Scielo RSS <![CDATA[Revista Crítica de Ciências Sociais]]> http://scielo.pt/rss.php?pid=2182-743520190002&lang=pt vol. num. 119 lang. pt <![CDATA[SciELO Logo]]> http://scielo.pt/img/en/fbpelogp.gif http://scielo.pt <![CDATA[<b><i>Negro drama</i></b><b>. Racismo, segregação e violência policial nas periferias de Lisboa</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-74352019000200001&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Em Portugal, um olhar mais atento denuncia a violência policial perpetrada nos territórios racializados e periféricos da cidade de Lisboa. Mais do que episódicos, estes representam processos quotidianos de controlo dos espaços e das pessoas que os habitam. A 5 de fevereiro de 2015, um caso de brutalidade policial contra um grupo de jovens negros da Cova da Moura teve ampla repercussão mediática e social, abrindo uma discussão pública sobre racismo institucional na sociedade portuguesa. Através de trabalho etnográfico e de análise estatística, de análise de imprensa e de legislação pretende-se discutir a relação entre processos mais amplos de racialização e criminalização do território, brutalidade policial e racismo institucional, ampliando uma discussão tão necessária quanto silenciada no Portugal contemporâneo.<hr/>A closer look into police violence in the racialized and peripheral territories in the city of Lisbon (Portugal) shows that what is represented is not merely isolated episodes, but rather a daily process of controlling spaces and the people who inhabit them. In 2015, a case of police brutality against a group of black youth from Cova da Moura received wide social and media coverage whose repercussions opened up a public debate on institutional racism in Portuguese society. Through field-work and statistical analysis, and inquiry into the media and legislation, we aim to examine the relationship between the broader processes of racialization and criminalization of space, police brutality, and institutional racism, thus enhancing the present debate, as necessary as it is silenced, in contemporary Portugal.<hr/>Au Portugal, il suffit de jeter un regard plus attentif pour dénoncer la violence policière perpétrée dans les territoires racialisés et banlieusards de la ville de Lisbonne. Plus que des phénomènes épisodiques, ces violences représentent des procédés quotidiens de contrôle des espaces et des gens qui y vivent. Le 5 février 2015, un cas de brutalité policière contre un groupe de jeunes noirs du quartier de Cova da Moura eut une ample répercussion médiatique et sociale en ouvrant un débat public sur le racisme institutionnel dans la société portugaise. Par le truchement d’un travail ethnographique et d’analyse statistique, de l’analyse de la presse et de la législation, nous avons pour but de lancer un plus vaste débat portant sur le rapport entre les procédés élargis de racialisation et de criminalisation du territoire, la brutalité policière et le racisme institutionnel, en élargissant ce débat aussi nécessaire que bâillonné dans le Portugal contemporain. <![CDATA[<b>Opacity in Global Agreements. A Socio-Legal Approach about Secrecy in the Legal Field</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-74352019000200002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt En el campo de los regímenes globales privados, los arreglos y prácticas entre los actores del sector privado transnacional y el Estado hacen gala un nivel de opacidad que ha obstaculizado el ejercicio de derechos fundamentales, tales como el acceso a la información pública. Consideramos fundamental estudiar esta tensión entre los regímenes globales privados y el campo de los derechos humanos, a través del estudio de las variables institucionales y legales del secreto, para poner de manifiesto el carácter funcional de la opacidad del derecho y de los procesos de publicización que permitieron la redefinición en el campo legal como un problema público.<hr/>In the field of private global regimes, arrangements and practices between actors in the transnational private sector and the State exhibit a level of opacity that has hampered the exercise of fundamental rights, such as access to public information. We consider it fundamental to explore this tension between private global regimes and the field of human rights via the study of the institutional and legal variables of secrecy to account for the functional nature of the opacity of the law and the processes of publicity that allowed for redefinition as a public problem in the legal field.