Scielo RSS <![CDATA[Finisterra - Revista Portuguesa de Geografia]]> http://scielo.pt/rss.php?pid=0430-502720200002&lang=pt vol. num. 114 lang. pt <![CDATA[SciELO Logo]]> http://scielo.pt/img/en/fbpelogp.gif http://scielo.pt <![CDATA[<b>Impactos de eventos secos e chuvosos nos corpos de água periurbanos subtropicais</b>: <b>contribuição para o ordenamento da área urbana de corrientes (Argentina)</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0430-50272020000200001&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt El conocimiento de la respuesta hidrológica de las lagunas urbanas subtropicales ante distintos eventos de sequías o inundaciones es esencial para orientar las políticas de ordenamiento del espacio urbano de manera sustentable. La provincia de Corrientes (Argentina) presenta un paisaje caracterizado por numerosas lagunas subtropicales en las que en sus márgenes se construyen estructuras urbanas. En este contexto, el estudio de la variabilidad pluviométrica, junto con sus efectos sobre estos cuerpos de agua es crucial para generar un sistema de alerta temprana con la finalidad de reducir los riesgos de inundación. Por ello, el objetivo de este estudio fue analizar la variabilidad pluviométrica de Corrientes y los cambios morfométricos de las lagunas y charcas subtropicales ante eventos extremos de sequías, inundaciones y eventos pluviométricos normales. Para ello, se analizaron series históricas de precipitación para el período 1962-2018, proporcionadas por el Servicio Meteorológico Nacional (Argentina). Utilizando métodos de la normal, de quintiles y el Índice Estandarizado de Precipitación se estudiaron los eventos secos, húmedos y normales. Posteriormente, con el análisis de imágenes satelitales Landsat y de Google Earth se estudió la evolución de las áreas construidas, durante eventos secos y su impacto ante eventos lluviosos. Los resultados demostraron que estos cuerpos de agua periurbanos presentan una relación con los eventos pluviométricos y responden inmediatamente a la variabilidad climática local, exponiendo los frentes de avance de la ciudad en áreas periurbanas a ocupar espacios correspondientes a lagunas. Las mismas pueden reducir su tamaño e incluso secarse, aun cuando se presenten años extremos de inundación.<hr/>O conhecimento da resposta hidrológica de lagoas urbanas subtropicais a diferentes eventos de seca ou inundação é essencial para orientar as políticas sustentáveis de gestão do espaço urbano. A província de Corrientes (Argentina) apresenta uma paisagem caracterizada pela localização de inúmeras lagoas subtropicais nas margens das quais se constroem estruturas urbanas. Neste contexto, o estudo da variabilidade das chuvas, juntamente com os seus efeitos sobre esses corpos de água, é crucial para gerar um sistema de alerta precoce, a fim de reduzir os riscos de inundação. Portanto, o objetivo deste estudo foi analisar a variabilidade das chuvas de Corrientes e as mudanças morfométricas das lagoas e charcos subtropicais em caso de eventos extremos de seca, inundações e eventos normais de chuva. Para isso, foram analisadas séries históricas de precipitação para o período de 1962 a 2018, fornecidas pelo Serviço Nacional de Meteorologia (Argentina), e foram aplicados os métodos normal, quintil e Índice de Precipitação Padronizado para analisar eventos secos, húmidos e normais. Posteriormente, com a análise das imagens de satélite Landsat e Google Earth, foi estudada a evolução das áreas construídas durante eventos secos e seu impacto em eventos chuvosos. Os resultados mostraram que esses corpos de água periurbanos apresentaram uma estreita relação com os eventos pluviométricos, respondendo imediatamente à variabilidade climática local e expondo as frentes da cidade em áreas periurbanas a ocupar espaços correspondentes a lagoas. As mesmas podem reduzir o seu tamanho ou secar, mesmo em anos extremos de inundação.<hr/>Knowing the hydrological response of subtropical urban shallow lakes subjected to drought or flood events is essential to guide sustainable urban space management policies. The province of Corrientes (Argentina) presents a landscape characterized by numerous subtropical shallow lakes in which urban structures are built on its edges. In this context, the study of rainfall variability and its effects on these water bodies is crucial to generate an early warning system to reduce the risk of flood. In this sense, this study aims to analyse the rainfall variability of Corrientes as well as the morphometric changes in the shallow lakes and ponds during normal rainfall events and extreme events such as floods and droughts. Meteorological data from the period 1962-2018 were analysed applying normal, quintiles methods and a standardized precipitation index. Dry and wet events were identified and subsequently, satellite images were studied to measure the building area. Results demonstrate that the peri-urban shallow lakes have a relationship with the pluviometrical events and they vary immediately in line with local climate conditions, exposing the areas of these lakes to be replaced by urban buildings. These water bodies change their size and even dry out, although there are extreme events of flooding.<hr/>La connaissance de la réponse hydrologique des lacs urbains subtropicaux aux différents épisodes de sécheresse ou d’inondation est essentielle pour guider de manière durable les politiques de gestion de l’espace urbain. La province de Corrientes (Argentine) présente un paysage caractérisé par l’emplacement de nombreuses lagunes subtropicales dans lesquelles les rivages sont construits. Dans ce contexte, l’étude de la variabilité des précipitations, ainsi que de ses effets sur ces masses d’eau, est essentiel pour générer un système d’alerte précoce afin de réduire les risques d’inondation. Par conséquent, l’objectif de cette étude était d’analyser la variabilité des précipitations à Corrientes et les changements morphométriques des lagunes et des étangs subtropicaux en cas de sécheresse extrême, d’inondation et de pluie normale. Pour cela, des séries historiques de précipitations ont été analysées pour la période 1962-2018, fournies par le Service Météorologique National (Argentine). La loi normale, les quintiles et l´index Normalisé de Précipitations ont été appliqués pour analyser les événements secs, humides et normaux. Par la suite, avec l’analyse des images satellites Landsat et Google Earth, l’évolution des zones bâties a été étudiée lors des événements secs, ainsi que leur impact sur les événements pluvieux. Les résultats ont montré que ces masses d’eau périurbaines présentaient une relation étroite avec les événements pluvieux, répondant immédiatement à la variabilité climatique locale et exposant les fronts de la ville dans les zones périurbaines à occuper des espaces correspondant à des lagunes qui peuvent réduire leur taille ou bien peuvent sécher, même dans les années extrêmes d’inondation. <![CDATA[<b>Dos governos Kirchner ao governo Macri: Petróleo, soberania e as lógicas territoriais e capitais no conflito geopolítico das Malvinas</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0430-50272020000200002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A Argentina desde sua estruturação como Estado-nação (1816) reivindica as Ilhas Malvinas como parte de seu território nacional, abordando a situação em diferentes formas de acordo com os seus governos. O objetivo principal deste artigo é a descrição do posicionamento político dos governos Kirchner (2002-2015) e Macri (2015-2019), em conjunto com uma comparação da evolução da abordagem geopolítica da disputa das Malvinas. Baseado na estratégia indireta e no comportamento do governo argentino, constrói-se uma possível cooperação do uso das riquezas, apesar do Modus vivendi da soberania direta. Os governos Kirchneristas adotaram uma postura multilateral, convocando a comunidade Sul-americana. Maurício Macri, como novo presidente da Argentina, apresenta outra postura, identificada como uma abordagem bilateral, subordinada aos interesses dos EUA. Deste modo, podemos identificar, por intermédio da característica dessas duas posições, uma similaridade com o conceito de lógica capital e territorial de Arrighi.<hr/>Argentina since its establishment as Nation-state (1816) claimed the Falkland Islands as part of its national territory, approaching the situation in different ways depending on different governments. The main objective of this article is to describe the political positioning of the Kirchner (2002-2015) and Macri (2015-2019) governments, together with a comparison of the evolution of the geopolitical approach of the dispute of the Malvinas. Based on the indirect strategy and the behaviour of the Argentine government, a possible cooperation on the use of wealth is built, despite the Modus vivendi of direct sovereignty. The Kirchner governments adopted a multilateral stance, calling on the South American community. Maurício Macri, as the new president of Argentina, presents another stance, which we can identify as a bilateral approach. In this way, we can identify, by means of the characteristics of these two positions a similarity with the concept of capital and territorial logic of Arrighi.<hr/>L’Argentine, depuis sa création en tant qu’État-nation (1816), affirme que les îles Falkland font partie de son territoire national et abordent la situation de différentes manières, selon leurs gouvernements. L’objectif principal de cet article est de décrire la position politique des gouvernements Kirchner (2002-2015) et Macri (2015-2019), ainsi qu’une comparaison de l’évolution de l’approche géopolitique du conflit des Malouines. Sur la base de la stratégie indirecte et du comportement du gouvernement argentin, une éventuelle coopération sur l’utilisation des richesses se construit, malgré le Modus vivendi de la souveraineté directe. Les gouvernements de Kirchner ont adopté une position multilatérale, convoquant la communauté sud-américaine. Maurício Macri, en tant que nouveau président de l’Argentine, présente une autre position que nous pouvons identifier comme une approche bilatérale. De cette manière, nous pouvons identifier, au moyen de la caractéristique de ces deux positions, une similitude avec le concept de capital et la logique territoriale de Arrighi.