Scielo RSS <![CDATA[Relações Internacionais (R:I)]]> http://scielo.pt/rss.php?pid=1645-919920230001&lang=pt vol. num. 77 lang. pt <![CDATA[SciELO Logo]]> http://scielo.pt/img/en/fbpelogp.gif http://scielo.pt <![CDATA[A guerra da Rússia na Ucrânia: o primeiro balanço]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-91992023000100005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt <![CDATA[A guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Uma visão a partir do flanco oriental da NATO]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-91992023000100011&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Resumo A guerra entre a Rússia e a Ucrânia - que começou no final de fevereiro de 2014 com a operação especial na Crimeia e se intensificou em resultado da invasão de grande escala iniciada oito anos depois - evoluiu para se tornar o maior conflito militar na Europa do pós-guerra. O conflito em si tem tido não apenas um impacto na arquitetura europeia de segurança, mas tem também influído grandemente a nível global. Este ensaio procura fazer uma análise, livre das emoções que muitas vezes acompanham as situações de guerra, das suas causas, trajetória e consequências.<hr/>Abstract The Russo-Ukrainian war - which began in late February 2014 with the special operation in Crimea and which intensified as a result of the Russian large-scale invasion initiated eigth years later - evolved into the largest military conflict in post-war Europe. The conflict as such has impacted not only the European security architecture but also has had a great influence globally. This essay seeks to analyse its causes, course, and consequences free from emotions that often accompany war-like situations. <![CDATA[Acabaram-se as simpatias. As relações bálticas com a Rússia depois de 2022]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-91992023000100025&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Resumo A escalada da Rússia na sua guerra contra a Ucrânia, em 2022, foi recebida pela oposição imediata e vigorosa dos Estados Bálticos, após três décadas de esforços fragmentados para atingir o equilíbrio e o desacoplamento económico e político relativamente à Rússia. Este artigo analisa as alterações - relacionadas com a Rússia - que as políticas interna e externa dos Estados Bálticos sofreram em 2022. Aborda a retórica e as ações dos estadistas bálticos no seu crescendo de assertividade e dureza face à Rússia, bem como a forma como a Estónia, a Letónia e a Lituânia estão a ponderar o seu total apoio à Ucrânia e, finalmente, a forma como os próprios bálticos se estão a libertar dos resquícios do soft power russo.<hr/>Abstract Russia’s escalation of its war on Ukraine in 2022 was met by immediate and strong opposition by the Baltic states after three decades long balancing and piecemeal economic and political decoupling from Russia. Article examines changes that Russia related Baltic state foreign and domestic policy experienced in 2022. It deals with the rhetoric and actions of Baltic statesmen becoming more direct and tougher towards Russia, as well as how Estonia, Latvia and Lithuania are weighting in their full support to Ukraine, and finally how the Baltics themselves are untying themselves from the remainders of Russian ‘soft power’ grip. <![CDATA[A resposta da União Europeia à Guerra da Ucrânia]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-91992023000100035&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Resumo A invasão da Ucrânia pela Federação Russa no dia 24 de fevereiro de 2022 provocou alterações profundas no ambiente de segurança internacional, sobretudo na região geopolítica da Europa. Não seria, pois, surpreendente, que fosse a União Europeia e os seus Estados-Membros a mobilizarem-se no sentido de ajudar a Ucrânia nos vários domínios. Este artigo procura mapear os principais instrumentos humanitários, económicos e militares que constituíram a resposta da União Europeia aos principais desafios que foram colocados no primeiro ano de guerra.<hr/>Abstract The Russian Federation’s invasion of Ukraine on 24 February 2022 caused deep changes in the international security environment, particularly in geopolitical region of Europe. It would not, therefore, be surprising if the European Union and its member states were to mobilize in order to help Ukraine in several areas. This article seeks to map the main humanitarian, economic and military instruments that constituted the EU’s reaction to the main challenges that were posed in the first year of war. <![CDATA[A política externa russa um ano depois. Narrativas múltiplas e as suas implicações]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-91992023000100045&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Resumo Este artigo visa analisar as múltiplas narrativas que vêm informando as políticas de Moscovo, em particular desde a invasão injustificada da Ucrânia pela Rússia, no dia 24 de fevereiro de 2022. Esta análise aborda linhas de continuidade e de mudança na política externa russa, incluindo vários discursos de Putin ao longo deste último ano de guerra, em diálogo com as narrativas dominantes que os acompanham, de forma a clarificar ações e opções. O artigo conclui que a política externa russa de Putin em 2022 revela uma procura clara de continuidades discursivas, mas acaba por evidenciar não só descontínuos, como incoerências que limitam a sua credibilidade.