Scielo RSS<![CDATA[Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar]]>
http://scielo.pt/rss.php?pid=2182-517320250004&lang=es
vol. 41 num. 4 lang. es<![CDATA[SciELO Logo]]>http://scielo.pt/img/en/fbpelogp.gif
http://scielo.pt
<![CDATA[Beyond the GP practice: why the future of health starts in the community]]>
http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732025000400292&lng=es&nrm=iso&tlng=es
<![CDATA[The role of the family doctor in the care of single-parent families]]>
http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732025000400296&lng=es&nrm=iso&tlng=es
Abstract Objective: To understand family doctors’ (FD) and family doctor residents’ (FDR) perspectives on the health care of single-parent families (SPF). Methods: A cross-sectional observational study was conducted using a convenience sample. After validation, an anonymous online questionnaire was distributed to FD and FDR between January and March 2024. Two contextual variables were collected, as well as five questions regarding the views of FD and FDR on “The impact of living in a single-parent family” and seven questions about “The medical practice in the single-parent family”. Descriptive and inferential statistical analyses were performed. A n=31 representative sample was calculated. Results: For n=47, 88.6%, there was agreement that single parents present poorer mental health, and 81.1%, n=43, expressed the need for more training on SPF, also agreeing that the formation of an SPF is a moment of increased need for medical attention, n=36, 67.9%. FD and FDR, who expressed the need for more training, were more likely to disagree that their medical training was sufficient to provide satisfactory care for SPF, p=0.003. Doctors seemed to know when to refer SPF to other qualified professionals, n=37, 69.8%. Discussion: The small sample size and the different inherent biases of self-reported data studies are to be mentioned. No other Portuguese studies exist on this subject; the fulfilment of the FD’s and FDR’s populational role seems to depend on the skills that are to be learned and practiced in continuous medical knowledge and development. More studies on this topic are needed. Conclusion: FD and FDR consider it important to intervene in the needs of SPF and do not feel fully prepared to provide satisfactory care for these families.<hr/>Resumo Objetivos: Perceber as perspetivas de médicos de família (MF) e de médicos internos de formação específica (MIFE) nos cuidados de saúde a famílias monoparentais. Métodos: Estudo observacional transversal por questionário anónimo, especificamente construído, aplicado online a MF e MIFE entre 28 de dezembro/2023 e 24 de março/2024, recolhendo-se duas variáveis de contexto e as opiniões acerca do “Impacto de viver numa família monoparental” (cinco perguntas) e da “Prática médica em famílias monoparentais” (sete perguntas). Efetuou-se a análise estatística descritiva e inferencial dos dados. Calculou-se como dimensão amostral um n=31. Resultados: Para n=47 médicos, 88,6% concordaram que os pais de famílias monoparentais apresentam pior saúde mental. Além disso, 81,1% (n=43) manifestaram sentir necessidade de mais formação sobre estas situações, concordando ainda que o acompanhamento destas famílias representa um momento de maior necessidade de atenção médica (n=36, 67,9%). Os MF e MIFE que expressaram a necessidade de mais formação discordaram mais de que a sua formação médica fosse suficiente para prestar cuidados satisfatórios às famílias monoparentais (p=0,003). Os médicos revelaram saber quando encaminhar estas famílias para outros profissionais qualificados (n=37, 69,8%). Discussão: A reduzida dimensão da amostra e os diferentes vieses associados à utilização de dados autorreportados foram algumas limitações deste estudo. Não havendo outros trabalhos portugueses nesta temática, o desempenho da função assistencial dos médicos com famílias monoparentais parece depender de conhecimentos e treino a obter em formação médica e desenvolvimento médico contínuos. Conclusão: MF e MIFE consideram importante intervir nas necessidades das famílias monoparentais e não se sentem totalmente preparados para prestar cuidados satisfatórios a estas famílias.<![CDATA[Qualitative opinion of hospital specialties doctors about general practice/family medicine Doctors in central Portugal in 2023]]>
http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732025000400305&lng=es&nrm=iso&tlng=es
