Scielo RSS <![CDATA[Revista Crítica de Ciências Sociais]]> http://scielo.pt/rss.php?pid=2182-743520210002&lang=pt vol. num. 125 lang. pt <![CDATA[SciELO Logo]]> http://scielo.pt/img/en/fbpelogp.gif http://scielo.pt <![CDATA[Racionalidade política neoliberal e regime fiscal: o caso dos Residentes Não Habituais]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-74352021000200005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Resumo Este artigo analisa o regime fiscal dos Residentes Não Habituais (RNH) sob uma perspetiva sociológica. Esta análise exige uma dupla reflexão: por um lado, explorar as condições sociais existentes para o seu aparecimento; e por outro, estudar a racionalidade política e o tipo de subjetividade individual que o sustenta. Tal reflexão apoia-se, metodologicamente, nos pressupostos dos estudos da governamentalidade foucaultiana. O artigo estrutura-se segundo três momentos concretos: 1) caracterização e análise da evolução dos beneficiários do regime RNH; 2) análise do surgimento deste regime no âmbito da crise financeira de 2008; e 3) definição da racionalidade política que inspira o regime. Conclui-se que o regime RNH é um programa concebido segundo padrões de racionalidade política neoliberal, para além de constituir um procedimento de reprodução dessa mesma racionalidade, mediante a promoção de um modelo de “cidadão económico”.<hr/>Abstract: This paper examines the Non-Habitual Residents (NHR) tax regime from a sociological perspective. This analysis is twofold: it explores the social conditions for its emergence and next conceptualizes the political rationality that determines it, and the type of individual subjectivity regulating it. Methodologically, the analysis is developed according to the principles of Foucauldian governmentality studies. The paper is structured in three sections: 1) characterization and analysis of the evolution of the beneficiaries applying for this tax regime; 2) analysis of the emergence of NHR regime within the scope of 2008 financial crisis; and 3) the definition of the political rationality that inspires the regime. We conclude that this is a program conceived according to a neoliberal political rationality, and also a procedure to reproduce such rationality through the promotion of an “economic citizen” model.<hr/>Résumé Dans cet article, on analyse le régime fiscal des résidents non habituels (RNH) à partir d’une perspective sociologique. Cette analyse exige une double réflexion : d’une part, examiner les conditions sociales existantes pour son émergence ; et d’autre part, étudier la rationalité politique et le genre de subjectivité individuelle qui le soutient. Cette réflexion est basée, méthodologiquement, dans les hypothèses des études de gouvernementalité foucaldienne. L’article est structuré selon trois moments concrets : 1) la caractérisation et l’analyse de l’évolution des bénéficiaires de ce régime ; 2) l’analyse de l’émergence de ce régime dans le cadre de la crise financière de 2008 ; et 3) la définition de la rationalité politique qui inspire ce régime. On conclut que le régime RNH est un programme conçu selon des normes de rationalité politique néolibérale, en plus d’être une procédure de reproduction de cette même rationalité, en faisant la promotion d’un modèle de « citoyen économique ». <![CDATA[Resistir é viver. Notas sobre a luta política das mulheres curdas por uma sociedade antipatriarcal no século XXI]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-74352021000200029&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Resumo A proposta deste artigo é discutir as particularidades do movimento de mulheres no Curdistão e a sua contribuição no que concerne os debates sobre formas alternativas de democracia. Partimos do pressuposto de que essa experiência, junto com outras trajetórias identificadas com o feminismo decolonial e o feminismo negro, está redimensionando a luta das mulheres enquanto vanguarda de um novo tipo de movimento emancipatório. Os resultados deste estudo indicam que as ações de empoderamento e de benefício mútuas promovidas pela geração de redes associativas, incentivadas pela organização autônoma dos quadros femininos na guerrilha, alteraram a autopercepção das mulheres nas comunidades curdas. Desta forma, as dinâmicas de poder social e político previamente existentes na região vêm sendo modificadas.<hr/>Abstract The purpose of this article is to discuss the particularities of the women’s movement in Kurdistan and its contribution regarding debates on alternative forms of democracy. We assume that this experience, along with other trajectories identified with decolonial feminism and black feminism, is reshaping the struggle of women as the vanguard of a new type of emancipatory movement. The results of this study indicate that the empowerment and mutual benefit actions promoted by the generation of associative networks, encouraged by the autonomous organization of female guerrilla cadres, altered the self-perception of women in Kurdish communities. As a result, social and political power dynamics previously existing in the region have been modified.