Scielo RSS <![CDATA[Medievalista]]> http://scielo.pt/rss.php?pid=1646-740X20100002&lang=en vol. num. 8 lang. en <![CDATA[SciELO Logo]]> http://scielo.pt/img/en/fbpelogp.gif http://scielo.pt <![CDATA[Editorial revista Medievalista número 8]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-740X2010000200001&lng=en&nrm=iso&tlng=en <![CDATA[A data de nascimento de Afonso I]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-740X2010000200006&lng=en&nrm=iso&tlng=en Resumo Apesar do desafio aliciante que sempre constitui um enigma, a contradição das fontes mais antigas sobre a data de nascimento de Afonso Henriques nunca foi devidamente estudada, por não se considerar o assunto suficientemente relevante para a história, pouco interessada com a averiguação isolada de factos do passado. Não é de estranhar, assim, que este artigo surja à margem da historiografia profissional, apesar de ter sido a recente publicação da biografia de D. Afonso Henriques que veio renovar o interesse pelo facto. Este trabalho propõe-se revisitar as fontes coevas à luz da crítica textual. Pretende-se demonstrar que a Vita Theotonii, sendo a fonte primordial, contém já em si os vestígios do «pecado original» donde procede a confusão acerca da data de nascimento do nosso primeiro rei, que perdurou até aos nossos dias. A finalidade explicitada acaba assim por se tornar um pretexto para uma reflexão mais ampla sobre os problemas da transmissão textual.<hr/>Abstract Despite the challenge that is always an enigma, the contradiction between the sources of the date of birth of Afonso Henriques had never been properly studied because it is not considered a matter of history, little concerned with the investigation of isolated facts from the past. No wonder that this article arise in the margins of professional historiography, despite having been the recent publication of the biography of D. Afonso Henriques, who came to renew the interest in the subject. The aim of this paper is to revisit the coeval sources in light of the problem. We intend to show that “Vita Theotonii” is not only the primary source but also contains within itself the «original sin» upon which was settled the confusion over the date of birth of our first king, which lasted until the present. The explicit purpose eventually had become a plea for a broader discussion of the problems of textual transmission. <![CDATA[Mulheres Sobrenaturais no Nobiliário Português - <em>a Dama Pé de Cabra e a Dona Marinha</em>.]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-740X2010000200054&lng=en&nrm=iso&tlng=en Resumo Vamos comentar algumas breves narrativas que figuram no Livro de Linhagens do Conde D. Pedro e que nos remetem para figuras sobrenaturais que estariam na origem de certas famílias nobres. Veremos como elas se ligam a um imaginário comum occidental que nos faz remontar do extremo ocidente português, através do mundo hispânico e da França, até à longínqua Bretanha e à sua “matéria”. <![CDATA[Recordando o rei David: vivência coral e criatividade musical na Europa pós-carolíngia.]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-740X2010000200074&lng=en&nrm=iso&tlng=en Resumo Este trabalho explora a presença do Rei David no quotidiano e no imaginário do clero latino medieval, através do Livro dos Salmos e de novas peças musicais (antífonas, sequências e tropos) inspiradas em episódios biográficos recolhidos no Antigo Testamento. Centrado em repertório consolidado por volta do século XI (com referências adicionais quer à mentalidade pré-carolíngia, quer ao impacto humanístico na polifonia do século XVI), põe em relevo a tensão entre uma estética musical expansiva e emotiva, associada a Cluny e à tradição ibero-aquitana, e o puritanismo patrístico reavivado, no século XII, pela Ordem de Cister. Entre os textos aqui apresentados pela primeira vez em português, contam-se passagens especialmente informativas, escritas em meados do mesmo século por João de Salisbúria, Hugo de Fouilloy e Elredo de Rieval.