Scielo RSS <![CDATA[Comunicação e Sociedade]]> http://scielo.pt/rss.php?pid=2183-357520210001&lang=es vol. 39 num. lang. es <![CDATA[SciELO Logo]]> http://scielo.pt/img/en/fbpelogp.gif http://scielo.pt <![CDATA[Digital Platforms in Connected Economy: Discourse, Control, Consumption, and Collaboration. Introductory Note]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-35752021000100007&lng=es&nrm=iso&tlng=es <![CDATA[Media Strategies of Labor Platforms: Circulation of Meanings in Social Media of Companies in Brazil]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-35752021000100017&lng=es&nrm=iso&tlng=es Resumo: Este artigo tem o objetivo de analisar como as plataformas de entrega e transporte no Brasil construíram seu ethos nas mídias sociais, no contexto da primeira greve dos trabalhadores dessas empresas, dentro do cenário da pandemia de coronavírus. Argumentamos, a partir da noção de circulação de sentidos, como a construção do ethos das plataformas é um elemento sígnico da luta de classes e uma dimensão do papel da comunicação na plataformização do trabalho. Conduzimos análise do conteúdo veiculado em mídias sociais (Instagram, Facebook, Twitter e YouTube) de duas plataformas de entrega (iFood e Rappi) e duas de transporte (Uber e 99), as principais do país. As categorias de análise são: “pandemia e saúde” (dimensão contextual em relação à crise sanitária); “cidadania e diversidade” (dimensão recorrente no discurso produzido pelas plataformas, em linha com a literatura da área), “relações com marcas e influenciadores” (trabalho de visibilidade das plataformas com públicos interessados específicos) e “representações dos trabalhadores” (como elemento central da dimensão sígnica da luta de classes). Em linhas gerais, as estratégias de comunicação das plataformas, focadas nos consumidores, apresentam sentidos de caridade, filantropia, cidadania e diversidade, dizendo-se abertas às demandas dos trabalhadores. As reivindicações dos trabalhadores são ressignificadas a partir de um olhar de cidadania sacrificial, autoajuda, empreendedorismo e superação. Os resultados mostram como a comunicação das plataformas nas mídias sociais jogam um papel central nas contradições de classes.<hr/>Abstract: This article aims to analyze how ride-hailing and delivery platforms in Brazil produce their ethos on social media in the context of the first national strike of workers in the pandemic. We argue, based on the notion of circulation of meanings, how the construction of the platform’s ethos is a sign element of class struggles, and a dimension of the role of communication in the platformization of labor. We conducted a content analysis on social media (Instagram, Facebook, Twitter and YouTube) from two delivery (iFood and Rappi) and two ride-hailing platforms (Uber and 99), the largest of the country. The categories are: “pandemic and health” (contextual dimension in relation to the pandemic); “citizenship and diversity” (recurrent dimension in the discourse of platforms, in line with the literature in the area), “relations with brands and influencers” (visibility labor of the platforms with specific stakeholders) and “workers’ representations” (as a central element of the sign dimension of the class struggles). In general, the platforms’ media strategies, focused on consumers, present meanings of charity, philanthropy, citizenship and diversity, stating they are open to the demands of workers. The workers’ demands are reframed from the perspective of sacrificial citizenship, self-help, entrepreneurship and resilience. The results show how the platforms’ media strategies on social media play a central role in class contradictions. <![CDATA[Sharing Economy and Organizational Communication Practices in Times of Covid-19: Social Brands in Brazil and Portugal]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-35752021000100039&lng=es&nrm=iso&tlng=es Resumo: O artigo trata da relação entre as organizações pertencentes à economia da partilha e suas práticas, comportamentos e posturas de comunicação organizacional em função da pandemia do novo coronavírus. Definimos economia da partilha (sharing economy ou economia colaborativa) como os bens e serviços fornecidos pelas plataformas digitais da rede por meio do compartilhamento de recursos e da confiança. Tomamos como premissa a digitalização compulsória a que muitos negócios se viram submetidos e partimos para a reflexão a partir daí. Nossa análise, pautada pela pesquisa bibliográfica e exploratória, se localizou em marcas escolhidas intencionalmente, no Brasil e em Portugal, buscando refletir sobre o contexto da covid-19 e suas respectivas ações de comunicação em suas propriedades digitais ou em seus perfis de mídias sociais. Ilustramos estratégias de exposição e visibilidade comunicacional desde março até agosto de 2020, chegando a uma reflexão sobre a urgência em atuar ativamente em demandas sociais, caracterizando-as como social brands. Em nosso entendimento, uma marca social tem forte presença no digital, destaca-se com boas práticas de comunicação e, acima de tudo, possui uma estratégia de atuação que vai além do seu negócio ou do lucro direto não apenas durante um período de crise, mas também consciente de seu papel social e do impacto que sua atuação responsável gera.