Resumo Objetivos: Analisar a opinião dos médicos de especialidades hospitalares acerca dos especialistas em medicina geral e familiar (MGF), no Centro de Portugal, quanto a «Opinião em relação aos médicos de medicina geral e familiar», «Como a opinião influi nas suas atitudes de resposta a pedidos de colaboração na gestão de doentes», «Quanto à capacidade técnica, científica e de exercício de soft-skills específicos» e «Qualidade, quantidade e abrangência de trabalho». Métodos: Estudo qualitativo composto por quatro perguntas, preparadas em consenso, em convite eletrónico realizado pela Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) aos médicos das diferentes especialidades hospitalares em 2023. Respostas limitadas a 15 palavras por pergunta, sendo ainda recolhidos sexo, especialidade e idade. Dados analisados, após transcrição, por análise de conteúdo, com o programa MAXQDA®2024. Obteve-se consentimento informado, sendo o estudo aprovado pela Comissão de Ética da ARS Centro. Resultados: Amostra de conveniência de n=49 médicos, n=26 do sexo feminino (54,210%), n=31 de especialidade médica (63,27%) e n=20 com idade <45anos (42,00%). Para 26,5% a opinião sobre a MGF influenciava as atitudes de colaboração. Para 63,3% existia opinião favorável e consideração da MGF ser essencial e para 38,0% verificou-se expressão desfavorável por preocupações com competência clínica e falta de comunicação. Houve perceção dos desafios da MGF quanto a burocracia, demoras na resposta e sobrecarga laboral. Discussão: Sem outros estudos nacionais publicados para comparação e estando em curso um processo integrativo da consolidação vertical do modelo Unidade Local de Saúde no Serviço Nacional de Saúde verificaram-se áreas com necessidade de melhoria de reconhecimento/articulação. Conclusão: A opinião dos médicos hospitalares acerca da MGF influi na resposta a pedidos de colaboração, havendo preocupações com competência clínica e falta de comunicação. Há opinião positiva quanto à função desempenhada e perceção do excesso de carga de tarefas desempenhadas em MGF.<hr/>Abstract Objectives: To analyze the opinion of hospital specialty doctors regarding specialists in general and family medicine (GFM) in Central Portugal, concerning «Opinion regarding general and family medicine doctors», «How opinion influences their attitudes in response to requests for collaboration in patient management», «Regarding technical, scientific capacity and the exercise of specific 'soft skills'», and «Quality, quantity, and scope of work». Methods: Qualitative study with four questions, prepared by consensus, in an electronic invitation sent by the Regional Section of Central Portugal of the Medical Association (SRCOM) to doctors of different hospital specialties in 2023. Responses are limited to 15 words per question, with sex, specialty, and age also collected. Data was analyzed, after transcription, through content analysis, using the MAXQDA®2024 program. Informed consent was obtained, and the study was approved by the Ethics Committee of ARS Centro. Results: A convenience sample of 49 specialty physicians, n=26 (54.20%) females, 31 (63.3%) from a medical specialty, and 20 (42.00%) aged less than 45 years, was studied. For 26.5%, the opinion about GP/FM influenced their attitudes toward collaboration. For 63.3%, a favorable opinion was held, considering GP/FM physicians as essential, while 38.0% expressed unfavorable opinions due to concerns about clinical competence and lack of communication. Hospital specialist physicians perceived challenges for GP/FMs included bureaucracy, delayed responses, and excessive workload. Without other national studies published for comparison and with the ongoing integrative process of the vertical consolidation of the Local Health Unit model in the National Health Service, areas were identified that need improvement in recognition/articulation. Conclusion: The opinion of hospital doctors regarding family medicine influences their response to collaboration requests, with concerns about clinical competence and lack of communication. There is a positive opinion regarding the role performed and the perception of the excessive workload in GFM.<![CDATA[Mourning: medical attitudes and a person’s expectations in the general practice/family medicine ambience]]>
http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732025000400316&lng=es&nrm=iso&tlng=es
Resumo Introdução: O luto, resposta personalizada a perda de ente significativo, origina frequentemente recurso a consulta médica. Objetivo: Avaliar e comparar as atitudes a usar por médicos de medicina geral e familiar (m-MGF) e as expectativas das pessoas enlutadas. Métodos: Realizou-se estudo observacional transversal, exploratório, em amostra de m-MGF, escolhidos em conveniência e de pessoas que tiveram luto há menos de um ano, aplicando caso clínico especificamente realizado e resposta a semelhantes atitudes médicas e expectativas em escolha múltipla fechada e opção aberta. A aplicação decorreu após consulta e também remotamente, com convite pelo m-MGF, segundo critérios de inclusão. Realizaram-se análise de legibilidade do texto e estatística descritiva e inferencial dos dados. Resultados: