Scielo RSS <![CDATA[Etnográfica]]> http://scielo.pt/rss.php?pid=0873-656120230003&lang=en vol. 27 num. 3 lang. en <![CDATA[SciELO Logo]]> http://scielo.pt/img/en/fbpelogp.gif http://scielo.pt <![CDATA[Agora]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65612023000300577&lng=en&nrm=iso&tlng=en <![CDATA[Seeing like a <em>routier: routiers</em>’ borderscapes between Southern Europe and West Africa]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65612023000300583&lng=en&nrm=iso&tlng=en Abstract Routier is the self-designation employed by Senegalese men driving decades-old vehicles overloaded with mostly second-hand items from Southern Europe to be sold in West Africa. This activity involves navigating a constellation of overlapping politico-administrative, socio-economic, cultural and geographical borders. Building on the concept of borderscapes, whose plasticity and aesthetic qualities allows us to interrogate diverse border universes, this essay visually explores routiers border(ing) enactments and contingent meanings. By seeing like a routier, the piece seeks to feed an on-going debate not only on how to depict borders writ large but also on how certain groups of people embody, see and are seen by contemporary borders.<hr/>Resumo Routier é como se autodenominam os indivíduos senegaleses que conduzem veículos com várias décadas de idade, do Sul da Europa para a África Ocidental. Os veículos viajam sobrecarregados com artigos de vária ordem, na sua maioria usados, que são vendidos, trocados e entregues ao longo do caminho. Esta atividade depende da navegação de uma constelação de fronteiras político-administrativas, socioeconómicas, culturais e geográficas, que se sobrepõem frequentemente. Partindo do conceito de borderscapes, cuja plasticidade e qualidades estéticas permitem interrogar diversos universos fronteiriços, este ensaio explora visualmente as representações e os significados das fronteiras para os routiers. Ao propor “ver como” um routier, interrogam-se as representações de uma multiplicidade de fronteiras, mas também sobre o modo como certos grupos de pessoas encarnam, veem e são vistos pelas fronteiras contemporâneas. <![CDATA[Time to fix: repair heuristics in Estonia and Portugal]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65612023000300601&lng=en&nrm=iso&tlng=en Abstract This paper discusses the relevance of repair actions for the maintenance of social bonds, suggesting that these interventions have heuristic possibilities to address the crises of our time. The general argument points to important questions, such as the distinction between caretaking, endurance and resilience. Building on a literature review and ten years of fieldwork in two different locations (Estonia and Portugal), it develops an argument for post-brokenness and repair as a heuristic of the contemporary social condition. The different examples here included show the complex temporality of fixing interventions as well as the urge to understanding contextual nuances of socio-material in/stability and damage. A multi-sited attention to fixing interventions allows us to comprehend the processes and conditions under which certain things acquire socio-material stability against the grain. In this sense, repair work is presented as socially and politically-loaded by putting things to some order, activating other kinds of relations and holding together different dimensions of care.<hr/>Resumen Este artículo analiza la relevancia de las acciones de reparación para el mantenimiento de los vínculos sociales y sugiere que estas intervenciones tienen posibilidades heurísticas para abordar las crisis de nuestro tiempo. El argumento general apunta a cuestiones importantes, como la distinción entre cuidado, resistencia y resiliencia. A partir de una revisión de la literatura sobre reparación y diez años de trabajo de campo en Estonia y Portugal, el artículo propone la noción de post-rotura y de reparación como intervenciones necesarias en la condición socio-ecológica contemporánea. Los diferentes ejemplos aquí incluidos muestran la compleja temporalidad de las intervenciones reparadoras, así como la necesidad de comprender los matices contextuales de la inestabilidad sociomaterial. Una atención empírica de las intervenciones reparadoras nos permite comprender los procesos y condiciones bajo los cuales ciertas cosas adquieren estabilidad sociomaterial incluso en circunstancias de precariedad. En este sentido, el trabajo