<hr/>Dans le domaine des régimes globaux privés, les arrangements et les pratiques entre les acteurs du secteur privé transnational et l’État présentent un niveau d’opacité qui a entravé l’exercice des droits fondamentaux, tels que l’accès à l’information publique. Cet article propose d’explorer cette tension entre les régimes globaux privés et le domaine des droits humains, par l’étude des variables institutionnelles et juridiques du secret, pour tenir compte de la nature fonctionnelle de l’opacité du droit et des processus de publicisation qui ont permis la redéfinition en tant que problème public dans le domaine juridique. <![CDATA[<b>Intertextualidade na lei para o controlo de acidentes graves envolvendo substâncias perigosas em Portugal</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-74352019000200003&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A partir da Análise Crítica do Discurso, examina-se a transposição da Diretiva Seveso III em Portugal, discutindo-se os aspetos mais expressivos da sua intertextualidade discursiva. Esta permite observar tanto a reprodução de discursos – quando nenhum elemento novo é introduzido – como as mudanças discursivas por meio de novas combinações. Entre os principais textos identificados, destacam-se os do universo técnico e económico da gestão corporativa, que são o principal referencial normativo da legislação em análise. Neste artigo discute-se como, através da recontextualização, esses textos exteriores, além de terem a sua própria função normativa no universo onde são produzidos, passam também a ter legalidade segundo as normas da União Europeia e as normas de cada um dos seus Estados-Membros.<hr/>By means of Critical Discourse Analysis, the transposition of the Seveso III Directive into Portuguese legislation will be examined through an intertextual analysis, in which the most expressive instances of its discursive intertextuality and re-contextualization will be discussed. Intertextuality, defined as how a text uses elements and discourses from earlier texts, allows us to examine both the reproduction of discourses, when no new elements are introduced, and the discursive changes through new textual combinations. Among the main texts identified, those belonging to the technical and economic domain of corporate management are the main normative reference of the legislation. The analysis argues how these external texts, which have their own normative role in their field of origin, by means of re-contextualization they also increase their value as legislation, according to European Union norms and the laws of each Member State.<hr/>Partant de l’Analyse Critique du Discours, nous nous penchons sur la transposition de la Directive Seveso III au Portugal, en débattant des points les plus expressifs de son intertextualité discursive. Celle-ci permet tout autant d’observer la répétition de discours – alors qu’aucun nouvel élément n’est introduit – que les changements discursifs par le biais de nouveaux arrangements. Parmi les principaux textes identifiés, il convient de souligner ceux au caractère technique et économique de la gestion corporative, qui représentent la principale référence normative de la législation en cause. Dans cet article, nous abordons la façon dont, par le biais de la recontextualisation, ces textes extérieurs, en plus du fait qu’ils aient leur propre fonction normative dans l’univers où ils sont produits, acquièrent aussi une légalité selon les normes de l’Union européenne et celles de chacun de ses États membres. <![CDATA[<b>Conexão constante, privacidade e ambivalências nas dinâmicas interacionais mediadas por <i>smartphones</i></b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-74352019000200004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O presente artigo busca refletir sobre estratégias que jovens universitários brasileiros utilizam na regulação de suas interações mediadas por smartphones. A partir de um estudo qualitativo exploratório, faz análise temática dos relatos sobre as avaliações que fazem do uso constante dos aparelhos, da conexão permanente e da exposição do self nas interações sociais mediadas. Tanto na dimensão informacional como na relacional, os jovens apontam a necessidade de regulação dos graus de envolvimento com o próprio dispositivo e reconhecem algumas implicações desta regulação nos graus de envolvimento com as demais pessoas e com as informações ao redor. Há uma intensa ambivalência nas avaliações que os jovens fazem das experiências de conexão constante, sinalizando ajustes na regulação da privacidade e nas dinâmicas interacionais a partir dos usos e apropriações singulares dos smartphones.