<hr/>RÉSUMÉ Dans cet article nous proposons de discuter les particularités du mouvement des femmes au Kurdistan et sa contribution en termes des débats sur les formes alternatives de démocratie. Nous partons du principe que cette expérience, avec d’autres trajectoires identifiées avec le féminisme colonialiste et le féminisme noir, est en train de redimensionner la lutte des femmes en tant qu’avant-garde d’un nouveau type de mouvement émancipateur. Les résultats de l’étude indiquent que les actions de l’empouvoirement et de bénéfice mutuelles promues par la création de réseaux associatifs, encouragés par l’organisation autonome des cadres féminins de la guérilla, ont modifié l’autoperception des femmes dans les communautés kurdes. Ainsi, les dynamiques de pouvoir social et politique existant antérieurement dans la région ont été modifiées. <![CDATA[Poder local, arte urbana e festivalização da cultura]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-74352021000200053&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Resumo A arte urbana corresponde a um movimento artístico emergente, que transita entre o espaço mediático, o espaço artístico e o espaço público urbano. A enorme visibilidade e o sucesso que adquiriu nos últimos anos gerou um certo consenso quanto à sua relevância na cidade contemporânea. A arte urbana é, cada vez mais, uma presença assídua na paisagem de diferentes cidades globais. Neste âmbito, as autarquias têm recorrido à arte urbana como ferramenta para alcançarem determinados objectivos, de índole cultural, económica ou turística. A este respeito, um dos dispositivos mais utilizados é o dos festivais de arte urbana, que se inscrevem num processo mais alargado de festivalização da cultura. Neste artigo discutiremos de forma crítica esta questão, partindo de uma revisão extensa da literatura e de dados empíricos recolhidos através de diversos projectos científicos, com particular ênfase na Área Metropolitana de Lisboa.<hr/>Abstract Urban art corresponds to an emerging artistic movement, which transits between the media space, the artistic space and the urban public space. The enormous visibility and success it has acquired in recent years, has generated a certain consensus as to its relevance in the contemporary city. Urban art has increasingly become an ever-present feature on the landscape of many global cities. In this context, municipalities have employed urban art as a tool to achieve certain objectives, of a cultural, economic or tourist nature. In this respect, one of the most used devices is that of urban art festivals, which are part of a broader process of cultural festivalization. In this article we will critically discuss this issue, starting from an extensive review of the literature and empirical data collected through various scientific projects, with particular emphasis on the Lisbon Metropolitan Area.<hr/>Résumé L’art urbain correspond à un mouvement artistique émergent qui transite entre l’espace médiatique, l’espace artistique et l’espace public urbain. La grande visibilité et le succès qu’il a acquis au cours des dernières années a généré un certain consensus quant à sa pertinence dans la ville contemporaine. L’art urbain est de plus en plus une présence constante dans le paysage des différentes villes du monde. Dans ce contexte, les mairies ont utilisé l’art urbain comme un outil pour atteindre certains objectifs de nature culturelle, économique et touristique. À cet égard, l’un des dispositifs les plus utilisés est celui des festivals d’art urbain, qui s’inscrivent dans un processus plus large de festivalisation de la culture. Dans cet article, nous discuterons cette question de façon critique, à partir d’un examen approfondi de la littérature et de données empiriques recueillies dans le cadre de divers projets scientifiques, en nous concentrant particulièrement sur la région métropolitaine de Lisbonne. <![CDATA[The Non-Directive Vocation of Carl Rogers: Theory, Psychotherapy and Relations of Power]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-74352021000200077&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Resumen En el presente artículo se realiza una breve presentación y una revisión crítica de algunas de las ideas más importantes del pensamiento de Carl Rogers en relación con su concepción y su práctica de la psicoterapia. Así, desde un ejercicio interpretativo sustentado en planteamientos de la psicología crítica y sin pretender hacer afirmaciones absolutas, se cuestionan varios postulados de la perspectiva rogeriana en su contexto histórico-teórico y en su vínculo consustancial con las relaciones de poder que presuponen y que reproducen en su desarrollo. En todo caso, se discute también el ejercicio de la psicologización presente en el dispositivo rogeriano, su carácter político y su tendencia a la armonización acrítica de las relaciones sociales.