Scielo RSS <![CDATA[Psicologia]]> http://scielo.pt/rss.php?pid=0874-204920070002&lang=es vol. 21 num. 2 lang. es <![CDATA[SciELO Logo]]> http://scielo.pt/img/en/fbpelogp.gif http://scielo.pt <![CDATA[<b>Psicologia Ambiental</b>: <b>Um esboço sobre o seu desenvolvimento em Portugal e no mundo</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-20492007000200001&lng=es&nrm=iso&tlng=es <![CDATA[<b>A taxonomy of collective fears </b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-20492007000200002&lng=es&nrm=iso&tlng=es On propose une taxinomie des peurs collectives construite à partir de la composition de deux critères: d'une part les “raisons” perçues de l'origine d'un objet de peur (origine humaine vs non­‑humaine, intentionnelle ou non); d'autre part les types de lieux où se manifeste la peur (par destination, par inspiration, par nature, par occasion). On obtient ainsi une typologie de 4 x 4 configurations. La distance formelle entre ces configurations prises deux à deux est susceptible de fournir un référentiel stable pour les études empiriques à venir.<hr/>O presente artigo propõe uma taxinomia dos medos colectivos a partir da composição de dois critérios: por um lado, as “razões” percepcionadas da origem de um objecto de medo (origem humana versus não humana, intencional ou não); por outro lado, os tipos de locais onde o medo se manifesta (por finalidade, por inspiração, por natureza, por ocasião). Obtemos assim uma tipologia de 4 x 4 configurações. A distância formal entre estas configurações tomadas duas a duas poderá fornecer um referencial estável para os futuros estudos empíricos.<hr/>This paper proposes a taxonomy of collective fears built of the composition of two criteria: on the one hand, perceived “reasons” of the origin of an object of fear (human vs. non­‑human origin, intentional or not); on the other, the types of places where fear shows itself (by purpose, by suggestion, by nature, by occasion). Consequently, a typology of 4 x 4 configurations is produced. The formal distance between these configurations taken two by two can constitute a stable basis for future empiric studies. <![CDATA[<b>Urban Insecurity</b>: <b>space as a mediator of crime opportunities</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-20492007000200003&lng=es&nrm=iso&tlng=es O risco de insegurança em meio urbano, entendido quer como o medo do crime, quer como a falta de adesão ao sistema normativo da sociedade, constitui um factor inibidor da qualidade de vida. Daí decorrem fortes penalizações para a população, condicionando o modo como usufrui o espaço urbano e exerce a sua quotidianidade. Parte­‑se do princípio que a ocorrência de delitos em meio urbano está relacionada com a “oportunidade” da acção ser cometida. A oportunidade ocorre do confronto entre o delinquente e o alvo ou vítima, numa situação vulnerável. Neste processo, o espaço urbano constitui­‑se como um mediador de oportunidades, emitindo informações sobre a situação. A ausência de sinais de vigilância (activa ou passiva) facilita a ocorrência de delitos. No artigo, analisam­‑se as condições espaciais responsáveis por fomentar o controlo informal do espaço urbano, i.e., os mecanismos de “vigilância natural”, e exploram­‑se as formas de maximizar os seus efeitos. O artigo está organizado em duas partes. Na primeira caracteriza­‑se o conceito de vigilância natural e as formas de a exercer. Na segunda faz­‑se uma revisão crítica das diferentes abordagens ao conceito de vigilância natural, focalizada nos trabalhos pioneiros de Jacobs (1962) e Newman (1972). Discute­‑se as medidas de intervenção e de prevenção por eles sugeridas e introduzem­‑se as metodologias posteriormente desenvolvidas por Jefferey (1987) e Hillier (1984). Conclui­‑se que essa vigilância está relacionada com as condições de interacção física e social presentes no espaço urbano e depende da acção conjunta de vigilantes activos e/ou passivos.<hr/>A range of urban problems is blamed for the decline of the quality of life in our cities and towns, which include the increase of insecurity in core urban settings. Urban insecurity, being the fear of crime or the lack of civilities, has serious implications on the daily life routines and affects the use of public urban space. It is assumed that crime occurrence is related to the ease and opportunity to commit the action. Opportunity occurs when the offender meets the victim in a vulnerable circumstance. In this process, urban space plays a fundamental role by emitting information about the circumstance. The lack of (active or passive) surveillance signals increases the opportunity. This paper intends to relate the spatial components to the informal control of urban space, i.e., “natural surveillance” and to explore how to maximize its effects. The paper considers two parts: the first one deals with the natural surveillance rationale and how it is realized in space; The second one approaches the debate that followed the publication of the Jacobs (1962) and Newman (1972)’s pioneer work on natural surveillance. Main principles and spatial strategies advocated by Jacobs (1962), Newman (1972), Jefferey (1978) and Hillier (1984) are discussed. It is concluded that natural surveillance is related to social and physical interaction provided by the urban environment, which