<hr/>This article proposes to reflect upon the strategies used by Brazilian youth to regulate their interactions mediated by smartphones. Based on an exploratory qualitative study, the thematic analysis examines the assessments made by participants of their constant use of devices, their permanently connected status, and their self-disclosure in mediated social interactions. In both the relational and informational dimensions, they point to the need to regulate the degree of involvement with the device itself and recognize certain implications of this regulation on their degree of involvement with other people and the information surrounding them. There is intense ambivalence as to how young people perceive their experience of being constantly connected, signaling the need for adjustments in the regulation of privacy and interactional dynamics triggered by singular uses and appropriations of smartphones in daily life.<hr/>Cet article propose une réflexion sur les stratégies que les jeunes étudiants universitaires brésiliens utilisent pour réguler leurs interactions via smartphones. Basée sur une étude qualitative exploratoire, nous faisons l’analyse thématique des rapports sur les évaluations que ces jeunes font sur l’usage constant des appareils, la connexion permanente et l’exposition de soi dans les interactions sociales médiées. Autant dans la dimension relationnelle que dans l’informationnelle, les jeunes soulignent la nécessité de réguler les degrés d’implication avec le dispositif lui-même et reconnaissent certaines incidences de cette régulation dans les degrés d’implication avec d’autres personnes et les informations alentour. Il existe une intense ambivalence dans la perception des jeunes concernant les situations de régulation de la vie privée associées aux expériences de connexion constante, signalant la nécessité des ajustements dans la dynamique interactionnelle déclenchée par les usages et les appropriations singuliers des smartphones au quotidien. <![CDATA[<b>A dimensão metafísica da Inteligência Artificial</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-74352019000200005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Este artigo discute o caráter metafísico das narrativas prospectivas acerca da Inteligência Artificial a partir do dualismo cartesiano. Analisamos duas ideias que permeiam o imaginário social em torno das tecnologias digitais a respeito do papel cultural que estas desempenham e de suas consequências na realidade social: a de que, em um futuro breve, numa modernidade utópica (ou distópica), as máquinas se tornarão progressivamente “inteligentes” para o melhoramento (ou dominação) dos seres humanos; e aquela segundo a qual os seres humanos e seus corpos são “máquinas” da natureza e, portanto, passíveis de melhoramento ou transcendência por meio da tecnologia.<hr/>This article discusses – by way of Cartesian dualism – the metaphysical aspects of prospective narratives regarding Artificial Intelligence. Two ideas permeate the social imaginary regarding digital technologies and the role they play in culture and their consequences in the social world: the first notion is one where, in the near future of utopic (or dystopic) modernity, machines will become progressively “intelligent” for the betterment (or domination) of human beings. According to the second, human bodies are natural “machines”, and thus capable of improvement or transcendence by means of technology.<hr/>Cet article se penche sur le caractère métaphysique des narratives prospectives à propos de l’Intelligence Artificielle à partir du dualisme cartésien. Deux idées prévalent sur l’imaginaire social à propos des technologies numériques quant au rôle culturel qu’elles jouent et quant à leurs conséquences sur la réalité sociale: celle, dans un avenir proche, d’une modernité utopique (ou dystopique), selon laquelle les machines deviendront progressivemen “intelligentes” pour améliorer (ou dominer) le genre humain; et celle d’après laquelle les êtres humains et leurs corps sont des “machines” de la nature et, donc, passibles d’amélioration ou de transcendance par le biais de la technologie. <![CDATA[<b>The Economy as Substantive Reality</b>: <b>The First Meeting of the Portuguese Association of Political Economy. An Introduction</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-74352019000200006&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Este artigo discute o caráter metafísico das narrativas prospectivas acerca da Inteligência Artificial a partir do dualismo cartesiano. Analisamos duas ideias que permeiam o imaginário social em torno das tecnologias digitais a respeito do papel cultural que estas desempenham e de suas consequências na realidade social: a de que, em um futuro breve, numa modernidade utópica (ou distópica), as máquinas se tornarão progressivamente “inteligentes” para o melhoramento (ou dominação) dos seres humanos; e aquela segundo a qual os seres humanos e seus corpos são “máquinas” da natureza e, portanto, passíveis de melhoramento ou transcendência por meio da tecnologia.