<hr/>Abstract In this article we offer a brief presentation and critical review of some of the most important ideas in the thought of Carl Rogers in relation to his conception and practice of psychotherapy. Through an interpretative exercise supported by the premises of critical psychology, but with no pretension of stating absolute affirmations, it questions several postulates of the Rogerian perspective in its historical-theoretical context and its consubstantial linkage to the relations of power that are assumed and reproduced in its development. In addition, it discusses the exercise of psychologization present in the Rogerian apparatus, its political character, and its tendency towards an acritical harmonization of social relations.<hr/>Résumé Dans cet article, on procède à une brève présentation et à une révision critique de quelques-unes des idées les plus importantes de la pensée de Carl Rogers concernant sa conception et sa pratique de la psychothérapie. Ainsi, à partir d’un exercice interprétatif soutenu par des prémisses de la psychologie critique et sans prétendre faire des déclarations absolues, on remet en question plusieurs postulats de la perspective rogérienne dans son contexte historico-théorique et dans son lien consubstantiel avec les relations de pouvoir que présupposent et se reproduisent dans son développement. Dans tous les cas, on aborde également l’exercice de psychologisation présent dans le dispositif rogérien, son caractère politique et sa tendance à l’harmonisation acritique des relations sociales. <![CDATA[All Hands on Deck: The Sea as an Object to Rethink Migrations. An Introduction]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-74352021000200101&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Resumen En el presente artículo se realiza una breve presentación y una revisión crítica de algunas de las ideas más importantes del pensamiento de Carl Rogers en relación con su concepción y su práctica de la psicoterapia. Así, desde un ejercicio interpretativo sustentado en planteamientos de la psicología crítica y sin pretender hacer afirmaciones absolutas, se cuestionan varios postulados de la perspectiva rogeriana en su contexto histórico-teórico y en su vínculo consustancial con las relaciones de poder que presuponen y que reproducen en su desarrollo. En todo caso, se discute también el ejercicio de la psicologización presente en el dispositivo rogeriano, su carácter político y su tendencia a la armonización acrítica de las relaciones sociales.<hr/>Abstract In this article we offer a brief presentation and critical review of some of the most important ideas in the thought of Carl Rogers in relation to his conception and practice of psychotherapy. Through an interpretative exercise supported by the premises of critical psychology, but with no pretension of stating absolute affirmations, it questions several postulates of the Rogerian perspective in its historical-theoretical context and its consubstantial linkage to the relations of power that are assumed and reproduced in its development. In addition, it discusses the exercise of psychologization present in the Rogerian apparatus, its political character, and its tendency towards an acritical harmonization of social relations.<hr/>Résumé Dans cet article, on procède à une brève présentation et à une révision critique de quelques-unes des idées les plus importantes de la pensée de Carl Rogers concernant sa conception et sa pratique de la psychothérapie. Ainsi, à partir d’un exercice interprétatif soutenu par des prémisses de la psychologie critique et sans prétendre faire des déclarations absolues, on remet en question plusieurs postulats de la perspective rogérienne dans son contexte historico-théorique et dans son lien consubstantiel avec les relations de pouvoir que présupposent et se reproduisent dans son développement. Dans tous les cas, on aborde également l’exercice de psychologisation présent dans le dispositif rogérien, son caractère politique et sa tendance à l’harmonisation acritique des relations sociales. <![CDATA[Esperança para lá do mar. Perceções do regresso a Espanha entre os imigrantes que procuraram repatriação assistida do México (1910-1930)]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-74352021000200107&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Abstract This text aims to contribute to strengthening the link between emigration and maritime history by examining the processes