Em amostra de 21 m-MGF, 13 (46,4%) mulheres e n=12 (57,1%) especialistas e de 20 pessoas, n=15 (75,0%) sendo mulheres. Verificaram-se diferenças significativas nas respostas de m-MGF e pessoas (p<0,001), sendo o aconselhamento empático a opção mais escolhida por m-MGF (69,6%) e pessoas (27,5%). Para 91,7% dos especialistas apenas foi assinalado aconselhamento empático e os internos de especialidade responderam com mais opções (p=0,014). As pessoas escolheram mais associações de atitudes terapêuticas (31,7%, n=13) do que os MGF (2,4%, n=1, p<0,001). Discussão: As diferenças encontradas neste estudo inédito, simultaneamente académico e ligado à prática, quanto às atitudes médicas e expectativas das pessoas perante um caso de luto, sugerem a necessidade de uma abordagem mais abrangente pelos médicos para a gestão de pessoas em luto, como o uso de empatia, medicina centrada na pessoa e prescrição social. Conclusão: Nesta amostra, perante as mesmas atitudes e expectativas, verificaram-se diferenças entre m-MGF e pessoas. Os médicos optaram sobretudo pelo aconselhamento empático (69,6%) e as pessoas por outras abordagens simultâneas.<hr/>Abstract Introduction: Grief, a personalized response to the loss of a significant other, often leads to seeking medical consultation. Objective: To evaluate and compare the attitudes to be used by family medicine doctors (m-FM) and the expectations of bereaved individuals. Methods: An exploratory, cross-sectional observational study was conducted on a sample of m-GP, chosen conveniently, and on individuals who have been in mourning for less than a year, applying a specifically designed clinical case and response to similar medical attitudes and expectations in closed multiple-choice and open-ended options. The application process took place after consultation and was also conducted remotely, following an invitation from the m-MGF, by the inclusion criteria. Readability analysis of the text and descriptive and inferential statistics of the data were performed. Results: In a sample of 21 m-MGF, 13 (46.4%) women and n=12 (57.1%) specialists, and from 20 people, n=15 (75.0%) were women. Significant differences were found in the responses of m-MGF and people (p<0.001), with empathetic counseling being the most chosen option by m-MGF, 69.6%, and people, 27.5%. For 91.7% of the specialists, only empathetic counseling was selected, with specialty interns responding with more options (p=0.014). People significantly chose more associations of therapeutic attitudes, 31.7% (n=13), than GPs, 2.4% (n=1, p<0.001). Discussion: The differences found in this unprecedented study, simultaneously academic and practice-oriented, regarding medical attitudes and the expectations of people in the face of a bereavement case, suggest the need for a more comprehensive approach by doctors in managing people in mourning, such as the use of empathy, person-centered medicine, and social prescription. Conclusion: In this sample, despite the same attitudes and expectations, differences were observed between m-MGF and people. Doctors predominantly opted for empathetic counseling (69.6%), while people chose other simultaneous approaches.<![CDATA[Cultural adaptation and validation of the attitudes about complex therapy scale to European Portuguese]]>
http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732025000400326&lng=es&nrm=iso&tlng=es
Resumo Objetivos: Adaptação cultural da escala Attitudes about Complex Therapy Scale (ACTS) para o Português Europeu - escala Atitudes Perante Terapêutica Complexa (APTC) - e validação convergente com a escalaProblems Areas in Diabetes-5(PAID-5). Métodos: Tradução para o Português Europeu, verificação linguística e retrotradução para a versão inglesa, seguindo-se a análise de consistência interna, de compreensibilidade e de fiabilidade. Realizou-se validação convergente com a escala PAID-5 e variáveis de contexto, como sexo, grupo etário e Socio-Economic Deprivation Index (SEDI). Realizou-se análise estatística descritiva, fatorial e inferencial. Resultados: Na adaptação cultural, com 17 pessoas (52,9% do sexo feminino e 64,7% com idade ≥64 anos), não houve necessidade de alterações linguísticas nem diferenças significativas em teste-reteste (p=0,066). Na fase de validação, com 222 doentes (53,6% do sexo masculino e 71,1% com 65 anos ou mais), a APTC revelou boa confiabilidade (α deCronbach, 0,743) e coeficiente de correlação intraclasse de 0,716, quatro componentes representando 60,7% da variância total. Na validação convergente verificou-se correlação moderada positiva e significativa da APTC com a PAID-5 (ρ=0,300, p<0,001), correlação negativa, muito fraca e não significativa (ρ=-0,113, p=0,092) entre o somatório APTC e o valor de SEDI. O somatório APTC não variou significativamente segundo o sexo (p=0,377), tipologia familiar (p=0,242), rendimento mensal (p=0,064) e formação académica (p=0,518). Foi significativamente diferente o somatório APTC (p=0,023) e o de SEDI (p=0,026) segundo o grupo etário, ambos com valores superiores nas idades ≤64 anos. Discussão: A APTC incita à conversação entre o médico de medicina geral e familiar e o doente acerca das crenças, atitudes e dificuldades perante a gestão da múltipla medicação do doente com multimorbilidade, sendo diabético. Conclusão: Foi possível adaptar e validar o questionário ACTS para o Português Europeu, o APTC, com boas qualidades psicométricas.