Scielo RSS <![CDATA[Psicologia]]> http://scielo.pt/rss.php?pid=0874-204920020002&lang=en vol. 16 num. 2 lang. en <![CDATA[SciELO Logo]]> http://scielo.pt/img/en/fbpelogp.gif http://scielo.pt <![CDATA[<b>The construction of social exclusion in inter-ethnic relations</b>: <b>theoretics and research orientations in a development perspective</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-20492002000200001&lng=en&nrm=iso&tlng=en Revê-se neste artigo a literatura sobre o desenvolvimento da categorização, da autocategorização e da identificação étnicas nas crianças á luz, quer dos estudos com grupos nativos e de imigração antiga, socialmente estabilizados, quer dos estudos com grupos nativos e de imigração recente, nomeadamente na Europa. Argumenta-se que as estratégias de interacção intergrupal serão parcialmente distintas nas duas situações, devendo por isso ser tomadas em consideração as orientações adaptativas dos grupos minoritários e de baixo estatuto étnico nos dois contextos, enquanto variáveis moderadoras das avaliações e dos comporta mentos intergrupais.<hr/>In this article a review is presented of children's development of ethnic categorisation, self-categorisation and group identification both in research on native vs. long settled non-native low-status minorities and in research on native vs. recent immigrant low status minorities. It is argued that intergroup interaction attitudes and behavioural strategies will be partially distinct in these two conditions and consequently that minority adjustment orientations should play a mediator role between groups' relative positions and intergroup attitudes and behaviours. <![CDATA[<b>Racial identity and preference in 5 to 10 years old brazilian children</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-20492002000200002&lng=en&nrm=iso&tlng=en Neste artigo analisam-se o efeito da cor da pele e da idade sobre a identidade e a preferência raciais de 238 crianças brasileiras brancas, negras e mulatas de cinco a dez anos. As variáveis dependentes foram a categorização racial, a auto-identificação racial, a avaliação emocional da pertença e a preferência. Os resultados indicam que a maior parte das crianças categoriza os seus pares de acordo com a raça. Em relação à auto-identificação racial, as crianças negras e mulatas são as que menos se auto-identificam correctamente. Relativamente à avaliação emocional da pertença, verificamos que as crianças negras de cinco a seis anos são as que menos gostam de ser como são e que mais gostariam de ser diferentes. Outras análises (ACM) mostraram que as crianças negras de cinco a oito anos são as que mais se percebem como negras, e que as crianças negras de nove e dez anos são as que mais se percebem como mulatas e gostam de ser o que acham que são. Em relação à preferência, verifica-se que a criança branca é a preferida, seguida da mulata, enquanto a negra é preterida. Os resultados são interpretados e discutidos à luz da teoria da identidade social e do racismo na infância.<hr/>This paper analyses the effects of skin colour and age on social identity and racial preference among 238 white, mulatto and black brazilian children aged from 5 to 10 years old. Racial categorisation, racial self-identification, emotional evaluation of racial belonging and peer-preference were used as dependent measures. Results showed that the majority of children categorise their peers correctly, according to their race. Racial self-categorisation was mostly biased in black and mulatto children. Other analyses showed that black children, aged from 5 to 8, perceived themselves mostly as Blacks, while older black children perceived themselves as mulatto and liked to be what they thought they were. Concerning emotional evaluation, black children, aged 5 to 6, identified less with their ingroup than older ones. Concerning social preference, the white target was the most preferred, followed by the mulatto one, while the black target was the less preferred. These results are discussed within the social identity theory framework and racism in childhood. <![CDATA[<b>Educators beliefs about childhood, learning and scholarization of children in school and multi-ethnic contexts</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-20492002000200003&lng=en&nrm=iso&tlng=en The content and sources of variability of 96 teachers' and 155 mothers' beliefs about children's development, education and school integration are analysed, as a function of ethnic group, educator's role and multicultural training and school ethnic majority vs. minority contexts. The factorial analysis revealed three factors including beliefs about development and education and one including the disadvantages of school integration for different children. Teachers and mothers only disagree on the nature of childhood related-beliefs. White and black mothers only disagree on school and family educational responsibilities related-beliefs. Teachers' training in multicultural education as well as the ethnic minority/majority school context also differentiates their beliefs.