in turn is established by means of active and/or passive mediators. <![CDATA[<b>I’m safer than the others in my town</b>: <b>place identity and comparative optimism in the perception of urban risks </b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-20492007000200004&lng=es&nrm=iso&tlng=es Esta pesquisa pretendeu estudar o optimismo comparativo face aos riscos urbanos e explorar o papel que a identificação com a cidade de residência tem neste processo. O estudo foi realizado através de um inquérito a 156 estudantes universitários, residentes em Lisboa, Huelva e Lyon. Os resultados revelaram a existência de optimismo comparativo face a todos os riscos urbanos considerados (carteirismo, assalto da casa, terrorismo e queda de avião): os riscos para o próprio foram sempre considerados inferiores aos riscos para os outros. No entanto, os residentes consideram­‑se menos vulneráveis do que os residentes de outras cidades (comparação exo­‑grupal) em particular no caso dos riscos graves e incontroláveis (terrorismo e queda de avião), sendo menos optimistas relativamente aos riscos menos graves e controláveis (assalto e carteirismo). Verificou­‑se que, no caso dos riscos urbanos incontroláveis, os inquiridos mais identificados com a sua cidade de residência revelam maior optimismo comparativo face aos residentes de outras cidades.<hr/>The goal of this study was to investigate comparative optimism regarding urban risks and to explore the role of identification with the city of residence in this process. Our sample included 156 university students from Lisbon, Huelva and Lyon. Results revealed the occurrence of comparative optimism regarding all urban risks considered (pick pocketing, burglary, terrorism and airplane fall). As expected, risks for self were always considered inferior than risk for others. However, this effect was influenced by risk characteristics and degree of city identification. Participants considered themselves less vulnerable than residents in other cities (outgroup comparison) particularly in the case of severe and uncontrollable risks (terrorism and airplane fall) whereas they were less optimistic in the case of less severe and more controllable risks (burglary and pick pocketing). Regarding identification, we found that in the case of controllable urban risks, more identified individuals revealed more comparative optimism than those less identified. <![CDATA[<b>Insecurity and public conviviality, the case of two Mexican towns</b>: <b>Mexico and Querétaro</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-20492007000200005&lng=es&nrm=iso&tlng=es Cette recherche par entretiens au domicile des habitants, met en relation l'insécurité ressentie et les modalités de vivre ensemble dans des quartiers aisés et populaires de Mexico et d'une petite ville de province, Querétaro. Mexico est perçue comme une ville insécure et difficile à vivre, Querétaro, comme tranquille et conviviale. La structure urbaine et l'insécurité n'ont que peu d'emprise sur le mode de vie dans les quartiers défavorisés. Ce sont essentiellement les pratiques de convivialités des habitants des quartiers aisés de ces deux villes qui se différencient. Alors qu'à Mexico il y a peu de participation et peu d'activité au sein du quartier, à Querétaro, la participation est importante, et les habitants se rencontrent souvent dans la rue au cours de promenades. A Mexico la sociabilité est organisée et planifiée et l'on se rencontre dans les bars et les lieux publics. Le manque de convivance publique dans les quartiers aisés de Mexico semble autant lié aux effets des conditions de vie d'une grande métropole, qu'à des problèmes d'insécurité à proprement dit. Le repli sur soi, la relative indifférence à autrui et la réticence à s'impliquer dans la vie de quartier, sont en effet des comportements typiques des grandes métropoles.<hr/>O presente artigo analisa a relação entre a percepção de insegurança urbana e modos de conviver nos bairros favorecidos e populares da cidade de México e de uma vila provincial, Querétaro. Os participantes eram entrevistados nas suas residências. A cidade de México é percepcionada como pouco segura e difícil de viver, enquanto Querétaro está vista como uma vila tranquila e amigável. Os resultados mostram que a estrutura urbana e a insegurança têm pouca influência sobre o modo de vida dos habitantes dos bairros populares. Os habitantes dos bairros mais ricos diferenciam­‑se em práticas de convivência. Enquanto, na cidade de México, a participação pública é baixa e as relações de vizinhança são pouco intensas, na Querétaro, a participação local é elevada e os vizinhos encontram­‑se muito nas ruas. Na cidade de México, a sociabilidade é organizada e planificada e as pessoas encontram­‑se essencialmente nos bares e noutros espaços públicos. A falta de convivência pública nos bairros favorecidos desta cidade parece estar relacionada tanto com os efeitos das condições de vida metropolitana, como com a insegurança urbana. A focalização sobre o próprio, a indiferença relativa aos outros, a falta de implicação na vida do bairro são, com efeito, comportamentos típicos dos habitantes das grandes cidades.