Scielo RSS <![CDATA[SOCIOLOGIA ON LINE]]> http://scielo.pt/rss.php?pid=1647-333720230003&lang=pt vol. num. 33 lang. pt <![CDATA[SciELO Logo]]> http://scielo.pt/img/en/fbpelogp.gif http://scielo.pt <![CDATA[Os adultos pouco escolarizados que não retomaram a educação formal: trajetórias, contextos e a relação com a aprendizagem ao longo da vida]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1647-33372023000300011&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Resumo Com o desiderato de contribuir para o alargamento do conhecimento sociológico sobre os adultos pouco escolarizados que, apesar das mais recentes iniciativas no âmbito da educação e formação de adultos e da aprendizagem ao longo da vida, têm permanecido fora da educação formal, apresenta-se um primeiro recorte dos resultados da etapa qualitativa do estudo. Incidindo sobre um segmento que, a nível nacional, tem permanecido à margem das sociedades educativas, procura-se compreender se estamos perante indivíduos que têm ficado de fora, ou que têm sido deixados de fora da educação e aprendizagem ao longo da vida. Norteada pela abordagem biográfica, esta etapa permitiu captar os perfis de reflexividade, as origens sociais, condições de vida e as redes de sociabilidade de 21 entrevistados/as. Os resultados aqui apresentados permitiram atestar a diversidade deste segmento, e o impacto destas dimensões na construção do património disposicional no que à relação com a educação e a aprendizagem diz respeito.<hr/>Abstract Whit the aim of contributing to the broadening of sociological knowledge about adults with low educational levels who, despite the most recent initiatives in adult education and training and lifelong learning, have remained outside formal education, we present a first overview of the results of the qualitative stage of the research. Focusing on a segment that, at a national level, has remained on the margins of educational societies, we seek to understand whether we are dealing with individuals who have been left out, or have been left out of education and lifelong learning. Guided by the biographical approach, this stage allowed us to capture the reflexivity profiles, social origins, living conditions, and sociability networks of 21 interviewees. The results presented here allowed us to attest to the diversity of this segment, and the impact of these dimensions on the construction of the dispositional heritage regarding the relationship with education and learning. <![CDATA[Adaptação do questionário dos fundamentos morais ao tema do ambiente]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1647-33372023000300034&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Resumo Este estudo teve como objetivo avaliar a validade de uma versão adaptada ao tema do ambiente do Questionário de Fundamentos Morais (QFM), e que assenta em cinco fundamentos morais na sua polaridade: dano/cuidado, justiça/reciprocidade, pertença/lealdade, autoridade/respeito e pureza/santidade. Um total de 179 pessoas participaram em todas as fases do processo. A partir da versão em português do Questionário de Fundamentos Morais (Silvino et al., 2016), e tendo também em consideração o Questionário do Observatório do Consumo Consciente (QOCC), de Loureiro et al. (2017), fez-se uma análise da adequação, para a língua portuguesa e para o tema do ambiente, assente em análises fatoriais. Concluiu-se que uma tipologia assente em dois fatores é a melhor forma de analisar o QFM. Um fator mais da ordem do individual e um segundo mais da ordem da coesão, o que está de acordo com a Teoria dos Fundamentos Morais (TFM) pois agrupa os fundamentos “dano” e “justiça” em relação aos restantes. Encontramos validade nos fundamentos de coesão e concluímos que o instrumento faz a distinção entre os padrões de moral individualizante e de ligação. Dano e cuidado surgem como os mais influentes e a sua carga fatorial corrobora a versão inglesa e original.<hr/>Abstract The aim of this study was to assess the validity of a version of the Moral Foundations Questionnaire (MFQ), adapted to the subject of the environment, which was based on five moral foundations: harm/care, justice/reciprocity, belonging/loyalty, authority/respect and purity/holiness. A total of 179 people participated in all phases of the process. Based on the Portuguese version of the Moral Foundations Questionnaire (Silvino et al., 2016), and also taking into account the Conscious Consumption Observatory Questionnaire (CCOQ), by Loureiro et al. (2017), we included in this study an analysis of the adequacy, for Portuguese language and for the environmental topic, supported by factor analyses. It was concluded that a typology based on two factors is the best way to analyze the MFQ. The first factor more linked to the individual and the second one more associated with cohesion, which is in accordance with the Theory of Moral Foundations (TMF) as it groups the foundations “harm” and “justice” in relation to the rest. We found validity in the foundations of cohesion and concluded that the instrument distinguishes between individualizing and bonding moral standards. Damage and care appear as the most influential and their factorial load corroborates the English and original version. <![CDATA[PROCESSOS DE TRANSNACIONALISMO NOS EMPRESÁRIOS NEPALESES EM LISBOA]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1647-33372023000300051&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Resumo Partimos de um enquadramento teórico que se sustenta nos conceitos de transnacionalismo económico, empresarialismo migrante, economias étnicas e diásporas. Neste estudo, temos como principal objetivo analisar os processos de transnacionalismo envolvidos nas atividades dos empresários de origem nepalesa com negócios na cidade de Lisboa. Este enfoque numa população imigrante que é mais recente em Portugal, menos conhecida e em crescimento torna este trabalho particularmente relevante. Trata-se de um estudo qualitativo que engloba 36 entrevistas semi-estruturadas a empresários nepaleses, etnografia e observação participante. Nos resultados analisamos os perfis dos empresários nepaleses, examinamos estratégias de financiamento e formas específicas de desenvolvimento empresarial, bem como modos de transnacionalismo envolvidos. É feita ainda uma comparação com outros empresários imigrantes sul-asiáticos em Lisboa. As conclusões destacam a relevância das redes étnicas transnacionais nepalesas, bem como das estratégias de negócio de base étnica, no empreendedorismo nepalês, permitindo colocar a hipótese da existência de várias economias étnicas separadas nesta migração; foram igualmente detetadas novas formas de transnacionalismo migrante económico.