<hr/>Argentina desde su estructuración como Estado nación (1816) reclama a las Islas Malvinas como parte de su territorio nacional, abordando la situación de diferentes maneras, según sus gobiernos. El objetivo principal de este artículo es describir la posición política de los gobiernos de Kirchner (2002-2015) y Macri (2015-2019), juntos en una comparación de la evolución del enfoque geopolítico de disputa de las Malvinas. Con base en la estrategia indirecta y el comportamiento del gobierno argentino, se construye una posible cooperación en el uso de la riqueza, a pesar del Modus vivendi de la soberanía directa. Los gobiernos kirchneristas adoptaron una postura multilateral, que llamaba a la comunidad sudamericana. Mauricio Macri, como nuevo presidente de Argentina, presenta otra posición, identificada como un enfoque bilateral subordinado a los intereses de los EUA. De esta manera podemos identificar, a través de la característica de estas dos posiciones, una similitud con el concepto de capital y lógica territorial de Arrighi. <![CDATA[<b>Políticas urbanas e produção de outros espaços na construção do direito à cidade</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0430-50272020000200003&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A Argentina desde sua estruturação como Estado-nação (1816) reivindica as Ilhas Malvinas como parte de seu território nacional, abordando a situação em diferentes formas de acordo com os seus governos. O objetivo principal deste artigo é a descrição do posicionamento político dos governos Kirchner (2002-2015) e Macri (2015-2019), em conjunto com uma comparação da evolução da abordagem geopolítica da disputa das Malvinas. Baseado na estratégia indireta e no comportamento do governo argentino, constrói-se uma possível cooperação do uso das riquezas, apesar do Modus vivendi da soberania direta. Os governos Kirchneristas adotaram uma postura multilateral, convocando a comunidade Sul-americana. Maurício Macri, como novo presidente da Argentina, apresenta outra postura, identificada como uma abordagem bilateral, subordinada aos interesses dos EUA. Deste modo, podemos identificar, por intermédio da característica dessas duas posições, uma similaridade com o conceito de lógica capital e territorial de Arrighi.<hr/>Argentina since its establishment as Nation-state (1816) claimed the Falkland Islands as part of its national territory, approaching the situation in different ways depending on different governments. The main objective of this article is to describe the political positioning of the Kirchner (2002-2015) and Macri (2015-2019) governments, together with a comparison of the evolution of the geopolitical approach of the dispute of the Malvinas. Based on the indirect strategy and the behaviour of the Argentine government, a possible cooperation on the use of wealth is built, despite the Modus vivendi of direct sovereignty. The Kirchner governments adopted a multilateral stance, calling on the South American community. Maurício Macri, as the new president of Argentina, presents another stance, which we can identify as a bilateral approach. In this way, we can identify, by means of the characteristics of these two positions a similarity with the concept of capital and territorial logic of Arrighi.<hr/>L’Argentine, depuis sa création en tant qu’État-nation (1816), affirme que les îles Falkland font partie de son territoire national et abordent la situation de différentes manières, selon leurs gouvernements. L’objectif principal de cet article est de décrire la position politique des gouvernements Kirchner (2002-2015) et Macri (2015-2019), ainsi qu’une comparaison de l’évolution de l’approche géopolitique du conflit des Malouines. Sur la base de la stratégie indirecte et du comportement du gouvernement argentin, une éventuelle coopération sur l’utilisation des richesses se construit, malgré le Modus vivendi de la souveraineté directe. Les gouvernements de Kirchner ont adopté une position multilatérale, convoquant la communauté sud-américaine. Maurício Macri, en tant que nouveau président de l’Argentine, présente une autre position que nous pouvons identifier comme une approche bilatérale. De cette manière, nous pouvons identifier, au moyen de la caractéristique de ces deux positions, une similitude avec le concept de capital et la logique territoriale de Arrighi.<hr/>Argentina desde su estructuración como Estado nación (1816) reclama a las Islas Malvinas como parte de su territorio nacional, abordando la situación de diferentes maneras, según sus gobiernos. El objetivo principal de este artículo es describir la posición política de los gobiernos de Kirchner (2002-2015) y Macri (2015-2019), juntos en una comparación de la evolución del enfoque geopolítico de disputa de las Malvinas. Con base en la estrategia indirecta y el comportamiento del gobierno argentino, se construye una posible cooperación en el uso de la riqueza, a pesar del Modus vivendi de la soberanía directa. Los gobiernos kirchneristas adoptaron una postura multilateral, que llamaba a la comunidad sudamericana. Mauricio Macri, como nuevo presidente de Argentina, presenta otra posición, identificada como un enfoque bilateral subordinado a los intereses de los EUA. De esta manera podemos identificar, a través de la característica de estas dos posiciones, una similitud con el concepto de capital y lógica territorial de Arrighi. <![CDATA[<b>As lógicas da produção da cidade neoliberal</b>: <b>entre o espaço concebido e o espaço vivido</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0430-50272020000200004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt En el marco de la teoría urbana crítica se han consolidado los planteamientos que interpretan la ciudad como resultado de una relación dialéctica entre lo social y espacial. Partiendo de esta perspectiva se reflexiona acerca de las lógicas opuestas y complementarias que intervienen en la construcción de la ciudad neoliberal. Los trabajos desarrollados por Henri Lefebvre sobre la producción del espacio han sido un referente obligado, en particular, su interpretación de la ciudad a partir de la relación conflictiva entre, por un lado, la lógica de la producción, es decir, las decisiones adoptadas por el gobierno urbano y los grupos de poder y, por otro, la lógica de la apropiación social, esto es, las acciones que emprenden los residentes en sus lugares cotidianos de vida. Se aportan unas bases teóricas y metodológicas a través de las cuales captar la complejidad de la producción de ciudad en un contexto en el que emergen de manera continua nuevos conflictos y crisis urbanas. Se examina, pues, desde esa doble lógica las prácticas que intensifican la desigualdad socioespacial, inscritas en la esfera del espacio concebido, y la capacidad de acción colectiva que penetra en el espacio vivido y trata de acometer las injusticias para recuperar la ciudad como bien común.<hr/>No marco da teoria urbana crítica, foram consolidadas as abordagens que interpretam a cidade como resultado de uma relação dialética entre o social e o espacial. Partindo dessa perspectiva, refletimos sobre as lógicas opostas e complementares que intervêm na construção da cidade neoliberal. Os trabalhos desenvolvidos por Henri Lefebvre sobre a produção do espaço têm sido uma referência obrigatória, em particular, a sua interpretação da cidade a partir da relação conflituosa entre, por um lado, a lógica da produção, ou seja, as decisões tomadas pelo governo urbano e grupos de poder e, por outro, o da apropriação social, ou seja, as ações dos moradores nos seus locais de vida quotidianos. É fornecida uma base teórica e metodológica para capturar a complexidade da produção da cidade num contexto em que novos conflitos e crises urbanas surgem continuamente. Assim, são examinadas a partir dessa dupla lógica as práticas que intensificam a desigualdade socioespacial registada na esfera do espaço concebido e a capacidade de ação coletiva que penetra no espaço vivido e tenta combater as injustiças para recuperar a cidade como um bem comum.<hr/>The dialectic interplay between social and spatial aspects is a well-established approach in critical urban theory. From that perspective we reflect on the opposed and complementary rationalities that intervene in the production of the neoliberal city. By drawing on the ideas of Henri Lefebvre and his master work on the production of space, especially his interpretation of the city based on, on the one side, the rationality of production - decisions taken by urban government and power groups -, and on the other, social appropriation - neighbours and everyday practices. New conflicts and urban crisis emerge constantly, and in this regard, it is relevant to reflect on Lefebvre’s theoretical and methodological basis in order to better understand the tricky production of the city. By focusing on the Lefebvrian dual rationality, we examine practices that trigger socio-spatial injustice - anchored in the conceived space -; and potential collective actions - as a part of the lived space - since they aim to resolve injustices and recover the city as a commons.<hr/>Dans le cadre de la théorie urbaine critique, les approches qui interprètent la ville comme le résultat d’une relation dialectique entre le social et l’espace ont été consolidées. Partant de cette perspective, nous réfléchissons aux logiques opposées et complémentaires qui interviennent dans la construction de la ville néolibérale. Les travaux développés par Henri Lefebvre sur la production d’espace ont été une référence obligatoire, en particulier, son interprétation de la ville basée sur la relation conflictuelle entre, d’une part, la logique de production, c’est-à-dire les décisions prises par le gouvernement urbain et les groupes de pouvoir et, d’autre part, celui de l’appropriation sociale, c’est-à-dire les actions menées par les habitants dans leurs lieux de vie quotidiens. Une base théorique et méthodologique est fournie pour saisir la complexité de la production urbaine dans un contexte dans lequel de nouveaux conflits et crises urbaines apparaissent continuellement. Par conséquent, à partir de cette double logique sont examinées les pratiques qui intensifient l’inégalité socio-spatiale enregistrée dans la sphère de l’espace conçu et la capacité d’action collective qui pénètre dans l’espace vécu et tente de lutter contre les injustices pour récupérer la ville en tant que bien commun. <![CDATA[<b>Controlo de rendas e justiça habitacional</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0430-50272020000200005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt In this article I explore the question of rent control: one of the most despised yet misunderstood policies across a variety of disciplines and professions concerned with urban and housing issues. The hegemonic view is that rent controls - in any form, in any context - will eventually hurt those on whose behalf they are supposedly introduced (people struggling to find somewhere affordable to live). I use the concept of agnotology - the study of the intentional production of ignorance - to demonstrate that this view is riddled with vested interests and grounded in deep contempt for state regulation and in veneration of the supposed “efficiency” of the “free” market. I expose and dissect three of the prevalent myths of rent control: (1) that it negatively affects the quality of rented properties; (2) that it negatively affects the supply of housing; and (3) that it leads to ‘inefficiencies’ in housing markets. I take a close look at different kinds of rent control and, more broadly, at what leads to high housing costs, and by doing so I shift the analytical and political focus towards the urgent question of housing justice.