Scielo RSS <![CDATA[Etnográfica]]> http://scielo.pt/rss.php?pid=0873-656120140002&lang=es vol. 18 num. 2 lang. es <![CDATA[SciELO Logo]]> http://scielo.pt/img/en/fbpelogp.gif http://scielo.pt <![CDATA[<b>Introduction</b>: <b>anthropology and the neoliberal agenda</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65612014000200001&lng=es&nrm=iso&tlng=es This short introduction contextualises the three contributions to this special section. Globally, anthropologists are feeling the effects of the neoliberal restructuring of the university. Here we examine the new pressures on anthropological research, to transcend the boundaries of the discipline in particular ways - through forms of interdisciplinarity and/or a focus on the societal or economic impact of research.<hr/>Esta breve introdução contextualiza os três artigos que compõem o dossiê. Os antropólogos estão a sentir, de uma forma geral, os efeitos da restruturação neoliberal da universidade. Analisamos aqui como a investigação em antropologia está a ser sujeita a novas pressões para que transcenda as fronteiras da disciplina de determinadas maneiras - através de certas modalidades de interdisciplinaridade e/ou de uma especial atenção ao impacto da investigação sobre a sociedade e a economia. <![CDATA[<b>The impact of impact</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65612014000200002&lng=es&nrm=iso&tlng=es This paper explores ways in which the new preoccupation with “impact” - understood as “influence” beyond the academy - formalised in the 2014 Research Excellence Framework (REF) in UK universities reshapes the working conditions and practices in which contemporary anthropology and sociology are produced and, ultimately, what these disciplines are able to be. It suggests that impact, in concert with broader changes in, what we might think of as, the “metricization” of higher education, reshapes the relationship between universities and government bringing new cultures of precarity to these disciplines. This paper ruminates on how impact - a new addition to the metric assemblages that now dominate universities - shapes the kinds of research we can do, as well as the conditions in which we do it. It notes the deepening competition, the narrowing of disciplines, and the emphasis on the visibility and performance of intellectual labour.<hr/>O artigo centra-se nos modos como a nova preocupação com o “impacto” - entendido como “influência” fora da academia -, formalizada no sistema de avaliação do ensino superior do Reino Unido (2014 Research Excellence Framework - REF), transforma a produção da sociologia e da antropologia contemporâneas quanto às condições e práticas de trabalho e, em última instância, aquilo que estas disciplinas podem ser. Os autores sugerem que o impacto, acompanhando mudanças mais vastas no que pode ser concebido como a “metricização” do ensino superior, altera a relação entre as universidades e as entidades governamentais, trazendo a estas disciplinas novas culturas de precariedade. No artigo discute-se como o impacto, que agora se junta às elaborações métricas que dominam as universidades, molda os tipos de investigação que podemos fazer, bem como as condições em que a fazemos. Nota-se o aumento da competição, o estreitamento das disciplinas e a ênfase na visibilidade e desempenho do trabalho intelectual. <![CDATA[<b>Working the boundaries</b>: <b>anthropology and multidisciplinarity in Canada</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65612014000200003&lng=es&nrm=iso&tlng=es The pronounced governmental and administrative endorsement in Canada of interdisciplinary and collaborative research raises questions about the purposes and impacts of these approaches upon a discipline such as anthropology. Although Canadian anthropology has a lengthy history of involvement in extradisciplinary undertakings, the conditions that have enabled such voluntary collaborations are being rapidly replaced by a quite different set of arrangements and prescriptions. This paper examines the implications of working within and across disciplinary boundaries in contemporary Canadian anthropology, making particular reference to the field of Aboriginal studies and to the study of sport and childhood. It is argued that the most effective means to defend anthropology against the marginalization threatened by current developments is to rigorously distinguish multi- from inter-disciplinarity and to embrace the former as a means that both permits and requires continuing articulation of anthropology’s distinctive practices and objectives.