<hr/>This article discusses – by way of Cartesian dualism – the metaphysical aspects of prospective narratives regarding Artificial Intelligence. Two ideas permeate the social imaginary regarding digital technologies and the role they play in culture and their consequences in the social world: the first notion is one where, in the near future of utopic (or dystopic) modernity, machines will become progressively “intelligent” for the betterment (or domination) of human beings. According to the second, human bodies are natural “machines”, and thus capable of improvement or transcendence by means of technology.<hr/>Cet article se penche sur le caractère métaphysique des narratives prospectives à propos de l’Intelligence Artificielle à partir du dualisme cartésien. Deux idées prévalent sur l’imaginaire social à propos des technologies numériques quant au rôle culturel qu’elles jouent et quant à leurs conséquences sur la réalité sociale: celle, dans un avenir proche, d’une modernité utopique (ou dystopique), selon laquelle les machines deviendront progressivemen “intelligentes” pour améliorer (ou dominer) le genre humain; et celle d’après laquelle les êtres humains et leurs corps sont des “machines” de la nature et, donc, passibles d’amélioration ou de transcendance par le biais de la technologie. <![CDATA[<b>Economia e interdisciplinaridade</b>: <b>um passo em frente, n passos para trás?</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-74352019000200007&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Mainstream economics has become more interdisciplinary. Why is this? Does it represent a break with its intra-disciplinary character? How does it relate to major points of criticism – the lack of realism and disregard for methodology and alternative schools and history of economic thought? What light does this shed on the nature of economics today? Answers are found by tracing “economics imperialism” through three phases, emphasising the “historical logic” of economics imperialism, how its initial confinement to market supply and demand created a logical framing of universal application. As a result, microeconomics (and econometrics) triumphed over other fields and methods to such an extent and with such an acceptability that its corresponding principles are now applied, however inconsistently, with those of other disciplines and fields through a process termed “suspension”.<hr/>A economia mainstream tornou-se mais interdisciplinar. Porquê? Representará isto uma rutura com seu carácter intradisciplinar? Como é que isso se relaciona com os aspetos mais criticados – a falta de realismo e o menosprezo por metodologia e escolas alternativas e a história do pensamento económico? Que luz é que isso lança sobre a natureza da economia hoje? As respostas encontram-se na identificação do “imperialismo económico” através de três fases, enfatizando a “lógica histórica” do imperialismo económico, e como o seu confinamento inicial à oferta e demanda do mercado criou um enquadramento lógico de aplicação universal. Como resultado, a microeconomia (e econometria) triunfou sobre outros campos e métodos, de tal forma e com tal aceitabilidade que princípios que lhe são correspondentes são hoje aplicados, ainda que de modo inconsistente, com os de outras disciplinas e campos, através de um processo denominado “suspensão”.<hr/>L’économie mainstream est devenue interdisciplinaire. Pourquoi? Ceci représente-t-il une rupture avec son caractère intradisciplinaire? Comment cela est-il en rapport avec les points les plus critiqués – le manque de réalisme et le mépris envers la méthodologie et des écoles alternatives et l’histoire de la pensée économique? Quelle lumière cela lance-t-il sur la nature de l’économie aujourd’hui? Les réponses sont trouvées en identifiant l’“impérialisme économique” à travers de trois phases, en emphatisant la “logique historique” de l’impérialisme économique, avec son confinement de base à l’offre et à la demande du marché qui créa un encadrement logique à l’application universelle. Comme résultat, la microéconomie (et l’économétrie) triompha sur d’autres domaines et méthodes, de telle forme et avec une telle acceptabilité, que ses principes correspondants sont à présent appliqués, bien que de façon inconsistante, avec ceux d’autres disciplines et domaines par le biais d’un procédé dénommé “suspension”. <![CDATA[<b>A (des)politização do trabalho – Um inquérito à função política do trabalho</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-74352019000200008&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt The paper revisits the debate on the political function of work, defined as the contribution of work to the production