<hr/>Abstract Objectives: To perform the cultural adaptation of the Attitudes about Complex Therapy Scale (ACTS) to European spoken Portuguese as a scale of Atitudes Perante Terapêutica Complexa (APTC) and convergent validation with the Problems Areas in Diabetes-5 (PAID-5) scale. Methods: Translation into European Portuguese, linguistic verification, and back-translation into English, followed by an internal consistency analysis, comprehensibility, and reliability. Convergent validation was performed using the PAID-5 scale and context variables, including sex, age group, and Socio-Economic Deprivation Index (SEDI). Descriptive, factorial, and inferential statistical analyses were conducted. Results: In the cultural adaptation, involving 17 participants (52.9% female and 64.7% aged ≥64 years), there was no need for linguistic changes, nor was there a significant difference in test-retest reliability, p=0.066. In the validation study, involving 222 patients (53.6% male and 71.1% aged 65 or older), the APTC demonstrated good reliability (Cronbach’s α=0.743) and an intra-class correlation coefficient of 0.716, with four components accounting for 60.7% of the total variance. In the convergent validation, a moderate positive and significant correlation of APTC with PAID-5 was found (ρ=0.300, p<0.001), and a very weak and non-significant negative correlation (ρ=-0.113, p=0.092) between the APTC sum and the SEDI value. The APTC total did not vary significantly according to sex (p=0.377), family type (p=0.242), monthly income (p=0.064), and academic background (p=0.518). The APTC score (p=0.023) and the SEDI score (p=0.026) were significantly different according to age group, both with higher values in those ≤64 years. Discussion: The APTC encourages conversation between the general and family medicine doctors and the patient about the patient’s beliefs, attitudes, and difficulties regarding the management of multiple medications for a patient with multimorbidity, specifically diabetes. Conclusion: It was possible to adapt and validate the ACTS questionnaire for European Portuguese, the APTC, with good psychometric qualities.<![CDATA[Treatment of patients at high risk of osteoporotic fracture in a usf: the importance of FRAX®Port]]>
http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732025000400338&lng=es&nrm=iso&tlng=es
Resumo Introdução: A osteoporose é uma doença generalizada do osso cuja prevalência tem vindo a aumentar, sendo superior no sexo feminino e com o aumento da idade. A fratura de fragilidade é a sua principal consequência clínica, levando a um aumento da morbilidade e da mortalidade e a uma diminuição da qualidade de vida do doente, representando uma sobrecarga socioeconómica elevada. O desafio atual é a identificação precoce dos indivíduos com maior risco de fratura, que têm indicação para intervenção terapêutica para prevenir a ocorrência de uma fratura no futuro. Objetivos: Estudar o início da terapêutica antiosteoporótica nas utentes do sexo feminino que têm alto risco de fratura osteoporótica. Métodos: Estudo observacional transversal baseado na consulta do processo clínico e realização de entrevistas telefónicas às utentes do sexo feminino com idade igual ou superior a 50 anos, seguidas numa USF (área de Lisboa Ocidental). A dimensão da amostra foi calculada com recurso ao site SurveyMonkey e a população selecionada de forma aleatória. O risco de fratura foi calculado através da ferramenta FRAX®Port. A população foi estratificada de acordo com o risco de fratura, verificando-se nas utentes de alto risco se a terapêutica foi instituída. Resultados: Obteve-se uma amostra de 250 utentes: 20,8% (n=52) tinham alto risco de fratura, 9,2% (n=23) risco de fratura intermédio e 70% (n=175) tinham baixo risco de fratura, de acordo com cálculo do FRAX. Das utentes identificadas como tendo alto risco de fratura, 28,8% (n=15) estavam tratadas com terapêutica antiosteoporótica. Conclusão: Verificou-se que apenas 28,8% das utentes com alto risco de fratura estavam tratadas, sendo este um resultado que alerta para a importância da sensibilização dos profissionais de saúde para a avaliação do risco de fratura osteoporótica na consulta de medicina geral e familiar e para a implementação duma mudança na abordagem diagnóstica e terapêutica da osteoporose.