<hr/>Abstract: The paper deals with the relationship between organizations belonging to the sharing economy and their practices, behaviors and postures in organizational communication due to the pandemic of the new coronavirus. We define the sharing economy (or collaborative economy) as the goods and services provided by the digital platforms of the network through the sharing of resources and trust. We take as a premise the compulsory digitalization that many businesses have been subjected to and we started the reflection from there. Our analysis, based on bibliographic and exploratory research, was located in brands chosen intentionally, in Brazil and Portugal, seeking to reflect on the context of covid-19 and its respective communication actions in their digital properties or in their social media profiles. We illustrated strategies for exposure and communicational visibility from March until August 2020, reaching a reflection on the urgency to act actively in social demands, characterizing them as social brands. In our understanding, a social brand has a strong presence in digital, stands out with good communication practices and, above all, has a performance strategy that goes beyond its business or direct profit not only during a period of crisis, but also aware of its social role and the impact that its responsible performance generates. <![CDATA[“Breque dos Apps”: A Temporal Analysis of Communities and Influencers in Online Public Debate on Twitter]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-35752021000100057&lng=es&nrm=iso&tlng=es Resumo: O objetivo deste artigo é examinar a dinâmica do debate nas plataformas de redes sociais sob a perspectiva da identidade e da ação coletiva. Mais especificamente, buscamos identificar quem foram os atores centrais no Twitter em torno do debate sobre duas paralisações de entregadores de aplicativo contra o regime e as condições de trabalho durante o período da pandemia (UberEats, iFood, Rappi, etc.) ocorridas a 1 e 25 de julho de 2020 no Brasil. Examinamos, além disso, se os perfis mais influentes protagonizaram a formação de comunidades em torno de sua interpretação sobre esse tema. Para isso, coletamos um total de 535.178 tweets publicados em dois episódios de manifestações dos trabalhadores, ocorridos entre junho e julho de 2020. A partir da análise temporal de clusters, identificamos o momento de entrada de cada comunidade no debate sobre o tema e discutimos como perfis de influenciadores, movimentos sociais, políticos e celebridades desempenharam funções centrais na mobilização de apoiadores e no engajamento público ligado às manifestações nas redes. Os resultados mostram que a mobilização social em ambientes digitais ocorre a partir de interações entre grupos com grande envolvimento com as causas defendidas e perfis de atuação mais efêmeros, cuja participação é fundamental para a promoção e divulgação dos atos.<hr/>Abstract: The purpose of this article is to examine the dynamics of the debate on social networking platforms from the perspective of collective identity and collective action concepts. More specifically, we seek to identify who are the central actors on Twitter in the debate about the two delivery app workers’ strike against the work regime and working conditions during the pandemics (UberEats, iFood, Rappi, etc.) occurred on July 1 and 25, 2020, in Brazil. We also examined whether the most influential users played a role in the formation of communities around their interpretation of this topic. To do so, we collected 535,178 tweets published in two periods of workers’ demonstrations, which occurred between June and July 2020. Based on temporal analysis of clusters, we identified the moment of entrance of each community on the debate and discussed how profiles of influencers, social movements, politicians, and celebrities on Twitter played central roles in mobilizing supporters and fostering public engagement linked to acts on the networks. The results show that social mobilization in digital environments occurs from interactions between groups with great involvement with the causes and profiles of more ephemeral performance, whose participation is fundamental for the promotion and dissemination of acts. <![CDATA[The Black Social Ranking Experience at Uber: A Racialized Reflection on Contemporary Surveillance]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-35752021000100083&lng=es&nrm=iso&tlng=es Resumo: Este estudo analisa a experiência de ranqueamento social de usuários e motoristas negros da empresa de transporte privado Uber, na cidade do Rio de janeiro, Brasil. Com os olhares voltados para a vivência e para o sistema de avaliação da empresa, observa-se como a experiência aparece na lógica contemporânea da vigilância. A partir de discussões e observações realizadas em pesquisa exploratória, o estudo questiona: na ambiência da Uber, com mecanismos de vigilância de dados em operação, de que modo os negros estão vivenciando a lógica social de ranqueamento? A cartografia foi a metodologia escolhida para o estudo, considerando a possibilidade de acompanhar processos e sua aposta na experimentação, com procedimentos flexíveis de produção de dados, bem como o seu caráter pesquisa-intervenção (Escóssia et al., 2009). Assim, o objetivo principal da pesquisa é investigar essa vivência com o intuito de ampliar a análise da vigilância contemporânea com um recorte racializado e entre os objetivos específicos pretende-se romper com o silenciamento e a invisibilidade de perspectivas teóricas negras (Ribeiro, 2017). O arcabouço teórico do estudo será dividido em dois eixos: estudo das relações raciais e os estudos de vigilância. Percebemos, assim, que na era do big data a discriminação pode aparecer de forma oculta, pois as tecnologias performam uma falsa neutralidade, o que acelera e cria discriminações ainda mais profundas (Benjamin, 2019).