Scielo RSS <![CDATA[Revista Portuguesa de Imunoalergologia]]> http://scielo.pt/rss.php?pid=0871-972120120002&lang=en vol. 20 num. 2 lang. en <![CDATA[SciELO Logo]]> http://scielo.pt/img/en/fbpelogp.gif http://scielo.pt <link>http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-97212012000200001&lng=en&nrm=iso&tlng=en</link> <description/> </item> <item> <title><![CDATA[<b>Drug-induced anaphylaxis</b>: <b>National Survey 2007-2010</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-97212012000200002&lng=en&nrm=iso&tlng=en Introdução: A anafilaxia a fármacos constitui uma situação potencialmente fatal e imprevisível, desconhecendo-se a real prevalência em diferentes grupos populacionais e os factores de risco relacionados.Objectivo: Contribuir para o melhor conhecimento epidemiológico da anafilaxia induzida por fármacos no nosso país. Métodos: Durante um período de 4 anos (Janeiro de 2007 a Dezembro de 2010) foi implementado um sistema de notificação nacional de anafilaxia, focalizado na notificação voluntária por clínicos com diferenciação em patologia imunoalérgica. Foram recebidas e analisadas notificações de anafilaxia a fármacos de 313 doentes. No estudo estatístico foram aplicados testes de distribuição e análise de regressão logística múltipla para obter significância e coeficientes de regressão e efeitos marginais. Resultados: A média de idade foi de 43,8 ±17,4 anos, sendo 8% de idade inferior a 18 anos. A relação género feminino/masculino foi de 2/1. A média de idade do primeiro episódio foi de 39 ±18,2 anos. Nove doentes apresentaram mais que uma causa de anafilaxia, correspondendo a um total de 322 notificações de grupos de fármacos envolvidos. As principais causas da anafilaxia a fármacos foram os anti-inflamatórios não esteróides (AINEs), os antibióticos e os agentes anestésicos, com respectivamente 48%, 36% e 6% dos casos. Outros fármacos implicados foram citostáticos, corticosteróides, inibidores da bomba de protões e meios de contraste iodados, entre outros. Houve predomínio de manifestações mucocutâneas (92%), seguido de respiratórias (81%) e de cardiovasculares (49%). Os doentes com anafilaxia a AINEs apresentaram aumento significativo da associação de manifestações mucocutâneas e respiratórias. Não foram observadas diferenças significativas em idade, género ou antecedentes de atopia entre os diferentes grupos de fármacos envolvidos. As reacções ocorreram em ambiente hospitalar em 45% dos casos. Em 53% nos 15 minutos após a administração do fármaco e 35% motivaram internamento. A recorrência da anafilaxia foi observada em 26% e o risco foi significativamente mais elevado nos casos de anafilaxia a AINEs. Apenas 48% dos doentes receberam tratamento com adrenalina e somente em 9% dos casos foi prescrito dispositivo para auto-administração de adrenalina. Conclusões: Neste estudo os AINEs foram os fármacos mais frequentes e os mais associados a recorrência de anafilaxia. Destaca -se o sub-tratamento com adrenalina e a necessidade de serem tomadas medidas no sentido do tratamento eficaz e da prevenção da recorrência de anafilaxia a fármacos.<hr/>Background: Anaphylaxis to drugs is an unpredictable and potentially fatal adverse drug reaction. The true prevalence in different population groups and the related risk factors are mostly unknown. Objective: To contribute to better understanding the epidemiology of drug-induced anaphylaxis in our country.Methods: During a 4 years period (January 2007 to December 2010) a national notification system for anaphylaxis was implemented, focused on voluntary reporting by physicians with allergy differentiation. In this period the data from 313 patients with drug anaphylaxis have been received and analysed. The statistical analysis included distribution tests and multiple logistic regression analysis to obtain the significance, the regression coefficients and marginal effects.Results: The mean age was 43.8 ± 17.4 years, 8% younger than 18 years old. The ratio female/male was 2/1. The mean age at first episode was 39 ± 18.2 years. Nine patients had more than one cause of drug anaphylaxis, corresponding to a total of 322 reports of different groups of drugs involved. The main culprit drugs were the non -steroidal anti-inflammatory drugs (NSAIDs), antibiotics and anesthetic agents in 48%, 36% and 6% of the cases respectively. Other drugs involved were cytostatics, corticosteroids, proton pump inhibitors and iodinated contrast media, among others. There was a predominance of mucocutaneous symptoms (92%), followed by respiratory (81%) and cardiovascular (49%) symptoms. Patients with NSAIDs anaphylaxis showed a tendency to have co-respiratory and mucocutaneous manifestations. We didn’t find a significant association between age, gender and atopy