<hr/>Neste artigo, exploro a questão do controlo de rendas: uma das políticas mais desprezadas e ainda incompreendidas por uma variedade de disciplinas e profissões preocupadas com questões urbanas e habitacionais. A visão hegemónica é a de que o controlo de rendas - de qualquer forma, em qualquer contexto - irá eventualmente prejudicar aqueles em nome dos quais foi supostamente introduzido (pessoas a lutar para encontrar um lugar acessível para morar). Utiliza-se o conceito de agnotologia - o estudo da produção intencional da ignorância - para demonstrar que essa visão está repleta de interesses pessoais e fundamentada num profundo desprezo pela regulação estatal e na veneração da suposta “eficiência” do mercado “livre”. Exponho e analiso três dos mitos prevalentes sobre o controlo de rendas: (1) afeta negativamente a qualidade dos imóveis arrendados; (2) afeta negativamente a oferta de habitação; e (3) leva a «ineficiências» nos mercados de habitação. Analiso de perto os diferentes tipos de controlo de rendas e, mais amplamente, o que leva a altos custos de habitação, e, ao fazê-lo, altero o foco analítico e político para a questão urgente da justiça habitacional.<hr/>Dans cet article, j’explore la question du contrôle des loyers: une des politiques les plus méprisées et aussi mal comprises dans une variété de disciplines et de professions concernées par les questions urbaines et de logement. L’opinion hégémonique est que le contrôle des loyers - sous quelque forme que ce soit, dans n’importe quel contexte - finira par nuire à ceux au nom desquels ils sont censés être introduits (les gens qui luttent pour trouver un logement abordable). J’utilise le concept d’agnotologie - l’étude de la production intentionnelle de l’ignorance - pour démontrer que ce point de vue est criblé d’intérêts acquis et fondé sur un mépris profond pour la réglementation étatique et sur la vénération de la supposée “efficacité” du marché “libre”. J’expose et dissèque trois des mythes répandus sur le contrôle des loyers: (1) qu’il affecte négativement la qualité des propriétés louées; (2) qu’il affecte négativement l’offre de logements; et (3) qu’il entraîne des “inefficacités” sur les marchés du logement. Enfin, j’examine de près les différents types de contrôle des loyers et, plus largement, ceux qui amènent à des coûts de logement élevés, et enle faisant, je déplace l’orientation analytique et politique vers la question urgente de la justice en matière de logement.<hr/>En este artículo exploro la cuestión del control de alquileres: una de las políticas más despreciadas y aún incomprendidas por una variedad de disciplinas y profesiones relacionadas con cuestiones urbanas y de vivienda. La visión hegemónica es que los controles de alquiler - en cualquier forma, y en cualquier contexto - eventualmente perjudicarán a aquellos en cuyo nombre supuestamente se introdujo (personas que luchan por encontrar un lugar asequible para vivir). Yo uso el concepto de agnotología - el estudio de la producción intencional de ignorancia - para demostrar que esta visión está plagada de intereses particulares y se basa en un profundo menosprecio por la regulación y en la veneración de la supuesta «eficiencia» del mercado «libre». Expongo y analizo tres de los mitos prevalentes en el control de la renta: (1) afecta negativamente la calidad de las propiedades alquiladas; (2) afecta negativamente la oferta de vivienda; y (3) conduce a «ineficiencias» en los mercados de la vivienda. Analizo de cerca los diferentes tipos de control de alquileres y, en términos más generales, lo que conduce a altos costos de vivienda; y, al hacerlo, cambio el enfoque analítico y político hacia la cuestión urgente de la justicia de vivienda. <![CDATA[<b>Nova geração de políticas de habitação em Portugal</b>: <b>contradições entre o discurso e as práticas no direito à habitação</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0430-50272020000200006&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O lançamento da iniciativa Nova Geração de Políticas de Habitação (NGPH) representa um momento discursivo governamental inovador na tentativa de resolução dos problemas estruturais que se têm colocado ao avanço do Direito à Habitação no nosso país. Todavia, persistem, em termos operacionais e práticos, inúmeras contradições. A construção do ensaio partirá de postulados ou conceitos já estabelecidos na literatura consultada que nos permita, através de um trabalho lógico de relação de hipóteses explicativas, descontruir algumas daquelas contradições neste texto, nomeadamente: a ofensiva neoliberal escamoteada de descentralização, presente na municipalização das políticas de habitação; as lógicas de financiamento dos instrumentos de actuação que promovem múltiplas engenharias acumuladoras de financeirização, alimentando o nexo Estado-Finanças-Imobiliário e o novo papel do Estado capitalista neoliberal enquanto promotor, gestor e garantidor de habitação, por oposição a um desejável Estado construtor, implementador e executor de habitação e de uma consequente política pública neste sector.<hr/>The launch of the New Generation of Housing Policies (NGPH) initiative represents an innovative government discursive moment in the attempt to solve the structural problems that have been posed to the advancement of Law to housing in our country. However, in operational and practical terms, countless contradictions persist. The construction of the essay will start from postulates or concepts already established in the consulted literature that allows us, through logical work relating explanatory hypothesis, to deconstruct some of those contradictions in this text, namely: the neoliberal offensive concealed from decentralization, present in the municipalization of housing policies; the financing logics of the instruments of action that promote multiple accumulative financialization engineering, feeding the State-Finance-Real Estate nexus and the new role of the neoliberal capitalist State as a promoter, manager and guarantor of housing, as opposed to a desirable state that builds, implements and executes housing and a consequent public policy in this sector. The paper will conclude with an apology for the principles of a true and consequent Public Housing Policy in the path of universal realization of the inalienable and unconditional Right to Housing in national territory.<hr/>Le lancement de l’initiative Nouvelle génération de politiques de logement (NGPH) représente un moment discursif innovateur du gouvernement dans la tentative de résoudre les problèmes structurels qui ont été posés à l’avancement du droit au logement dans notre pays. Cependant, en termes opérationnels et pratiques, d’innombrables contradictions persistent. La construction de l’essai partira de postulats ou de concepts déjà établis dans la littérature consultée qui nous permet, à travers un travail logique d’explication des hypothèses, déconstruir certaines de ces contradictions dans ce texte, à savoir: l’offensive néolibérale cachée la décentralisation, présente dans la municipalisation des politiques de logement; les logiques de financement des instruments d’action qui favorisent l’ingénierie de financiarisation cumulative multiple, alimentant le lien État-Finance-Immobilier et le nouveau rôle de l’État capitaliste néolibéral en tant que promoteur, gestionnaire et garant du logement, par opposition à un état souhaitable qui construit, met en Suvre et exécute le logement et une politique publique conséquente dans ce secteur.<hr/>El lanzamiento de la iniciativa Nueva Generación de Políticas de Vivienda (NGPH) representa un momento discursivo gubernamental innovador en el intento de resolver los problemas estructurales que se han presentado con el avance en el derecho a la vivienda en nuestro país. Sin embargo, en términos operativos y prácticos, persisten innumerables contradicciones. La construcción de este ensayo comenzará a partir de postulados o conceptos ya establecidos en la literatura consultada y esos nos permite, a través de un trabajo lógico de explicación de hipótesis, deconstruir algunas de esas contradicciones en este texto, particularmente: la ofensiva neoliberal oculta de descentralización, presente en la municipalización de las políticas de vivienda; las lógicas de financiación de los instrumentos de actuación que promueven múltiples ingenierías acumuladoras de financiarización, alimentando el nexo Estado-Finanzas-Bienes Raíces y el nuevo papel del Estado capitalista neoliberal como promotor, gestor y garante de la vivienda, en lugar de un Estado deseable que construye, implementa y ejecuta viviendas y de una consecuente política pública en este sector. <![CDATA[<b>Acesso ao mercado de arrendamento em Portugal. um retrato a partir do programa de arrendamento acessível</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0430-50272020000200007&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Com o objectivo de reagir à actual crise no acesso à habitação em Portugal, o governo lançou o Programa de Arrendamento Acessível (PAA), que visa dar resposta às populações de rendimentos intermédios com dificuldades para aceder a habitação em condições de mercado. O programa é acompanhado por um conjunto de dados estatísticos e critérios que permitem monitorizar o mercado de arrendamento e calcular taxas de esforço máximas. O presente artigo parte desses dados e critérios para: 1) quantificar e territorializar o desfasamento entre mercado de arrendamento e rendimento das famílias; e 2) avaliar o impacto que uma adopção generalizada do PAA teria na mitigação desse desfasamento. Para além de apontar limitações na adequação do programa à heterogeneidade dos territórios, as análises permitem perceber que, em grande parte do território, o PAA poderá dar resposta a uma camada relativamente delimitada, mas significativa, da população (cerca de 10%) com rendimentos medianos. Contudo, nas áreas sob maior pressão urbanística, esta camada reduz-se para metade, passando a corresponder às camadas de rendimentos mais elevados. De um modo geral, identifica-se um largo segmento da população que permanece sem resposta. Conclui-se que o PAA pode ser um instrumento útil, mas por si só não permite dar resposta a todo o segmento da população ao qual se destina. O artigo termina com uma reflexão sobre a necessidade e caminhos possíveis para uma política de habitação mais abrangente e capaz de responder aos actuais desafios.