<hr/>Abstract Introduction: Osteoporosis is a bone disease whose prevalence has been increasing, particularly in elderly females. The main clinical consequence is the fragility fracture, leading to increased morbidity and mortality, and a decreased quality of life for the patient, representing a significant socioeconomic burden. The current challenge is the early identification of individuals at higher risk of fracture who require therapeutic intervention to prevent future fractures. Objectives: To study the beginning of anti-osteoporotic therapy in female patients at high risk of osteoporotic fracture. Methods: A cross-sectional study based on the review of medical records and telephone interviews of 50-year-old and older female patients from a Family Health Unit in the Western Lisbon area. The sample size was calculated using the SurveyMonkey website, and the population sample was randomly selected. Fracture risk was calculated using FRAX®Port. The population was stratified based on fracture risk, and therapy initiation was verified in high-risk patients. Results: A sample of 250 patients was obtained, of which 20.8% (n=52) had a high risk of fracture, 9.2% (n=23) had intermediate fracture risk, and 70% (n=175) had low fracture risk, according to FRAX calculation. Among the patients identified as having a high risk of fracture, 28.8% (n=15) were receiving anti-osteoporotic therapy. Conclusion: It was found that only 28.8% of patients at high risk of fracture were receiving treatment, highlighting the importance of raising awareness among healthcare professionals for the assessment of osteoporotic fracture risk in Family Medicine appointments and implementing a change in the diagnostic and therapeutic approach to osteoporosis.<![CDATA[Physicians’ perception about defensive medicine in primary healthcare: cross-sectional study]]>
http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732025000400344&lng=es&nrm=iso&tlng=es
Abstract Background and purpose: Defensive medicine is defined as a deviation from standard medical practice for fear of medical malpractice claims and has serious consequences for patients, doctors, and public funds. We aim to understand the perception of defensive medicine practice in primary health care, specifically in the Health Centers Group of Western Lisbon and Oeiras (HCG WLO). Methods: We conducted a cross-sectional study between May 2019 and September 2020, including all 182 physicians working at HCG WLO. Each participant received a questionnaire to answer within two months, and the results were analyzed through SPSS®, v. 27. Results: We included 138 questionnaires (11 excluded and 33 not answered). 61% of physicians consider defensive medicine a moderate problem, and 92.2% have already practiced defensive medicine, which includes ordering additional exams (93.7%), referring to secondary care (53.2%), and scheduling further appointments (34.9%). The main reasons for defensive medicine are the need for more information to make safer decisions (63.8%) and patient insistence on performing extra procedures (55.9%). 68.3% believe that practicing defensive medicine reduces malpractice claims. Discussion: Most physicians had already practiced defensive medicine once in their lives. They consider it a problem and recognize its elevated costs. They believe in protocol development, legal support improvement, consultation time adjustment, and health literacy promotion to diminish the problem. It was not possible to establish an association between workplace and defensive medicine practice due to the low number of participants. The research team aims to apply this protocol nationwide for more valid results and to promote new policies.<hr/>Resumo Introdução e objetivos: A medicina defensiva (MD) é definida como um desvio à prática médica considerada standard, por receio de processos médicos com consequências importantes para os doentes, médicos e fundos públicos. O objetivo do trabalho é avaliar a perceção que os médicos de medicina geral e familiar do ACeS Lisboa Ocidental e Oeiras (ACeS LxOO) têm relativamente à prática de medicina defensiva. Métodos: Foi desenvolvido um estudo transversal entre maio/2019 e setembro/2020. Foram incluídos 182 médicos do ACeS LxOO. Cada participante recebeu um questionário que, após preenchimento dentro do prazo definido de dois meses, foi recolhido e os dados foram tratados recorrendo ao SPSS®, v. 27. Resultados: Foram incluídos 138 questionários (11 excluídos e 33 não preenchidos). 61% dos médicos consideram MD como um problema moderado e 92,2% já praticou MD, que se traduziu em pedir mais exames (93,7%), referenciar mais (53,2%) e marcar mais consultas (34,9%). As razões principais que motivaram a prática da MD foram: necessidade de tomar decisões mais seguras (63,8%) e a insistência do doente em realizar mais exames ou procedimentos (55,9%). 