<hr/>Abstract This paper explores the presence of King David in the daily life and imaginary world of Latin medieval clergy, focusing on the Psaltery and those musical items (antiphons, sequences, tropes) newly inspired in David's biography as recorded in the Old Testament. Although referring both to pre-Carolingian mentality and to 16th-century humanism as mirrored in contemporary polyphony, it takes as its main object the liturgical repertory in existence around the 11th century. In so doing, it puts into evidence the tension between an expansive, emotional musical aesthetics (mainly associated to Cluny and the Aquitanian and Aquitanian-derived traditions) and the patristic puritanism revived by the Cistercians in the 12th century. Among those texts translated here into Portuguese for the first time, passages from 12th-century authors John of Salisbury, Hugh of Fouilloy and Aelred of Rievaulx are particularly telling. <![CDATA[Aportaciones al estudio de la gestualidad en la iconografía románica hispana.]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-740X2010000200106&lng=en&nrm=iso&tlng=en Resumo O objectivo deste trabalho é analisar uma série de aspectos gerais relacionados com as representações gráficas de gestos na iconografia românica da Península Ibérica. Esta contribuição é baseada na configuração prévia de um corpus gestual, formado por atitudes, gestos e posturas representados na Arte Românica dos reinos hispânicos. Os aspectos em estudo centram-se sobretudo na forma, significado e origem dos gestos.<hr/>Abstract The aim of this paper is to set a series of general aspects related to the graphic representations of gestures in the Romanesque iconography of the Iberian Peninsula. This approach is based on the prior configuration of a gestural corpus, formed by attitudes, gestures and postures portrayed in the Romanesque Art of the Spanish kingdoms. The aspects dealt with affect the form, meaning and origin of gestures mainly. <![CDATA[De la conciencia del linaje a la defensa estamental. Acerca de algunas narrativas nobiliarias vascas]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-740X2010000200134&lng=en&nrm=iso&tlng=en Resumo O objetivo deste trabalho é analisar um conjunto de narrativas de origem sobre a nobreza do Senhorio de Biscaia e do seu contexto na baixa Idade Média. Em primeiro lugar, o conjunto legendário produzido em torno da Casa de Haro, titular do senhorio durante vários séculos e transmitido pela primeira vez pelo cronista português Pedro Afonso, conde de Barcelos. Em segundo lugar, analisam-se as narrativas de origem dos Senhores de Ayala, recolhidas e actualizadas por Fernando Perez, pai do famoso chanceler Ayala. Por fim, apresentam-se vários exemplos de mistificação genealógica sobre a baixa nobreza do território, transmitidos por Lope García de Salazar. A perspectiva de análise é construtivista em dois sentidos: primeiro, ao mostrar que a mitomania da nobreza é activamente construída por ela; e, segundo, no sentido de que esta construção é adaptativa. Essas narrativas, pela sua própria natureza, são identitárias e têm um valor de exclusão que se limita à própria linhagem, outro exemplo da concorrência intra-senhorial da baixa Idade Média. Mas, ao mesmo tempo, conformam um elaborado discurso estamental que, em cada autor estudado, encontra matizes diferentes estreitamente ligados a cada contexto histórico particular.<hr/>Abstract The purpose of this paper is to analyze a set of origin narratives concerning the nobility of the Manor of Biscay and its environment in the Middle Ages. First, the set of legends around the House of Haro, holder of the manor for several centuries, which were first transmitted by the Portuguese chronicler Pedro Afonso, count of Barcelos. Second, we analyze the origin narratives of the Lords of Ayala, collected and updated by Fernán Pérez, father of the famous Chancellor Ayala. Finally, we present several examples of genealogical mystification related to the land’s lower nobility as transmitted by Lope García de Salazar. Our analysis involves a twofold constructivist perspective: first by showing that nobility mythomania is actively constructed by nobility itself; secondly, in the sense that this construction is adaptive. Such narratives are by their own nature identitarian and have an excluding value which is limited to the lineage itself, which is another instance of intra-manorial competition in the late Middle Ages. But at the same time, they build an elaborate estate discourse which, in each analyzed author, contains different nuances which are closely linked to each specific historical context. <![CDATA[Mariage, littérature courtoise, et structure du désir au XII<sup>ème</sup> siècle.]