Scielo RSS <![CDATA[CIDADES, Comunidades e Territórios]]> http://scielo.pt/rss.php?pid=2182-303020150002&lang=pt vol. num. 31 lang. pt <![CDATA[SciELO Logo]]> http://scielo.pt/img/en/fbpelogp.gif http://scielo.pt <link>http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-30302015000200001&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt</link> <description/> </item> <item> <title><![CDATA[<b>Cenas musicais, comunidades, identidades e culturas urbanas</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-30302015000200002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt <![CDATA[<b>Derretendo o gelo</b>: <b>A difícil abertura das cidades suíças às culturas juvenis</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-30302015000200003&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt L’année 1980 représente une année charnière pour le développement des grandes villes de Suisse. Jusqu’alors marquées par une offre culturelle extrêmement pauvre et peu diversifiée, l’apparition et l’activité des scènes musicales jeunes vont les obliger à changer de politique. Cette arrivée soudaine des scènes de musique va d’abord passer par une phase conflictuelle. Pour faire fondre la banquise conservatrice qui recouvre alors les différentes villes, les jeunes acteurs de ces scènes vont devoir se mobiliser pour conquérir des territoires urbains. Mais par la suite, les autorités vont engager des réformes prenant en compte les revendications des scènes musicales quant à leur existence dans le paysage urbain. En s’intéressant aux cinq plus grandes villes de Suisse (Zurich, Bâle, Genève, Berne et Lausanne), cet article souhaite démontrer comment les scènes musicales ont permis de moderniser ces villes, en en renouvelant l’identité et en s’inscrivant concrètement dans leur territoire. Dans une perspective socio-historique, cette étude croisera analyse d’archives, témoignages d’individus membres de ces scènes, données quantitatives sur l’offre culturelle et études des politiques gouvernementales. Il s’agira à la fois d’observer l’impact concret des scènes musicales sur ces villes et de se demander si cette intégration implique des formes de récupération ou de transformation de ce ses scènes. <![CDATA[<b>Livros, fanzines e outras publicações independentes</b>: <b>Um percurso pela ‘cena’ do Porto.</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-30302015000200004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Na passagem para o século XXI, parece existir um emergente culto underground em torno da produção e consumo de fanzines e de outras publicações autoeditadas, especialmente no campo da ilustração e design gráfico. Inspirando-se, por um lado, na ética e estética do-it-yourself (DIY) proveniente do punk/hardcore e, por outro lado, na tradição oficinal das artes gráficas, muitos designers e artistas contemporâneos parecem estar interessados em utilizar os fanzines e publicações independentes como meio para expressar e divulgar o seu trabalho. Tratam-se de publicações de baixo custo, projetadas, produzidas e distribuídas em papel - frequentemente utilizando uma pluralidade de técnicas de produção (fotografia, ilustração, colagem, etc.) e reprodução (fotocópia, serigrafia, etc.). Seguindo estas recentes tendências, nos últimos anos, também em Portugal, um número crescente de designers e artistas têm vindo a criar e publicar várias obras editoriais segundo uma lógica DIY. Após um breve enquadramento internacional, este artigo foca a realidade portuguesa procurando compreender as principais tendências presentes em fanzines e outras publicações independentes autoeditadas fortemente ligadas aos campos artísticos do desenho e da ilustração e do design gráfico. Centramo-nos na análise do contexto específico da cidade do Porto (Portugal), destacando os circuitos de produção, distribuição e consumo deste tipo de objetos, bem como as suas conexões com o crescente interesse face à cidade como espaço de criatividade emergente em torno de uma ‘movida’ DIY. <![CDATA[<b>As Ruas Ainda São para Sonhar?</b>: <b>Punk, Thrash e Heavy Metal: Uma planta não registada da paisagem urbana de Beirute.