<hr/>In response to the current housing crisis, the Portuguese government launched the Affordable Rental Program (ARP), which aims to respond to middle-income populations struggling to access housing under market conditions. The program is accompanied by a set of statistical data and criteria that enables the monitoring of the rental market and the calculation of maximum effort rates. This article uses these data and criteria to 1) quantify and territorialize the gap between the rental market and household income; and 2) assess the impact that a widespread adoption of the ARP would have in mitigating this gap. In addition to pointing out limitations of the adequacy of the program to the heterogeneity of the territories, the analysis shows that, in a large part of the territory, the ARP will be able to respond to a relatively delimited but significant section of the population (about 10%) with average incomes. In areas under greater urban pressure, this number is reduced by half, which corresponds to the percentage of higher income households. In general, a large portion of the population is identified which remains unanswered. It is concluded that the ARP can be a useful tool, but by itself it is not able to respond to the entire segment of the population for which it is intended. The article ends with a reflection on the need and possible paths for a more comprehensive housing policy capable of responding to current challenges.<hr/>Afin de réagir à la crise actuelle d’accès au logement, le gouvernement a lancé le Programme de Location Abordable (PLA), que vise à répondre aux besoins des populations à revenu moyen et qui ont du mal à accéder au logement dans des conditions du marché. Le programme est accompagné d’un ensemble de données statistiques et de critères permettant de suivre le marché locatif et de calculer des taux d’effort maximum. Cet article utilise ces données et critères pour : 1) quantifier et territorialiser l’écart entre le marché locatif et les revenus des ménages; et 2) évaluer l’impact d’une adoption généralisée du PLA sur l’atténuation de cet écart. Les analyses mettent en évidence, non seulement, les limites d’adéquation du programme face à l’hétérogénéité des territoires, comme elles montrent que, sur une grande partie du territoire, le PLA serait en mesure de répondre à une couche de la population à des revenus moyens, relativement délimitée mais importante (environ 10%) Dans les zones soumises à une plus grande pression urbaine, cette couche est réduite à moitié, passant à correspondre aux couches aux revenus les plus élevés. De façon générale, ces analyses prouvent qu’une grande partie de la population reste sans réponse. On conclue que le PLA peut être un outil utile, mais par lui-même, il ne permet pas de répondre à l’ensemble du segment de la population auquel il est destiné. L’article termine par une réflexion sur la nécessité et des pistes possibles pour une politique du logement plus globale et capable de répondre aux défis actuels.<hr/>Con el objetivo de reaccionar a la actual crisis de acceso a la vivienda en Portugal, el gobierno lanzó el “Programa de Arrendamiento Asequible” (PAA), que busca dar respuesta a la población con ingresos intermedios en dificultad para acceder a vivienda en condiciones de mercado. El programa viene acompañado de un conjunto de datos estadísticos y criterios que permiten monitorizar el mercado de alquiler y calcular tasas de esfuerzo máximas. El presente artículo parte de esos datos y criterios para 1) cuantificar y territorializar el desfasamiento entre el mercado de alquiler y los ingresos de las familias; y, 2) evaluar el impacto que una adopción generalizada del PAA tendría en la mitigación de este desfasamiento. Además de apuntar las limitaciones en la adecuación del programa considerando la heterogeneidad de los territorios, los análisis permiten evidenciar que, en gran parte del territorio, el PAA podrá dar respuesta a un segmento relativamente limitado, pero significativo de la población (cerca de 10%) con ingresos medios. Sin embargo, en las áreas bajo mayor presión urbanística, este segmento se reduce a la mitad, pasando a corresponder a los estratos con ingresos más elevados. De manera general, se identifica que un segmento amplio de la población permanece sin respuesta. Se concluye que el PAA puede ser un instrumento útil, pero que por sí solo no permite dar respuesta al segmento de la población a la que se destina. El articulo termina con una reflexión sobre la necesidad y caminos posibles de una política de vivienda más amplia y capaz de responder a los actuales desafíos. <![CDATA[<b>Memória popular</b>: <b>dispositivo de luta pelo direito à habitação. Os casos da comunidade Vila Autódromo (Rio de Janeiro) e bairro 6 de Maio (Amadora)</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0430-50272020000200008&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O presente artigo é resultado da pesquisa-ação realizada durante o pós-doutoramento da autora no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (CES-UC), junto aos movimentos sociais de luta pelo direito à moradia no Rio de Janeiro e em Lisboa. A pesquisa aborda especificamente dois casos: o da comunidade Vila Autódromo, localizada na Zona Oeste do Rio de Janeiro, durante os anos de 2015 e 2016, e o do bairro 6 de Maio, localizado no município da Amadora, na Área Metropolitana de Lisboa, estudado durante 2018 e início de 2019. Os estudos de caso possuem semelhanças: as administrações públicas locais favorecem a indução de processos de valorização do solo articulados à política de despejos e remoções de comunidades periféricas, que consistem em estratégias institucionais de substituição de população para atendimento de interesses do setor imobiliário. Assinala-se que as formas de atuação das administrações municipais utilizam recursos que transcendem esferas jurídicas de negociação e adentram aspectos da vida, definidas aqui como táticas “biopolíticas”. Os desdobramentos dessas estratégias interferem com dimensões comunitárias subjetivas, e, portanto, requerem articulações mais complexas dos movimentos sociais, capazes de responder aos impactos materiais e imateriais causados pela política municipal.<hr/>This article is the result of action research carried out during the author’s post-doctorate at the Centre for Social Studies at the University of Coimbra (CES-UC), together with the social movements fighting for the right to housing in Rio de Janeiro and Lisbon. The research specifically addresses two cases: that of the Vila Autódromo community, located in the West Zone of Rio de Janeiro, during the years 2015 and 2016, and that of the 6 de Maio neighbourhood, in the Lisbon Metropolitan Area, studied during 2018 and early 2019. The case studies have similarities: the local public administrations favour the induction of processes of valorisation of the land articulated to the policy of evictions and removals of peripheral communities, which consist of institutional strategies of population replacement to meet the interests of the real estate sector. It should be noted that the forms of action of municipal administrations use resources that transcend legal spheres of negotiation and enter aspects of life, defined here as “biopolitical” tactics. The consequences of these strategies enter subjective community dimensions, and therefore require more complex articulations from social movements, capable of responding to the material and immaterial impacts caused by the municipal policy.<hr/>Cet article est le résultat de la recherche-action menée lors du post-doctorat de l’auteur au Centre d’études sociales de l’Université de Coimbra, CES-UC, en collaboration avec les mouvements sociaux luttant pour le droit au logement à Rio de Janeiro et à Lisbonne. La recherche porte spécifiquement sur deux cas: celui de la communauté de Vila Autódromo, située dans la zone ouest de Rio de Janeiro, au cours des années 2015 et 2016, et celui du quartier 6 de Maio, municipalité de Amadora, étudié en 2018 et début 2019. Les études de cas présentent des similitudes: les administrations publiques locales favorisent l’induction de processus de valorisation des sols articulés à la politique d’expulsions et de déménagements des collectivités périphériques, qui consistent en des stratégies institutionnelles de remplacement de la population pour répondre aux intérêts du secteur immobilier. Il convient de noter que les formes d’action des administrations municipales utilisent des ressources qui transcendent les sphères juridiques de négociation et entrent dans des aspects de la vie, définis ici comme des tactiques “biopolitiques”. Les conséquences de ces stratégies entrent dans des dimensions communautaires subjectives, et nécessitent donc d’articulations plus complexes des mouvements sociaux, capables de répondre aux impacts matériels et immatériels provoqués par la politique municipale.