<hr/>Com uma amostra de 96 professoras e 155 mães de dois grupos étnico/culturais (mães portuguesas brancas e mães imigrantes negras) analisam-se o conteúdo e os factores de variabilidade das crenças destes educadores sobre desenvolvimento, educação e as vantagens e desvantagens de escolarizar crianças diferentes num mesmo cenário escolar. A análise factorial das respostas identifica três factores de crenças sobre desenvolvimento e educação e um sobre as desvantagens da integração escolar. Professoras e mães partilham grande parte das crenças estudadas mas diferenciam-se relativamente a crenças relacionadas com a natureza da infância. As crenças sobre a responsabilidade da escola e da família diferenciam o pensamento dos dois grupos étnicos de mães. A formação das professoras em educação multicultural, assim como o contexto escolar etnicamente maioritário vs. minoritário, também são factores diferenciadores das suas crenças.' <![CDATA[<b>Recategorization and descategorization effects on reduction of intergroup bias</b>: <b>a child development perspective in intergroup symmetry and asymmetry</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-20492002000200004&lng=en&nrm=iso&tlng=en Os estudos em epígrafe testam a eficácia do modelo da recategorização (Gaertner et al, 1989) e da descategorização (Brewer & Miller, 1984) na redução do enviesamento intergrupal, em crianças DE baixo e de elevado estatuto étnico. Ambos os estudos foram estruturados de acordo com um desenho experimental de 3 (condição) x 2 (estatuto étnico do grupo) x 2 (grupo-alvo). As medidas dependentes consideradas foram a avaliação social, a atribuição de recursos e a proximidade social. Os resultados obtidos no estudo 1 (grupos com estatuto étnico equivalente) mostraram que as crianças de elevado estatuto reduzem o favoritismo endogrupal através da recategorização. No estudo 2 (grupos com desigualdade de estatuto étnico) tanto a recategorização como a descategorização foram eficazes a reduzir o favoritismo endogrupal. De acordo com as hipóteses, a redução do enviesamento intergrupal, na recategorização, processou-se através do aumento da atracção pelos membros do exogrupo, enquanto que na descategorização se operou a partir da diminuição da atracção pelos membros do exogrupo.<hr/>Two studies test the efficacy of recategorization (Gaertner et al., 1989) and Decategorization (Brewer & Miller, 1984) models on reducing intergroup bias in high and low ethnic status children. Both studies were structured according to a 3 (condition) x 2 (group ethnic status) x 2 (target group) experimental design with social evaluation, social proximity and resource allocation as dependent measures. In study 1, using interaction between same ethnic status children, results showed that ingroup favouritism was better reduced through de-categorisation in low ethnic status groups, but was better reduced through re-categorisation in high ethnic status groups. In study 2, using interaction between different ethnic status children, both de-categorisation and re-categorisation were effective in reducing ingroup favouritism. Moreover, according to hypotheses, while in the de-categorisation condition discrimination was reduced through a decrease of ingroup members evaluation, in the re-categorisation condition discrimination was reduced through an increase of outgroup members' evaluation. <![CDATA[<b>Statute, ethnic identity and perceived variability in children</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-20492002000200005&lng=en&nrm=iso&tlng=en O objectivo do estudo consistiu em averiguar o papel moderador do nível de identificação com o grupo na relação entre o estatuto (assimétrico) dos grupos e a percepção de variabilidade intragrupal. Este estudo foi realizado com crianças de nove e dez anos, brancas e negras, a frequentar escolas com maioria de crianças brancas. O desenho factorial consistiu em 2 estatuto étnico x 2 nível de identificação x 2 grupo-alvo, sendo o último factor intra-sujeitos. A percepção de variabilidade foi medida através da adaptação da tarefa de distribuição de Linville et al. (1989), de onde resultaram duas medidas de variabilidade, a