and transformation of social relations, in both conceptual and empirical terms. It begins by briefly recalling the terms of the debate about the emancipatory potential of work as seen by Karl Marx and Hannah Arendt, and then proceeds to argue, contra Arendt, that since work is a collective and cooperative activity, it is not a-political. The major contribution of the paper consists of discussing the issue by critically considering the literature on both economic theories of the firm and labour economics, two strands of literature usually kept apart. We regard the quantification and individualisation trends that characterise the contemporary world of work as a de-politicisation process, one linked to the (mainstream) agency theory of the firm which legitimises financialisation. We conclude by outlining a way in which to re-politicise work and the firm.<hr/>Este artigo revisita o debate sobre a função política do trabalho, definido como o contributo do trabalho para a produção e transformação de relações sociais, tanto em termos conceituais como em termos empíricos. Inicia-se com um breve relance dos termos do debate sobre o potencial emancipatório do trabalho, conforme perspetivado por Karl Marx e Hannah Arendt, argumentando de seguida, contra Arendt que, como o trabalho é uma atividade coletiva e cooperativa, ele não é apolítico. O principal contributo do artigo consiste em discutir a questão através de uma abordagem crítica da literatura sobre as teorias económicas da empresa e sobre a economia do trabalho, duas vertentes da literatura geralmente mantidas separadas. Consideramos as tendências de quantificação e individualização que caracterizam o mundo do trabalho contemporâneo como um processo de despolitização, processo ligado à teoria da agência, uma teoria da empresa que legitima a financiarização. Concluímos delineando uma forma de repolitizar o trabalho e a empresa.<hr/>Cet article revisite le débat sur la fonction politique du travail, définie comme une contribution du travail à la production et à la transformation de rapports sociaux, débat mené tant en termes conceptuels qu’en termes empiriques. Nous commençons par brièvement rappeler les termes du débat sur le potentiel émancipatoire du travail, selon Karl Marx, potentiel que Hannah Arendt dénie. Contra Arendt, nous soutenons que, comme le travail est une activité collective et coopérative, il n’est pas apolitique. La principale contribution de cet article est de débattre cette question à travers une approche critique de la littérature sur les théories économiques de l’entreprise et sur l’économie du travail, deux volets généralement maintenus séparés dans la littérature économique. Les tendances de quantification et d’individualisation qui caractérisent le monde du travail contemporain constituent, selon nous, un processus de dépolitisation, processus lié à la théorie de l’agence de l’entreprise qui légitime la financiarisation. En guise de conclusion, nous traçons les pourtours de ce qui pourrait être une façon de repolitiser le travail et l’entreprise. <![CDATA[<b>Uma tarefa crucial para a economia política</b>: <b>a crítica da inovação tecno-liberal</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-74352019000200009&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Este artigo procede a uma crítica à inovação impulsionada, desde as décadas finais do século xx, como grande projecto das sociedades. O texto apresenta duas contribuições principais para a elucidação do que está em causa nesse empreendimento. A primeira consiste em sustentar que a orientação para a inovação é uma política económica, de carácter neoliberal, que tem como objectivo o aumento da produtividade e dos lucros, através da anexação da ciência e da tecnologia, e abrindo o caminho aos mercados de novos âmbitos do mundo natural e da vida humana. A segunda é sugerir que o projecto da inovação é uma nova manifestação de historicismo, mais propriamente de historicismo tecno-liberal. O texto conclui com a defesa da necessidade de avaliar as políticas da inovação segundo valores adequados para alcançar fins socialmente equitativos e ecologicamente viáveis.<hr/>The article undertakes a criticism of innovation, which since the late 20th century, is seen as driving the great project of societies. The text presents two main contributions to clarify what is at stake. The first consists of arguing that the inclination toward innovation is an economic policy of a neoliberal nature whose objective is to increase productivity and profits through the annexation of science and technology, thus opening the way for markets to enter new dimensions of the natural world and human life. The second suggests that the project of innovation is a new manifestation of historicism, namely, techno-liberal historicism. The article concludes with a defence of the need to assess the policies of innovation according to those values adequate for achieving socially equitable and ecologically viable ends.