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-740X2010000200185&lng=en&nrm=iso&tlng=en Abstract The paper revisits the relations between courtly love and social conditions of the Western eleventh and twelfth centuries. It stresses the larger socio-cultural changes that the Church brought about by imposing celibacy on clerics and the principle of consensual marriage on the lay nobility as a framework for the emergence of literary fin’ amors. Courtly songs and romances are thought of as attempts of building new models for the relationship between men and women and a new ethics of the sexual difference. In short I say that the variety of ethical and esthetical choices explored by medieval romances concerning the connexions between desire, marriage, and sublimation strongly challenges the thesis of Denis de Rougemont about the adulterous tendency of Western love and the Manichaean background of fin’amors, arguing that the views on sexuality offered by Gratien corroborate the Incarnation-tinged love ethics of marital romances.<hr/>Resumo O artigo revisita as relações entre amor cortês e as condições sociais no Ocidente, especialmente em França, nos séculos XI e XII para vincar as importantes mutações sócio-culturais provocadas em grande parte pela Igreja gregoriana ao impor o celibato aos clérigos e o princípio do consentimento mútuo aos nobres como quadro da emergência da fin’amors literária. Canções e romances corteses são pensados como tentativas de construir novos modelos de relação entre homens e mulheres e uma nova ética da diferença sexual. O que digo, em suma, é que a variedade de opções estéticas e éticas, exploradas pelos romances, no que diz respeito à relação entre desejo, casamento e sublimação, constitui uma séria objecção à tese de Denis de Rougemont, segundo a qual o amor ocidental seria idealmente adúltero e o amor cortês seria sustentado por uma lógica maniqueísta. Um dos argumentos que contraponho a esta tese é a que a percepção que Graciano tem da sexualidade, por exemplo, converge com uma moral do amor, que encontramos nos romances nupciais, inspirada, senão mesmo estruturada pelo dogma da Encarnação. <![CDATA[Recensão: Anselmo e a Astúcia da Razão.]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-740X2010000200205&lng=en&nrm=iso&tlng=en Abstract The paper revisits the relations between courtly love and social conditions of the Western eleventh and twelfth centuries. It stresses the larger socio-cultural changes that the Church brought about by imposing celibacy on clerics and the principle of consensual marriage on the lay nobility as a framework for the emergence of literary fin’ amors. Courtly songs and romances are thought of as attempts of building new models for the relationship between men and women and a new ethics of the sexual difference. In short I say that the variety of ethical and esthetical choices explored by medieval romances concerning the connexions between desire, marriage, and sublimation strongly challenges the thesis of Denis de Rougemont about the adulterous tendency of Western love and the Manichaean background of fin’amors, arguing that the views on sexuality offered by Gratien corroborate the Incarnation-tinged love ethics of marital romances.<hr/>Resumo O artigo revisita as relações entre amor cortês e as condições sociais no Ocidente, especialmente em França, nos séculos XI e XII para vincar as importantes mutações sócio-culturais provocadas em grande parte pela Igreja gregoriana ao impor o celibato aos clérigos e o princípio do consentimento mútuo aos nobres como quadro da emergência da fin’amors literária. Canções e romances corteses são pensados como tentativas de construir novos modelos de relação entre homens e mulheres e uma nova ética da diferença sexual. O que digo, em suma, é que a variedade de opções estéticas e éticas, exploradas pelos romances, no que diz respeito à relação entre desejo, casamento e sublimação, constitui uma séria objecção à tese de Denis de Rougemont, segundo a qual o amor ocidental seria idealmente adúltero e o amor cortês seria sustentado por uma lógica maniqueísta. Um dos argumentos que contraponho a esta tese é a que a percepção que Graciano tem da sexualidade, por exemplo, converge com uma moral do amor, que encontramos nos romances nupciais, inspirada, senão mesmo estruturada pelo dogma da Encarnação. <![CDATA[Recensão: Jan van Eyck. Grisallas]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-740X2010000200210&lng=en&nrm=iso&tlng=en Abstract The paper revisits the relations between courtly love and social conditions of the Western eleventh