<hr/>This paper analyses the relation between the perception of insecurity and the ways of living together and public conviviality in wealthy and popular neighbourhoods of Mexico and of a small provincial town, Querétaro. Data have been collected by interviews at the participants' home. Mexico is seen as an insecure town in which it is difficult to live. Querétaro instead, is seen as quiet and convivial. Results show that urban structure and insecurity have only a weak influence on the way of life in popular neighbourhoods. The inhabitants of wealthy neighbourhoods of the two cities differentiate themselves in their way of living together. In Queretaro local participation is intense and inhabitants meet essentially in the street, in Mexico instead, neighbourhood life and local participation is low. In Mexico sociability is organized and people meet mostly in bars and other public places. The lack of public conviviality in upper class neighbourhoods of Mexico is as much due to the effect of the living conditions of a big metropolis than to problems of insecurity. Withdrawal, the relative indifference to others and the reluctance to implicate oneself in neighbourhood life are typical behaviours of city dwellers. <![CDATA[<b>Environmental and Psychosocial Factors of Pick­‑pocketing Risk Evaluation</b>: <b>The Case of Two Sites in Lisbon</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-20492007000200006&lng=es&nrm=iso&tlng=es É do conhecimento comum que o furto por carteirista é um tipo de crime que se encontra em ambiente urbano. Baseada em factores ambientais e psicossociais de representações espaciais de segurança/insegurança, previamente identificados, a presente investigação pretendeu explorar como este tipo de factores podem afectar as avaliações das pessoas, no que se refere ao risco de serem assaltadas por carteiristas. Neste sentido, foram considerados dois locais em Lisboa, diferindo principalmente nas suas características ambientais, físicas e sociais. Os resultados mostram que fortes ligações sociais num local podem reveler­‑se muito importantes para a avaliação do risco de furto por carteirista, afastando e tornando menos importante as características ambientais físicas, enquanto que, nos locais de maior heterogeneidade social, onde as ligações sociais são fracas, o ambiente físico torna­‑se consequentemente mais importante para as percepções de segurança.<hr/>It is in common knowledge that pick­‑pocketing is a type of crime encountered in urban environments. Based on previously identified environmental and psychosocial factors of spatial representations of security/insecurity, the current research aimed at exploring environmental factors that could affect people’s evaluations, as regards the risk of being pick­‑pocketed. With this purpose, two sites in Lisbon differing mainly in their physical and social environmental features were considered. Results show that strong social bonds within a place may appear very important for evaluation of pick­‑pocketing risk, putting aside and making less important physical layout, whereas in socially heterogeneous places, where social bonds are weaker, physical environment becomes consequently more important for perceptions of safety. <![CDATA[<b>Technician and citizen, that is the question</b>: <b>A case of public participation in an urban setting</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-20492007000200007&lng=es&nrm=iso&tlng=es Neste trabalho pretendemos examinar uma controvérsia relativa ao património construído das cidades e à participação do público, que envolveu os sistemas técnico e leigo. Trata­‑se da controvérsia relativa ao Convento dos Inglesinhos, um conjunto patrimonial do século XVII que ocupa um quarteirão do Bairro Alto, um dos bairros mais emblemáticos de Lisboa, e para o qual está actualmente prevista a transformação num condomínio residencial fechado de luxo. O projecto, aprovado pelos técnicos camarários sem consulta pública aos moradores, provocou um debate público intenso quando um movimento de moradores do Bairro organizou protestos e debates públicos contra a transformação. Neste trabalho, reconstruímos primeiro o contexto representacional desta controvérsia, baseando­‑nos na análise das notícias da imprensa, na nossa participação nas sessões públicas organizadas pelos moradores e nas entrevistas realizadas com os principais protagonistas, análises que permitiram compreender as representações sobre a cidade, o património e o papel dos cidadãos, aqui envolvidos. Analisamos mais detalhadamente as entrevistas narrativas realizadas aos técnicos camarários, que permitiram examinar como é que os técnicos gerem o dilema de não poderem falar abertamente contra a participação pública - com legitimidade normativa nas sociedades actuais -, ao mesmo tempo que resistem aos objectivos dos moradores, reiterando as suas próprias decisões. Recorrendo à noção de polifasia cognitiva, analisamos as contradições que daqui emergem e como se relacionam com as diferentes identidades que os técnicos podem assumir - técnico e cidadão. Discutimos ainda como é que a gestão deste dilema e o recurso à contradição podem contribuir para impedir que os cidadãos participem por uma via legal, fomentando maior anomia quanto aos problemas dos espaços construídos.