Scielo RSS <![CDATA[Revista Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia]]> http://scielo.pt/rss.php?pid=1646-212220170001&lang=pt vol. 25 num. 1 lang. pt <![CDATA[SciELO Logo]]> http://scielo.pt/img/en/fbpelogp.gif http://scielo.pt <link>http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-21222017000100001&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt</link> <description/> </item> <item> <title><![CDATA[<b>Rotura do Tendão do Grande Peitoral</b>: <b>Revisão Sistemática dos Métodos de Reinserção</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-21222017000100002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Objetivo: Revisão sistemática da literatura focando a comparação dos resultados dos diversos métodos de reinserção na rotura do tendão do Grande Peitoral. Fontes dos dados: Foi realizada uma revisão sistemática de case-reports, case-series e estudo clínicos indexados à PubMed desde 1941 que descrevem os resultados do tratamento cirúrgico da rotura do Grande Peitoral. O outcome primário foi o resultado clínico segundo a classificação de Bak et al. Os outcomes secundários incluíram o timing da cirurgia, idade de rotura e tempo de follow-up. Comparam-se os resultados dos diversos métodos de reparação, dos diversos tipos de âncoras e do tratamento agudo versus crónico. Síntese dos dados: Vinte e sete estudos com 110 doentes e 9 métodos de reparação foram incluídos: suturas topo-a-topo, suturas transósseas, parafusos com anilhas, âncoras não especificadas, âncoras absorvíveis, âncoras de titânio, âncoras de sutura, âncora de titânio com sutura transóssea e botão cortical. A idade média foi de 29,6 anos e o tempo médio de follow-up foi de 28 meses. A maioria dos resultados (90,9 %) foi excelente ou bom não se verificando diferença estatisticamente significativa entre os diversos métodos de reparação. A análise do subgrupo das âncoras (11 casos) não demonstrou superioridade de qualquer tipo de âncoras. A reparação aguda (54 casos) esteve associada a melhores resultados que o tratamento crónico (56 casos). Conclusões: De acordo com esta revisão sistemática, o tratamento cirúrgico deverá ser realizado na fase aguda não existindo evidência suficiente para recomendar um determinado método de reinserção.<hr/>Objective: To systematically review the literature on the pectoralis major rupture and compare several repair methods clinical results. Methods: A systematic literature review was performed for case-reports, case-series and clinical studies, published since 1941 and indexed for PubMed, that describe pectoralis major surgical treatment results. The primary outcome was clinical result according to Bak et al. classification. The secondary outcomes included time to surgery, age and follow-up. The several repair methods outcomes and acute versus chronic treatment were compared statistically. Results: Twenty-seven studies with 110 patients and 9 repair methods were included: suture; transosseous suture; screws and washers, non-specified anchors, absorbable anchors, titanium anchors, suture anchors, titanium anchors and transosseous suture, cortical button. The mean age and follow-up were 29,6 years and 28 months respectively. Excellent or good results were observed in 90,9 % of the patients and no statistical difference between repair methods groups was detected. Anchors subgroup analysis (11 cases) revealed similar results for the different types of anchors. The acute repair (54 cases) had significantly better results than chronic repair (56 cases). Conclusions: According to this systematic review, acute surgical repair should be preferred with no sufficient available evidence to recommend any specific repair method. <![CDATA[<b>Tratamento de Infeções Protésicas com Desbridamento e Preservação do Implante</b>: <b>Resultados da Aplicação Prospetiva de um Protocolo Pré-estabelecido</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-21222017000100003&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Objetivo: O tratamento de infeções protésicas é complexo e os resultados do desbridamento com preservação da prótese são frequentemente imprevisíveis. A nossa hipótese é que é possível oferecer uma boa probabilidade de sucesso desde que sejam cumpridas algumas regras simples para correta seleção e tratamento dos doentes. O objetivo deste estudo é apresentar os resultados obtidos com a aplicação