and twelfth centuries. It stresses the larger socio-cultural changes that the Church brought about by imposing celibacy on clerics and the principle of consensual marriage on the lay nobility as a framework for the emergence of literary fin’ amors. Courtly songs and romances are thought of as attempts of building new models for the relationship between men and women and a new ethics of the sexual difference. In short I say that the variety of ethical and esthetical choices explored by medieval romances concerning the connexions between desire, marriage, and sublimation strongly challenges the thesis of Denis de Rougemont about the adulterous tendency of Western love and the Manichaean background of fin’amors, arguing that the views on sexuality offered by Gratien corroborate the Incarnation-tinged love ethics of marital romances.<hr/>Resumo O artigo revisita as relações entre amor cortês e as condições sociais no Ocidente, especialmente em França, nos séculos XI e XII para vincar as importantes mutações sócio-culturais provocadas em grande parte pela Igreja gregoriana ao impor o celibato aos clérigos e o princípio do consentimento mútuo aos nobres como quadro da emergência da fin’amors literária. Canções e romances corteses são pensados como tentativas de construir novos modelos de relação entre homens e mulheres e uma nova ética da diferença sexual. O que digo, em suma, é que a variedade de opções estéticas e éticas, exploradas pelos romances, no que diz respeito à relação entre desejo, casamento e sublimação, constitui uma séria objecção à tese de Denis de Rougemont, segundo a qual o amor ocidental seria idealmente adúltero e o amor cortês seria sustentado por uma lógica maniqueísta. Um dos argumentos que contraponho a esta tese é a que a percepção que Graciano tem da sexualidade, por exemplo, converge com uma moral do amor, que encontramos nos romances nupciais, inspirada, senão mesmo estruturada pelo dogma da Encarnação. <![CDATA[Apresentação de Tese: O limiar da tradição no moçarabismo conimbricense: os “Anais de Lorvão” e a memória monástica do território de fronteira (séc. IX-XII).]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-740X2010000200219&lng=en&nrm=iso&tlng=en Abstract The paper revisits the relations between courtly love and social conditions of the Western eleventh and twelfth centuries. It stresses the larger socio-cultural changes that the Church brought about by imposing celibacy on clerics and the principle of consensual marriage on the lay nobility as a framework for the emergence of literary fin’ amors. Courtly songs and romances are thought of as attempts of building new models for the relationship between men and women and a new ethics of the sexual difference. In short I say that the variety of ethical and esthetical choices explored by medieval romances concerning the connexions between desire, marriage, and sublimation strongly challenges the thesis of Denis de Rougemont about the adulterous tendency of Western love and the Manichaean background of fin’amors, arguing that the views on sexuality offered by Gratien corroborate the Incarnation-tinged love ethics of marital romances.<hr/>Resumo O artigo revisita as relações entre amor cortês e as condições sociais no Ocidente, especialmente em França, nos séculos XI e XII para vincar as importantes mutações sócio-culturais provocadas em grande parte pela Igreja gregoriana ao impor o celibato aos clérigos e o princípio do consentimento mútuo aos nobres como quadro da emergência da fin’amors literária. Canções e romances corteses são pensados como tentativas de construir novos modelos de relação entre homens e mulheres e uma nova ética da diferença sexual. O que digo, em suma, é que a variedade de opções estéticas e éticas, exploradas pelos romances, no que diz respeito à relação entre desejo, casamento e sublimação, constitui uma séria objecção à tese de Denis de Rougemont, segundo a qual o amor ocidental seria idealmente adúltero e o amor cortês seria sustentado por uma lógica maniqueísta. Um dos argumentos que contraponho a esta tese é a que a percepção que Graciano tem da sexualidade, por exemplo, converge com uma moral do amor, que encontramos nos romances nupciais, inspirada, senão mesmo estruturada pelo dogma da Encarnação. <![CDATA[A Deusa em Camelot: o papel da mulher na concepção e evolução dos heróis arturianos.]