<hr/>Abstract This article aims to analyse the multiple narratives that have been informing Moscow’s policies, since Russia’s unwarranted invasion of Ukraine on 24 February 2022. This analysis addresses lines of continuity and change in Russian foreign policy, including several of Putin’s speeches over this past year of war, in dialogue with the dominant narratives that accompany them, in order to clarify actions and options. The article concludes that Putin’s Russian foreign policy in 2022 reveals a clear search for discursive continuities, but ultimately highlights not only discontinuities but also inconsistencies that limit its credibility. <![CDATA[Um ano de guerra na Ucrânia. Como chegámos aqui? Para onde estamos a ir?]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-91992023000100053&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Resumo Este ensaio apresenta uma leitura crítica das relações entre a Ucrânia e a Rússia, centrada em exemplos de hegemonia e resistência. Para tal, o ensaio começa por contextualizar as principais tensões que têm marcado as relações entre Kiev e Moscovo. Segue-se uma interpretação da guerra como uma medida extrema do Kremlin no seu caminho rumo à hegemonia regional e relevância global. O ensaio termina com algumas reflexões sobre a situação atual e as possíveis consequências da guerra. Esta abordagem crítica visa contribuir para uma compreensão aprofundada de como aqui chegámos e para onde nos dirigimos em termos de poder regional e de dinâmica de segurança.<hr/>Abstract This essay provides a critical reading of Ukraine-Russia relations focusing on instances of hegemony and resistance. To do so, it starts by contextualizing major tensions underpinning relations between Kiev and Moscow. It then proceeds with an interpretation of the war as an extreme measure by the Kremlin in its pursuit of regional hegemony and global relevance. The essay concludes with remarks on the current situation and on possible consequences of the war in Ukraine. Such critical account aims at contributing to an in-depth understanding of how we got here and of where we are heading to in terms of regional power and security dynamics. <![CDATA[O esfriamento da amizade entre a Ásia Central e a Rússia após a guerra na Ucrânia]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-91992023000100063&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Resumo A invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022 colocou os países da Ásia Central face a uma escolha difícil. Partilhavam com a Rússia séculos de cooperação e têm mantido estreitos laços económicos e culturais desde a separação em relação ao Império Soviético na década de 1990. Mas a agressão contra a Ucrânia, cuja história é muito reminiscente das suas próprias histórias, gerou dúvidas e até receios nas sociedades da região. O nosso ensaio mergulha, em primeiro lugar, no racional político dos quatro países da Ásia Central em relação à guerra na Ucrânia. Em segundo lugar, analisa a dimensão militar da sua relação. Por fim, propõe alguns cenários prospetivos sobre o reposicionamento da região.<hr/>Abstract Russian invasion of Ukraine in February 2022 faced Central Asian countries with a hard choice. They shared with Russia centuries of cooperation, and they have been keeping close economic and cultural ties since separation from the Soviet empire in 1990s. But the aggression against Ukraine which story reminds a lot their own stories, engendered doubts and even fears in the societies of the region. Our essay delves, firstly, in the political rational of the four Central Asian countries regarding the war in Ukraine. Secondly, the military dimension of their relationship is analyzed. Finally, it is proposed some prospective scenarios on the repositioning of the region. <![CDATA[A indesejada guerra do mundo livre]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-91992023000100073&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Resumo Este artigo argumenta que a invasão russa da Ucrânia e a tentativa de Moscovo internacionalizar o conflito implicando os Estados Unidos da América não poderiam ter vindo em pior altura para Washington. No entanto, a Administração Biden identificou esta invasão como uma guerra de transição de poder e um ataque às regras liberais internacionais, tornando a intervenção americana inevitável. Justifica-se o argumento explicando a visão e o papel norte-americanos no sistema internacional, as razões pelas quais a invasão da Ucrânia é uma guerra de transição de poder e como a fragilidade europeia e a importância da aliança transatlântica foram também cruciais para as escolhas da Administração Biden.<hr/>Abstract This paper argues that Russia’s invasion of Ukraine, as well as Moscow’s attempt to internationalize the conflict, were seen by Washington as an unwelcome situation. However, the Biden administration perceived the attack as a war of power transition and an attempt to over through the rules-based order, making impossible for the US not to intervene. The argument is presented in three parts: the American vision and its role on the international system, the reasons why the US made the right diagnosis of the war on Ukraine, and the European incapability of leading this effort, as well as the importance of the transatlantic ties were critical to the Biden administration’s choices. <![CDATA[Política nuclear americana durante a guerra na Ucrânia]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-91992023000100083&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Resumo Os Estados Unidos da América e a Rússia, cuja agenda é dominada por questões estratégicas, possuem mais de 90% das armas nucleares do mundo. Esforços para tentar reduzir o seu número e a sua saliência na estratégia nuclear americana têm sido afetados por resistência doméstica e desenvolvimentos na esfera internacional. Atualmente, ao padrão de desrespeito de Moscovo por tratados de controlo de armamento, num contexto de guerra na Ucrânia, e de repetidas ameaças nucleares russas, junta-se a perceção americana de uma expansão massiva das forças nucleares chinesas. Esses acontecimentos servem de ímpeto à modernização nuclear americana e dificultam o diálogo para limitar os dois maiores arsenais nucleares do mundo.