of return. The form of return addressed here is repatriation - or return subsidized by the state of origin - and the community studied is that of Spanish immigrants who settled in Mexico in the first third of the 20th century. Political and economic crises forced many to write the Spanish Consulate in Mexico City requesting a free ticket to return to Spain, as they could not afford the transatlantic journey on their own. The text first introduces some considerations on the relationship between Spanish migration studies and maritime history, next discussing the process of repatriation as legally established in this period and put into practice in the mentioned case. Thirdly, it analyses the discursive elements of identity in the applications for tickets, as well as the consideration of the maritime space in the immigrants’ imaginary.<hr/>Resumo Neste texto, o objetivo é contribuir para o reforço da ligação entre a emigração e a história marítima tendo em conta os processos de retorno. A forma de retorno aqui abordada é a repatriação - ou o retorno subsidiado pelo Estado de origem - e a comunidade estudada é a de imigrantes espanhóis que se instalaram no México, no primeiro terço do século XX. As crises políticas e económicas forçaram muitos deles a escrever ao consulado espanhol na capital mexicana solicitando um bilhete gratuito para regressar ao seu país, uma vez que não tinham recursos para fazer a viagem transatlântica por sua conta. Primeiro, apresentam-se algumas considerações sobre a relação entre os estudos sobre a migração espanhola e a história marítima. Em seguida, discute-se o processo de repatriação tal como foi legalmente estabelecido neste período e como foi posto em prática no caso mencionado. Em terceiro lugar, analisam-se os elementos discursivos de identidade na solicitação dos bilhetes, bem como a consideração do espaço marítimo no imaginário dos imigrantes.<hr/>Résumé Dans ce texte, on vise à contribuer à renforcer le lien entre l’émigration et l’histoire maritime en regardant les processus de retour. La forme de retour abordée ici est le rapatriement - ou le retour subventionné par l’Etat d’origine - et la communauté étudiée est celle des immigrants espagnols qui se sont installés au Mexique dans le premier tiers du XXe siècle. Les crises politiques et économiques ont forcé beaucoup d’entre eux à écrire au consulat d’Espagne de la capitale mexicaine sollicitant un billet gratuit pour retourner dans leur pays, car ils ne disposaient pas des ressources nécessaires pour faire le voyage transatlantique à leurs propres frais. On introduit d’abord quelques considérations sur la relation entre les études sur la migration espagnole et l’histoire maritime. On aborde ensuite le processus de rapatriement tel qu’il a été légalement établi dans cette période et comment il a été mis en pratique dans le cas précité. En troisième lieu, on analyse les éléments discursifs d’identité dans les requêtes de billets, ainsi que l’appréciation de l’espace maritime dans l’imaginaire des immigrés. <![CDATA[“Going Down to the Sea”: a viragem marítima de David Ben-Gurion e as migrações judaicas para a Palestina sob mandato britânico, 1933-1948]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-74352021000200129&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Abstract This article analyzes the original essay “Going Down to the Sea” by David Ben-Gurion, written in 1937. The article studies the historical context of Ben-Gurion’s maritime proclamation and discusses the Zionist Organization’s increasing interest in the sea as a place of power and influence. It demonstrates how a Jewish conquest of the sea influenced the Jewish national movement in general and Labor Zionism in specific. Moreover, it also shows how Zionists propagated a legitimate and national claim to the land and sea of Palestine and counterbalanced Arab and British narratives which questioned free Jewish immigration to the country. Thus, the article examines the Jewish maritime turn which gained influence after the publication of Ben-Gurion’s essay and affected the discourses on Jewish migration to Mandatory Palestine.<hr/>Resumo Neste artigo, analisa-se o ensaio original “Going Down to the Sea”, de David Ben-Gurion, escrito em 1937. No artigo, estuda-se o contexto histórico da proclamação marítima de Ben-Gurion e discute-se o interesse crescente da Organização Sionista em relação ao mar como lugar de poder e influência. Demonstra-se como uma conquista judaica do mar influenciou o movimento nacional judaico em geral e o sionismo trabalhista em particular. Além disso, mostra-se também como os sionistas propagaram uma reivindicação legítima e nacional sobre a terra e o mar da Palestina e contrabalançaram as narrativas árabe e britânica que questionavam a livre imigração judaica para o país. Assim, examina-se a viragem marítima judaica que ganhou influência após a publicação do ensaio de Ben-Gurion e afetou os discursos sobre a imigração judaica para a Palestina sob mandato britânico.