<hr/>A interdisciplinaridade e a investigação colaborativa são fortemente valorizadas pelas entidades governamentais e administrativas no Canadá, o que levanta questões sobre os objetivos e efeitos de tais opções numa disciplina como a antropologia. Embora a antropologia canadiana tenha uma longa história de envolvimento em ações extradisciplinares, as condições que permitiram essas colaborações voluntárias estão a ser rapidamente substituídas por um conjunto bem diferente de normas e orientações. O artigo analisa as implicações do trabalho no interior das fronteiras disciplinares e para além delas na antropologia canadiana contemporânea, com referência especialmente aos campos dos estudos aborígenes e dos estudos sobre desporto e infância. O autor defende que a maneira mais eficaz de defender a antropologia contra o risco de marginalização ditado pela situação atual será distinguir rigorosamente a multidisciplinaridade da interdisciplinaridade e apostar na primeira, como meio que simultaneamente permite e requer a continuidade da articulação das práticas e objetivos próprios da antropologia. <![CDATA[<b>Anthropologists behaving badly? Impact and the politics of evaluation in an era of accountability</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65612014000200004&lng=es&nrm=iso&tlng=es This paper discusses the move within UK social science funding to use non-academic ‘impact’ as a measure of quality and success for social research. It suggests that behind this move are a set of unspoken assumptions about what constitutes ‘good’ and ‘bad’ impact, and the paper seeks to problematize these. By way of provocation, it presents three classic cases of anthropological research, in which the impact of anthropologists on the societies in which they worked was at worst reprehensible, and at best controversial. These controversies - Darkness in El Dorado, the Human Terrain System and Fields of Wheat, Hills of Blood - are used to demonstrate the difficulty with which we can assess impacts as ‘good’ or ‘bad’, and the problems with attempting to do so.<hr/>O artigo analisa como o financiamento das ciências sociais no Reino Unido passou a usar o “impacto” não académico como indicador da qualidade e do êxito da investigação social. O autor sugere que por detrás desta mudança está um conjunto de pressupostos silenciados sobre o que constitui o “bom” e o “mau” impacto, procurando problematizá-los. De modo provocatório, são apresentados três casos clássicos e controversos na antropologia, nos quais o impacto dos antropólogos sobre as sociedades em que trabalharam foi, na pior das hipóteses, repreensível, e na melhor, discutível. Estes casos - as controvérsias em torno de Darkness in El Dorado, o Human Terrain System e Fields of Wheat, Hills of Blood - são usados para demonstrar a dificuldade de avaliar o impacto como “bom” ou “mau” e os problemas enfrentados quando se tenta fazê-lo. <![CDATA[<b>Anthropology in Portugal in the last 50 years</b>: <b>introduction</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65612014000200005&lng=es&nrm=iso&tlng=es Esta introdução visa inteirar o leitor dos fundamentos que serviram de base à elaboração de um dossiê temático dedicado à antropologia em Portugal nos últimos 50 anos. Trata-se de algumas linhas explicativas sobre o contexto em que surgiu a oportunidade de compilar todos os valiosos contributos que cada autor acedeu a prestar para este dossiê temático, bem como algumas notas sobre o modo como foi pensada a organização dos textos nele incluídos, dada a importância que cada um tem, como marca de cada década, desde os anos 60, até à atualidade. O alinhamento tem por isso uma ordem que se espera venha a permitir um entendimento elucidativo do que tem sido feito na antropologia em Portugal, no passado meio século, sendo ainda sucintamente apresentados os autores e os conteúdos que desenvolveram para o presente dossiê, que se espera venha a ser de algum modo um avanço relevante para a história desta disciplina das ciências sociais, a nível nacional.<hr/>This introduction aims to acquaint the reader to the grounds that served as the basis for the production of a thematic dossier on the anthropology that has been done in Portugal in the last 50 years. These are but some explanatory lines on the context in which the opportunity to compile all the valuable contributions that each author has agreed to pay for this thematic dossier emerged, as well as some notes on how the organization of the texts included in it were thought, given the importance that each of them has, as marks of each and every decade, from the sixties to the present. Therefore, the alignment follows an order so that it hopes it will allow a plain understanding of what has been done in anthropology in Portugal in the past half century. The authors who developed the contents of each contribution are also briefly presented, expecting this dossier to be somehow relevant as an advancement to the history of this social science discipline at a national level. <![CDATA[<b>Centro de Estudos de Antropologia Cultural: a brief memory</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65612014000200006&lng=es&nrm=iso&tlng=es No final dos anos 60 o autor decidiu estudar antropologia, tendo travado