prospetiva desses pressupostos ao longo dos últimos anos na nossa instituição. Material e Métodos: Trata-se de um estudo clínico prospetivo que inclui todos os doentes com infeção protésica tratados desde Janeiro/2012 e com um seguimento mínimo de 12 meses após o fim do tratamento. Apenas foram candidatos ao desbridamento com preservação do implante doentes com prótese estável, sem sinais de descolamento, boa condição de partes moles e curta duração dos sintomas. O desbridamento cirúrgico foi realizado pelo mesmo cirurgião e incluiu sempre troca de partes móveis. Sempre que possível a antibioterapia incluiu fármacos com eficácia para bactérias no biofilme. Resultados: Foram estudados 24 doentes (15 joelhos e 9 ancas) com uma idade média de 65 anos. Um doente foi excluído da analise dos resultados por morte não relacionada. Registaram-se três casos de falência do tratamento o que resulta numa taxa de sucesso de 87% (20/23) com um seguimento médio de 30 meses após o término da antibioterapia. Conclusão: A aplicação de um protocolo pré-estabelecido de tratamento permite a obtenção de bons resultados no tratamento de infeções protésicas mesmo quando se opte pela preservação do implante.<hr/>Study Goal: Treating prosthetic joint infections is complex and the results of debridement with implant retention are often unpredictable. Our hypothesis is that it is possible to offer a good chance for success as long as simple patient selection and treatment guidelines are met. The goal of this paper is to present the results of prospectively applying these principles over the past few years in our institution. Material and Methods: This is a prospective clinical study including patients with prosthetic joint infection treated since January/2012 and a 12 months’ minimum follow-up after treatment discontinuation. Only patients with a stable prosthesis with no signs of loosening, good soft tissues and short duration of symptoms were candidates to debridement with implant retention. Surgery was performed by the same surgeon and it always included mobile parts exchange. Whenever possible, antibiotic therapy included agents effective against bacteria within the biofilm. Results: Twenty-four patients (15 knees and 9 hips) with a mean age of 65 years were included. One patient was excluded from the analysis of results as a result of unrelated death. There were three cases of treatment failure, resulting in an overall success rate of 87% (20/23) with an average 30 months’ follow-up after discontinuing antibiotic therapy. Conclusion: Following a predetermined treatment protocol allows for good results in the treatment of prosthetic joint infections even when choosing to preserve the implant. <![CDATA[<b>Sinovite vilonodular pigmentada do joelho</b>: <b>Tratamento da recidiva</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-21222017000100004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Os autores apresentam um raro caso de Sinovite Vilonodular Pigmentada do joelho, difusa, recidivada numa paciente jovem, com grave repercussão nas suas atividades diárias. Houve a necessidade de efetuar um tratamento localmente agressivo, com substituição total da articulação do joelho utilizando componentes de revisão. O tratamento revelou-se eficaz sob ponto de vista clínico e funcional.<hr/>The authors present a rare case of recurrent Diffuse Pigmented Villonodular Synovitis, located in the knee, in a young female patient that serious effect on daily activities. A locally aggressive treatment was performed, with total replacement of the knee joint using revision components. A good clinical and functional outcome was achieved. <![CDATA[<b>Fratura de Hahn-Steinthal</b>: <b>A propósito de um caso clínico</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-21222017000100005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Introdução: As fraturas isoladas do capitellum são lesões raras, representando menos de 1% das fraturas a nível do cotovelo e 6% das fraturas do úmero. Ocorrem geralmente em adolescentes, na maioria dos casos depois dos 12 anos de idade. Este padrão de fratura foi descrito pela primeira vez em 1853 por Hahn; posteriormente, Kocher em 1896, Steinthal em 1898 e Lorenz em 1905 descreveram diferentes padrões para este tipo de fraturas. Em 1985, Bryan e Morrey classificaram as fraturas do capitellum em três tipos diferentes (tipo I, II e III). Em 1996, esta classificação foi atualizada por McKee para 4 tipos. Caso clinico: Doente do sexo feminino com 24 anos, raça caucasiana, sem antecedentes pessoais relevantes, que recorre ao serviço de urgência por dor e impotência funcional do cotovelo direito, vítima de queda de bicicleta com o punho e cotovelo em extensão. O estudo complementar realizado com radiografia simples e tomografia computorizada do cotovelo direito demonstraram uma fratura do capitellum. Foi submetida a tratamento cirúrgico e realizada redução aberta e fixação interna com parafuso canulado autocompressivo sem cabeça (HCS® 2,4mm) colocado de posteroanterior por abordagem posterolateral de Kocher. Realizada imobilização com tala gessada posterior durante 3 semanas. Após esse período iniciou reabilitação com ganho progressivo de mobilidades. Conclusão: As opções terapêuticas variam desde o tratamento conservador (sob a forma de redução fechada e imobilização), excisão do fragmento ou redução aberta e fixação interna. O método de fixação interna é variável: fios de Kirschner, pinos reabsorvíveis ou diferentes tipos de parafusos em compressão. A artroscopia também pode ser útil na cirurgia. Uma redução aberta e fixação interna estável com um parafuso canulado autocompressivo sem cabeça permitem uma mobilização precoce do cotovelo, evitando a rigidez articular e artrose degenerativa.<hr/>Isolated capitellum fractures are rare lesions and represent less than 1% of all elbow fractures and 6% of the humerus fractures. Usually, this fracture occurs in adolescents under the age of 12. This fracture´s pattern was first described by Hahn in 1853; later, Kocher in 1896, Steinthal in 1898 and Lorenz in 1905 described different types of this fracture. In 1985, Bryan and Morrey classified the capitellum fractures in three types (types I, II and III). In 1996, this classification was updated by McKee with the introduction of a fourth type. Case Report: 24 year-old caucasian woman, with no relevant personal history, presented to the emergency room with pain and functional disability of the right elbow after having fallen from the bicycle with the wrist and elbow in extension. The radiography and CT of the right elbow showed a capitellum fracture. Surgical treatment was the option with open reduction and internal fixation with a cannulated headless compression screw (HCS ® 2,4mm inserted from posterior to anterior by posterolateral Kocher approach). Initially immobilized with posterior cast for 3 weeks, she began rehabilitation with progressive gain of mobility. Conclusion: Different therapeutic options are presented: conservative treatment (closed reduction and immobilization), excision of the fragment or open reduction and internal fixation. Internal fixation is variable: Kirschner wires, reabsorbable pins or different kind of screws in compression. Arthroscopy has also been used to aid surgery. Open reduction and stable internal fixation with cannulated headless compression screw enable early mobilization of the elbow and reduce joint stiffness and subsequent degenerative arthrosis. <![CDATA[<b>Lesão do Nervo Peroneal Comum</b>: <b>Uma Urgência Ortopédica pouco Habitual</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-21222017000100006&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O nervo peroneal comum resulta da divisão do nervo ciático, sendo composto por fibras na dependência das raízes de L4 a S2. Clinicamente, o seu compromisso origina uma fraqueza dos músculos promotores da dorsiflexão e eversão do pé. As lesões do nervo peroneal comum podem estar associadas a inúmeras causas traumáticas ou insidiosas. As causas traumáticas podem ocorrer em associação com lesões do aparelho músculo-esquelético, ou isoladamente por mecanismos de tração, compressão ou laceração nervosa. Descrevemos o caso clínico de uma lesão do nervo peroneal comum, num doente do sexo masculino com 14 anos de idade, diabético insulino-dependente, após ferida penetrante por um vidro, na região postero-lateral distal da coxa direita. O doente foi submetido a exploração cirúrgica urgente, tendo sido realizada uma sutura nervosa topo-a-topo. Aos 18 meses após a intervenção cirúrgica o doente teve alta da consulta, com um padrão de marcha normal, recuperação da mobilidade e pequena zona de hipostesia no dorso do hallux, sem qualquer limitação nas suas atividades de vida diária ou prática desportiva.