<hr/>Résumé Dans cet article, on analyse l’essai original « Going Down to the Sea » de David Ben Gourion, écrit en 1937. On étudie le contexte historique de la proclamation maritime de Ben Gourion et on discute l’intérêt croissant de l’Organisation sioniste pour la mer en tant que lieu de pouvoir et d’influence. On montre comment une conquête juive de la mer a influencé le mouvement national juif en général et le sionisme travailliste en particulier. De plus, on montre également comment les sionistes ont propagé une revendication légitime et nationale sur la terre et la mer de la Palestine et ont contrebalancé les narratives arabe et britannique qui mettaient en cause la libre immigration juive vers le pays. Ainsi, on examine le virage maritime juif qui a gagné de l’influence après la publication de l’essai de Ben Gourion et affecté les discours sur la migration juive vers la Palestine sous mandat britannique. <![CDATA[O mar como uma fronteira, o mar como uma experiência: três filmes comprometidos artisticamente com a crise europeia das migrações]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-74352021000200147&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Abstract In recent years, migration has become one of the most important issues in the political and cultural discourse across Europe. Inflows through the Mediterranean Sea, in particular, have reminded the European public of the ambivalent effects of globalization, and of the fragility and the ethical questionableness of how political borders are drawn and geographical boundaries perceived. Artistic engagements with the topic shed light on both collective fears and political responses to global challenges, allowing to deconstruct human institutions, such as borders, that have at present acquired the status of a second nature. The article explores three relevant case studies, and attempts to clarify how artistic forms of communication vehiculate ethical insights by aesthetic means, allowing the European audience to gain an outer perspective on ingrained cultural and political practices.<hr/>Resumo Nos últimos anos, a migração tornou-se uma das mais importantes questões no discurso político e cultural em toda a Europa. As entradas através do mar Mediterrâneo, em particular, lembraram o público europeu dos efeitos ambivalentes da globalização assim como da fragilidade e da questionabilidade ética de como as fronteiras políticas são traçadas e as fronteiras geográficas percebidas. Os comprometimentos artísticos com este tópico ajudam a compreender os medos coletivos e as respostas políticas aos desafios globais, permitindo desconstruir as instituições humanas, como as fronteiras, que atualmente adquiriram o estatuto de uma segunda natureza. No artigo, exploram-se três estudos de caso relevantes e as tentativas de esclarecer o modo como as formas artísticas de comunicação veiculam perceções éticas através de meios estéticos, permitindo que o público europeu ganhe uma perspetiva externa sobre as práticas culturais e políticas arraigadas.<hr/>Résumé Ces dernières années, la migration est devenue l’une des plus importantes questions dans le discours politique et culturel à travers l’Europe. L’afflux de migrants à travers la mer Méditerranée, en particulier, ont rappelé au public européen les effets ambivalents de la mondialisation ainsi comme la fragilité et l’éthique discutable de la façon dont les frontières politiques sont tracées et les limites géographiques perçues. Les engagements artistiques sur ce sujet éclairent les peurs collectives et les réponses politiques aux défis mondiaux, ce qui permet de déconstruire les institutions humaines, telles que les frontières, qui ont actuellement acquis le statut d’une deuxième nature. On explore trois études de cas importants et essaye de clarifier comment les formes de communication artistiques véhiculent des aperçus éthiques à travers l’esthétique, permettant au public européen d’avoir une perspective extérieure sur des pratiques culturelles et politiques bien ancrées. <![CDATA[Por um léxico que nos permita ler como <em>nostrum</em> o Mediterrâneo]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-74352021000200167&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Resumo A partir da análise da obra Il diritto al viaggio. Abbecedario delle migrazioni (Barbari e De Vana, 2018), este artigo propõe um olhar sobre o fenômeno migratório contemporâneo no Mediterrâneo, contextualizando o pertencimento histórico coletivo (nostrum) associado a esse mar por parte de europeus, africanos e asiáticos, como descrito nos estudos do historiador Fernand Braudel. Partindo da interpretação dos verbetes “Mar”, “Muros”, “Colonialismo”, “Europa” e “Direitos”, este trabalho apresenta instrumentos para uma leitura multifacetada das migrações. Pretende ainda contribuir para a interpretação do Mediterrâneo enquanto espaço de atuação dos direitos humanos e de responsabilidade jurídica e ética, propondo a acepção do vocábulo nostrum enquanto ideia de compartilhamento de responsabilidades e de direitos - inclusive em águas não territoriais - e abandonando a concepção colonialista de conquista e posse do mar.