<hr/>El presente artículo es resultado de una investigación-acción realizada durante el post-doctorado de la autora en el Centro de Estudios Sociales de la Universidad de Coimbra” (CES-UC), junto con los movimientos sociales de lucha por el derecho a la vivienda en Rio de Janeiro y Lisboa. La investigación examina dos casos específicos: la comunidad Vila Autódromo, ubicada en la Zona Oeste de Río de Janeiro, en los años 2015 y 2016, y el barrio 6 de Maio, en el Área Metropolitana de Lisboa, estudiada en 2018 y principios de 2019. Los casos de estudio tienen similitudes: las administraciones públicas locales favorecen la inducción de procesos de valorización del suelo vinculados con la política de desalojos de comunidades periféricas, cuyas prácticas consisten en estrategias institucionales de reemplazo de la población para satisfacer los intereses del sector inmobiliario. Se señala que las formas de actuación de las administraciones municipales hacen uso de recursos que trascienden las esferas jurídicas de negociación y se adentran en aspectos de la vida, definidos aquí como tácticas “biopolíticas”. El desarrollo de estas estrategias entra en dimensiones comunitarias subjetivas y, por lo tanto, requiere de articulaciones más complejas por parte de los movimientos sociales, capaces de responder a los impactos materiales e inmateriales causados por dicha política municipal. <![CDATA[<b>Da crítica do canteiro à autogestão</b>: <b>Sérgio Ferro, Usina e os mutirões autogeridos em São Paulo, Brasil</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0430-50272020000200009&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Conceitos como trabalhador coletivo e crítica do canteiro, desenvolvidos pelo arquiteto e crítico brasileiro Sérgio Ferro, são cruciais para interpretar a prática de coletivos de arquitetos, engenheiros e educadores sociais que irão dar apoio a movimentos de direito à habitação, surgidos na região de São Paulo desde os anos 90. Um desses coletivos, Usina - Centro de Trabalhos para o Ambiente Habitado (Usina CTAH), fundado em 1990, conta hoje com uma vasta experiência de assessoria técnica a movimentos sociais organizados em equipes de trabalho autogeridas, comummente apelidadas de mutirões. Este artigo, propõe-se a analisar a metodologia de trabalho da Usina CTAH, nomeadamente os seus processos de desenho, de decisão e de negociação, à luz dos conceitos lançados por Sérgio Ferro nos anos 70, no sentido de entender a importância da sua obra na redefinição da prática arquitetónica enquanto prática económica, social e política.<hr/>The concepts of collective worker and critique of the building site developed by the Brazilian architect and theorist Sérgio Ferro, are crucial to understand the practice of architectural collectives that started emerging in the 1990s with the purpose of providing technical guidance to right-to-land and right to housing grassroots movements in the region of São Paulo. One of such cases is Usina - Centro de Trabalhos para o Ambiente Habitado (Work Centre for the Inhabited Environment) (Usina CTAH), founded in 1990, gatherer of an extensive experience in technical consultancy to social movements organized as self-managed building teams, usually called mutirões. This paper aims to analyse Usina’s work and methodologies of design, decision and negotiation processes in the light of Sérgio Ferro’s concepts, in order to better understand the importance of his work in terms of redefining architectural practice as a political, social and economic agency.<hr/>Des concepts comme travailleur collectif ou critique du chantier, développés par l’architecte et critique brésilien Sérgio Ferro sont cruciaux pour interpréter la pratique de collectifs d’architectes, d’ingénieurs et d’éducateurs sociaux qui vont soutenir les mouvements de droit au logement qui émergent à São Paulo depuis les années 1990. L’un de ces collectifs, l`Usina - Centro de Trabalhos para o Ambiente Habitado (Centre de Travail pour l’Environnement Habité) (Usina CTAH), fondé en 1990, apporte une vaste expérience dans l’assistance technique aux mouvements sociaux organisés en équipes de travail autogérées, aussi connues par mutirões. Cet article propose une analyse de la méthodologie de travail de l’Usina CTAH, notamment sur ses processus de conception, de décision et de négociation, à la lumiére des concepts de Sérgio Ferro, afin de comprendre l’importance de son Suvre dans la redéfinition de la pratique de l’architecture en tant que pratique économique, sociale et politique.<hr/>Conceptos como trabajador colectivo o crítica de la obra de construcción, desarrollados por el arquitecto y crítico brasileño Sérgio Ferro, son cruciales para interpretar la práctica de colectivos de arquitectos, ingenieros y educadores sociales que van dar asistencia a movimientos de lucha por el derecho a la vivienda que surgen en el estado de São Paulo desde los años 90. Uno de estos colectivos, Usina - Centro de Trabalhos para o Ambiente Habitado (Centro de trabajo para el medio ambiente habitado) (Usina CTAH), fundado en 1990, cuenta hoy con una amplia experiencia de asesoría técnica a movimientos sociales organizados en equipos de trabajo auto-gestionados, comúnmente denominados de mutirões. En este artículo, propongo analizar la metodología de trabajo de Usina CTAH y su proceso de disenõ, de decisión y de negociación a la luz de conceptos introducidos por Sérgio Ferro en los años 70, para entender la importancia de su obra en la re-definición de la práctica arquitectónica como una práctica económica, social y política. <![CDATA[<b>Os sentidos da função social da propriedade na luta por habitação em Curitiba</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0430-50272020000200010&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O “direito à moradia” é previsto na Carta Constitucional como direito social do povo brasileiro. Contudo, como a lei não cria a realidade, compreender as relações de produção do espaço é fundamental para a análise das condições de realização dos direitos. Na ausência ou na limitação de políticas habitacionais e na impossibilidade de acesso à habitação pelo mercado, movimentos sociais de “luta por moradia” promovem ocupações de edificações e terrenos visando garantir o direito à habitação, ao mesmo tempo que problematizam a propriedade privada. A Função Social da Propriedade Urbana, neste contexto, emerge como categoria jurídico-política em disputa no campo das contradições entre a garantia da propriedade e o Direito à Cidade. O objetivo do trabalho foi compreender como a função social é significada nos discursos e práticas desses sujeitos coletivos. Foram analisados o Movimento Nacional de Luta por Moradia (MNLM) e a União por Moradia Popular do Paraná (UMP-PR) em Curitiba, Brasil. Observou-se que os movimentos sociais desdobram a “luta por moradia” em diferentes ações coletivas e discursos heterogêneos na disputa por provimento habitacional e pelo direito à cidade, sendo a função social uma das categorias que emerge notadamente nas mediações entre o Estado e o campo jurídico.<hr/>The “right to housing” is provided for the Constitutional Charter as a social right of the Brazilian people. However, as the law does not create reality, understanding the relations of the space production is fundamental for the analysis of the conditions for realizing rights. In the absence or limitation of housing policies and the impossibility of access to housing by the market, social movements of “struggle for housing” promote occupations of buildings and land in order to guarantee the right to housing, while also problematizing private property. The Social Function of Urban Property, in this context, emerges as a legal-political category in dispute in the field of contradictions between the guarantee of property and the Right to the City. The objective of the work was to understand how the social function is signified in the discourses and practices of these collective subjects. The National Movement for Struggle for Housing (MNLM) and the Union for Popular Housing of Paraná (UMP-PR) in Curitiba, Brazil were analysed. It was observed that social movements unfold the “struggle for housing” in different collective actions and heterogeneous discourses in the dispute for housing provision and for the right to the city, with social function being one of the categories that emerges notably in the mediations between the State and the legal field.<hr/>Le “droit au lodgement” est prévu dans la charte constitutionnelle en tant que droit social du peuple brésilien. Cependant, comme la loi ne crée pas la réalité, la compréhension des relations de production spatiale est fondamentale pour l:analyse des conditions de réalisation des droits. En cas d:absence ou limitation des politiques de logement et d:impossibilité d:accès au logement par le marché, les mouvements sociaux de «lutte pour le logement» favorisent l:occupation d’immeubles et de terrains afin de garantir le droit au logement, tout en problématisant la propriété privée. La fonction sociale de la propriété urbaine, dans ce contexte, apparaît comme une catégorie juridico-politique en litige dans le domaine des contradictions entre la garantie de la propriété et le droit à la ville. L:objectif du travail était de comprendre comment la fonction sociale est signifiée dans les discours et les pratiques de ces sujets collectifs. Le mouvement national pour la lutte pour le logement (MNLM) et l:union pour le logement populaire du Paraná (UMP-PR) à Curitiba, au Brésil, ont été analysés. Il a été observé que les mouvements sociaux déploient la «lutte pour le logement» dans différentes actions collectives et discours hétérogènes dans le différend pour l:offre de logements et pour le droit à la ville, dont la fonction sociale est l:une des catégories qui émerge notamment dans les médiations entre l:État et le domaine juridique.<hr/>El “derecho a la vivienda” está previsto en la Carta Constitucional como un derecho social del pueblo brasileño. Sin embargo, como la ley no crea realidad, comprender las relaciones de producción espacial es esencial para el análisis de las condiciones para la realización de los derechos. En ausencia o en la limitación de las políticas de vivienda y la imposibilidad de acceso a la vivienda por parte del mercado, los movimientos sociales de “lucha por la vivienda” promueven la ocupación de edificios y terrenos para garantizar el derecho a la vivienda, al tiempo que problematizan la propiedad privada. La función social de la propiedad urbana, en este contexto, emerge como una categoría político-legal en disputa en el campo de las contradicciones entre la garantía de la propiedad y el derecho a la ciudad. El objetivo del trabajo fui comprender cómo se representa la función social en los discursos y prácticas de estos sujetos colectivos. Se analizaron el Movimiento Nacional para la Lucha por la Vivienda (MNLM) y la Unión para la Vivienda Popular de Paraná (UMP-PR) en Curitiba, Brasil. Se observó que los movimientos sociales desarrollan la “lucha por la vivienda” en diferentes acciones colectivas y discursos heterogéneos en la disputa por la provisión de vivienda y por el derecho a la ciudad, siendo la función social una de las categorías que emerge notablemente en las mediaciones entre el Estado y el campo legal. <![CDATA[<b>Formas resilientes da tradição na diáspora africana em Lisboa</b>: <b>Kola San Jon e o direito à cidade</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0430-50272020000200011&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O urbano contemporâneo coloca desafios de várias (des)ordens, sendo em si, uma das maiores questões enfrentadas. Focamos o uso coletivo da cidade em contexto neoliberal e nas modalidades e consequências da sua apropriação para a vida social, segundo Lefebvre. Este ensaio incide sobre o Bairro da Cova da Moura e a inscrição, em 2013, da prática performativa cabo-verdiana Kola San Jon, no Inventário Nacional de Património Cultural Imaterial. A análise baseia-se em pesquisa etnográfica realizada entre 2011 e 2018, incidindo sobre o Kola San Jon, simultaneamente como prática cultural que actualiza os processos sociais e como dispositivo identitário estratégico que reivindica a visibilidade da comunidade. Assim, focamos a festividade organizada anualmente na Cova da Moura e a agenda anual de atividades externas, na sua relação com a luta pela valorização do lugar na Área Metropolitana de Lisboa (AML), bem como o próprio processo de patrimonialização do Kola San Jon em Portugal. A reflexão sobre esta prática comprometida com estratégias de ação que geram formas de resistência e afirmação de base identitária, remete-nos para a questão do direito à cidade, na sua qualidade de prática cultural de um lugar que o capitalismo empurra para as margens, mas também enquanto evento lúdico com capacidade de gerar centralidades cidadãs. Kola San Jon faz jus à noção de que habitamos hoje, com crescente intensidade, redes que cruzam um emaranhado de trajetórias mais importantes do que as fronteiras.