelle des rapports qui lient les infrastructures aux lieux vacants. <![CDATA[<b>Domination and reproduction of automobility</b>: <b>the motorway network of the Lisbon and Oporto Metropolitan Areas</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0430-50272018000200009&lng=es&nrm=iso&tlng=es A mobilidade contemporânea é dominada pelo automóvel. Como sistema autoreprodutivo, a automobilidade tem-se reforçado ao longo do tempo, contribuindo para um conjunto de alterações sociais, culturais e geográficas. Neste quadro, as auto-estradas constituem um revelador da relação entre os territórios e o automóvel. Este artigo incide sobre as duas Áreas Metropolitanas Portuguesas (Lisboa e Porto), cuja rede de auto-estradas cresceu nas últimas três décadas de forma significativa. Com base numa revisão da literatura e nalguns dados estatísticos produzidos no decorrer de uma investigação em curso, providenciam-se pistas de reflexão acerca da realidade nacional. Os números mostram que as duas Áreas Metropolitanas ocupam uma posição excepcional no contexto europeu, com uma densidade de auto-estradas superior a 140km de vias por mil km², equivalendo a um possível sobredimensionamento da rede em 35-42% face a outras metrópoles europeias. A expansão recente (2000-2016) da rede de auto-estradas mostra que esta situação não resulta só das necessárias políticas de modernização e de uma resposta automática ao desenvolvimento económico. Deve principalmente à ineficiente regulação da expansão urbana e à aceitação total, até um período muito recente, do automóvel como resposta às necessidades de mobilidade.<hr/>Contemporary mobility is dominated by the car. As an auto-reproductive system, automobility has been reinforced in the last decades, contributing to a set of major social, cultural and spatial changes. In this context, motorways reveal the relationship between territories and automobile. This paper examines the case of the two Portuguese metropolitan areas (Lisbon and Oporto), where motorway networks have grown significantly in the last three decades. Based on a literature review and on some numbers produced during an ongoing research, some ideas are explored on the Portuguese case. It is shown both metropolitan areas hold an outstanding position in the European context, with a motorway density above 140km per 1,000km², equivalent to a possible oversizing in 35-42% comparing to other European cities. The recent expansion (2000-2016) of the motorway network suggests that this situation is not only the result of the necessary modernisation policies, nor an automatic outcome of economic growth. It is mainly due to the inefficient regulation of urban expansion and to the total acceptation, until very recently, of automobile as a response to mobility needs.<hr/>La mobilité contemporaine est dominée par l’automobile. En tant que système auto-reproductif, l’ automobilité s’est renforcée au cours du temps, contribuant à un ensemble de changements sociaux, culturels et géographiques. Dans ce cadre, les autoroutes constituent un révélateur de la relation entre les territoires et la voiture. Cet article porte sur les Aires Métropolitaines de Lisbonne et de Porto dont le réseau autoroutier s’est étendu de manière significative au cours des trois dernières décennies. À travers une revue de littérature et de quelques chiffres produits dans le cadre d’une recherche en cours, quelques pistes de réflexion sont proposées. Les chiffres montrent que les deux aires métropolitaines occupent une position exceptionnelle dans le contexte européen, avec une densité autoroutière supérieure à 140km de voies pour 1 000km², ce qui équivaut à un possible surdimensionnement du réseau de l’ordre de 35-42% par rapport à d’autres métropoles européennes. L’expansion récente (2000-2016) du réseau autoroutier montre que cette situation n’ est pas seulement le résultat de nécessaires politiques de modernisation, ni d’une conséquence automatique du développement économique. Celle-ci doit surtout à l’inefficace régulation de l’ expansion urbaine et à l’acceptation totale, jusqu’à une période très récente, de l’ automobile comme réponse aux besoins de mobilité. <![CDATA[<b>Professor Doutor Ilídio do Amaral</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0430-50272018000200010&lng=es&nrm=iso&tlng=es A mobilidade contemporânea é dominada pelo automóvel. Como sistema autoreprodutivo, a automobilidade tem-se reforçado ao longo do tempo, contribuindo para um conjunto de alterações sociais, culturais e geográficas. Neste quadro, as auto-estradas constituem um revelador da relação entre os territórios e o automóvel. Este artigo incide sobre as duas Áreas Metropolitanas Portuguesas (Lisboa e Porto), cuja rede de auto-estradas cresceu nas últimas três décadas de forma significativa. Com base numa revisão da literatura e nalguns dados estatísticos produzidos no decorrer de uma investigação em curso, providenciam-se pistas de reflexão acerca da realidade nacional. Os números mostram que as duas Áreas Metropolitanas ocupam uma posição excepcional no contexto europeu, com uma densidade de auto-estradas superior a 140km de vias por mil km², equivalendo a um possível sobredimensionamento da rede em 35-42% face a outras metrópoles europeias. A expansão recente (2000-2016) da rede de auto-estradas mostra que esta situação não resulta só das necessárias políticas de modernização e de uma resposta automática ao desenvolvimento económico. Deve principalmente à ineficiente regulação da expansão urbana e à aceitação total, até um período muito recente, do automóvel como resposta às necessidades de mobilidade.<hr/>Contemporary mobility is dominated by the car. As an auto-reproductive system, automobility has been reinforced in the last decades, contributing to a set of major social, cultural and spatial changes. In this context, motorways reveal the relationship between territories and automobile. This paper examines the case of the two Portuguese metropolitan areas (Lisbon and Oporto), where motorway networks have grown significantly in the last three decades. Based on a literature review and on some numbers produced during an ongoing research, some ideas are explored on the Portuguese case. It is shown both metropolitan areas hold an outstanding position in the European context, with a motorway density above 140km per 1,000km², equivalent to a possible oversizing in 35-42% comparing to other European cities. The recent expansion (2000-2016) of the motorway network suggests that this situation is not only the result of the necessary modernisation policies, nor an automatic outcome of economic growth. It is mainly due to the inefficient regulation of urban expansion and to the total acceptation, until very recently, of automobile as a response to mobility needs.<hr/>La mobilité contemporaine est dominée par l’automobile. En tant que système auto-reproductif, l’ automobilité s’est renforcée au cours du temps, contribuant à un ensemble de changements sociaux, culturels et géographiques. Dans ce cadre, les autoroutes constituent un révélateur de la relation entre les territoires et la voiture. Cet article porte sur les Aires Métropolitaines de Lisbonne et de Porto dont le réseau autoroutier s’est étendu de manière significative au cours des trois dernières décennies. À travers une revue de littérature et de quelques chiffres produits dans le cadre d’une recherche en cours, quelques pistes de réflexion sont proposées. Les chiffres montrent que les deux aires métropolitaines occupent une position exceptionnelle dans le contexte européen, avec une densité autoroutière supérieure à 140km de voies pour 1 000km², ce qui équivaut à un possible surdimensionnement du réseau de l’ordre de 35-42% par rapport à d’autres métropoles européennes. L’expansion récente (2000-2016) du réseau autoroutier montre que cette situation n’ est pas seulement le résultat de nécessaires politiques de modernisation, ni d’une conséquence automatique du développement économique. Celle-ci doit surtout à l’inefficace régulation de l’ expansion urbaine et à l’acceptation totale, jusqu’à une période très récente, de l’ automobile comme réponse aux besoins de mobilité.