within the different groups of drugs. Reactions occurred in 53% of cases within 15 minutes after drug administration, 45% of the cases occurred in inpatients and in 35% hospitalization was needed. The recurrence of anaphylaxis was observed in 26% of cases, with an increased risk when NSAIDs were involved. Only 48% of patients were treated with epinephrine and in 9% of cases an epinephrine auto-injector was prescribed.Conclusions: In this study the most frequent culprit drugs were NSAIDs and they were associated with a higher rate of recurrence of anaphylaxis. We stress the under-treatment with epinephrine and the need to achieve a better therapeutic management and prevention of recurrence of anaphylaxis to drugs. <![CDATA[<b>Specific immunotherapy and asthma control</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-97212012000200003&lng=en&nrm=iso&tlng=en Fundamentos: A imunoterapia específica (ITE) associa -se a uma modulação imunológica, podendo permitir, nos asmáticos alérgicos, melhorias clínicas progressivas e mantidas. Objectivo: Avaliar os efeitos da ITE na manutenção do controlo da asma. Material e métodos: Em Março/2007 foi preenchido, na presença do alergologista assistente, um questionário clínico e o Asthma Control Test (ACT) por 252 doentes asmáticos, já seguidos em consulta hospitalar de Alergologia. Em Março/2010 enviámos pelo correio aos 252 doentes um novo questionário clínico e o ACT, comparando -se as respostas entre os doentes tratados com ITE+farmacoterapia e os que receberam apenas farmacoterapia. Resultados: Obtivemos 96 respostas, 29 das quais de asmáticos que tinham recebido pelo menos quatro anos de ITE e 67 sem ITE. Os dois grupos de doentes apresentavam em 2010 uma média de pontuações ACT ligeiramente inferior a 2007 (22,2 versus 22,7 no grupo sob ITE e 20,9 versus 21,2 no grupo sem ITE), mas sem diferenças significativas. Contudo, em 2010, apenas 30% dos doentes que receberam ITE referiram utilizar corticoterapia inalada diária, contra 62% do grupo sem ITE (p<0,01). De forma semelhante, a utilização de corticosteróides sistémicos não ocorreu em nenhum doente do grupo ITE, contra 17% do grupo sem ITE (p=0,03). No grupo ITE também se registou um menor número de idas ao serviço de urgência (1,5 vs. 3,2; p=0,02) e uma menor frequência de diabetes auto -reportada (0 vs. 10%; p=0,03). Apesar de haver um bom nível de controlo da asma em ambos os grupos, salienta-se que cerca de 30% dos doentes dos dois grupos refere algumas limitações à sua vida diária por causa da asma. Conclusões: A maior parte dos doentes sob seguimento especializado mantém, em três anos, bons níveis de controlo da asma. No grupo sob ITE há melhorias adicionais de outros parâmetros, reflectindo a relevante acção imunomoduladora da ITE.<hr/>Background: Specific immunotherapy (SIT) is associated with immunological modulation, therefore being able to induce, in allergic asthmatic patients, progressive and sustained clinical improvements. Objective: Assess SIT efficacy in maintaining asthma control. Material and methods: In March/2007 a clinical questionnaire and the Asthma Control Test (ACT) were fulfilled by 252 asthmatic patients, during their hospital appointment and in the presence of their allergologist. In March/2010 we sent by mail, to the same patients, the ACT and one other clinical questionnaire. We compared their answers and ACT scores between 2007 and 2010 and between patients that had received SIT and those who hadn’t. Results: We obtained 96 answers, 29 from asthmatics who had received at least 4 years of SIT and 67 from non SIT -treated asthmatics. Both groups of patients presented in 2010 a mean ACT score slightly lower than in 2007 (22.2 vs. 22.7 in SIT-treated and 20.9 vs. 21.2 in non SIT -treated) but without significant differences. However, in 2010 only 30% of SIT-treated patients were using daily inhaled steroids versus 62% of the non SIT-treated patients (p<0.01). Conversely, systemic steroids were used in 17% of the non SIT -treated patients and in 0% of the SIT -treated (p=0.03). SIT-treated patients had also lesser recourse to Emergency Room (1.5 vs. 3.2; p=0.02) and a lesser prevalence of self -reported diabetes (0 vs. 10%; p=0.03). Although asthma control was generally good, we highlight the fact that around 30% of patients in both groups state some limitations to their daily lives due to their asthma. Conclusions: Most patients under specialized allergologic follow -up maintain, in 3 years, good levels of asthma control. In the SIT -treated patients we observed additional improvements in other parameters, reflecting relevant immune modulating actions of SIT. <![CDATA[<b>Values of resistin, adiponectin and leptin in overweight patients with