<hr/>Abstract This article proposes an analysis of Il diritto al viaggio. Abbecedario delle migrazioni (Barbari and De Vana, 2018), examining the Mediterranean migratory phenomenon and reading it as a collective historical possession (nostrum) belonging to Europeans, Africans and Asians, as described by Fernand Braudel’s studies. In addition, based on the interpretation of the terms “Sea”, “Walls”, “Colonialism”, “Europe” and “Rights”, this work presents instruments for a multifaceted reading of migrations. It also offers an interpretation of the Mediterranean as a space for the expression of human rights, and legal and ethical responsibility, presenting the designation nostrum as an idea of sharing responsibilities and rights - meant to include non-territorial waters as well - one that abandons the colonialist conception of conquest and possession of the sea.<hr/>Résumé À partir de l’analyse de Il diritto al viaggio. Abbecedario delle migrazioni (Barbari et De Vana, 2018), cet article propose un regard sur le phénomène migratoire contemporain dans la Méditerranée, contextualisant l’appartenance historique collective (nostrum) associée à cette mer par les Européens, les Africains et les Asiatiques, comme décrit dans les études de l’historien Fernand Braudel. En partant de l’interprétation des entrées « Mer », « Mures », « Colonialisme », « Europe » et « Droits », on présente dans ce travail des outils pour une lecture multidimensionnelle des migrations. On vise également à contribuer à l’interprétation de la Méditerranée comme une zone d’action des droits humains et de responsabilité juridique et éthique, en proposant le sens du vocable nostrum en tant qu’idée de partage des responsabilités et des droits - y compris dans les eaux nonterritoriales - et en renonçant à la conception colonialiste de conquête et possession de la mer. <![CDATA[<strong>Recensão: Marchi, Riccardo (2020), <em>A nova direita anti-sistema: o caso do Chega</em></strong>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-74352021000200185&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Resumo A partir da análise da obra Il diritto al viaggio. Abbecedario delle migrazioni (Barbari e De Vana, 2018), este artigo propõe um olhar sobre o fenômeno migratório contemporâneo no Mediterrâneo, contextualizando o pertencimento histórico coletivo (nostrum) associado a esse mar por parte de europeus, africanos e asiáticos, como descrito nos estudos do historiador Fernand Braudel. Partindo da interpretação dos verbetes “Mar”, “Muros”, “Colonialismo”, “Europa” e “Direitos”, este trabalho apresenta instrumentos para uma leitura multifacetada das migrações. Pretende ainda contribuir para a interpretação do Mediterrâneo enquanto espaço de atuação dos direitos humanos e de responsabilidade jurídica e ética, propondo a acepção do vocábulo nostrum enquanto ideia de compartilhamento de responsabilidades e de direitos - inclusive em águas não territoriais - e abandonando a concepção colonialista de conquista e posse do mar.<hr/>Abstract This article proposes an analysis of Il diritto al viaggio. Abbecedario delle migrazioni (Barbari and De Vana, 2018), examining the Mediterranean migratory phenomenon and reading it as a collective historical possession (nostrum) belonging to Europeans, Africans and Asians, as described by Fernand Braudel’s studies. In addition, based on the interpretation of the terms “Sea”, “Walls”, “Colonialism”, “Europe” and “Rights”, this work presents instruments for a multifaceted reading of migrations. It also offers an interpretation of the Mediterranean as a space for the expression of human rights, and legal and ethical responsibility, presenting the designation nostrum as an idea of sharing responsibilities and rights - meant to include non-territorial waters as well - one that abandons the colonialist conception of conquest and possession of the sea.