<hr/>Abstract The United States and Russia, whose agenda is dominated by strategic matters, possess more than 90% of the world’s nuclear weapons. Efforts to reduce their number and salience in American nuclear strategy have been affected by domestic resistance and international developments. Currently, Moscow’s pattern of disrespect for arms control agreements, in a context of war in Ukraine, and of repeated Russian nuclear threats, is joined by an American perception of a massive expansion of Chinese nuclear forces. Those events serve as an impetus for American nuclear modernization and make dialogue to limit the world’s two largest nuclear arsenals more difficult. <![CDATA[Relações UE-religião: proposta de sistematização das fases de relação entre instituições europeias e igrejas e comunidades religiosas]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-91992023000100093&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Resumo A relação entre as instituições europeias e as igrejas e as comunidades religiosas não tem sido isenta de conflitos, tendo passado, ao longo das décadas, por uma miríade de revisões e recomposições. Este artigo propõe uma sistematização das relações entre as instituições europeias e as igrejas e as comunidades religiosas presentes nos Estados-Membros da União Europeia. Através de uma metodologia descritiva e qualitativa, procede-se à análise das quatro fases de relacionamento União Europeia-religião: marginalização, experimentação, institucionalização e ação global. Conclui-se que, não obstante a fase inicial de incúria, tem havido uma gradual institucionalização e aprofundamento dessas relações, cujo intuito passa pelo aumento da capacidade de ação global europeia.<hr/>Abstract The relationship between European institutions and churches and religious communities has not been free of conflict and has undergone a myriad of revisions and recompositions over the decades. This article thus proposes a systematization of the relations between European institutions and churches and religious communities in European Union Member States. Through a descriptive and qualitative methodology, the four phases of the European Union-religion relationship are analyzed: marginalization, experimentation, institutionalization, and global action. It is concluded that, despite the initial phase of neglect, there has been a gradual institutionalization and deepening of these relations, whose goal is to strengthen the effectiveness of the European Union’s global action. <![CDATA[A relevância da economia para a autonomia estratégica do país]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-91992023000100111&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Resumo A economia, sobretudo desde meados do século passado, tem demonstrado ser um relevante teatro estratégico, onde os países edificam poder e influência nas relações internacionais. Através dos desenvolvimentos das respetivas economias, os Estados nacionais adquirem ou perdem relevância no plano internacional, alargam ou estreitam a sua autonomia estratégica, ganhando ascendência ou criando vulnerabilidades. Além de que o poder económico aí adquirido lhes permite alargar poder noutras áreas, como seja, por exemplo, a área militar (onde o caso chinês é paradigmático).<hr/>Abstract The economy, especially since the middle of the last century, has proved to be an important strategic theatre where countries build power and influence in international relations. Through the development of their respective economies, national states acquire or lose relevance at the international level, broaden or narrow their strategic autonomy, gaining ascendancy or creating vulnerabilities. Besides the economic power acquired allows them to extend power to other areas, such as, for example, the military area (where the Chinese case is paradigmatic). <![CDATA[Recensão: Saudades da hegemonia ocidental, <em>alias</em> Ordem Liberal Internacional]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-91992023000100133&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Resumo A economia, sobretudo desde meados do século passado, tem demonstrado ser um relevante teatro estratégico, onde os países edificam poder e influência nas relações internacionais. Através dos desenvolvimentos das respetivas economias, os Estados nacionais adquirem ou perdem relevância no plano internacional, alargam ou estreitam a sua autonomia estratégica, ganhando ascendência ou criando vulnerabilidades. Além de que o poder económico aí adquirido lhes permite alargar poder noutras áreas, como seja, por exemplo, a área militar (onde o caso chinês é paradigmático).<hr/>Abstract The economy, especially since the middle of the last century, has proved to be an important strategic theatre where countries build power and influence in international relations. Through the development of their respective economies, national states acquire or lose relevance at the international level, broaden or narrow their strategic autonomy, gaining ascendancy or creating vulnerabilities. Besides the economic power acquired allows them to extend power to other areas, such as, for example, the military area (where the Chinese case is paradigmatic).