conhecimento com o Prof. Jorge Dias e a sua equipa do Centro de Estudos de Antropologia Cultural (CEAC). Integrado nessa equipa desde 1970, concluiu e apresentou a sua dissertação de licenciatura em 1971, um estudo de comunidade da Fuzeta, no Algarve. Em 1972, ao longo de vários meses, na zona a ser inundada pela barragem de Cahora Bassa, efetuou um levantamento etnográfico sobre os tauaras do Vale do Zambeze, trabalho que veio a ser publicado em 1976. Em 1973, como bolseiro do British Council, frequentou a London School of Economics, com o objetivo de aprofundar conhecimentos no âmbito da abordagem ecológica de populações humanas. Em 1974, a ausência de perspetivas profissionais levou-o a deixar o CEAC, a cuja equipa, contudo, permaneceu ligado por fortes laços de amizade.<hr/>At the end of the sixties, the author decided to study Anthropology, having made acquaintance with Prof. Jorge Dias and his team at the Centro de Estudos de Antropologia Cultural (CEAC). In 1970 he joined this team and, in 1971, he finished and submitted his graduating dissertation, a community study of Fuzeta, a fishing village in the Algarve. In 1972, for several months, he gathered data for an ethnological report on the Tawara of the Zambezi valley, a people that lived in the area to be flooded by the Cabora Bassa dam; this work was later published in 1976. In 1973 he studied at the London School of Economics, seeking to further his knowledge on the ecological approach in the study of human populations. In 1974, in view of the lack of professional perspectives, he quit the CEAC, although he kept lifelong bonds of friendship with the CEAC team. <![CDATA[<b>At the Portuguese crossroads</b>: <b>contemporary Anthropology and its history</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65612014000200007&lng=es&nrm=iso&tlng=es No presente artigo, sugerimos uma leitura da formação da antropologia em ­Portugal que assume que a “construção da nação” e a “construção do império” nunca estiveram muito afastadas uma da outra e tenderam sempre a mesclar-se - em certos momentos de forma muito evidente, noutros de forma mais mediada. De facto, numa perspetiva mais ampla, entendemos a antropologia em Portugal como parte do que poderíamos denominar uma “quinta tradição” - isto é, uma história disciplinar abertamente cosmopolita, que se posiciona fora das quatro tradições imperiais da antropologia dos séculos XIX e XX (alemã, francesa, britânica e americana). Neste sentido, o cosmopolitismo não hegemónico dos cientistas sociais portugueses coloca-os numa posição semelhante à dos japoneses, indianos ou brasileiros. Em particular, o lugar de Portugal na encruzilhada das rotas euro-americanas de intercâmbio intelectual e das rotas do Atlântico Sul reafirma-se recorrentemente como marca central da forma como as ciências sociais portuguesas intervêm no debate científico global.<hr/>In this article, we suggest a reading of the formation of Anthropology in Portugal that considers that “nation-building” and “empire-building” were never very far from each other and tended to fade into one another. In fact, from a broader perspective, we see Anthropology in Portugal as part of what might be called a “fifth tradition” - that is, one that places itself beyond the four main imperial traditions of Anthropology (German, French, British and American). In this sense, their non-hegemonic cosmopolitanism places Portuguese social scientists in a position that is akin to that of the Japanese, the Indians or the Brazilians. In particular, Portugal’s place at a crossroads of the Euro-American routes of intellectual exchange and the South Atlantic routes has recently reaffirmed itself as an important mark in the way Portuguese social sciences intervene in the global scientific debate. <![CDATA[<b>The 1970s in 3D</b>: <b>personal reflections</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65612014000200008&lng=es&nrm=iso&tlng=es A década de 1970 começou de facto para o autor em 1968, com os protestos e críticas antiguerra na Universidade de Columbia em Nova Iorque. Refletindo sobre o seu percurso nesse decénio, entreteceram-se três dimensões (a académica, a biográfica e a poética) na sua emigração para a Europa, e na sua passagem dos estudos literários às antropologias americana e britânica. As revelações críticas dos grandes autores realistas tiveram eco no título e no conteúdo da revista londrina Critique of Anthropology, tal como a crítica feroz de etnógrafos como Cutileiro e Bourdieu teve eco na monografia do autor sobre uma aldeia transmontana aparentemente “comunitária”, arquiteturada entre 1974 e 1982. A crítica tornou-se um modo de vida. Uma perceção tardia da sua própria identidade étnica dupla de hispânico e “branco assimilado” não descurou a possibilidade de se terem fundido subtilmente todas estas múltiplas dimensões. Podemos acumular duas, senão três, identidades?