<hr/>The contemporary urban sphere presents us with challenges of different (dis)orders and is itself one of the main issues to be addressed nowadays. This article deals with the public use of city space in neoliberal times and the modalities and consequences of its appropriation for social life, according to Lefebvre. The essay focuses on the Bairro Cova da Moura and the inscription, in 2013, of the Cape Verdean Kola San Jon in the National Inventory of Intangible Cultural Heritage. The analysis is based on ethnographic research undertaken between 2011 and 2018 and deals with Kola San Jon both as a cultural practice that actualises social processes and as a strategical identity device that reclaims the visibility of the community. We focus on the yearly festival at Cova da Moura and the schedule of activities outside the neighbourhood, considering the struggle for the valorisation of the place in Lisbon Metropolitan Area, as well as the process of recognising Kola as heritage in Portugal. The reflection around a practice committed to strategies of action that generate forms of resistance and identity-based assertion, takes us to the question of the right to the city, both in relation to a place that capitalism pushes to the margins as well as a playful event capable of the generating citizens’ centralities. Kola San Jon calls to the fore the notion that we currently inhabit, with increasing intensity, webs in which tangled trajectories cross each other, in ways that are more important than frontiers.<hr/>L’urbain contemporain pose des défis de divers (dés)ordres, étant un des plus grands problèmes à nos jours. Nous nous concentrons sur le problème de l’usage collectif de la ville dans un contexte néolibéral, sur les modalités et les conséquences de son appropriation pour la vie sociale, selon Lefebvre. Cet essai se concentre sur le Bairro da Cova da Moura et sur l’inscription, en 2013, de la pratique capverdienne Kola San Jon dans l’inventaire National du Patrimoine Culturel Immatériel. L’analyse se base sur des recherches ethnographiques menées entre 2011 et 2018, se concentrant sur le Kola San Jon, à la fois comme une pratique culturelle qui actualise les processus sociaux et comme un dispositif identitaire stratégique qui revendique la visibilité de la communauté. Ainsi, nous nous concentrons sur les festivités annuelles organisées à Cova da Moura et l’agenda annuel des activités externe, dans sa relation avec la lutte pour la valorisation du lieu dans l`Aire Metropolitaine de Lisbonne, ainsi que sur le processus de patrimonialisation de Kola San Jon au Portugal. La réflexion autour de cette pratique dans des stratégies d’action qui génèrent des formes de résistance et d’affirmation de base identitaire, nous amène à la question du droit à la ville, en tant que pratique culturelle dans un lieu que le capitalisme repousse à la marge, mais aussi, comme un événement ludique avec la capacité de générer des centralités citoyennes. Kola San Jon est à la hauteur de l’idée que nous habitons aujourd’hui, avec une intensité croissante, dans des réseaux dans lesquels un enchevêtrement de trajectoires plus important que les frontières se croisent.<hr/>El urbano contemporáneo plantea desafíos de varias (des)órdenes, siendo en sí, una de las grandes cuestiones enfrentadas. Nos centramos aquí en el uso colectivo del espacio de la ciudad en un contexto neoliberal y en las modalidades y consecuencias de su apropiación para la vida social, según Lefebvre. Este ensayo incide sobre el barrio Cova da Moura y la inscripción de la práctica performativa caboverdiana Kola San Jon en el Inventario Nacional del Patrimonio Cultural Inmaterial, en 2013. El análisis se basa en investigación etnográfica realizada entre 2011 y 2018, centrándose en Kola San Jon simultáneamente como una práctica cultural que actualiza los procesos sociales y como un dispositivo identitario estratégico que reivindica visibilidad de la comunidad. Consideramos la festividad anual en Cova da Moura y la agenda anual de actividades fuera de ella, en su relación con la lucha por valorizar el lugar en la Area Metropolitana de Lisboa; así como, el proceso de patrimonialización de Kola San Jon en Portugal. La reflexión en torno a esta práctica, comprometida con estrategias de acción que generan formas de resistencia y afirmación basadas en la identidad, nos remite a la cuestión del derecho a la ciudad, en su cualidad como práctica cultural de un lugar que el capitalismo empuja hacia los márgenes, y también, como un evento lúdico con la capacidad de generar centralidades ciudadanas. Kola San Jon refleja la noción de que vivimos hoy, con una intensidad creciente, de redes en las que se cruza una maraña de trayectorias más importantes que las fronteras. <![CDATA[<b>Rede H</b>: <b>Rede nacional de estudos sobre habitação</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0430-50272020000200012&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O urbano contemporâneo coloca desafios de várias (des)ordens, sendo em si, uma das maiores questões enfrentadas. Focamos o uso coletivo da cidade em contexto neoliberal e nas modalidades e consequências da sua apropriação para a vida social, segundo Lefebvre. Este ensaio incide sobre o Bairro da Cova da Moura e a inscrição, em 2013, da prática performativa cabo-verdiana Kola San Jon, no Inventário Nacional de Património Cultural Imaterial. A análise baseia-se em pesquisa etnográfica realizada entre 2011 e 2018, incidindo sobre o Kola San Jon, simultaneamente como prática cultural que actualiza os processos sociais e como dispositivo identitário estratégico que reivindica a visibilidade da comunidade. Assim, focamos a festividade organizada anualmente na Cova da Moura e a agenda anual de atividades externas, na sua relação com a luta pela valorização do lugar na Área Metropolitana de Lisboa (AML), bem como o próprio processo de patrimonialização do Kola San Jon em Portugal. A reflexão sobre esta prática comprometida com estratégias de ação que geram formas de resistência e afirmação de base identitária, remete-nos para a questão do direito à cidade, na sua qualidade de prática cultural de um lugar que o capitalismo empurra para as margens, mas também enquanto evento lúdico com capacidade de gerar centralidades cidadãs. Kola San Jon faz jus à noção de que habitamos hoje, com crescente intensidade, redes que cruzam um emaranhado de trajetórias mais importantes do que as fronteiras.<hr/>The contemporary urban sphere presents us with challenges of different (dis)orders and is itself one of the main issues to be addressed nowadays. This article deals with the public use of city space in neoliberal times and the modalities and consequences of its appropriation for social life, according to Lefebvre. The essay focuses on the Bairro Cova da Moura and the inscription, in 2013, of the Cape Verdean Kola San Jon in the National Inventory of Intangible Cultural Heritage. The analysis is based on ethnographic research undertaken between 2011 and 2018 and deals with Kola San Jon both as a cultural practice that actualises social processes and as a strategical identity device that reclaims the visibility of the community. We focus on the yearly festival at Cova da Moura and the schedule of activities outside the neighbourhood, considering the struggle for the valorisation of the place in Lisbon Metropolitan Area, as well as the process of recognising Kola as heritage in Portugal. The reflection around a practice committed to strategies of action that generate forms of resistance and identity-based assertion, takes us to the question of the right to the city, both in relation to a place that capitalism pushes to the margins as well as a playful event capable of the generating citizens’ centralities. Kola San Jon calls to the fore the notion that we currently inhabit, with increasing intensity, webs in which tangled trajectories cross each other, in ways that are more important than frontiers.<hr/>L’urbain contemporain pose des défis de divers (dés)ordres, étant un des plus grands problèmes à nos jours. Nous nous concentrons sur le problème de l’usage collectif de la ville dans un contexte néolibéral, sur les modalités et les conséquences de son appropriation pour la vie sociale, selon Lefebvre. Cet essai se concentre sur le Bairro da Cova da Moura et sur l’inscription, en 2013, de la pratique capverdienne Kola San Jon dans l’inventaire National du Patrimoine Culturel Immatériel. L’analyse se base sur des recherches ethnographiques menées entre 2011 et 2018, se concentrant sur le Kola San Jon, à la fois comme une pratique culturelle qui actualise les processus sociaux et comme un dispositif identitaire stratégique qui revendique la visibilité de la communauté. Ainsi, nous nous concentrons sur les festivités annuelles organisées à Cova da Moura et l’agenda annuel des activités externe, dans sa relation avec la lutte pour la valorisation du lieu dans l`Aire Metropolitaine de Lisbonne, ainsi que sur le processus de patrimonialisation de Kola San Jon au Portugal. La réflexion autour de cette pratique dans des stratégies d’action qui génèrent des formes de résistance et d’affirmation de base identitaire, nous amène à la question du droit à la ville, en tant que pratique culturelle dans un lieu que le capitalisme repousse à la marge, mais aussi, comme un événement ludique avec la capacité de générer des centralités citoyennes. Kola San Jon est à la hauteur de l’idée que nous habitons aujourd’hui, avec une intensité croissante, dans des réseaux dans lesquels un enchevêtrement de trajectoires plus important que les frontières se croisent.