<hr/>Abstract: This study analyzes the social ranking experience of Black users and drivers of the private transportation company Uber in the city of Rio de Janeiro, Brazil. With the attention turned to the experience and evaluation system of the company, it is observed how they appear in the contemporary logic of surveillance. Based on discussions and observations carried out in exploratory research, the study asks: with data surveillance mechanisms in operation, how are Black people experiencing the social logic of ranking in Uber’s environment? Cartography was the methodology chosen for the study, considering the possibility of monitoring processes and their commitment to experimentation - with flexible data production procedures - as well as its research-intervention nature (Escóssia et al., 2009). Thus, the main objective of the research was to investigate this experience in order to broaden the analysis of contemporary surveillance with a racialized approach; and among the specific objectives, we aim at breaking the silencing and invisibility of Black theoretical perspectives (Ribeiro, 2017). The theoretical framework of the study will be divided into two study axes: race relations and surveillance. It is therefore realized that, in the era of big data, discrimination can appear in a hidden way as technologies perform a false neutrality that accelerates and deepens it (Benjamin, 2019). <![CDATA[Sentiment Analysis: From Psychometrics to Psychopolitics]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-35752021000100101&lng=es&nrm=iso&tlng=es Resumo: Os dados sobre nossas emoções, os chamados emotional data, constituem hoje uma valiosa commodity coletada e comercializada por plataformas de comunicação digital. Entre os maiores interessados em obtê-la estão corporações financeiras e políticas que, entre outros usos, baseiam suas decisões em informações sobre os afetos dos usuários das redes. Existem diferentes formas de se gerar emotional data, e uma delas é a análise de sentimentos. Este artigo aborda algumas características dessa ferramenta, investigando o seu funcionamento e os saberes psicométricos que a constituem. A análise de sentimentos é entendida não apenas como uma ferramenta de detecção de afetos, mas também de produção emocional, uma técnica que opera instrumentalizando as emoções para uma capitalização alheia ao indivíduo. É dessa maneira que é possível delineá-la - para além de um instrumento psicométrico - como um aparato psicopolítico. Neste sentido, conceitos como “sociedade de controle” (Deleuze, 1992), “sociedade confessional” (Bauman, 2012/2014), além da própria noção de “psicopolítica” (Han, 2014/2014b), são úteis para compreendermos aspectos da produção emocional assentes nas novas tecnologias da comunicação. Este artigo, portanto, pretende contribuir para o entendimento de um fator importante, mas ainda algo negligenciado nos estudos sobre big data e vigilância: o monitoramento e a produção de afetos como forma de controle subjetivo.<hr/>Abstract: The data about our affects, the so-called emotional data, constitute nowadays a valuable commodity, collected and marketed by digital communication platforms. Among the interested in obtaining it are financial and political corporations that base their decisions on information about network user’s affects. There are different ways to generate emotional data, one of which is the sentiment analysis. This article addresses some characteristics of this tool, clarifying its operation and the psychometric knowledges that constitute it. Sentiment analysis is understood not only as a tool for detecting affects, but also for emotional production. It is in this sense that it is possible to outline it - beyond a psychometric instrument - as a psychopolitical apparatus, a technique that operates by instrumentalizing emotions for a capitalization beyond the individual. In this sense, concepts such as “control society” (Deleuze, 1992), “confessional society” (Bauman, 2012/2014), and the very notion of “psychopolitics” (Han, 2014/2014b), are useful to understand aspects of emotional production based on new communication technologies. This article, therefore, aims to contribute to the understanding of an important factor which is still somewhat neglected in studies on big data and surveillance: the monitoring and production of affects as a form of subjective control. <![CDATA[Digital Rights During the Covid-19 Pandemic in Latin America]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-35752021000100119&lng=es&nrm=iso&tlng=es Abstract: This article discusses digital rights during covid-19 pandemic. It offers a comparative analysis of the measures that affected digital rights to freedom of expression, access and privacy implemented by governments and private companies (internet service providers and