<hr/>Résumé À partir de l’analyse de Il diritto al viaggio. Abbecedario delle migrazioni (Barbari et De Vana, 2018), cet article propose un regard sur le phénomène migratoire contemporain dans la Méditerranée, contextualisant l’appartenance historique collective (nostrum) associée à cette mer par les Européens, les Africains et les Asiatiques, comme décrit dans les études de l’historien Fernand Braudel. En partant de l’interprétation des entrées « Mer », « Mures », « Colonialisme », « Europe » et « Droits », on présente dans ce travail des outils pour une lecture multidimensionnelle des migrations. On vise également à contribuer à l’interprétation de la Méditerranée comme une zone d’action des droits humains et de responsabilité juridique et éthique, en proposant le sens du vocable nostrum en tant qu’idée de partage des responsabilités et des droits - y compris dans les eaux nonterritoriales - et en renonçant à la conception colonialiste de conquête et possession de la mer. <![CDATA[<strong>Recensão: Bebiano, Rui (2020), <em>No labirinto de Outubro - Cem anos de revolução e dissidência</em></strong>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-74352021000200188&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Resumo A partir da análise da obra Il diritto al viaggio. Abbecedario delle migrazioni (Barbari e De Vana, 2018), este artigo propõe um olhar sobre o fenômeno migratório contemporâneo no Mediterrâneo, contextualizando o pertencimento histórico coletivo (nostrum) associado a esse mar por parte de europeus, africanos e asiáticos, como descrito nos estudos do historiador Fernand Braudel. Partindo da interpretação dos verbetes “Mar”, “Muros”, “Colonialismo”, “Europa” e “Direitos”, este trabalho apresenta instrumentos para uma leitura multifacetada das migrações. Pretende ainda contribuir para a interpretação do Mediterrâneo enquanto espaço de atuação dos direitos humanos e de responsabilidade jurídica e ética, propondo a acepção do vocábulo nostrum enquanto ideia de compartilhamento de responsabilidades e de direitos - inclusive em águas não territoriais - e abandonando a concepção colonialista de conquista e posse do mar.<hr/>Abstract This article proposes an analysis of Il diritto al viaggio. Abbecedario delle migrazioni (Barbari and De Vana, 2018), examining the Mediterranean migratory phenomenon and reading it as a collective historical possession (nostrum) belonging to Europeans, Africans and Asians, as described by Fernand Braudel’s studies. In addition, based on the interpretation of the terms “Sea”, “Walls”, “Colonialism”, “Europe” and “Rights”, this work presents instruments for a multifaceted reading of migrations. It also offers an interpretation of the Mediterranean as a space for the expression of human rights, and legal and ethical responsibility, presenting the designation nostrum as an idea of sharing responsibilities and rights - meant to include non-territorial waters as well - one that abandons the colonialist conception of conquest and possession of the sea.<hr/>Résumé À partir de l’analyse de Il diritto al viaggio. Abbecedario delle migrazioni (Barbari et De Vana, 2018), cet article propose un regard sur le phénomène migratoire contemporain dans la Méditerranée, contextualisant l’appartenance historique collective (nostrum) associée à cette mer par les Européens, les Africains et les Asiatiques, comme décrit dans les études de l’historien Fernand Braudel. En partant de l’interprétation des entrées « Mer », « Mures », « Colonialisme », « Europe » et « Droits », on présente dans ce travail des outils pour une lecture multidimensionnelle des migrations. On vise également à contribuer à l’interprétation de la Méditerranée comme une zone d’action des droits humains et de responsabilité juridique et éthique, en proposant le sens du vocable nostrum en tant qu’idée de partage des responsabilités et des droits - y compris dans les eaux nonterritoriales - et en renonçant à la conception colonialiste de conquête et possession de la mer. <![CDATA[<strong>Recensão: Douzinas, Costas (2019), <em>The Radical Philosophy of Rights</em></strong>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-74352021000200191&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Resumo A partir da análise da obra Il diritto al viaggio. Abbecedario delle migrazioni (Barbari e De Vana, 2018), este artigo propõe um olhar sobre o fenômeno migratório contemporâneo no Mediterrâneo, contextualizando o pertencimento histórico coletivo (nostrum) associado a esse mar por parte de europeus, africanos e asiáticos, como descrito nos estudos do historiador Fernand Braudel. Partindo da interpretação dos verbetes “Mar”, “Muros”, “Colonialismo”, “Europa” e “Direitos”, este trabalho apresenta instrumentos para uma leitura multifacetada das migrações. Pretende ainda contribuir para a interpretação do Mediterrâneo enquanto espaço de atuação dos direitos humanos e de responsabilidade jurídica e ética, propondo a acepção do vocábulo nostrum enquanto ideia de compartilhamento de responsabilidades e de direitos - inclusive em águas não territoriais - e abandonando a concepção colonialista de conquista e posse do mar.