</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-30302015000200005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt The sphere of skateboarding, Metal, Thrash and Punk rock, interweaved into a self-differentiated, around a decade-old music and DIY underground culture, unfolds into an urban experience and proposes another perspective on the limits of historically framing "Punk subculture". The lifestyle and variable factorial structure of the group defines the shifting identity boundaries of the sphere, where thrashing and music share rituals and practices, and redefine the urban experience on two levels: remapping the city’s axis through thrashing the streets, and the underground and DIY music practices. From the urban fabric, layered and divided with sects, political affiliations, and socio-economic classes, the group of a young and charged history sparks with an assault with a gesture, from the shapeless, as an autonomous act of a time-space capsule that escapes and disrupts preexisting social boundaries and patterns, through a "poetic" relationship to space. From the sphere of voices, with an alternating rhythm of punctual cuts through the urban layers of identity, an unspoken narrative starts to form, where a new layer, with a mayhem resistance, breaches identity constructs and loaded places. But the rhythm lead the narrative to shape itself as a linear one. Therefore, questions about continuity have surfaced, due to the scene having a differentiated genesis and structure. The sphere has rooted geo-specific practices transmitting, appropriating and constructing a "displaced" musical heritage anchored in its own history, becoming an auto-referential non-place. Permeable to global mainstream, while resisting the postmodern aesthetics" assimilation the ephemeral "Other", the sphere resists sociological objectification and representation models, accepting no discourse, even that of a subculture, but, in spite, becomes a social agent. If the production of music and space has become a fulfilled or broken promise for itself and for its reception, although a viable and valuable mode to revitalize the study of sociological frameworks, how would sociological objectification then be escaped? <![CDATA[<b>Imaginários urbanos na música pop</b>: <b>A Nova York de Velvet Underground e The Strokes</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-30302015000200006&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt RESUMO Este artigo parte do conceito de urbano enquanto produto e produtor de interações e práticas sociais no âmbito da vida cotidiana, cujas leituras e apropriações qualificam e significam seu ambiente para além das previsões das atividades técnicas. Para tanto são exploradas as formas como as percepções cotidianas de espaço e os vínculos a localidades específicas são expressos pela música, através da análise da produção de duas bandas: Velvet Underground e The Strokes. Ambos os grupos possuem suas identidades atreladas ao espaço urbano da cidade de Nova York, mas cujas conjunturas históricas dizem muito sobre o conteúdo de suas produções: Velvet Underground em meados da década de 1960, cujo horizonte é o da cidade degradada, falida e violenta; Strokes no início dos anos 2000, após a plena consolidação dos programas de revitalização da cidade. Nesse percurso as temáticas abordadas pelos grupos transformam-se e distintos recursos estilísticos são enfatizados. No Velvet Underground há menções ao universo alternativo enquanto movimento, em passagens pontuadas por localidades específicas e reais. Já em Strokes existe a abordagem de temas individuais, sentimentos interiores e passagens pessoais por locais incógnitos. A proposta é, então, justapor tais produções com o contexto urbano que as encerram, de forma a evidenciar a extensão da relação cotidiano-identidade-espaço urbano e como ela pode ajudar a conectar a prática do urbanismo com a experiência do espaço urbano. <![CDATA[<b>LABORATÓRIO DE CIDADANIA</b>: <b>Criatividade e resistência nas favelas da Maré</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-30302015000200007&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt As favelas da Maré destacam-se no Rio de Janeiro pelo grande número de ONG a oferecer atividades artístico-culturais para a juventude. Este contexto foi fundamental para a emergência de um dos mais influentes grupos de break dance da cidade, cuja habilidade e dedicação o autonomizou de professores e instituições formais. O uso do estilo para transpor as fronteiras fixadas por diferentes quadrilhas do tráfico de drogas é exemplar do modo criativo como os dançarinos resistem à violência e reclamam a liberdade de ir e vir entre as favelas da Maré, uma estratégia que está a ser reproduzida por outras culturas juvenis.