internet intermediaries) between March and August 2020 in Argentina, Brazil and Mexico. It also studies reactions from civil society and international organizations. The theoretical framework draws on human rights provisions about progressive and regressive policy making. The central questions are: how are digital rights of freedom of expression, access and privacy affected by companies and governments during the period under consideration in the three countries studied? How have civil society organizations and international organizations position themselves with regards to these digital rights? It is based on a comparative analysis of how government, private sector, and civil society stakeholders have responded to the information and communications technology governance challenges created by the pandemic, and how their governance responses have impacted human rights in the areas of freedom of expression, access, and privacy. Answering these questions is relevant to identify and understand the precedent that these strategies - developed in an exceptional context - could set for the post-crisis scenario, which exceeds the scope of this article. Conclusions show that public policies adopted during covid-19 varied in the three countries. However, in the three, both progressive and regressive measures can be identified. The companies developed regressive strategies, implemented some progressive but exceptional measures; while civil society and international organizations promoted progressive and long-term solutions.<hr/>Resumo: Este artigo discute os direitos digitais durante a pandemia de covid-19. Propõe uma análise comparativa das medidas que afetaram os direitos digitais à liberdade de expressão, acesso e privacidade implementadas por governos e empresas privadas (fornecedores de serviço de internet e intermediários de internet) entre março e agosto de 2020 na Argentina, Brasil e México. Também estuda reações da sociedade civil e de organizações internacionais. A estrutura teórica baseia-se em disposições de direitos humanos sobre a formulação de políticas progressivas e regressivas. As questões centrais são: como os direitos digitais de liberdade de expressão, acesso e privacidade foram afetados por empresas e governos durante o período considerado nos três países estudados? Como as organizações da sociedade civil e as organizações internacionais se posicionam em relação a esses direitos digitais? É baseado em uma análise comparativa de como o governo, o setor privado e as partes interessadas da sociedade civil responderam aos desafios de governança de tecnologias da informação e comunicação criados pela pandemia, e como suas respostas de governança impactaram os direitos humanos nas áreas de liberdade de expressão, acesso e privacidade. Responder a estas questões é relevante para identificar e compreender o precedente que estas estratégias - desenvolvidas num contexto excepcional - podem abrir para o cenário pós-crise, que extrapola o âmbito deste artigo. As conclusões mostram que as políticas públicas adotadas durante a covid-19 variaram nos três países. No entanto, tanto medidas progressivas quanto regressivas podem ser identificadas nos três. As empresas desenvolveram estratégias regressivas, implementaram também algumas medidas progressivas, mas excepcionais; enquanto a sociedade civil e as organizações internacionais promoveram soluções progressivas e de longo prazo. <![CDATA[YouTube Preferences and Practices of Preadolescents: Findings From a Study Carried Out in Catalonia]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-35752021000100145&lng=es&nrm=iso&tlng=es Abstract: Recent data confirm the central role that YouTube plays in the media life of young people in the west, and especially in the media practices of adolescents and preadolescents. This article presents a study on tweens’ YouTube preferences and media practices. The study was based on the uses and gratification theory and applied a quantitative-qualitative approach: a questionnaire was administered to 1,406 preadolescents (x = 12, 11 years-old) from 41 secondary schools, and three focus groups with six participants (three girls and three boys) each were carried out in three schools. The results reveal that the tweens participating in the study consider YouTube as a social media and a video catalogue. They especially like YouTube’s content, in particular entertainment (music and humour) and self-learning (tutorials); however, they generally dislike its interactive functions (e.g., sharing and commenting). Moreover, their media practices on YouTube reveal that tweens incorporate YouTube into their everyday media life within other social media, although they use it predominantly to consume media content in a “traditional”/“non-interactive” way, similar to traditional television use. Despite this they do not consider it as a “new” television. Finally, tweens in our study use YouTube especially for entertainment, and, on a second level, for self-learning and socialising functions. Further studies need to be carried out to go deeper into the prosumption possibilities for tweens’ both on YouTube and other social media.