<hr/>L’article vise à critiquer l’innovation mise en avant, depuis les dernières décennies du xxe siècle, comme étant le grand projet des sociétés. Le texte apporte deux contributions principales à l’élucidation de ce qui est en jeu. La première consiste à soutenir que l’orientation visant l’innovation est une politique économique, au caractère néolibéral, qui a pour but d’augmenter la productivité et les bénéfices, par le truchement de l’annexion de la science et de la technologie et en ouvrant aux marchés la voie de nouveaux domaines naturels et de la vie humaine. La seconde suggère que le projet de l’innovation est une nouvelle manifestation d’historicisme, à proprement parler d’historicisme techno-libéral. Nous concluons en défendant le besoin d’évaluer les politiques d’innovation selon des valeurs étant à même d’atteindre des fins socialement équitables et écologiquement viables. <![CDATA[<b><i>Crashed</i></b>: <b><i>How a Decade of Financial Crises Changed the World</i></b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-74352019000200010&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Este artigo procede a uma crítica à inovação impulsionada, desde as décadas finais do século xx, como grande projecto das sociedades. O texto apresenta duas contribuições principais para a elucidação do que está em causa nesse empreendimento. A primeira consiste em sustentar que a orientação para a inovação é uma política económica, de carácter neoliberal, que tem como objectivo o aumento da produtividade e dos lucros, através da anexação da ciência e da tecnologia, e abrindo o caminho aos mercados de novos âmbitos do mundo natural e da vida humana. A segunda é sugerir que o projecto da inovação é uma nova manifestação de historicismo, mais propriamente de historicismo tecno-liberal. O texto conclui com a defesa da necessidade de avaliar as políticas da inovação segundo valores adequados para alcançar fins socialmente equitativos e ecologicamente viáveis.<hr/>The article undertakes a criticism of innovation, which since the late 20th century, is seen as driving the great project of societies. The text presents two main contributions to clarify what is at stake. The first consists of arguing that the inclination toward innovation is an economic policy of a neoliberal nature whose objective is to increase productivity and profits through the annexation of science and technology, thus opening the way for markets to enter new dimensions of the natural world and human life. The second suggests that the project of innovation is a new manifestation of historicism, namely, techno-liberal historicism. The article concludes with a defence of the need to assess the policies of innovation according to those values adequate for achieving socially equitable and ecologically viable ends.<hr/>L’article vise à critiquer l’innovation mise en avant, depuis les dernières décennies du xxe siècle, comme étant le grand projet des sociétés. Le texte apporte deux contributions principales à l’élucidation de ce qui est en jeu. La première consiste à soutenir que l’orientation visant l’innovation est une politique économique, au caractère néolibéral, qui a pour but d’augmenter la productivité et les bénéfices, par le truchement de l’annexion de la science et de la technologie et en ouvrant aux marchés la voie de nouveaux domaines naturels et de la vie humaine. La seconde suggère que le projet de l’innovation est une nouvelle manifestation d’historicisme, à proprement parler d’historicisme techno-libéral. Nous concluons en défendant le besoin d’évaluer les politiques d’innovation selon des valeurs étant à même d’atteindre des fins socialement équitables et écologiquement viables. <![CDATA[<b><i>Can Democracy Survive Global Capitalism?</i></b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-74352019000200011&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Este artigo procede a uma crítica à inovação impulsionada, desde as décadas finais do século xx, como grande projecto das sociedades. O texto apresenta duas contribuições principais para a elucidação do que está em causa nesse empreendimento. A primeira consiste em sustentar que a orientação para a inovação é uma política económica, de carácter neoliberal, que tem como objectivo o aumento da produtividade e dos lucros, através da anexação da ciência e da tecnologia, e abrindo o caminho aos mercados de novos âmbitos do mundo natural e da vida humana. A segunda é sugerir que o projecto da inovação é uma nova manifestação de historicismo, mais propriamente de historicismo tecno-liberal. O texto conclui com a defesa da necessidade de avaliar as políticas da inovação segundo valores adequados para alcançar fins socialmente equitativos e ecologicamente viáveis.