68,3% dos médicos consideram que a MD reduz o número de processos médicos. Discussão: A maioria dos médicos já praticou pelo menos uma vez MD durante o exercício da sua profissão. Consideram a MD um problema e reconhecem o elevado custo associado. Acreditam que desenvolvimento de protocolos, apoio legal, tempo de consulta ajustado à necessidade e literacia em saúde podem diminuir o problema. Não foi possível estabelecer uma associação entre local de trabalho e a prática da MD devido ao número reduzido de participantes. Futuramente pretende-se conhecer estes dados a nível nacional, obter resultados mais robustos, de forma a possibilitar a proposta de novas estratégias de saúde.<![CDATA[Adrenal insufficiency due to post-surgical stress: case report]]>
http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732025000400354&lng=es&nrm=iso&tlng=es
Resumo Introdução: Insuficiência adrenal consiste numa condição clínica que pode dever-se a múltiplas patologias que afetam a síntese e/ou secreção de cortisol pela glândula suprarrenal. A apresentação clínica pode variar desde uma crise adrenal (insuficiência adrenal aguda) a uma instalação gradual de sintomas inespecíficos (insuficiência adrenal crónica). Neste artigo descreve-se o caso de uma doente que desenvolveu sintomas de insuficiência adrenal crónica após cirurgia de correção de hemorroidas, alertando para a inespecificidade dos sintomas desenvolvidos e sua evolução, e realçando a necessidade de suspeitar e excluir a existência desta patologia perante sintomas similares. Descrição do caso: Mulher de 68 anos, autónoma para as atividades de vida diárias, com antecedentes de hiperplasia adrenal congénita (por bloqueio da enzima 21-hidroxilase) de diagnóstico aos 10 anos de idade, estando medicada com dexametasona. Após realizar cirurgia de correção de hemorroidas apresenta queixas, de novo, de astenia marcada e desequilíbrio da marcha com agravamento progressivo, anorexia e perda ponderal. Realizou estudo analítico, que revelou aumento da hormona adrenocorticotrófica, cortisol sérico matinal diminuído e diminuição de sulfato de deidroepiandrosterona (DHEAs). Perante a suspeita de insuficiência adrenal, a doente é enviada à consulta externa de endocrinologia no hospital de referência, onde se objetiva que não terá sido realizado aumento da dose de corticoide oral face ao stress da realização de cirurgia com anestesia geral. Adicionalmente, quando questionada ativamente, a doente refere ter suspendido espontaneamente a toma de dexametasona após o início dos sintomas. Comentário: A insuficiência adrenal crónica pode ser difícil de diagnosticar e o seu diagnóstico perdido pelos sintomas inespecíficos. Este caso procura alertar para a importância de incluir esta patologia na lista de diagnósticos diferenciais perante um quadro como o descrito.<hr/>Abstract Introduction: Adrenal insufficiency is a clinical condition that may be due to multiple pathologies that affect the adrenal glands’ synthesis and/or secretion of cortisol. The clinical presentation can vary from an adrenal crisis (acute adrenal insufficiency) to a gradual onset of non-specific symptoms (chronic adrenal insufficiency). In this article, we describe the case of a patient who developed symptoms of chronic adrenal insufficiency after hemorrhoidectomy, highlighting the nonspecificity of the symptoms developed and their evolution, and the need to suspect the existence of this pathology when faced with similar symptoms. Case description: 68-year-old woman, independent in her daily activities, with a history of congenital adrenal hyperplasia (due to blockage of the 21-hydroxylase enzyme) diagnosed at the age of 10, which is being treated with dexamethasone. After undergoing hemorrhoidectomy, she complained of progressively worsening asthenia and gait imbalance, anorexia, and weight loss. She conducted an analytical study that revealed an increase in adrenocorticotropic hormone, a decrease in morning serum cortisol, and a decrease in dehydroepiandrosterone sulphate (DHEAs). Given the suspicion of adrenal insufficiency, the patient is sent to an Endocrinology consultation at the reference hospital, where it is found that the dose of oral corticosteroids was not increased after the stress of undergoing surgery with general anesthesia. Additionally, when actively questioned, the patient stated that she had spontaneously stopped taking dexamethasone after the symptoms began. Comment: Chronic adrenal insufficiency can be difficult to diagnose, and its diagnosis lost due to the nonspecific symptoms. This case seeks to reinforce the importance of including this pathology in the list of differential diagnoses when faced with a condition such as the one described.<![CDATA[Polyuria-polydipsia syndrome: a case report]]>