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-740X2010000200248&lng=en&nrm=iso&tlng=en Abstract The paper revisits the relations between courtly love and social conditions of the Western eleventh and twelfth centuries. It stresses the larger socio-cultural changes that the Church brought about by imposing celibacy on clerics and the principle of consensual marriage on the lay nobility as a framework for the emergence of literary fin’ amors. Courtly songs and romances are thought of as attempts of building new models for the relationship between men and women and a new ethics of the sexual difference. In short I say that the variety of ethical and esthetical choices explored by medieval romances concerning the connexions between desire, marriage, and sublimation strongly challenges the thesis of Denis de Rougemont about the adulterous tendency of Western love and the Manichaean background of fin’amors, arguing that the views on sexuality offered by Gratien corroborate the Incarnation-tinged love ethics of marital romances.<hr/>Resumo O artigo revisita as relações entre amor cortês e as condições sociais no Ocidente, especialmente em França, nos séculos XI e XII para vincar as importantes mutações sócio-culturais provocadas em grande parte pela Igreja gregoriana ao impor o celibato aos clérigos e o princípio do consentimento mútuo aos nobres como quadro da emergência da fin’amors literária. Canções e romances corteses são pensados como tentativas de construir novos modelos de relação entre homens e mulheres e uma nova ética da diferença sexual. O que digo, em suma, é que a variedade de opções estéticas e éticas, exploradas pelos romances, no que diz respeito à relação entre desejo, casamento e sublimação, constitui uma séria objecção à tese de Denis de Rougemont, segundo a qual o amor ocidental seria idealmente adúltero e o amor cortês seria sustentado por uma lógica maniqueísta. Um dos argumentos que contraponho a esta tese é a que a percepção que Graciano tem da sexualidade, por exemplo, converge com uma moral do amor, que encontramos nos romances nupciais, inspirada, senão mesmo estruturada pelo dogma da Encarnação. <![CDATA[O Mundo do Fantástico na Arte Românica e Gótica em Portugal]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-740X2010000200256&lng=en&nrm=iso&tlng=en Abstract The paper revisits the relations between courtly love and social conditions of the Western eleventh and twelfth centuries. It stresses the larger socio-cultural changes that the Church brought about by imposing celibacy on clerics and the principle of consensual marriage on the lay nobility as a framework for the emergence of literary fin’ amors. Courtly songs and romances are thought of as attempts of building new models for the relationship between men and women and a new ethics of the sexual difference. In short I say that the variety of ethical and esthetical choices explored by medieval romances concerning the connexions between desire, marriage, and sublimation strongly challenges the thesis of Denis de Rougemont about the adulterous tendency of Western love and the Manichaean background of fin’amors, arguing that the views on sexuality offered by Gratien corroborate the Incarnation-tinged love ethics of marital romances.<hr/>Resumo O artigo revisita as relações entre amor cortês e as condições sociais no Ocidente, especialmente em França, nos séculos XI e XII para vincar as importantes mutações sócio-culturais provocadas em grande parte pela Igreja gregoriana ao impor o celibato aos clérigos e o princípio do consentimento mútuo aos nobres como quadro da emergência da fin’amors literária. Canções e romances corteses são pensados como tentativas de construir novos modelos de relação entre homens e mulheres e uma nova ética da diferença sexual. O que digo, em suma, é que a variedade de opções estéticas e éticas, exploradas pelos romances, no que diz respeito à relação entre desejo, casamento e sublimação, constitui uma séria objecção à tese de Denis de Rougemont, segundo a qual o amor ocidental seria idealmente adúltero e o amor cortês seria sustentado por uma lógica maniqueísta. Um dos argumentos que contraponho a esta tese é a que a percepção que Graciano tem da sexualidade, por exemplo, converge com uma moral do amor, que encontramos nos romances nupciais, inspirada, senão mesmo estruturada pelo dogma da Encarnação. <![CDATA[“A Marginália como imagem transgressiva: ligações entre a página medieval e o graffiti