<hr/>Abstract We start from a theoretical framework based on the concepts of economic transnationalism, migrant entrepreneurship, ethnic economies and diasporas. In this study, we have as our main objective to analyze the processes of transnationalism involved with the activities of entrepreneurs of Nepalese origin with businesses in the city of Lisbon. The relevance of the work is related with the focus on a more recent, growing and not so well known immigrant population in Portugal. This is a qualitative study that encompasses 36 semi-structured interviews with Nepali business people, ethnography and participant observation. In the results we analyze the profiles of the Nepali entrepreneurs and we examine the financing strategies and specific forms of business development, as well as the modes of transnationalism involved. We also make a comparison with other South Asian immigrant entrepreneurs in Lisbon. The conclusions highlight the relevance of Nepali transnational ethnic networks, as well as ethnic-based business strategies in Nepali entrepreneurship, hypothesizing the existence of several separate ethnic economies in this migration; in addition new forms of economic migrant transnationalism were detected. <![CDATA[O QUE É O MULTICULTURALISMO E COMO O PODEMOS DIFERENCIAR DO INTERCULTURALISMO?]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1647-33372023000300072&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Resumo Neste ensaio examino as diferenças existentes entre o multiculturalismo e o interculturalismo assumindo que não somente representam modelos diferentes, como a sua institucionalização se situa a escalas distintas. Primeiro, ofereço um sistema de premissas para identificar o âmbito de uma prática ou política multicultural. Segundo, coloco em relevo os autores que entendem o interculturalismo como uma mera variação retórica do anterior multiculturalismo. Terceiro, procuro mostrar como podemos diferenciar os dois modelos partindo das suas lógicas institucionais. Finalmente, e com a brevidade de um ensaio, aponto algumas fragilidades ao multiculturalismo que tornam mais pertinente a crítica ensaiada pelos defensores do interculturalismo, bem assim como as suas principais propostas. Concluo salientando algumas premissas do interculturalismo onde se sustentam diferenças substantivas com o multiculturalismo.<hr/>Abstract In this essay, I examine the differences between multiculturalism and interculturalism assuming that not only they represent different models, but also their institutionalization occurs at different scales. First, I offer a system of premises to identify the scope of a multicultural practice or policy. Second, I highlight those authors who understand interculturalism as a mere rhetorical variation of earlier multiculturalism. Third, I try to show how we can differentiate the two models starting from their institutional logics. Finally, and with the brevity of an essay, I point out some weaknesses of multiculturalism that make the critique rehearsed by the defenders of interculturalism more pertinent, as well as their main proposals. I conclude by emphasizing some premises of interculturalism where substantive differences with multiculturalism are supported. <![CDATA[SARROUY, ALIX DIDIER. (2022). ATORES DA EDUCAÇÃO MUSICAL. ETNOGRAFIA NOS PROGRAMAS SOCIOCULTURAIS EL SISTEMA, NEOJIBA, ORQUESTRA GERAÇÃO. HÚMUS; CICS-NOVA]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1647-33372023000300089&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Resumo Neste ensaio examino as diferenças existentes entre o multiculturalismo e o interculturalismo assumindo que não somente representam modelos diferentes, como a sua institucionalização se situa a escalas distintas. Primeiro, ofereço um sistema de premissas para identificar o âmbito de uma prática ou política multicultural. Segundo, coloco em relevo os autores que entendem o interculturalismo como uma mera variação retórica do anterior multiculturalismo. Terceiro, procuro mostrar como podemos diferenciar os dois modelos partindo das suas lógicas institucionais. Finalmente, e com a brevidade de um ensaio, aponto algumas fragilidades ao multiculturalismo que tornam mais pertinente a crítica ensaiada pelos defensores do interculturalismo, bem assim como as suas principais propostas. Concluo salientando algumas premissas do interculturalismo onde se sustentam diferenças substantivas com o multiculturalismo.<hr/>Abstract In this essay, I examine the differences between multiculturalism and interculturalism assuming that not only they represent different models, but also their institutionalization occurs at different scales. First, I offer a system of premises to identify the scope of a multicultural practice or policy. Second, I highlight those authors who understand interculturalism as a mere rhetorical variation of earlier multiculturalism. Third, I try to show how we can differentiate the two models starting from their institutional logics. Finally, and with the brevity of an essay, I point out some weaknesses of multiculturalism that make the critique rehearsed by the defenders of interculturalism more pertinent, as well as their main proposals. I conclude by emphasizing some premises of interculturalism where substantive differences with multiculturalism are supported.