<hr/>The common peroneal nerve results from the division of the sciatic nerve and is composed by fibers depending on the roots from L4 to S2. Clinically, its lesion leads to a weakness of the muscles promoters of dorsiflexion and eversion of the foot. The common peroneal nerve injury may be associated with numerous traumatic or insidious causes. Traumatic causes may occur in association with lesions of the musculoskeletal system, or individually by traction mechanisms, compression or nerve laceration. We report a case of a common peroneal nerve injury on a male patient, aged 14 years old, insulin-dependent diabetic, after a penetrating wound in the distal posterior-lateral region of the right thigh, caused by a glass. The patient underwent immediate urgent exploration and an end-to-end nerve suture was carried out. At 18 months after surgery the patient was discharged with a normal gait pattern, recovery of mobility and a small area of hypoesthesia on the dorsum of the hallux, and without any limitations in his daily activities or sports. <![CDATA[<b>Sacroileíte Piogénica</b>: <b>Caso Clínico</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-21222017000100007&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A sacroileíte piogénica é uma patologia rara, representando apenas 1-2% de todas as infecções osteoarticulares em crianças. O seu diagnóstico é difícil devido à sua raridade, sinais clínicos vagos e semelhantes à artrite séptica da anca. Embora de prognóstico excelente, o diagnóstico tardio pode originar várias complicações como formação de abcesso, sequestro e sépsis. O tratamento implica um curso de antibioterapia prolongada, reservando-se a abordagem cirúrgica para casos selecionados. É apresentado um caso de sacroileíte piogénica, numa criança de sexo masculino, com 11 anos de idade.<hr/>Pyogenic sacroiliitis is a rare disease, accounting for only 1-2% of all osteoarticular infections in children. The diagnosis is difficult because of its rarity, vague clinical signs and similar to septic arthritis of the hip. Although excellent prognosis, late diagnosis can lead to various complications such as abscess formation, sequestrum and sepsis. Treatment involves a course of prolonged antibiotic therapy, reserving the surgical approach for selected cases. A case of pyogenic sacroiliitis is displayed, in a male child, 11 years old. <![CDATA[<b>Tumor glómico subungueal</b>: <b>A propósito de um caso</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-21222017000100008&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Os tumores glómicos são tumores benignos e raros, (1-2% dos tumores de tecidos moles da mão). Estão normalmente localizados nas extremidades distais (dedos, palmas das mãos e plantas dos pés), subungueais em 50% dos casos. Os sintomas que caracterizam esta patologia em 63-100%são a hipersensibilidade local, sensibilidade ao frio, dor intermitente e severa, sendo o diagnóstico definitivo histológico. Os testes clínicos permitem uma identificação objetiva destas lesões. Apresentamos um caso de uma doente de 69 anos, com história de 2 anos de evolução de dor na extremidade distal do segundo dedo da mão direita, com a sintomatologia associada de hipersensibilidade local e exacerbação da dor ao frio. Apresentava todos os testes clínicos positivos e fez ecografia que foi compatível com tumor glómico. Fez-se excisão e enviada a peça de resseção para estudo histológico que confirmou o diagnóstico.<hr/>Glomus tumors are benign and rare tumors, (1-2% of soft tissue tumors of the hand). They are usually located in the distal extremities (fingers, palms and soles), subungueal in 50% of cases. The symptoms that characterize this pathology in 63-100% are local hypersensitivity, sensitivity to cold, intermittent and severe pain. The definitive diagnosis is histological. Clinical tests allow an objective identification of these lesions. We present a case of a 69-year-old female patient with a 2-year history of pain in the distal extremity of the second finger of the right hand, with the associated symptoms of local hypersensitivity and exacerbation of pain with cold. She had all positive clinical tests and had ultrasonography that was compatible with glomus tumor. An excision was made and the resection sample was sent for histological study that confirmed the diagnosis.