de reparación adquiere un valor simbólico al poner las cosas en orden, activar otros tipos de relaciones, y practicar diferentes dimensiones del cuidado. <![CDATA[There is a life before activism: embodied emotions during the childhood and youth of activists related to gender, racism, and climate change matters in Portugal]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65612023000300619&lng=en&nrm=iso&tlng=en Abstract What is the influence of early life trajectories, filled with experiences, encounters and emotions, on young to-be activists? Based on qualitative research done for the project “ArtCitizenship - youth and the arts of citizenship: creative practices, participatory culture and activism” (2019-2022), this article looks into individual trajectories, during childhood and youth, of 30 activists in Portugal. The collected data presents a set of “before activism” categories that reveal the importance of including early-life experiences to better understand future involvement with activism and social movements. One is not born an activist, actions for a given cause are a response to cumulative interactions and emotions felt from very early years. It shows how bodily-inscribed are the personal experiences and how, more than an interest in activism, there can be a physical and emotional urge for it.<hr/>Resumo Partindo das trajetórias pessoais nas primeiras duas décadas de vida, repletas de experiências, encontros e emoções, quais as suas influências nos jovens ativistas em devir? Com base na investigação qualitativa realizada para o projeto “ArtCitizenship - juventude e as artes da cidadania: práticas criativas, cultura participativa e ativismo” (2019-2022), este artigo analisa as trajetórias durante a infância e a adolescência de 30 ativistas em Portugal. Emergem um conjunto de categorias “before activism”, que revelam a importância de incluir as primeiras experiências individuais e coletivas como pilares estruturantes do envolvimento futuro no ativismo e em movimentos sociais. Não se nasce ativista, as ações por uma determinada causa resultam de reações a interações e a emoções vividas desde a infância. Mais do que um interesse pessoal pelo ativismo, este pode resultar de uma urgência física e emocional. <![CDATA[The pathways of fresh fish in artisanal fishing: a paradoxical maritime dimension]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65612023000300639&lng=en&nrm=iso&tlng=en Resumo Actualmente, o pescado fresco marítimo assume um papel muito particular como marcador identitário no contexto dos sistemas alimentares dos núcleos piscatórios. Dada a relação, continuamente reiterada pelo discurso público, entre os benefícios do seu consumo e o paradigma da frescura, encontramos aqui uma paradoxal intersecção com o renovado movimento de redescoberta de Portugal como nação oceânica. Numa perspetiva holística, ecológica e cultural propomos aqui revelar alguns momentos da transfiguração do tão publicitado “melhor peixe do mundo” ao longo de um intrincado percurso, desde que é capturado no mar até à sua apresentação como produto artesanal de origem local. Esse amplamente reproduzido passe de magia: “do mar, diretamente para a sua mesa!”<hr/>Abstract Nowadays fresh sea fish plays a very particular role as an identity marker in the context of the food systems of fishing communities. Given the relationship, continually reiterated by public discourse, between the benefits of its consumption and the paradigm of freshness, we find here a paradoxical intersection with the renewed movement to rediscover Portugal as an oceanic nation. From a holistic, ecological and cultural perspective, we propose here to reveal some moments of the transfiguration of the much-publicized “best fish in the world” along an intricate pathway, from its capture at sea to its presentation as an artisanal product of local origin. That widely reproduced magic motto: “From the sea, straight to your table!” <![CDATA[El sendero industrial del almidón nativo en Argentina: elecciones técnicas en una cooperativa de productores]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65612023000300661&lng=en&nrm=iso&tlng=en Resumen El almidón de mandioca (Manihot esculenta, Cranz) se obtiene actualmente en Argentina mediante técnicas industriales de tratamiento de las raíces. Con ellas se produce la fécula conocida comercialmente como “nativa”, ya que se utilizaba para alimentación humana en América desde tiempos previos a la colonización