contemporáneo”]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-740X2010000200271&lng=en&nrm=iso&tlng=en Abstract The paper revisits the relations between courtly love and social conditions of the Western eleventh and twelfth centuries. It stresses the larger socio-cultural changes that the Church brought about by imposing celibacy on clerics and the principle of consensual marriage on the lay nobility as a framework for the emergence of literary fin’ amors. Courtly songs and romances are thought of as attempts of building new models for the relationship between men and women and a new ethics of the sexual difference. In short I say that the variety of ethical and esthetical choices explored by medieval romances concerning the connexions between desire, marriage, and sublimation strongly challenges the thesis of Denis de Rougemont about the adulterous tendency of Western love and the Manichaean background of fin’amors, arguing that the views on sexuality offered by Gratien corroborate the Incarnation-tinged love ethics of marital romances.<hr/>Resumo O artigo revisita as relações entre amor cortês e as condições sociais no Ocidente, especialmente em França, nos séculos XI e XII para vincar as importantes mutações sócio-culturais provocadas em grande parte pela Igreja gregoriana ao impor o celibato aos clérigos e o princípio do consentimento mútuo aos nobres como quadro da emergência da fin’amors literária. Canções e romances corteses são pensados como tentativas de construir novos modelos de relação entre homens e mulheres e uma nova ética da diferença sexual. O que digo, em suma, é que a variedade de opções estéticas e éticas, exploradas pelos romances, no que diz respeito à relação entre desejo, casamento e sublimação, constitui uma séria objecção à tese de Denis de Rougemont, segundo a qual o amor ocidental seria idealmente adúltero e o amor cortês seria sustentado por uma lógica maniqueísta. Um dos argumentos que contraponho a esta tese é a que a percepção que Graciano tem da sexualidade, por exemplo, converge com uma moral do amor, que encontramos nos romances nupciais, inspirada, senão mesmo estruturada pelo dogma da Encarnação. <![CDATA[Le Projet IMAGO: la construction d’une base de données numérique d’iconographie médiévale]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-740X2010000200294&lng=en&nrm=iso&tlng=en Abstract The paper revisits the relations between courtly love and social conditions of the Western eleventh and twelfth centuries. It stresses the larger socio-cultural changes that the Church brought about by imposing celibacy on clerics and the principle of consensual marriage on the lay nobility as a framework for the emergence of literary fin’ amors. Courtly songs and romances are thought of as attempts of building new models for the relationship between men and women and a new ethics of the sexual difference. In short I say that the variety of ethical and esthetical choices explored by medieval romances concerning the connexions between desire, marriage, and sublimation strongly challenges the thesis of Denis de Rougemont about the adulterous tendency of Western love and the Manichaean background of fin’amors, arguing that the views on sexuality offered by Gratien corroborate the Incarnation-tinged love ethics of marital romances.<hr/>Resumo O artigo revisita as relações entre amor cortês e as condições sociais no Ocidente, especialmente em França, nos séculos XI e XII para vincar as importantes mutações sócio-culturais provocadas em grande parte pela Igreja gregoriana ao impor o celibato aos clérigos e o princípio do consentimento mútuo aos nobres como quadro da emergência da fin’amors literária. Canções e romances corteses são pensados como tentativas de construir novos modelos de relação entre homens e mulheres e uma nova ética da diferença sexual. O que digo, em suma, é que a variedade de opções estéticas e éticas, exploradas pelos romances, no que diz respeito à relação entre desejo, casamento e sublimação, constitui uma séria objecção à tese de Denis de Rougemont, segundo a qual o amor ocidental seria idealmente adúltero e o amor cortês seria sustentado por uma lógica maniqueísta. Um dos argumentos que contraponho a esta tese é a que a percepção que Graciano tem da sexualidade, por exemplo, converge com uma moral do amor, que encontramos nos romances nupciais, inspirada, senão mesmo estruturada pelo dogma da Encarnação. <![CDATA[IEM participa no Atelier Doutoral da Casa de Velázquez.]