asthma</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-97212012000200004&lng=en&nrm=iso&tlng=en Nos últimos anos, tem-se assistido a um aumento da prevalência de asma e obesidade. A asma é uma doença inflamatória crónica das vias aéreas. A obesidade corresponde a um desequilíbrio entre a energia ingerida e a despendida, que resulta em excesso de gordura corporal e em doença. O excesso de peso e a obesidade aumentam o risco de desenvolvimento de asma. Apesar do conhecimento desta associação entre asma e obesidade, os mecanismos subjacentes não estão, ainda, totalmente esclarecidos. O objectivo deste estudo foi avaliar os valores das adipocinas produzidas pelo tecido adiposo - resistina, adiponectina e leptina - em doentes com excesso de peso e com peso normal, com e sem asma. Foram incluídos 28 indivíduos asmáticos com excesso de peso, 26 não asmáticos com excesso de peso e 26 asmáticos com peso normal. Foi calculado o índice de massa corporal, medido o perímetro abdominal, realizados testes cutâneos de alergia por picada e determinada a concentração sérica da resistina, adiponectina e leptina. A comparação dos três grupos revelou que os níveis de leptina são significativamente diferentes, sendo mais elevados nos asmáticos com excesso de peso. A presença de alergia associou -se a valores mais elevados de leptina, mas sem significado estatístico. As concentrações de adiponectina foram mais próximas nos três grupos estudados. A resistina apresentou valores mais elevados nas mulheres com maior diâmetro abdominal. O conjunto de resultados aponta para uma modificação a nível sistémico de adipocinas em asmáticos com excesso de peso, particularmente no sexo feminino, com potencial repercussão na condição respiratória.<hr/>In recent years, there has been an increased prevalence of asthma and obesity. Asthma is a chronic inflammatory disease of the airways. Obesity represents an imbalance between energy intake and the amount of energy expended, resulting in a excess of body fat that can affect health. Epidemiological studies have argued that obesity increases the risk of developing asthma, even for low values of excessive weight. Despite the knowledge of the association between asthma and obesity, the underlying mechanisms are not yet totally understood. The aim of this study was to evaluate the values of the adipokines produced by adipose tissue - resistin, adiponectin and leptin - in overweight and normal weight patients, with and without asthma. In this study, 28 asthmatic overweight, 26 non -asthmatics overweight and 26 asthmatics with normal weight were evaluated. The body mass index, the abdominal circumference, skin prick tests for allergy were performed in all the population, and it was also determined the serum concentration of resistin, adiponectin and leptin. The comparison between the three groups revealed that leptin levels are significantly different, being higher in overweight asthmatics. The presence of allergy was associated with higher levels of leptin, but without statistical significance. The concentrations of adiponectin were very similar among the three groups. The resistin was higher in women with greater abdominal diameter. The results indicate a change at the systemic level of adipokines in overweight patients with asthma, particularly in women with potential impact on respiratory status. <![CDATA[<b>Hereditary angioedema</b>: <b>Experience with icatibant in severe attacks</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-97212012000200005&lng=en&nrm=iso&tlng=en Introdução: O angioedema hereditário (AEH) é uma síndrome clínica caracterizada por episódios recorrentes e transitórios de edema submucoso e/ou subcutâneo. O icatibant é um novo fármaco, antagonista selectivo dos receptores B2 da bradicinina, para o tratamento das crises de AEH. Objectivo: Descrever a experiência do nosso Serviço com a utilização de icatibant no tratamento de crises graves de AEH. Métodos: Análise retrospectiva do processo clínico e entrevista telefónica aos doentes internados que receberam icatibant para tratamento de crises graves de AEH entre Novembro/2009 e Junho/2011. Resultados: Nove doentes (5 mulheres; média de idades: 30,5 anos) receberam icatibant. Sete tinham AEH tipo II. Cinco doentes foram internados por crise de angioedema faringo -laríngeo, um deles com queixas abdominais associadas, dois doentes internados por crise exclusivamente abdominal e dois por crise mucocutânea exuberante da face e/ou da língua. Dois dos doentes tinham antecedentes pessoais de asfixia. A laringoscopia, realizada em sete doentes, revelou edema das vias aéreas superiores em três, com documentação da sua reversão em reavaliação efectuada 6 -24 horas depois. Todos os doentes reportaram alívio sintomático nas primeiras duas horas após