<hr/>The 1970s began surprisingly for the author in 1968, amidst anti-war protests and critiques at Columbia University in New York. Pondering over his trajectory during that decade, three dimensions (academic, biographical, and poetic) interlaced as he emigrated to Europe, and as he passed from literary studies through American and later to British anthropology. The critical revelations of the great realists echoed within the title and contents of the London journal Critique of Anthropology, just as the ferocious critical tone of ethnographers such as Cutileiro and Bourdieu echoed within the author’s monograph of an apparently “communitarian” hamlet in Trás-os-Montes, composed between 1974 and 1982. Critique became a veritable life-style. Delayed consciousness of his own double ethnic identity as both a Hispanic and an “assimilated white” did not obscure the possibility of all these multiple dimensions having subtly fused together. Can we accumulate two, if not three, identities? <![CDATA[<b>From the research by objectives to an anthropology of identity processes, based in a transdisciplinary and integrative point-of-view</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65612014000200009&lng=es&nrm=iso&tlng=es Um percurso científico orientado por objetivos antropológicos deslocou-se da psicologia social para a psicanálise e, posteriormente, para a antropologia social e cultural, com motivações claras: a integração transdisciplinar, a busca da experiência etnográfica, complementar da experiência psicanalítica, a construção de uma abordagem estrutural-dinâmica, pós-racionalista, e a criação de instrumentos de pesquisa a utilizar na investigação de objetos estratégicos selecionados teoricamente (as dinâmicas da interetnicidade e da articulação multidimensional entre representações sociais identitárias, a análise das produções culturais da modernidade, as estratégias de materialização simbólica do inconsciente transcultural). Neste percurso, ensaiámos evidenciar como a articulação da análise teórica, da análise documental, da construção de instrumentos de pesquisa orientados por objetivos, potenciadores do tratamento matemático da informação e de uma articulação heurística com a pesquisa qualitativa, pôde fazer avançar novos conceitos e novas hipóteses sobre a função central dos processos identitários na construção e na transformação sócio-histórica, em aberto, das identidades pessoais, de género, familiares, interétnicas e políticas, entre si articuladas, num sistema-mundo tensionalmente diferenciado, de forma multidimensional, contraditória e instável. Consideramos a antropologia dos processos identitários como a pedra de fecho do edifício inacabado da antropologia social e cultural, permitindo a articulação integrativa das disciplinas que estilhaçam a pesquisa antropológica.<hr/>A scientific journey oriented by anthropological goals began with social psychology, then delved into psychoanalysis and later cultural and social anthropology, always guided by clear objectives: trans-disciplinary integration; the quest for ethnographic experience as a complement of psychoanalytical experience; the construction of a structural-dynamic, post-rationalist approach; and the creation of research tools to be employed in the exploration of strategic objects, selected via theory (the dynamics of inter-ethnicity and of the multi-dimensional articulation between identity-based social representations, the analysis of the cultural productions of modernity, and strategies of symbolic materialization of the trans-cultural unconscious). On this journey, we attempted to call attention to the ways in which the articulation of ­theoretical analysis, documentary analysis, and the construction of objective-oriented research tools - which enables the mathematical processing of information and a heuristic articulation with qualitative research - made it possible to put forward new concepts and hypotheses regarding the crucial function of identity processes in the open-ended and interconnected socio-historical construction and transformation of personal gender, family, inter-ethnic, and political identities, within a tensionally differentiated world system, in a multidimensional, contradictory, and unstable form. We consider the anthropology of identity processes as the integrative keystone of the unfinished structure of social and cultural anthropology, which makes articulation possible with all the disciplines which shatter anthropological research into fragments. <![CDATA[<b>Meanings of anthropology in Portugal in the 1970s</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65612014000200010&lng=es&nrm=iso&tlng=es O presente texto situa acontecimentos e processos ocorridos nos anos 70, relevantes para o percurso da antropologia em Portugal. Assenta em informação disponível e outra presenciada. Não estando, na altura, ainda estabilizada a sua institucionalização disciplinar, defende-se que o período foi de cumprimento de um luto intelectual provocado pelo choque da emancipação colonial e pela mudança de paradigma científico (fim da busca de harmonia ou igualitarismo, enfoque no conflito ou desigualdade).