variância e a amplitude. Os resultados confirmaram as hipóteses de partida: verificou-se um efeito principal do grupo-alvo avaliado, sendo o grupo das crianças brancas é percebido como sendo constituído por elementos mais diferenciados do que o grupo das crianças negras. O estatuto étnico, o grupo-alvo e o nível de identificação interagem mostrando que, quando é o grupo de baixo estatuto (negro) a avaliar, as suas percepções dos grupos-alvos diferem consoante o seu grau de identificação étnica. As crianças negras com elevada identificação étnica percebem o seu grupo como mais homogéneo do que o das crianças brancas, enquanto que as crianças negras com moderada identificação étnica percebem ambos os alvos com o mesmo grau de variabilidade. Os resultados são discutidos no âmbito da teoria da identidade social e sugerem-se linhas de investigação que tenham em conta a importância das identidades múltiplas para estes processos.<hr/>The main purpose of this study was to address the moderator role of the identification level with the ethnic ingroup on the relationship between the ethnic status of the groups and the relative ingroup and outgroup variability in children, nine to ten years old White and Black children distributed white and black faces along four general dimensions used to characterize children in general. The research design was 2 status x 2 identification level x 2 target group. It was found a main effect of target group: both white and black children perceived more variability in the white than in the black target group. In addition, a three way interaction showed that black children perceptions of variability are influenced by their level of identification while white children are not. Black children with high identification display an ingroup homogeneity effect and black children with moderate identification do not differentiate the groups. These results are discussed within the framework of motivational perspectives of perceived variability. <![CDATA[<b>Aversive racism</b>: <b>a question of individual and cultural beliefs dissociation?</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-20492002000200006&lng=en&nrm=iso&tlng=en As abordagens actuais do preconceito e racismo têm sugerido que as manifestações racistas, apesar de condenáveis à luz das normas vigentes, não têm diminuído. O racismo surge agora com uma aparência diferente (indirecta e subtil), mesmo naqueles que se declaram manifestamente anti-racistas (e.g. Gaertner & Dovidio, 1986; Dovidio & Gaertner, 1998; Devine, 1989). A explicação para este fenómeno parece passar pelo pressuposto da existência de duas estruturas distintas de conhecimento: as crenças culturais (estereótipos) facilmente activadas, e as crenças individuais, apenas activadas em algumas circunstâncias (Devine, 1989). A natureza dos julgamentos subsequentes será função da estrutura de conhecimentos que tiver sido activada. Esta hipótese foi abordada em dois estudos, um contextualizado ao nível de comportamentos criminosos (Estudo 1) e outro ao nível de transgressões no emprego (Estudo 2). A activação destas duas estruturas de conhecimento foi operacionalizada pelo objectivo de processamento fornecido aos participantes, que ora se centrava no "que eu penso" ora no que "as pessoas em geral pensam". Como esperado, a activação das crenças culturais geraram respostas mais discriminatórias que as crenças individuais.<hr/>Current approaches to prejudice and racism suggest that, though discriminatory behaviour is now socially deplored, it has not lessened. Even low prejudiced individuals can discriminate in a more indirect or subtle way (e.g. Gaetner & Dovidio, 1986; Dovidio & Gaertner, 1998; Devine, 1989). The assumption of two distinct knowledge structures can help us explain why this may happen. These knowledge structures correspond to our cultural beliefs (stereotypes) which are frequently and easily activated, and our individual beliefs, only activated in some circumstances (Devine, 1989). The discriminative or non-discriminative nature of subsequent judgments is a function of the activation of one or the other type of knowledge structure. This hypothesis was addressed in two different studies. One regarding criminal judgments (Study 1) and other regarding job related behaviours (Study 2). The differential activation of these knowledge structures was induced by the manipulation of processing goals. Thus participants were asked either to report their own beliefs or what "people in general think". As we expected, the activation of cultural beliefs lead to more discriminatory judgments than individual beliefs.