http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732025000400359&lng=es&nrm=iso&tlng=es
Resumo Introdução: O síndroma poliúria-polidipsia é uma entidade rara caracterizada por ingestão excessiva de água e eliminação aumentada de urina. Os sintomas inespecíficos associados tornam-na suscetível de se apresentar inicialmente ao nível dos cuidados de saúde primários, com necessidade de realizar uma história clínica detalhada e pedido de exames complementares de diagnóstico para caracterização das queixas. Uma vez identificada carece de uma gestão multidisciplinar com apoio dos cuidados de saúde secundários. Descrição do caso: Neste artigo apresenta-se o caso de uma mulher de 44 anos com sintomas de polidipsia e poliúria intensas de início súbito e amenorreia, sintomas comuns e inespecíficos ao nível dos cuidados de saúde primários. Após avaliação clínica e estudo complementar inicial, a utente foi encaminhada para consulta hospitalar de endocrinologia, onde foi diagnosticada com diabetes insípida central devido a uma lesão na região da hipófise. A utente iniciou tratamento com desmopressina e cabergolina com alívio das queixas. Comentário: O caso ilustra a importância da atuação dos cuidados de saúde primários na gestão de sintomas complexos, na colaboração interdisciplinar e no encaminhamento adequado dos utentes. Esta abordagem eficaz permite um diagnóstico oportuno e tratamento adequado, traduzindo-se em ganhos para a saúde da população.<hr/>Abstract Introduction: Polyuria-polydipsia syndrome is a rare entity characterized by excessive water intake and increased urine elimination. The associated nonspecific symptoms make it likely to be initially presented at the primary health care level, with the need for a detailed clinical history and requests for complementary diagnostic tests to characterize these complaints. Once identified, it requires multidisciplinary management with support from secondary health care. Case description: In this article, we present the case of a 44-year-old woman with symptoms of sudden onset, intense polydipsia, polyuria, and amenorrhea, common and non-specific symptoms at the primary health care level. After the initial clinical evaluation and complementary studies, the patient was referred to an endocrinology hospital, where she was diagnosed with central diabetes insipidus due to a lesion in the pituitary gland. The patient was started on desmopressin and cabergoline with relief of complaints. Commentary: The case illustrates the importance of primary health care in managing complex symptoms, interdisciplinary collaboration, and appropriate referral of patients. This effective approach allows timely diagnosis and proper treatment, translating into gains for the population’s health.<![CDATA[Finding who i am: a case report]]>
http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732025000400363&lng=es&nrm=iso&tlng=es
Resumo Introdução: A identidade de género de um indivíduo reflete um sentimento profundo e experimentado do seu próprio género. Nos últimos anos assistimos a um aumento significativo de relatos de incongruência de género, tornando-se fundamental a atualização dos profissionais de saúde nesta temática. Assim, pretende-se relembrar os critérios de identificação precoce da incongruência de género e de acompanhamento adequado pelo médico de família. Descrição do caso: Relata-se o caso de uma adolescente de 14 anos, com excesso de peso, trazida à consulta pela mãe, por preocupação com baixa autoestima e isolamento. Na consulta destacam-se múltiplos erros alimentares e sentimentos de tristeza, por considerar ser género fluído e tal não ser aceite pela família. Foram aconselhadas mudanças de estilo de vida, feita referenciação a psicologia clínica. Decorrido um mês objetiva-se obesidade, pelo que foi pedido estudo analítico e consulta de nutrição. Passados sete meses, a utente refere identificar-se com o género masculino e pretende fazer mudança de sexo. Nesta consulta identificaram-se sinais de comportamentos autolesivos e ideação suicida não estruturada. Perante este quadro depressivo com comportamentos autolesivos e compulsão alimentar foi prescrito escitalopram. Após início da terapêutica observou-se boa adaptação à medicação, diminuição dos episódios de compulsão alimentar, diminuição do IMC e ausência de comportamentos autolesivos e pensamentos suicidas. Posteriormente procedeu-se à referenciação para pedopsiquiatria. Comentário: O médico de família é, na maioria das vezes, o primeiro contacto do utente com os cuidados de saúde, assumindo uma posição privilegiada para o diagnóstico precoce de compreender o desenvolvimento da identidade de género do indivíduo, a sua experiência atual e objetivos futuros, de modo a melhorar o bem-estar psicológico, qualidade de vida e sensação de autorrealização do utente, acompanhando muitas vezes o percurso de mudança de sexo do indivíduo e de aceitação da família.