<hr/>El urbano contemporáneo plantea desafíos de varias (des)órdenes, siendo en sí, una de las grandes cuestiones enfrentadas. Nos centramos aquí en el uso colectivo del espacio de la ciudad en un contexto neoliberal y en las modalidades y consecuencias de su apropiación para la vida social, según Lefebvre. Este ensayo incide sobre el barrio Cova da Moura y la inscripción de la práctica performativa caboverdiana Kola San Jon en el Inventario Nacional del Patrimonio Cultural Inmaterial, en 2013. El análisis se basa en investigación etnográfica realizada entre 2011 y 2018, centrándose en Kola San Jon simultáneamente como una práctica cultural que actualiza los procesos sociales y como un dispositivo identitario estratégico que reivindica visibilidad de la comunidad. Consideramos la festividad anual en Cova da Moura y la agenda anual de actividades fuera de ella, en su relación con la lucha por valorizar el lugar en la Area Metropolitana de Lisboa; así como, el proceso de patrimonialización de Kola San Jon en Portugal. La reflexión en torno a esta práctica, comprometida con estrategias de acción que generan formas de resistencia y afirmación basadas en la identidad, nos remite a la cuestión del derecho a la ciudad, en su cualidad como práctica cultural de un lugar que el capitalismo empuja hacia los márgenes, y también, como un evento lúdico con la capacidad de generar centralidades ciudadanas. Kola San Jon refleja la noción de que vivimos hoy, con una intensidad creciente, de redes en las que se cruza una maraña de trayectorias más importantes que las fronteras. <![CDATA[<b>Henri Lefebvre, a cidade e sociedade urbana</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0430-50272020000200013&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O urbano contemporâneo coloca desafios de várias (des)ordens, sendo em si, uma das maiores questões enfrentadas. Focamos o uso coletivo da cidade em contexto neoliberal e nas modalidades e consequências da sua apropriação para a vida social, segundo Lefebvre. Este ensaio incide sobre o Bairro da Cova da Moura e a inscrição, em 2013, da prática performativa cabo-verdiana Kola San Jon, no Inventário Nacional de Património Cultural Imaterial. A análise baseia-se em pesquisa etnográfica realizada entre 2011 e 2018, incidindo sobre o Kola San Jon, simultaneamente como prática cultural que actualiza os processos sociais e como dispositivo identitário estratégico que reivindica a visibilidade da comunidade. Assim, focamos a festividade organizada anualmente na Cova da Moura e a agenda anual de atividades externas, na sua relação com a luta pela valorização do lugar na Área Metropolitana de Lisboa (AML), bem como o próprio processo de patrimonialização do Kola San Jon em Portugal. A reflexão sobre esta prática comprometida com estratégias de ação que geram formas de resistência e afirmação de base identitária, remete-nos para a questão do direito à cidade, na sua qualidade de prática cultural de um lugar que o capitalismo empurra para as margens, mas também enquanto evento lúdico com capacidade de gerar centralidades cidadãs. Kola San Jon faz jus à noção de que habitamos hoje, com crescente intensidade, redes que cruzam um emaranhado de trajetórias mais importantes do que as fronteiras.<hr/>The contemporary urban sphere presents us with challenges of different (dis)orders and is itself one of the main issues to be addressed nowadays. This article deals with the public use of city space in neoliberal times and the modalities and consequences of its appropriation for social life, according to Lefebvre. The essay focuses on the Bairro Cova da Moura and the inscription, in 2013, of the Cape Verdean Kola San Jon in the National Inventory of Intangible Cultural Heritage. The analysis is based on ethnographic research undertaken between 2011 and 2018 and deals with Kola San Jon both as a cultural practice that actualises social processes and as a strategical identity device that reclaims the visibility of the community. We focus on the yearly festival at Cova da Moura and the schedule of activities outside the neighbourhood, considering the struggle for the valorisation of the place in Lisbon Metropolitan Area, as well as the process of recognising Kola as heritage in Portugal. The reflection around a practice committed to strategies of action that generate forms of resistance and identity-based assertion, takes us to the question of the right to the city, both in relation to a place that capitalism pushes to the margins as well as a playful event capable of the generating citizens’ centralities. Kola San Jon calls to the fore the notion that we currently inhabit, with increasing intensity, webs in which tangled trajectories cross each other, in ways that are more important than frontiers.<hr/>L’urbain contemporain pose des défis de divers (dés)ordres, étant un des plus grands problèmes à nos jours. Nous nous concentrons sur le problème de l’usage collectif de la ville dans un contexte néolibéral, sur les modalités et les conséquences de son appropriation pour la vie sociale, selon Lefebvre. Cet essai se concentre sur le Bairro da Cova da Moura et sur l’inscription, en 2013, de la pratique capverdienne Kola San Jon dans l’inventaire National du Patrimoine Culturel Immatériel. L’analyse se base sur des recherches ethnographiques menées entre 2011 et 2018, se concentrant sur le Kola San Jon, à la fois comme une pratique culturelle qui actualise les processus sociaux et comme un dispositif identitaire stratégique qui revendique la visibilité de la communauté. Ainsi, nous nous concentrons sur les festivités annuelles organisées à Cova da Moura et l’agenda annuel des activités externe, dans sa relation avec la lutte pour la valorisation du lieu dans l`Aire Metropolitaine de Lisbonne, ainsi que sur le processus de patrimonialisation de Kola San Jon au Portugal. La réflexion autour de cette pratique dans des stratégies d’action qui génèrent des formes de résistance et d’affirmation de base identitaire, nous amène à la question du droit à la ville, en tant que pratique culturelle dans un lieu que le capitalisme repousse à la marge, mais aussi, comme un événement ludique avec la capacité de générer des centralités citoyennes. Kola San Jon est à la hauteur de l’idée que nous habitons aujourd’hui, avec une intensité croissante, dans des réseaux dans lesquels un enchevêtrement de trajectoires plus important que les frontières se croisent.<hr/>El urbano contemporáneo plantea desafíos de varias (des)órdenes, siendo en sí, una de las grandes cuestiones enfrentadas. Nos centramos aquí en el uso colectivo del espacio de la ciudad en un contexto neoliberal y en las modalidades y consecuencias de su apropiación para la vida social, según Lefebvre. Este ensayo incide sobre el barrio Cova da Moura y la inscripción de la práctica performativa caboverdiana Kola San Jon en el Inventario Nacional del Patrimonio Cultural Inmaterial, en 2013. El análisis se basa en investigación etnográfica realizada entre 2011 y 2018, centrándose en Kola San Jon simultáneamente como una práctica cultural que actualiza los procesos sociales y como un dispositivo identitario estratégico que reivindica visibilidad de la comunidad. Consideramos la festividad anual en Cova da Moura y la agenda anual de actividades fuera de ella, en su relación con la lucha por valorizar el lugar en la Area Metropolitana de Lisboa; así como, el proceso de patrimonialización de Kola San Jon en Portugal. La reflexión en torno a esta práctica, comprometida con estrategias de acción que generan formas de resistencia y afirmación basadas en la identidad, nos remite a la cuestión del derecho a la ciudad, en su cualidad como práctica cultural de un lugar que el capitalismo empuja hacia los márgenes, y también, como un evento lúdico con la capacidad de generar centralidades ciudadanas. Kola San Jon refleja la noción de que vivimos hoy, con una intensidad creciente, de redes en las que se cruza una maraña de trayectorias más importantes que las fronteras. <![CDATA[<b>Mujeres, casas y ciudades. Más allá del umbral</b>: <b>Zaida Muxí Martínez</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0430-50272020000200014&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O urbano contemporâneo coloca desafios de várias (des)ordens, sendo em si, uma das maiores questões enfrentadas. Focamos o uso coletivo da cidade em contexto neoliberal e nas modalidades e consequências da sua apropriação para a vida social, segundo Lefebvre. Este ensaio incide sobre o Bairro da Cova da Moura e a inscrição, em 2013, da prática performativa cabo-verdiana Kola San Jon, no Inventário Nacional de Património Cultural Imaterial. A análise baseia-se em pesquisa etnográfica realizada entre 2011 e 2018, incidindo sobre o Kola San Jon, simultaneamente como prática cultural que actualiza os processos sociais e como dispositivo identitário estratégico que reivindica a visibilidade da comunidade. Assim, focamos a festividade organizada anualmente na Cova da Moura e a agenda anual de atividades externas, na sua relação com a luta pela valorização do lugar na Área Metropolitana de Lisboa (AML), bem como o próprio processo de patrimonialização do Kola San Jon em Portugal. A reflexão sobre esta prática comprometida com estratégias de ação que geram formas de resistência e afirmação de base identitária, remete-nos para a questão do direito à cidade, na sua qualidade de prática cultural de um lugar que o capitalismo empurra para as margens, mas também enquanto evento lúdico com capacidade de gerar centralidades cidadãs. Kola San Jon faz jus à noção de que habitamos hoje, com crescente intensidade, redes que cruzam um emaranhado de trajetórias mais importantes do que as fronteiras.