administração subcutânea de 30 mg de icatibant. O único efeito secundário, bem tolerado, reportado por 88,9% dos doentes (8/9), foi ligeira dor e/ou sensação de queimadura no local da administração subcutânea (parede abdominal). A média de tempo entre a admissão hospitalar e a administração subcutânea de icatibant foi de 2,44 horas e a mediana de uma hora. Três doentes tinham efectuado no passado terapêutica com concentrado de C1 inibidor para crise de AEH com clínica semelhante, referindo uma percepção subjectiva de início de acção mais precoce do icatibant. Conclusões: Os autores sugerem que a utilização de icatibant no tratamento das crises graves de AEH (faringo -laríngeas, abdominais ou mucocutâneas faciais/linguais exuberantes) é eficaz e segura, apenas associada a reacções adversas locais, ligeiras e bem toleradas.<hr/>Background:Hereditary angioedema (HAE) is a clinical syndrome characterized by recurrent and transient episodes of submucosal and/or subcutaneous edema. Icatibant, a selective bradykinin B2 receptor antagonist is a new drug available for the treatment of HAE attacks. Aim: Description of our department’s experience with icatibant’s use in severe HAE attacks. Methods: Retrospective study of the patients’ files and telephone interview to the patients admitted between November/2009 and June/2011 to whom icatibant has been administered for acute treatment of severe HAE attacks. Results: Nine patients (5 females; mean age: 30.5 years) were treated with icatibant. Seven had HAE type II. Five patients were admitted due to faringo -laringeal attacks, one of them with associated abdominal complaints, 2 due to exclusive abdominal attacks, and 2 due to exuberant mucocutaneous facial and/or lingual attacks. Laryngoscopy was performed in 7 patients, by ENT specialist, revealing upper airway edema in 3, with regression being documented by laringoscopy in a second ENT evaluation 6 -24 hours later. Every patient reported symptomatic relief in the first 2 hours after subcutaneous administration of 30 mg icatibant. The sole adverse effect mentioned by 88,9% of the patients (8/9), being well tolerated, was a mild pain and/or burn sensation at the injection site. The average time between hospital admission and icatibant’s subcutaneous administration was 2.44 hours, with a median of one hour. Three patients had been previously treated with C1 inhibitor concentrate for past HAE attacks with similar symptoms. These patients reported subjective perception of a shorter time to the beginning of action of icatibant. Conclusions: The authors suggest that icatibant use in acute treatment of severe HAE attacks (faringo -laringeal, abdominal and exuberant mucocutaneous facial/lingual attacks) is effective and safe, associated to minor local, well-tolerated adverse reactions. <![CDATA[<b>Anaphylaxis to sunflower seed</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-97212012000200006&lng=en&nrm=iso&tlng=en A sensibilização à semente de girassol (Helianthus annuus) tem sido descrita a proteínas de reserva (albuminas 2S) e a proteínas de transferência de lípidos (LTPs), mas reacções anafilácticas associadas à ingestão são raras. Reportamos o caso de uma mulher de 32 anos, com rinoconjuntivite alérgica e três episódios de anafilaxia minutos após ingestão de semente de girassol. Os primeiros episódios ocorreram após ingestão de sementes secas e o último após ingestão de batatas fritas confeccionadas em óleo de girassol. Realizou testes cutâneos por picada positivos para semente de girassol, com IgE específica de 79 kU/L e ImmunoCAP ISAC® positivo para LTPs (nPru p 3, nArt v 3, rPar j 2). O extracto de semente de girassol inibiu 60% da IgE de ligação a nArt v 3 e a nPru p 3, sem inibição dos outros alergénios identificados. Actualmente em evicção rigorosa de semente de girassol, sendo portadora de dispositivo auto-injector de adrenalina.<hr/>Sunflower seed (Helianthus annuus) sensitization occurs to storage proteins (2S albumins) and to lipid transfer proteins (LTPs), but it rarely induces anaphylaxis. We report the case of a 32 year -old female with allergic rhinoconjunctivitis and three anaphylactic reactions minutes after eating sunflower seed. The first episodes occurred after eating sunflower seeds as a snack, and the last after eating potatoes fried in sunflower oil. Skin prick tests were positive to sunflower seed, specific IgE was 79 kU/L and Immuno-CAP ISAC® revealed sensitization to cross -reactive LTPs (nPru p 3, nArt v 3, rPar j 2). Sunflower seed extract inhibited (60%) IgE binding to nArt v 3 and nPru p 3, with no inhibition to the other allergens identified. Epinephrine autoinjector device was prescribedand strict avoidance of sunflower seed and foods cooked in sunflower oil was advised.