<hr/>In this paper we analyse how the technical and lay systems engage in public debate, examining a case of public participation concerning the built heritage. This case concerns the transformation of a XVII Convent - Convento dos Inglesinhos - located in the Bairro Alto, into a closed residential condominium for the affluent. This project was accepted by the Town Hall technicians without public consultation, and gave rise to several protests and debate sessions. In this article, we first sketch the representational field of the controversy, through the analysis of the press, our notes form the public sessions organised by the dwellers and the interviews with the main actors. Afterwards we examine the interviews with the Town Hall technicians in a more detailed manner, showing that they look at this controversy from two different identities: citizen and technician. When they step in the citizen’s shoes, they argue in favour of citizen­ship rights and public participation as one of them, but when assuming their identities as technicians of the Gabinete do Bairro Alto, they oppose this particular public movement, particularizing it as not participation and dismissing the dwellers goals. The notion of Cognitive polyphasia is used to examine how they manage this double positioning and how this is related to their different identities. We also discuss how the management of this dilemma and the use of contradiction may prevent citizens from participating through a legal way in the decisions that affect their communities, and how this may promote anomic behaviours concerning the problems of the urban spaces. <![CDATA[<b>Conceptual progress in understanding fear of crime in railway stations</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-20492007000200008&lng=es&nrm=iso&tlng=es Previous research demonstrates there are discrepancies between actual crime and perceived beliefs about crime. The likelihood of threatening incidents and the potential impact of a given incidents are the focus of the present study of how psychological and environmental cues influence people's fear of crime in railway stations. Having established the salience of individuals’ construct evaluations of the likelihood and impact of being the victim of crime based upon travellers’ experiences and observations, the analysis demonstrated that conceptualisations of impact and likelihood are multifaceted, i.e. different types of threats influence evaluations including psychological threats as a result of the actions of others, physical threats initiated by others and threats posed by the railway station environment itself. The implications of these findings are discussed for the design and management of railway station environments.<hr/>As investigações anteriores mostram que existem discordâncias entre as taxas do crime reais e as percepções e as crenças sobre o crime. A probabilidade de ocorrência de incidentes ameaçadores e o seu impacto potencial são o alvo deste estudo que trata da maneira como as características psicológicas e ambientais podem influenciar o medo do crime nos utentes das estações ferroviárias. Partindo da saliência das avaliações individuais dos passageiros acerca da probabilidade e do impacto de serem vítimas do crime (baseadas nas suas experiências e observações), a análise dos dados mostrou que as conceptualizações acerca do impacto e da probabilidade são multifacetadas. Os diferentes tipos de ameaça influenciam as avaliações, incluindo quer as ameaças psicológicas e físicas resultantes de acções de outrem, quer as provenientes do próprio ambiente da estação ferroviária. As implicações destes resultados para o planeamento e a gestão dos espaços das estações ferroviárias são discutidas. <![CDATA[<b>Social distinction and uncivil behaviours in places of business open to the public </b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-20492007000200009&lng=es&nrm=iso&tlng=es Cet article propose une réflexion théorique qui s’appuie sur une enquête exploratoire menée dans trois entreprises françaises: la SNCF (Société Nationale des Chemins de Fer), à La Poste (exploitant public, fournisseur des services postaux et bancaires) et aux Galeries Lafayette (grand magasin). Le but de l’article est de saisir le phénomène d’incivilité comme conséquence de la rupture du lien social entre différents groupes d’acteurs (employés, clients), dans une perspective psychosociale. Une définition de l’incivilité en termes d’interactions entre différents groupes sociaux est proposée. L’incivilité est analysée par la suite comme une conduite de distinction entre les groupes. On montre enfin comment le caractère de différenciation des espaces dans chaque entreprise est lié avec l'apparition des conduites d'incivilité.<hr/>O presente artigo propõe uma reflexão teórica que se baseia num estudo exploratório conduzido em três empresas francesas: SNCF (Sociedade Nacional de Caminhos­‑de­‑Ferro), La Poste (empresa pública, fornecedora de serviços postais e bancários) e Galeries Lafayette (grandes armazéns). O objectivo deste artigo é mostrar que o fenómeno de comportamento não civilizado pode ser visto numa perspectiva psicossocial como uma consequência de ruptura de ligações sociais entre grupos (empregados, clientes). Nesse sentido, propõe­‑se uma definição de comportamento não civilizado, em termos de interacções entre grupos sociais, e este tipo de comportamento é analisado como um fenómeno de distinção entre grupos sociais. Finalmente, mostra­‑se como as características de diferenciação de espaços de cada empresa estão ligadas com a manifestação de comportamentos não civilizados.