europea. A diferencia de otros países de Latinoamérica donde la mandioca se ha patrimonializado a partir de la gastronomía de tradición indígena, en Argentina este cultivo ha seguido casi exclusivamente un sendero industrial modernizador, donde los pequeños productores descendientes de colonos europeos juegan un lugar protagónico. Mediante un trabajo etnográfico con una cooperativa de productores/as que elabora almidones, analizo algunas elecciones técnicas que realizaron los cooperativistas, resolviendo los problemas más importantes que emergieron transitando este sendero industrial en las últimas tres décadas, mediante comunidades de práctica articuladas dentro de las almidoneras.<hr/>Resumo O amido de mandioca (Manihot esculenta, Cranz) é obtido atualmente na Argentina por meio de técnicas de tratamento industrial de raízes. Com eles é produzido o amido conhecido comercialmente como “nativo”, por ser utilizado para consumo humano na América desde tempos anteriores à colonização europeia. Ao contrário de outros países latino-americanos onde a mandioca se tornou patrimônio da gastronomia de tradição indígena, na Argentina esta cultura seguiu quase exclusivamente um caminho industrial modernizador, onde pequenos produtores descendentes de colonos europeus desempenham um papel protagonista. Através de um trabalho etnográfico com uma cooperativa de produtores que fabrica amidos, analiso algumas escolhas técnicas feitas pelas cooperativas, resolvendo os problemas mais importantes que surgiram ao longo deste percurso industrial nas últimas três décadas, através de comunidades articuladas de prática dentro das fecularias. <![CDATA[Temporalidad de la cooperación comunitaria transnacional: impactos en la gobernanza comunitaria]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65612023000300691&lng=en&nrm=iso&tlng=en Resumen En este texto discute la temporalidad de las relaciones entre los de migrantes y sus comunidades de origen. Basado en información de experiencias observadas en localidades de la microrregión Zoogocho en la región de la Sierra Norte de Oaxaca, México, se documentan los problemas que enfrenta la manutención de la gobernanza comunitaria a consecuencia del debilitamiento o desaparición de los apoyos sociales de los migrantes y de la disminución y envejecimiento de su población ocasionada por el proceso migratorio. El examen de estas relaciones permite poner de relieve la contingencia de aquellas relaciones que hasta hace poco hacían posibles acciones políticas transnacionales que han distinguido a las organizaciones de migrantes oaxaqueños.<hr/>Resumo Neste texto fala-se da temporalidade das relações entre os migrantes e as suas comunidades de origem. Com base em informações de experiências observadas em localidades da microrregião Zoogocho na região da Sierra Norte de Oaxaca, no México, documentam-se os problemas enfrentados pela manutenção da governação comunitária em resultado do enfraquecimento ou desaparecimento dos apoios sociais dos migrantes e da diminuição e envelhecimento da sua população causados pelo processo de migração. O exame destas relações permite destacar a contingência das relações que até há pouco tempo tornaram possíveis ações políticas transnacionais que têm distinguido as organizações migrantes oaxaquenhas. <![CDATA[A regime of terror for the Kaiowá indigenous people in contemporary Brazil (or analytic subjectivity and the comprehension of violence)]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65612023000300715&lng=en&nrm=iso&tlng=en Resumo O foco do presente artigo é um regime que analiso como de terror, estabelecido para gerenciamento de relações no Brasil contemporâneo, envolvendo fundamentalmente comunidades indígenas kaiowá, no estado de Mato Grosso do Sul. Tem como base dois eixos, interrelacionados: por um lado, a consideração das condições de possibilidade deste regime, assim como o processo de desenvolvimento de seu modus operandi; por outro, o percurso metodológico que passa por estabelecer como questão antropológica a subjetividade do(a) analista na compreensão dos atos de violência que dão substrato a tal regime. Para isto, contemplo material tanto de manifestações indígenas quanto de outros agentes, incluindo minha própria percepção dos fatos, como antropóloga partícipe ativa no campo dos acontecimentos.