<hr/>The favelas (shanty towns) of Maré stand out in Rio de Janeiro by the large number of NGOs offering artistic and cultural activities for youth. This context was crucial to the emergence of one of the most influential groups of breakdancers in the city, whose skills and dedication allowed them to become autonomous from teachers and formal institutions. The use of life style to cross the borders imposed by the drug trafficking gangs is an example of how the creative dancers resist violence and demand the freedom to come and go between the favelas of Maré, a strategy that is being played by other youth cultures. In addition to exposing the cultural practices of these dancers, I narrate in this article the challenges of doing ethnography in a remarkably violent context and the experience of looking for house for lease in the neighborhood. <![CDATA[<b>As descobertas do pré-sal e os desafios competitivos da indústria brasileira do setor de petróleo e gás</b>: <b>uma abordagem prospectiva</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-30302015000200008&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O Brasil se destaca no cenário global por sua vanguarda na exploração de Petróleo e Gás (P & G), contudo este progresso teve como contrapartida a dependência tecnológica estrangeira e a subutilização da indústria nacional. Com as descobertas do pré-sal, o Brasil tem a chance de ingressar no seleto grupo dos dez maiores produtores do mundo. Porém, este cenário traz desafios ligados principalmente ao atendimento de demandas competitivas de extrema complexidade. Através da utilização da análise prospectiva estratégica, especificamente a partir da aplicação parcial do Método dos Cenários, foi possível identificar os principais fatores que influenciam o desenvolvimento competitivo das empresas desse setor localizadas na aglomeração produtiva de P & G da Bacia de Campos e como esses fatores se relacionam com as dinâmicas de evolução do contexto pesquisado. Foi percebida como uma limitação do trabalho o fato de determinados fatores de influência, que atualmente tem impactado sobremaneira o setor de P & G brasileiro, não terem sido considerados quando a pesquisa foi realizada, como exemplo a queda do preço do barril de petróleo e a crise política envolvendo a Petrobras. Apesar das limitações identificadas, espera-se que os resultados obtidos orientem os atores envolvidos no processo de dinamização competitiva do setor de P & G brasileiro.<hr/>Brazil stands out on the global stage for its forefront in the exploitation of oil and gas (O & G), however this improvement has created a foreign technological dependence and an under-utilization of the domestic industry. With the pre-salt discoveries, Brazil has a chance to join the select group of the largest producers in the world. However, this scenario brings challenges mainly related to meet competitive demands of extreme complexity. Through the use of strategic prospective analysis, specifically the Scenario method, it was possible to identify the main factors that influence the competitive development of companies in this sector located in the the O & G cluster in the Campos Basin and how these factors relate to the dynamics of evolution of the research context. It was perceived as a limitation of this work the fact of some influential factors which are currently greatly impacting the Brazilian O & G sector were not considered when this research was conducted, as an example the drop in the price of oil and the political crisis involving Petrobras. Despite the limitations identified, it is expected that the results guide the actors involved in the competitive dynamics of the O & G sector Brazilian process. <![CDATA[<b>Estética Vernacular na Auto-Construção em Tunes e no Cairo</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-30302015000200009&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Exterior house aesthetics are generally considered as the task of professional architects and urban planners. However, in Maghreb countries, and in other developing countries as well, self-made non-professional inhabitant builders assure the city growth. My research - as an architect - aims to acknowledge and understand the meaning of vernacular contemporary aesthetics that are free from academic models and urban regulation policies. The research draws on the observation of individuals and mass housing in various popular neighborhoods of Tunis and Cairo, using photography, graphical analyses and interviews. My main hypothesis is the recognition of the inhabitants’ competence to produce their own aesthetics that are visible through the front buildings. This paper will discuss how the inhabitants perceive the outside aspects of the house, and the way it affects its external appearance. <![CDATA[<b>Reflexões em torno da vulnerabilidade social e residencial dos assentamentos informais nos