<hr/>The contemporary urban sphere presents us with challenges of different (dis)orders and is itself one of the main issues to be addressed nowadays. This article deals with the public use of city space in neoliberal times and the modalities and consequences of its appropriation for social life, according to Lefebvre. The essay focuses on the Bairro Cova da Moura and the inscription, in 2013, of the Cape Verdean Kola San Jon in the National Inventory of Intangible Cultural Heritage. The analysis is based on ethnographic research undertaken between 2011 and 2018 and deals with Kola San Jon both as a cultural practice that actualises social processes and as a strategical identity device that reclaims the visibility of the community. We focus on the yearly festival at Cova da Moura and the schedule of activities outside the neighbourhood, considering the struggle for the valorisation of the place in Lisbon Metropolitan Area, as well as the process of recognising Kola as heritage in Portugal. The reflection around a practice committed to strategies of action that generate forms of resistance and identity-based assertion, takes us to the question of the right to the city, both in relation to a place that capitalism pushes to the margins as well as a playful event capable of the generating citizens’ centralities. Kola San Jon calls to the fore the notion that we currently inhabit, with increasing intensity, webs in which tangled trajectories cross each other, in ways that are more important than frontiers.<hr/>L’urbain contemporain pose des défis de divers (dés)ordres, étant un des plus grands problèmes à nos jours. Nous nous concentrons sur le problème de l’usage collectif de la ville dans un contexte néolibéral, sur les modalités et les conséquences de son appropriation pour la vie sociale, selon Lefebvre. Cet essai se concentre sur le Bairro da Cova da Moura et sur l’inscription, en 2013, de la pratique capverdienne Kola San Jon dans l’inventaire National du Patrimoine Culturel Immatériel. L’analyse se base sur des recherches ethnographiques menées entre 2011 et 2018, se concentrant sur le Kola San Jon, à la fois comme une pratique culturelle qui actualise les processus sociaux et comme un dispositif identitaire stratégique qui revendique la visibilité de la communauté. Ainsi, nous nous concentrons sur les festivités annuelles organisées à Cova da Moura et l’agenda annuel des activités externe, dans sa relation avec la lutte pour la valorisation du lieu dans l`Aire Metropolitaine de Lisbonne, ainsi que sur le processus de patrimonialisation de Kola San Jon au Portugal. La réflexion autour de cette pratique dans des stratégies d’action qui génèrent des formes de résistance et d’affirmation de base identitaire, nous amène à la question du droit à la ville, en tant que pratique culturelle dans un lieu que le capitalisme repousse à la marge, mais aussi, comme un événement ludique avec la capacité de générer des centralités citoyennes. Kola San Jon est à la hauteur de l’idée que nous habitons aujourd’hui, avec une intensité croissante, dans des réseaux dans lesquels un enchevêtrement de trajectoires plus important que les frontières se croisent.<hr/>El urbano contemporáneo plantea desafíos de varias (des)órdenes, siendo en sí, una de las grandes cuestiones enfrentadas. Nos centramos aquí en el uso colectivo del espacio de la ciudad en un contexto neoliberal y en las modalidades y consecuencias de su apropiación para la vida social, según Lefebvre. Este ensayo incide sobre el barrio Cova da Moura y la inscripción de la práctica performativa caboverdiana Kola San Jon en el Inventario Nacional del Patrimonio Cultural Inmaterial, en 2013. El análisis se basa en investigación etnográfica realizada entre 2011 y 2018, centrándose en Kola San Jon simultáneamente como una práctica cultural que actualiza los procesos sociales y como un dispositivo identitario estratégico que reivindica visibilidad de la comunidad. Consideramos la festividad anual en Cova da Moura y la agenda anual de actividades fuera de ella, en su relación con la lucha por valorizar el lugar en la Area Metropolitana de Lisboa; así como, el proceso de patrimonialización de Kola San Jon en Portugal. La reflexión en torno a esta práctica, comprometida con estrategias de acción que generan formas de resistencia y afirmación basadas en la identidad, nos remite a la cuestión del derecho a la ciudad, en su cualidad como práctica cultural de un lugar que el capitalismo empuja hacia los márgenes, y también, como un evento lúdico con la capacidad de generar centralidades ciudadanas. Kola San Jon refleja la noción de que vivimos hoy, con una intensidad creciente, de redes en las que se cruza una maraña de trayectorias más importantes que las fronteras. <![CDATA[<b>Em que casa fico? Reflexões acerca do direito à cidade e à habitação em tempo de COVID-19</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0430-50272020000200015&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O urbano contemporâneo coloca desafios de várias (des)ordens, sendo em si, uma das maiores questões enfrentadas. Focamos o uso coletivo da cidade em contexto neoliberal e nas modalidades e consequências da sua apropriação para a vida social, segundo Lefebvre. Este ensaio incide sobre o Bairro da Cova da Moura e a inscrição, em 2013, da prática performativa cabo-verdiana Kola San Jon, no Inventário Nacional de Património Cultural Imaterial. A análise baseia-se em pesquisa etnográfica realizada entre 2011 e 2018, incidindo sobre o Kola San Jon, simultaneamente como prática cultural que actualiza os processos sociais e como dispositivo identitário estratégico que reivindica a visibilidade da comunidade. Assim, focamos a festividade organizada anualmente na Cova da Moura e a agenda anual de atividades externas, na sua relação com a luta pela valorização do lugar na Área Metropolitana de Lisboa (AML), bem como o próprio processo de patrimonialização do Kola San Jon em Portugal. A reflexão sobre esta prática comprometida com estratégias de ação que geram formas de resistência e afirmação de base identitária, remete-nos para a questão do direito à cidade, na sua qualidade de prática cultural de um lugar que o capitalismo empurra para as margens, mas também enquanto evento lúdico com capacidade de gerar centralidades cidadãs. Kola San Jon faz jus à noção de que habitamos hoje, com crescente intensidade, redes que cruzam um emaranhado de trajetórias mais importantes do que as fronteiras.<hr/>The contemporary urban sphere presents us with challenges of different (dis)orders and is itself one of the main issues to be addressed nowadays. This article deals with the public use of city space in neoliberal times and the modalities and consequences of its appropriation for social life, according to Lefebvre. The essay focuses on the Bairro Cova da Moura and the inscription, in 2013, of the Cape Verdean Kola San Jon in the National Inventory of Intangible Cultural Heritage. The analysis is based on ethnographic research undertaken between 2011 and 2018 and deals with Kola San Jon both as a cultural practice that actualises social processes and as a strategical identity device that reclaims the visibility of the community. We focus on the yearly festival at Cova da Moura and the schedule of activities outside the neighbourhood, considering the struggle for the valorisation of the place in Lisbon Metropolitan Area, as well as the process of recognising Kola as heritage in Portugal. The reflection around a practice committed to strategies of action that generate forms of resistance and identity-based assertion, takes us to the question of the right to the city, both in relation to a place that capitalism pushes to the margins as well as a playful event capable of the generating citizens’ centralities. Kola San Jon calls to the fore the notion that we currently inhabit, with increasing intensity, webs in which tangled trajectories cross each other, in ways that are more important than frontiers.<hr/>L’urbain contemporain pose des défis de divers (dés)ordres, étant un des plus grands problèmes à nos jours. Nous nous concentrons sur le problème de l’usage collectif de la ville dans un contexte néolibéral, sur les modalités et les conséquences de son appropriation pour la vie sociale, selon Lefebvre. Cet essai se concentre sur le Bairro da Cova da Moura et sur l’inscription, en 2013, de la pratique capverdienne Kola San Jon dans l’inventaire National du Patrimoine Culturel Immatériel. L’analyse se base sur des recherches ethnographiques menées entre 2011 et 2018, se concentrant sur le Kola San Jon, à la fois comme une pratique culturelle qui actualise les processus sociaux et comme un dispositif identitaire stratégique qui revendique la visibilité de la communauté. Ainsi, nous nous concentrons sur les festivités annuelles organisées à Cova da Moura et l’agenda annuel des activités externe, dans sa relation avec la lutte pour la valorisation du lieu dans l`Aire Metropolitaine de Lisbonne, ainsi que sur le processus de patrimonialisation de Kola San Jon au Portugal. La réflexion autour de cette pratique dans des stratégies d’action qui génèrent des formes de résistance et d’affirmation de base identitaire, nous amène à la question du droit à la ville, en tant que pratique culturelle dans un lieu que le capitalisme repousse à la marge, mais aussi, comme un événement ludique avec la capacité de générer des centralités citoyennes. Kola San Jon est à la hauteur de l’idée que nous habitons aujourd’hui, avec une intensité croissante, dans des réseaux dans lesquels un enchevêtrement de trajectoires plus important que les frontières se croisent.<hr/>El urbano contemporáneo plantea desafíos de varias (des)órdenes, siendo en sí, una de las grandes cuestiones enfrentadas. Nos centramos aquí en el uso colectivo del espacio de la ciudad en un contexto neoliberal y en las modalidades y consecuencias de su apropiación para la vida social, según Lefebvre. Este ensayo incide sobre el barrio Cova da Moura y la inscripción de la práctica performativa caboverdiana Kola San Jon en el Inventario Nacional del Patrimonio Cultural Inmaterial, en 2013. El análisis se basa en investigación etnográfica realizada entre 2011 y 2018, centrándose en Kola San Jon simultáneamente como una práctica cultural que actualiza los procesos sociales y como un dispositivo identitario estratégico que reivindica visibilidad de la comunidad. Consideramos la festividad anual en Cova da Moura y la agenda anual de actividades fuera de ella, en su relación con la lucha por valorizar el lugar en la Area Metropolitana de Lisboa; así como, el proceso de patrimonialización de Kola San Jon en Portugal. La reflexión en torno a esta práctica, comprometida con estrategias de acción que generan formas de resistencia y afirmación basadas en la identidad, nos remite a la cuestión del derecho a la ciudad, en su cualidad como práctica cultural de un lugar que el capitalismo empuja hacia los márgenes, y también, como un evento lúdico con la capacidad de generar centralidades ciudadanas. Kola San Jon refleja la noción de que vivimos hoy, con una intensidad creciente, de redes en las que se cruza una maraña de trayectorias más importantes que las fronteras.