<hr/>Abstract The focus of the present article is a regime that I analyze as one of terror, established for the management of relations in contemporary Brazil, fundamentally involving kaiowá indigenous communities in the state of Mato Grosso do Sul. It is based on two interrelated axes: on the one hand, the consideration of the conditions of possibility of this regime, as well as the development process of its modus operandi. On the other, the methodological path which involves establishing as an anthropological issue the subjectivity of the analyst in understanding the acts of violence that provide the basis for such a regime. To this end, I contemplate indigenous manifestations and those of other agents, including my own perception of the facts, as an active participant anthropologist in the field of events. <![CDATA[Drifting as methodological (pre)disposition: ethnographic immersion and ontological engagement in a catholic spiritual practice]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65612023000300739&lng=en&nrm=iso&tlng=en Resumo Entendida la etnografía como situación metodológica privilegiada en la producción de conocimiento antropológico, este texto reflexiona desde la propuesta de intervención metodológica de Holbraad y Pedersen, en diálogo con la fenomenología y la antropología de la corporalidad. Desde estos referentes, se ponen en cuestión los modos de aproximarnos a las experiencias religioso-espirituales, con una crítica al ateísmo y al agnosticismo metodológico. Como alternativa, y partiendo de autoras que defienden un modelo de etnografía fenomenológica, encarnada, que asume los mismos riesgos ontológicos que aquellos con quienes participamos, expongo mis reflexiones desde una inmersión radical en una práctica católica (de espiritualidad ignaciana). El abandono o deriva, entendida como (pre)disposición a perderse, se torna clave en este modelo de experimentación que pretende desbordar y jugar con los límites de las etnografías posibles.<hr/>Abstract Understanding ethnography as a privileged methodological situation in the production of anthropological knowledge, this paper reflects on Holbraad and Pedersen’s proposal for methodological intervention, in dialogue with phenomenology and the anthropology of embodiment. From these referents, the ways of approaching religious-spiritual experiences are questioned, with a critique of atheism and methodological agnosticism. As an alternative, and starting from authors who defend a phenomenological, embodied model of ethnography, which assumes the same ontological risks as those with whom we participate, I present my reflections from a radical immersion in a Catholic practice (of Ignatian spirituality). Surrender or drift, understood as (pre)disposition to “get lose”, becomes a critical issue in this model of experimentation that tries to overflow and play with the limits of possible ethnographies. <![CDATA[Shared vulnerabilities: from corporate groups to spiritual-functionalism among the Saamaka of Suriname]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65612023000300761&lng=en&nrm=iso&tlng=en Resumo Os afro-amazônicos saamaka, do Suriname, falam sobre diversos modos de agência dos mortos. Dentre elas, os kunu, espíritos vingativos que operam matrilateralmente; e os neseki, padrinhos espirituais que amiúde operam patrilateralmente. De certo modo, ambos podem aproximar pessoas que compartilham vulnerabilidades: ser vítima potencial dos mesmos kunu é o que faz das pessoas membros de suas matrilinhagens; possuir o mesmo neseki significa ser afetado pelos mesmos tabus alimentares. Estar sujeito aos mesmos perigos ajuda a criar, por contraefetuação, relações de proteção mútua, que podem ou não gerar algo como grupos sociais. Uma teoria saamaka da corporalidade e da corporação, poderia ser, assim, chamada de espiritual-funcionalista. Afinal, suas ideias ressoam ironicamente com conceitos da antropologia clássica (grupos corporados, filiação complementar), mas vão na contramão das teorias funcionalistas, ao dar mais peso à agência dos mortos do que a estruturas sociais.