<hr/>The article undertakes a criticism of innovation, which since the late 20th century, is seen as driving the great project of societies. The text presents two main contributions to clarify what is at stake. The first consists of arguing that the inclination toward innovation is an economic policy of a neoliberal nature whose objective is to increase productivity and profits through the annexation of science and technology, thus opening the way for markets to enter new dimensions of the natural world and human life. The second suggests that the project of innovation is a new manifestation of historicism, namely, techno-liberal historicism. The article concludes with a defence of the need to assess the policies of innovation according to those values adequate for achieving socially equitable and ecologically viable ends.<hr/>L’article vise à critiquer l’innovation mise en avant, depuis les dernières décennies du xxe siècle, comme étant le grand projet des sociétés. Le texte apporte deux contributions principales à l’élucidation de ce qui est en jeu. La première consiste à soutenir que l’orientation visant l’innovation est une politique économique, au caractère néolibéral, qui a pour but d’augmenter la productivité et les bénéfices, par le truchement de l’annexion de la science et de la technologie et en ouvrant aux marchés la voie de nouveaux domaines naturels et de la vie humaine. La seconde suggère que le projet de l’innovation est une nouvelle manifestation d’historicisme, à proprement parler d’historicisme techno-libéral. Nous concluons en défendant le besoin d’évaluer les politiques d’innovation selon des valeurs étant à même d’atteindre des fins socialement équitables et écologiquement viables. <![CDATA[<b><i>O valor de tudo. Fazer e tirar na economia global</i></b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-74352019000200012&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Este artigo procede a uma crítica à inovação impulsionada, desde as décadas finais do século xx, como grande projecto das sociedades. O texto apresenta duas contribuições principais para a elucidação do que está em causa nesse empreendimento. A primeira consiste em sustentar que a orientação para a inovação é uma política económica, de carácter neoliberal, que tem como objectivo o aumento da produtividade e dos lucros, através da anexação da ciência e da tecnologia, e abrindo o caminho aos mercados de novos âmbitos do mundo natural e da vida humana. A segunda é sugerir que o projecto da inovação é uma nova manifestação de historicismo, mais propriamente de historicismo tecno-liberal. O texto conclui com a defesa da necessidade de avaliar as políticas da inovação segundo valores adequados para alcançar fins socialmente equitativos e ecologicamente viáveis.<hr/>The article undertakes a criticism of innovation, which since the late 20th century, is seen as driving the great project of societies. The text presents two main contributions to clarify what is at stake. The first consists of arguing that the inclination toward innovation is an economic policy of a neoliberal nature whose objective is to increase productivity and profits through the annexation of science and technology, thus opening the way for markets to enter new dimensions of the natural world and human life. The second suggests that the project of innovation is a new manifestation of historicism, namely, techno-liberal historicism. The article concludes with a defence of the need to assess the policies of innovation according to those values adequate for achieving socially equitable and ecologically viable ends.<hr/>L’article vise à critiquer l’innovation mise en avant, depuis les dernières décennies du xxe siècle, comme étant le grand projet des sociétés. Le texte apporte deux contributions principales à l’élucidation de ce qui est en jeu. La première consiste à soutenir que l’orientation visant l’innovation est une politique économique, au caractère néolibéral, qui a pour but d’augmenter la productivité et les bénéfices, par le truchement de l’annexion de la science et de la technologie et en ouvrant aux marchés la voie de nouveaux domaines naturels et de la vie humaine. La seconde suggère que le projet de l’innovation est une nouvelle manifestation d’historicisme, à proprement parler d’historicisme techno-libéral. Nous concluons en défendant le besoin d’évaluer les politiques d’innovation selon des valeurs étant à même d’atteindre des fins socialement équitables et écologiquement viables.