<hr/>This article situates events and processes that occurred during the 1970s, relevant for the development of anthropology in Portugal. It is based on both information already available as well as lived experience. Because at the time anthropology was not yet an entirely institutionalized discipline, we propose that this period constituted a phase of intellectual mourning provoked both by the shock of colonial emancipation and by a shifting scientific paradigm (abandonment of the search for harmony or egalitarianism, in favor of new focuses on conflict and inequality). <![CDATA[<b>Inside and out</b>: <b>personal musings on the eighties’ generation</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65612014000200011&lng=es&nrm=iso&tlng=es A partir de uma abordagem subjetiva, identificam-se os principais elementos do “ar do tempo” que contextualizou o aprendizado da antropologia no início da década de 1980 em Portugal, marcada pela “normalização democrática” e por processos de internacionalização visando quer a Europa quer os Estados Unidos.<hr/>This personal piece aims at identifying the main aspects of the ‘Zeitgeist’ in Portugal in the 1980s and how it affected the coming of age of an Anthropology student, namely the post-revolutionary ‘democratic normalization’ and the processes of internationalization (with European and US influences). <![CDATA[<b>The nineties, or, the years of internationalization</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65612014000200012&lng=es&nrm=iso&tlng=es Este artigo responde à solicitação de descrever, a partir da experiência pessoal, as transformações na antropologia portuguesa nos anos 1990, também chamados “os anos da internacionalização”. Combinando a análise das dinâmicas de internacionalização que transformaram para sempre a antropologia portuguesa e a narrativa na primeira pessoa de uma experiência de internacionalização que passou pelos Estados Unidos e pelo Brasil, exploro algumas tendências, protagonistas, factos e pequenas histórias que marcaram essa década e influenciaram as que se seguiram.<hr/>This article describes the transformations in Portuguese anthropology during the 1990s, both as experienced by the author in connections to North American and Brazilian anthropology and as experienced by the community of Portuguese social scientists, which hosted in 1990 two international conferences that were key to the dynamics of internationalization in that decade: the first EASA meeting and the first Luso-Afro-Brazilian Social Sciences Conference. <![CDATA[<b>The redefinition of an object</b>: <b>from changes in the field to changes in anthropology</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65612014000200013&lng=es&nrm=iso&tlng=es O regresso a um terreno, a comparação entre duas etnografias realizadas em décadas distintas numa instituição prisional e os respetivos resultados, discrepantes mas consistentes entre si, são uma ocasião para pensar a possibilidade de uma descrição sistemática das mudanças no tempo à luz do caráter situado e da tripla historicidade da investigação etnográfica: (i) historicidade relativa ao terreno etnografado, (ii) historicidade relativa a /à etnógrafo/a e ao encontro intersubjetivo com os seus interlocutores, (iii) historicidade relativa à teoria antropológica e ao Zeitgeist teórico incorporado nos percursos intelectuais.<hr/>An ethnographic revisit, the comparison between two ethnographic inquiries conducted in different decades in a same prison institution, as well as between the discrepant, yet altogether consistent, results of those inquiries, provide an occasion to reflect on the limits and possibilities of ethnography for capturing historical processes. Is a systematic description of change possible in the light of the situated nature of ethnographic research and, more specifically, of its own historicity? This historicity will be reflexively considered at three levels: (i) in relation to the realities being ethnographed, (ii) in relation to the ethnographer and to the intersubjective encounter with his/her interlocutors, (iii) in relation to anthropological theory, researchers’ intellectual trajectories and changing theoretical Zeitgeist. <![CDATA[<b>On borders as spaces for identity construction and contestation to security issues</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65612014000200014&lng=es&nrm=iso&tlng=es Nas últimas décadas, as fronteiras internacionais foram sendo objeto da atenção de um número cada vez maior de investigadores das ciências sociais. Daí emergiu uma diversificação dos interesses que reúnem, atualmente, um número consistente de investigadores e onde é possível detetar algumas linhas de pesquisa especializadas, seja nas questões da mobilidade, das identidades de fronteira ou da segurança. O objetivo desta comunicação é o de, a partir da minha experiência de terreno na raia luso-espanhola, apresentar e discutir algumas das orientações de pesquisa no domínio da antropologia das fronteiras.