<hr/>Abstract The saamaka Mmroons of Suriname speak of many modes of agency of the dead. Among them, the kunu, avenging spirits which act matrilaterally, and the neseki, spiritual godparents which often act patrilaterally. In a way, both are able to connect people through their shared vulnerabilities - being potential victims of the same kunu makes people belong to their matrilineages; having the same neseki means having the same food taboos. Being exposed to the same dangers helps to counter-actualise relations of mutual protection, which may or may not create something like social groups. A saamaka theory of corporeality and corporation may thus be described as a kind of spiritual-functionalism, as their ideas ironically resonate with concepts central to classic anthropology (such as corporate groups and complementary filiation). However, different from functionalist theories, here spirits are deemed much more relevant than the agency of social structures. <![CDATA[Three women, one people: akuntsú stories]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65612023000300783&lng=en&nrm=iso&tlng=en Resumo O presente artigo aborda trajetórias de três mulheres indígenas, sobreviventes do grupo akuntsú (tupi, tuparí). Apresentamos uma abordagem histórica sobre o território tradicional do povo, localizado entre os rios Caubá e Trincheira - tributários da margem direita do rio Corumbiara, afluente da margem direita do rio Guaporé, na Amazônia brasileira -, com destaque para os processos de ocupação empenhados por levas migratórias de não indígenas em diferentes contextos ao longo do século XX. Posteriormente, desdobramos as trajetórias de Pugapia, Aiga e Babawro, que atualmente vivem na Terra Indígena Rio Omerê, no estado de Rondônia, Brasil. É nesse território que expressam seus conhecimentos na construção de materialidades, nas práticas alimentares e nas experiências contemporâneas do cuidar. Entretanto, levam consigo narrativas de perseguições e de violências contra seu povo.<hr/>Abstract This article addresses the history of three indigenous women, survivors of the Akuntsú people (Tupían). We present the historical background of their traditional territory, which was located between the Caubá and Trincheira rivers - tributaries of the Corumbiara river, a tributary of the Guaporé river, in Amazonia -, highlighting the intensive settlements that followed migratory waves of non-indigenous groups in different contexts throughout the 20thcentury. Subsequently, we unfold Pugapia, Aiga, and Babawro’s pathways, who, currently, live on the banks of the Omerê river, in the Rio Omerê Indigenous Territory, Rondônia, Brazil. There, they have been expressing their knowledge in the manufacture of materialities, in food practices, and in contemporary care experiences. However, as described in this article, they carry with them narratives of persecutions and violence against their people. <![CDATA[Usos discursivos emergentes y prácticas comunicativas digitales entre los chanés]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65612023000300803&lng=en&nrm=iso&tlng=en Resumén El surgimiento de las nuevas tecnologías masivas de la información y la comunicación ha dado origen a nuevos espacios discursivos, y las lenguas indígenas de Sudamérica no han quedado al margen de estos procesos. El propósito de este trabajo es realizar una revisión preliminar acerca de los usos discursivos que los chanés del noroeste argentino hacen de su lengua y del castellano valiéndose de estos nuevos espacios comunicativos, poniendo especial énfasis en la utilización contemporánea de las redes sociales. La relación entre lengua y estos modos de comunicación es compleja dado que la naturaleza mediada de estos intercambios plantea la posibilidad de interactuar con un interlocutor que está físicamente ausente. Además, pretendemos abordar los modos en los que esos espacios discursivos se consolidan en la actualidad como un vector de comunicación relevante, tomando como ejemplo la creación y circulación de información sobre la prevención de la Covid-19 bilingüe en guaraní chaqueño y castellano.<hr/>Resumo A emergência das novas tecnologias de informação e comunicação de massa deu origem a novos espaços discursivos, e as línguas indígenas da América do Sul não foram deixadas de fora destes processos. O objetivo deste artigo é realizar uma revisão preliminar dos usos discursivos que os chanés do noroeste da Argentina fazem da sua língua e do espanhol nestes novos espaços comunicativos, com especial ênfase no uso contemporâneo das redes sociais. A relação entre a língua e estes modos de comunicação é complexa uma vez que a natureza mediada destes intercâmbios abre a possibilidade de interagir com um interlocutor que está fisicamente ausente. Além disso, pretendo abordar as formas como estes espaços discursivos se consolidam como um vetor de comunicação relevante, tomando como exemplo a criação e circulação de informação sobre a prevenção da Covid-19 bilingue