montes de Valparaíso, Chile</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-30302015000200010&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt El incendio del pasado abril del 2014 ha abierto una serie de reflexiones respecto a las condiciones y riesgos que viven miles de familias de asentamientos informales de los cerros de Valparaíso. Aplicando una serie de entrevistas en profundidad a mujeres residentes en los cerros y quebradas, el estudio apunta a comprender las condiciones que las llevaron a habitar en aquellas zonas, visualizando el lento e infinito proceso de construcción de sus viviendas y asentamiento en éstas zonas de riesgo. Asimismo se identifican algunas acciones del Estado y municipio en un intento por mejorar las condiciones, pero que, al contrario de su propósito, viene a reforzar los riesgos. En este sentido, los desastres naturales, lejos de ser episodios puntuales, son una construcción donde no sólo está presente el entorno geográfico como factor de riesgo, sino que condiciones estructurales y sociales de las familias acentúan dichos riesgos. En conclusión, los riesgos a desastres naturales en los pobladores de los cerros de Valparaíso son el resultado de una vulnerabilidad social y residencial, y el actuar del aparato público. <![CDATA[<b>A Avenida de Sta. Cruz, em Coimbra</b>: <b>entre a modernidade e a nostalgia</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-30302015000200011&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Em 1944, Etienne de Gröer (1882-?) concebe o Plano de Urbanização para Coimbra, no âmbito dos Planos Gerais de Urbanização, programa de redesenho do ambiente urbano português, criado por Duarte Pacheco, em 1934. Com este artigo pretendemos perceber de que modo é que este plano, através da nova Avenida de Santa Cruz, valida as hesitações entre tradicionalismo e abertura a um novo tempo - hesitações essas que perpassam muitas das opções do Estado Novo, em diversos domínios da vida portuguesa. Em concreto, trata-se de abrir pistas que permitam refutar a hipótese (geralmente aceite e difundida) que encara Etienne de Gröer como exemplar de um modelo de cidade e/ou de opções urbanísticas que estariam plenamente alinhadas com o Poder, no quadro dos Planos Gerais de Urbanização. No contexto, a Avenida de Santa Cruz - posicionando-se entre uma imagem urbana que possibilitava configurar a face do Estado Novo e novos modos de entender o território em movimento, com o automóvel - consubstancia-se como metáfora de uma realidade que a ultrapassa. Ou seja, a Avenida de Santa Cruz permite abrir pistas para perceber que a cidade desse período é também marcada pelo sempre presente embate entre as visões mais conservadoras do Regime e as que ambicionavam uma sociedade mais modernizada; a mesma avenida permite, ainda, nesse contexto, negar que Etienne de Gröer tenha sido um profissional em total sintonia com o Estado Novo, em matéria de urbanismo. <![CDATA[<b>Recensão do livro "<i>A Cidade na Encruzilhada</i>. Repensar a Cidade e a Sua Política"</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-30302015000200012&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Em 1944, Etienne de Gröer (1882-?) concebe o Plano de Urbanização para Coimbra, no âmbito dos Planos Gerais de Urbanização, programa de redesenho do ambiente urbano português, criado por Duarte Pacheco, em 1934. Com este artigo pretendemos perceber de que modo é que este plano, através da nova Avenida de Santa Cruz, valida as hesitações entre tradicionalismo e abertura a um novo tempo - hesitações essas que perpassam muitas das opções do Estado Novo, em diversos domínios da vida portuguesa. Em concreto, trata-se de abrir pistas que permitam refutar a hipótese (geralmente aceite e difundida) que encara Etienne de Gröer como exemplar de um modelo de cidade e/ou de opções urbanísticas que estariam plenamente alinhadas com o Poder, no quadro dos Planos Gerais de Urbanização. No contexto, a Avenida de Santa Cruz - posicionando-se entre uma imagem urbana que possibilitava configurar a face do Estado Novo e novos modos de entender o território em movimento, com o automóvel - consubstancia-se como metáfora de uma realidade que a ultrapassa. Ou seja, a Avenida de Santa Cruz permite abrir pistas para perceber que a cidade desse período é também marcada pelo sempre presente embate entre as visões mais conservadoras do Regime e as que ambicionavam uma sociedade mais modernizada; a mesma avenida permite, ainda, nesse contexto, negar que Etienne de Gröer tenha sido um profissional em total sintonia com o Estado Novo, em matéria de urbanismo.