<hr/>This article represents a theoretical analysis based on an exploratory study conducted in three French enterprises: SNCF (French national Railway), La Poste (Postal Service) and Galeries Lafayette (a Parisian department store). The aim of this article is to produce a psychosocial scope on the phenomenon of uncivil behaviour understood here as a consequence of a break of social links between employees and clients. A definition of incivility in terms of interactions between different social groups is proposed here. Then, incivility is analysed as a behaviour of social distinction. We attempt to demonstrate, finally, how the differentiation of spaces of each enterprise is related to uncivil behaviours. <![CDATA[<b>The (ir)rationality of the personnel selection decision­‑making process </b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-20492007000200010&lng=es&nrm=iso&tlng=es Este artigo apresenta uma reflexão conceptual sobre o processo de selecção de pessoal, centrando­‑se nos elementos irracionais que lhe estão subjacentes. Argumenta­‑se que o tradicional modelo normativo­‑preditivo de selecção de pessoal, assente numa racionalidade positivista visando a decisão óptima, traduzido pela escolha da “pessoa certa para o lugar certo”, não é suficiente para compreender o modo como este processo decorre. Os desafios a este modelo relacionam­‑se com a crescente complexidade das características do trabalho, bem como com as lógicas cognitivas mobilizadas, que tornam a decisão mais incerta e complexa. Propõe­‑se um modelo baseado numa racionalidade de acção e fazendo uso de lógicas implícitas ou intuitivas, como alternativa à compreensão do processo de selecção de pessoal.<hr/>This paper examines personnel selection’s practices and process, focusing on their somehow irrational elements. We argue that the traditional model in personnel selection, based upon normative and predictive assumptions in order to achieve the “one best” decision, is not enough to understand and describe personnel selection. The challenges to this model come from the growing complexity, unpredictability and ambiguity of the job demands, and of the cognitive processes used to make a decision. We propose a model based upon action rationality and an intuitive or implicit logic as an alternative approach to understand selection processes. <![CDATA[<b>(Re)Thinking intragroup conflict</b>: <b>performance and group development</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-20492007000200011&lng=es&nrm=iso&tlng=es Contrariando as abordagens tradicionais do conflito intragrupal, que consideram este fenómeno negativo para o desempenho, as perspectivas mais recentes sublinham as suas potencialidades ao nível da inovação e da criatividade das equipas de trabalho. Os estudos empíricos desenvolvidos têm, no entanto, encontrado poucas evidências para a funcionalidade do conflito. O presente artigo procura contribuir para uma melhor compreensão das relações entre o conflito, as estratégias de gestão de conflitos e o desempenho grupal, por um lado, bem como da forma como os conflitos são vividos e geridos ao longo do desenvolvimento grupal, por outro. Participaram no nosso estudo 68 equipas de trabalho do departamento de produção de 8 organizações do sector industrial que desempenhavam tarefas com um baixo nível de complexidade. Os resultados revêlaram que o conflito centrado no desenvolvimento das tarefas se relaciona negativamente com o desempenho e que a utilização de estratégias integrativas se assume como a única abordagem aos conflitos com um impacto positivo nos resultados das equipas de trabalho. As análises realizadas permitiram também concluir que a emergência de conflitos é diferente, ao longo do desenvolvimento grupal. Para testar o padrão de resultados encontrado, importa realizar novos estudos com equipas cujas tarefas requeiram uma elevada coordenação de esforços e remetam para resultados caracterizados por uma elevada imprevisibilidade.<hr/>Against the traditional perspective of intragroup conflict, that viewed this phenomenon as negative to group performance, the recent approaches argue that conflict stimulates creativity and the innovation of workgroups. Nonetheless, the empirical studies developed didn’t find support to the positive effect of conflict in­‑group functioning. In this paper we try to contribute to a better understand of the relationships between conflict, handling conflict strategies and group development. We analyze, also, the way conflicts are lived and managed along the group temporal moments. Sixty­‑eight workgroups from the production department of eight industrial companies agreed to participate in this study. All workgroups performed non­‑complex tasks. Results revealed that task conflict is negatively related with performance and that integrating is the only strategy of handling conflict with a positive effect on the workgroups results. Our analysis suggests also that the emergence of intragroup conflict is different along the group temporal moments. Other studies are necessary with teams that performed complex and non routine tasks to test the pattern of results found.