em guarani chaquenho e espanhol. <![CDATA[O “segredo invisível” da amizade: cinco cartas de Ernesto Veiga de Oliveira para Jorge Dias (1961)]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65612023000300827&lng=en&nrm=iso&tlng=en Resumén El surgimiento de las nuevas tecnologías masivas de la información y la comunicación ha dado origen a nuevos espacios discursivos, y las lenguas indígenas de Sudamérica no han quedado al margen de estos procesos. El propósito de este trabajo es realizar una revisión preliminar acerca de los usos discursivos que los chanés del noroeste argentino hacen de su lengua y del castellano valiéndose de estos nuevos espacios comunicativos, poniendo especial énfasis en la utilización contemporánea de las redes sociales. La relación entre lengua y estos modos de comunicación es compleja dado que la naturaleza mediada de estos intercambios plantea la posibilidad de interactuar con un interlocutor que está físicamente ausente. Además, pretendemos abordar los modos en los que esos espacios discursivos se consolidan en la actualidad como un vector de comunicación relevante, tomando como ejemplo la creación y circulación de información sobre la prevención de la Covid-19 bilingüe en guaraní chaqueño y castellano.<hr/>Resumo A emergência das novas tecnologias de informação e comunicação de massa deu origem a novos espaços discursivos, e as línguas indígenas da América do Sul não foram deixadas de fora destes processos. O objetivo deste artigo é realizar uma revisão preliminar dos usos discursivos que os chanés do noroeste da Argentina fazem da sua língua e do espanhol nestes novos espaços comunicativos, com especial ênfase no uso contemporâneo das redes sociais. A relação entre a língua e estes modos de comunicação é complexa uma vez que a natureza mediada destes intercâmbios abre a possibilidade de interagir com um interlocutor que está fisicamente ausente. Além disso, pretendo abordar as formas como estes espaços discursivos se consolidam como um vetor de comunicação relevante, tomando como exemplo a criação e circulação de informação sobre a prevenção da Covid-19 bilingue em guarani chaquenho e espanhol. <![CDATA[An anthropological perspetive on biodiverse forests: resurgences of ruined landscapes by eucalyptus monoculture]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65612023000300851&lng=en&nrm=iso&tlng=en Resumo A diversidade tem sido tratada por várias áreas do conhecimento. Cabe à antropologia oferecer perspetivas descentradas sobre a sua existência histórica. Neste artigo mobilizo conhecimento etnográfico de contextos que conheço por experiência de trabalho de campo - indígenas na mata atlântica do sul da Bahia e os fataluku da região sociocultural do sudeste asiático (Timor-Leste) - para reforçar historicidades de vivência da paisagem que resultam em biodiversidade. Mostro a relevância de relacionalidades para a emergência dessa biodiversidade, em consonância com os estudos sobre florestas antropogénicas. Com essa perspetiva, enveredo por uma reflexão crítica sobre o território de eucaliptais em Portugal, mostrando a inviabilidade da monocultura de árvores - a reprodução do similar no solo - como floresta. Reequaciono assim os debates públicos sobre floresta (e incêndios rurais), argumentando que ressurgências de biodiversidade não brotam dessa simplificação ecológica.<hr/>Abstract Diversity has been addressed by several areas of knowledge. However, anthropology is responsible for offering decentered perspectives on its historical existence. In this article I mobilize ethnographic knowledge from contexts that I know through fieldwork experience - indigenous people in the Atlantic Forest of southern Bahia and the fataluku, integrating the Southeast Asia region (Timor-Leste) - to reinforce historicities of experience of the landscape that result in biodiverse landscapes. I show the relevance of relationalities for the emergence of this biodiversity, in line with studies on anthropogenic forests. This perspective feeds a critical reflection on the eucalyptus territory in Portugal, showing the unviability of monoculture trees - the reproduction of the similar in the soil - as synonymous with forest. I consequently address critically the public debates on forest (and wildfires) in Portugal that consider forest to be the intensive cultivation of trees in monoculture, arguing that resurgences of biodiversity will have to result from decompositions of diverse relationalities.