<hr/>In recent decades, international borders have become the object of attention for a growing number of social sciences researchers. From it, a variety of research interests has emerged, including a significant number of scholars. Today, it is also possible to identity some lines of specialized research, whether in mobility issues, border identities or security. The main goal of this paper is, based on my fieldwork on Portuguese-Spanish borderlands, to present and discuss some current research trends within the domain of the anthropology of borders. <![CDATA[<b>From anthropology to applied anthropology or the affirmation of the discipline in Northern Portugal</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65612014000200015&lng=es&nrm=iso&tlng=es A diferença entre antropólogos e outros profissionais da ciência está menos no seu objeto de estudo e método do que no seu lugar no processo económico de produção. A partir desta perspetiva - uma economia política da ciência - pretendo refletir sobre o processo de expansão e afirmação da antropologia (aplicada e implicada) no Norte de Portugal, desde finais da década de 1990. Para isso proponho uma reflexão sobre a minha própria experiência biográfica, abordando os casos da Universidade Fernando Pessoa (UFP) e da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), numa ótica de análise da institucionalização da antropologia no Norte de Portugal, quanto à docência, investigação e intervenção. O texto ilustra como diferentes processos institucionais conduzem ao desenvolvimento de diferentes antropologias, a uma maior ou menor centralidade da sua oferta académica e a diferentes papéis sociais públicos.<hr/>The difference between anthropologists and other science professional’s lies less in its subject matter and method than in its place in the economic process of production. From this perspective - a political economy of science -, I want to reflect on the process of expansion and assertion of anthropology (applied and implied) in Northern Portugal, from the late 1990s. I propose a reflection on my own biographical experience, covering cases from the University Fernando Pessoa (UFP) and the University of Trás-os-Montes and Alto Douro (UTAD). My perspective is that of the institutionalization of anthropology in Northern Portugal, regarding teaching, research and intervention. The text illustrates how different institutional processes lead to the development of different anthropologies, to a greater or lesser centrality of the academic offer and different public and social roles. <![CDATA[<b>Entre o idealizado e o exequível: memórias da primeira mulher antropóloga portuguesa</b>: <b>Entrevista com Maria Beatriz Rocha-Trindade</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65612014000200016&lng=es&nrm=iso&tlng=es A diferença entre antropólogos e outros profissionais da ciência está menos no seu objeto de estudo e método do que no seu lugar no processo económico de produção. A partir desta perspetiva - uma economia política da ciência - pretendo refletir sobre o processo de expansão e afirmação da antropologia (aplicada e implicada) no Norte de Portugal, desde finais da década de 1990. Para isso proponho uma reflexão sobre a minha própria experiência biográfica, abordando os casos da Universidade Fernando Pessoa (UFP) e da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), numa ótica de análise da institucionalização da antropologia no Norte de Portugal, quanto à docência, investigação e intervenção. O texto ilustra como diferentes processos institucionais conduzem ao desenvolvimento de diferentes antropologias, a uma maior ou menor centralidade da sua oferta académica e a diferentes papéis sociais públicos.<hr/>The difference between anthropologists and other science professional’s lies less in its subject matter and method than in its place in the economic process of production. From this perspective - a political economy of science -, I want to reflect on the process of expansion and assertion of anthropology (applied and implied) in Northern Portugal, from the late 1990s. I propose a reflection on my own biographical experience, covering cases from the University Fernando Pessoa (UFP) and the University of Trás-os-Montes and Alto Douro (UTAD). My perspective is that of the institutionalization of anthropology in Northern Portugal, regarding teaching, research and intervention. The text illustrates how different institutional processes lead to the development of different anthropologies, to a greater or lesser centrality of the academic offer and different public and social roles.