<hr/>Abstract This article proposes an analysis of Il diritto al viaggio. Abbecedario delle migrazioni (Barbari and De Vana, 2018), examining the Mediterranean migratory phenomenon and reading it as a collective historical possession (nostrum) belonging to Europeans, Africans and Asians, as described by Fernand Braudel’s studies. In addition, based on the interpretation of the terms “Sea”, “Walls”, “Colonialism”, “Europe” and “Rights”, this work presents instruments for a multifaceted reading of migrations. It also offers an interpretation of the Mediterranean as a space for the expression of human rights, and legal and ethical responsibility, presenting the designation nostrum as an idea of sharing responsibilities and rights - meant to include non-territorial waters as well - one that abandons the colonialist conception of conquest and possession of the sea.<hr/>Résumé À partir de l’analyse de Il diritto al viaggio. Abbecedario delle migrazioni (Barbari et De Vana, 2018), cet article propose un regard sur le phénomène migratoire contemporain dans la Méditerranée, contextualisant l’appartenance historique collective (nostrum) associée à cette mer par les Européens, les Africains et les Asiatiques, comme décrit dans les études de l’historien Fernand Braudel. En partant de l’interprétation des entrées « Mer », « Mures », « Colonialisme », « Europe » et « Droits », on présente dans ce travail des outils pour une lecture multidimensionnelle des migrations. On vise également à contribuer à l’interprétation de la Méditerranée comme une zone d’action des droits humains et de responsabilité juridique et éthique, en proposant le sens du vocable nostrum en tant qu’idée de partage des responsabilités et des droits - y compris dans les eaux nonterritoriales - et en renonçant à la conception colonialiste de conquête et possession de la mer. <![CDATA[Recensión: Dans, Enrique (2019), Viviendo en el futuro: claves sobre cómo la tecnología está cambiando nuestro mundo]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-74352021000200193&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Resumo A partir da análise da obra Il diritto al viaggio. Abbecedario delle migrazioni (Barbari e De Vana, 2018), este artigo propõe um olhar sobre o fenômeno migratório contemporâneo no Mediterrâneo, contextualizando o pertencimento histórico coletivo (nostrum) associado a esse mar por parte de europeus, africanos e asiáticos, como descrito nos estudos do historiador Fernand Braudel. Partindo da interpretação dos verbetes “Mar”, “Muros”, “Colonialismo”, “Europa” e “Direitos”, este trabalho apresenta instrumentos para uma leitura multifacetada das migrações. Pretende ainda contribuir para a interpretação do Mediterrâneo enquanto espaço de atuação dos direitos humanos e de responsabilidade jurídica e ética, propondo a acepção do vocábulo nostrum enquanto ideia de compartilhamento de responsabilidades e de direitos - inclusive em águas não territoriais - e abandonando a concepção colonialista de conquista e posse do mar.<hr/>Abstract This article proposes an analysis of Il diritto al viaggio. Abbecedario delle migrazioni (Barbari and De Vana, 2018), examining the Mediterranean migratory phenomenon and reading it as a collective historical possession (nostrum) belonging to Europeans, Africans and Asians, as described by Fernand Braudel’s studies. In addition, based on the interpretation of the terms “Sea”, “Walls”, “Colonialism”, “Europe” and “Rights”, this work presents instruments for a multifaceted reading of migrations. It also offers an interpretation of the Mediterranean as a space for the expression of human rights, and legal and ethical responsibility, presenting the designation nostrum as an idea of sharing responsibilities and rights - meant to include non-territorial waters as well - one that abandons the colonialist conception of conquest and possession of the sea.<hr/>Résumé À partir de l’analyse de Il diritto al viaggio. Abbecedario delle migrazioni (Barbari et De Vana, 2018), cet article propose un regard sur le phénomène migratoire contemporain dans la Méditerranée, contextualisant l’appartenance historique collective (nostrum) associée à cette mer par les Européens, les Africains et les Asiatiques, comme décrit dans les études de l’historien Fernand Braudel. En partant de l’interprétation des entrées « Mer », « Mures », « Colonialisme », « Europe » et « Droits », on présente dans ce travail des outils pour une lecture multidimensionnelle des migrations. On vise également à contribuer à l’interprétation de la Méditerranée comme une zone d’action des droits humains et de responsabilité juridique et éthique, en proposant le sens du vocable nostrum en tant qu’idée de partage des responsabilités et des droits - y compris dans les eaux nonterritoriales - et en renonçant à la conception colonialiste de conquête et possession de la mer.