<hr/>Abstract Introduction: An individual’s gender identity reflects a profound and deeply experienced sense of their gender. In recent years, we have seen a significant increase in reports of gender incongruence, making it essential to update health professionals on this issue. So, we intend to remind the criteria for an early identification of gender incongruence and a suitable follow-up by the family doctor. Case description: We report on the case of a 14-year-old overweight girl who was brought to a medical appointment by her mother due to concerns about low self-esteem and isolation. In the appointment, multiple dietary errors and feelings of sadness stand out, as she considers herself gender fluid, which the family does not accept. Lifestyle changes were advised and referred to clinical psychology. One month later, obesity was realized, so an analytical study and a nutrition appointment were requested. Seven months later, the patient identifies herself as male gender and intends to change sex. In this appointment, signs of self-harm behaviour and unstructured suicidal ideation were identified. Given this depressive disorder, with self-harm behaviour, escitalopram was prescribed. After beginning this therapy, a good adaptation to the medication was observed, with a decrease in episodes of binge eating in BMI and an absence of self-harm behaviour and suicidal thoughts. Subsequently, the patient was referred to pedopsychiatry. Comment: The family doctor is, most times, the patient’s first contact with health care, assuming a privileged position for the early diagnosis of gender incongruence and appropriate referral. The family doctor must understand the development of the individual’s gender identity, current experience, and future goals to improve the psychological well-being, quality of life, and sense of self-realization of the patient, often following up on the path for the individual’s gender change and the acceptance by the family.<![CDATA[VoluntariaMente: the impact of the individual social role on the improvement of mental health]]>
http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732025000400370&lng=es&nrm=iso&tlng=es
Abstract Introduction: Mental health problems are amongst the most common health issues seen worldwide. They are an important cause of morbidity and social isolation. This work aimed to implement an intervention project with people who suffer from anxiety and/or depressive disorder to improve their depression and anxiety scores. Methods: Patients from a Portuguese Family Healthcare Unit medicated with anxiolytics and/or antidepressants, to treat their anxiety and/or depression disorders, were selected and integrated into a volunteering project that lasted a year. Anxiety symptoms were measured by the Hamilton Anxiety Scale, and depression scores were quantified by the Patient Health Questionnaire-9, both before and after the intervention. Results: Thirty-three participants were selected, and 25 were included in the project. The majority were female, over 50 years old, and performed an average of 48 hours of volunteering. There was a statistically significant reduction in levels of anxiety and/or depression scores after the intervention, regardless of the number of volunteer hours performed. Conclusions: It is suggested that qualified and accompanied volunteer work can help reduce anxiety and depression scores.<hr/>Resumo Introdução: As patologias de saúde mental estão entre os problemas de saúde mais comuns em todo o mundo, sendo uma causa importante de morbilidade e isolamento social. Este trabalho teve como objetivo implementar um projeto de intervenção com pessoas que sofrem de ansiedade e/ou depressão, com o intuito de melhorar os seus índices de depressão e ansiedade. Métodos: Pacientes de uma Unidade de Saúde Familiar portuguesa, medicados com ansiolíticos e/ou antidepressivos para tratar os seus transtornos de ansiedade e/ou depressão, foram selecionados e integrados num projeto de voluntariado que durou um ano. Os sintomas de ansiedade foram medidos pela Escala de Ansiedade de Hamilton e os índices de depressão foram quantificados pelo Questionário de Saúde do Paciente-9, antes e depois da intervenção. Resultados: Foram selecionados 33 participantes e 25 foram incluídos no projeto. A maioria era mulheres, com mais de 50 anos, tendo realizado uma média de 48 horas de voluntariado. Houve uma redução estatisticamente significativa nos níveis de ansiedade e/ou depressão após a intervenção, independentemente do número de horas de voluntariado realizado. Conclusões: Sugere-se que o trabalho voluntário qualificado e acompanhado pode ajudar a reduzir os índices de ansiedade e depressão.