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-740X2010000200302&lng=en&nrm=iso&tlng=en Abstract The paper revisits the relations between courtly love and social conditions of the Western eleventh and twelfth centuries. It stresses the larger socio-cultural changes that the Church brought about by imposing celibacy on clerics and the principle of consensual marriage on the lay nobility as a framework for the emergence of literary fin’ amors. Courtly songs and romances are thought of as attempts of building new models for the relationship between men and women and a new ethics of the sexual difference. In short I say that the variety of ethical and esthetical choices explored by medieval romances concerning the connexions between desire, marriage, and sublimation strongly challenges the thesis of Denis de Rougemont about the adulterous tendency of Western love and the Manichaean background of fin’amors, arguing that the views on sexuality offered by Gratien corroborate the Incarnation-tinged love ethics of marital romances.<hr/>Resumo O artigo revisita as relações entre amor cortês e as condições sociais no Ocidente, especialmente em França, nos séculos XI e XII para vincar as importantes mutações sócio-culturais provocadas em grande parte pela Igreja gregoriana ao impor o celibato aos clérigos e o princípio do consentimento mútuo aos nobres como quadro da emergência da fin’amors literária. Canções e romances corteses são pensados como tentativas de construir novos modelos de relação entre homens e mulheres e uma nova ética da diferença sexual. O que digo, em suma, é que a variedade de opções estéticas e éticas, exploradas pelos romances, no que diz respeito à relação entre desejo, casamento e sublimação, constitui uma séria objecção à tese de Denis de Rougemont, segundo a qual o amor ocidental seria idealmente adúltero e o amor cortês seria sustentado por uma lógica maniqueísta. Um dos argumentos que contraponho a esta tese é a que a percepção que Graciano tem da sexualidade, por exemplo, converge com uma moral do amor, que encontramos nos romances nupciais, inspirada, senão mesmo estruturada pelo dogma da Encarnação. <![CDATA[O medievalismo português da década de 50 do século XX aos nossos dias: estado da questão e representação taxonómica]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-740X2010000200305&lng=en&nrm=iso&tlng=en Abstract The paper revisits the relations between courtly love and social conditions of the Western eleventh and twelfth centuries. It stresses the larger socio-cultural changes that the Church brought about by imposing celibacy on clerics and the principle of consensual marriage on the lay nobility as a framework for the emergence of literary fin’ amors. Courtly songs and romances are thought of as attempts of building new models for the relationship between men and women and a new ethics of the sexual difference. In short I say that the variety of ethical and esthetical choices explored by medieval romances concerning the connexions between desire, marriage, and sublimation strongly challenges the thesis of Denis de Rougemont about the adulterous tendency of Western love and the Manichaean background of fin’amors, arguing that the views on sexuality offered by Gratien corroborate the Incarnation-tinged love ethics of marital romances.<hr/>Resumo O artigo revisita as relações entre amor cortês e as condições sociais no Ocidente, especialmente em França, nos séculos XI e XII para vincar as importantes mutações sócio-culturais provocadas em grande parte pela Igreja gregoriana ao impor o celibato aos clérigos e o princípio do consentimento mútuo aos nobres como quadro da emergência da fin’amors literária. Canções e romances corteses são pensados como tentativas de construir novos modelos de relação entre homens e mulheres e uma nova ética da diferença sexual. O que digo, em suma, é que a variedade de opções estéticas e éticas, exploradas pelos romances, no que diz respeito à relação entre desejo, casamento e sublimação, constitui uma séria objecção à tese de Denis de Rougemont, segundo a qual o amor ocidental seria idealmente adúltero e o amor cortês seria sustentado por uma lógica maniqueísta. Um dos argumentos que contraponho a esta tese é a que a percepção que Graciano tem da sexualidade, por exemplo, converge com uma moral do amor, que encontramos nos romances nupciais, inspirada, senão mesmo estruturada pelo dogma da Encarnação.