<hr/>Resumo: Dados recentes confirmam o papel central que o YouTube desempenha na vida mediática dos jovens ocidentais e, em especial, nas práticas mediáticas dos adolescentes e pré-adolescentes. O presente estudo pretende analisar as práticas mediáticas e os usos preferenciais que os pré-adolescentes dão ao YouTube. Apoiada na teoria dos usos e gratificações, a investigação aplica métodos de análise qualitativos e quantitativos. Através de um questionário subministrado a 1.406 pré-adolescentes (x = 12, 11 anos de idade) oriundos de 41 escolas secundárias e de três grupos-focais levados a cabo em três escolas distintas com seis participantes cada um (três raparigas e três rapazes), o presente estudo mostra que para estes jovens o YouTube é considerado simultaneamente como uma rede social e como um arquivo de material audiovisual. O estudo também revela que os jovens gostam do conteúdo disponível no YouTube e, em particular, dos vídeos de música e de humor (entretenimento) e de tutoriais (auto-aprendizagem). Em geral, os jovens sentem menor apelo pelas funções interativas (por exemplo, partilhas e comentários). O uso que fazem do YouTube revela que o incorporaram às suas vidas quotidianas e que o usam predominantemente para consumir conteúdos mediáticos de uma forma “tradicional” e “não interativa”, semelhante ao uso que se faz tradicionalmente da televisão. Apesar disso, não o consideram uma “nova” televisão. Os pré-adolescentes objeto deste estudo usam o YouTube principalmente como fonte de entretenimento e, secundariamente, como fonte de auto-aprendizagem e de socialização. Estudos futuros terão de ser levados a cabo no sentido de aprofundar o conhecimento sobre as possibilidades que o YouTube e outras redes sociais oferecem aos pré-adolescentes para que estes sejam prosumidores. <![CDATA[<em>Paquetes</em> as Improvised Media: Transnationalism and Cultural Consumption in Havana-Miami Context]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-35752021000100167&lng=es&nrm=iso&tlng=es Resumo: Gambiarras midiáticas são formas alternativas e improvisadas de consumo de mídia. Emergem em contextos adversos ou restritivos. Sinalizam a necessidade de conexão por parte de quem as utiliza. Em Cuba, os paquetes, conjuntos de arquivos contendo conteúdos de cultura pop, música, séries, blockbusters norte-americanos, entre outros, não exibidos nos sistemas de mídia cubanos, são a forma cultural mais consagrada de gambiarra midiática na ilha socialista. O artigo apresenta o resultado de um projeto de pesquisa executado entre os anos de 2015 e 2017, a partir de uma metodologia de inspiração etnográfica, com entrevistas de campo e observação participante na cidade de Havana, com a finalidade de debater os diferentes usos dos paquetes por consumidores e fãs de cultura pop no contexto cubano. Mapeiam-se as contradições sobre as práticas dos paqueteros - sujeitos que vendem os paquetes em criações de redes online e offline - a partir da emergência de traços do capitalismo em Cuba que passam pela relação sempre conflituosa entre residentes em Havana e migrantes em Miami em disputas simbólicas na ilha. As questões levantadas em campo sinalizam para diferentes matrizes em torno do transnacionalismo na América Latina, questões geopolíticas e apontam para os entendimentos sobre as singularidades e desafios de Cuba na contemporaneidade.<hr/>Abstract: Mediatic gambiarras are alternative and improvised forms of media consumption. They emerge in adverse or restrictive contexts. Signal the need for connection on the part of those who use them. In the island of Cuba, paquetes, sets of files containing pop culture content, music, series, US blockbusters, among others, not shown in Cuban media systems, are the most established cultural form of mediatic gambiarra on the socialist island. The article presents the result of a research project carried out between the years 2015 and 2017, based on an ethnographic-inspired methodology, with field interviews and participant observation in the city of Havana, with the purpose of debating different uses of the paquetes by consumers and fans of pop culture in the Cuban context. Contradictions about the practices of paqueteros - subjects who sell paquetes in online and offline network creations - are mapped from the emergence of traces of capitalism in Cuba that pass through the always conflicting relationship between residents in Havana and migrants in Miami in symbolic disputes on the island. The questions raised in the field signal for different matrixes around transnationalism in Latin America, geopolitical issues and point to understandings about the singularities and challenges of contemporary Cuba. <![CDATA[Crowdfunding Platforms in the Political Economy of Alternative Media]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-35752021000100183&lng=es&nrm=iso&tlng=es Resumo: Os média alternativos abordam assuntos que não são tratados pelos meios de comunicação tradicionais e dão enfoque a temáticas voltadas à defesa dos direitos humanos. Surgidos no ambiente digital, tiram partido dos baixos custos de distribuição e das potencialidades de participação do público. De forma crescente, os média alternativos utilizam plataformas de crowdfunding ou financiamento coletivo como modelo de manutenção das atividades. Estas plataformas que permitem o patronato não alojam nem publicam conteúdo, mas estão inseridas num ecossistema com outras plataformas que visam obter dados e transformá-los em valor económico. O presente artigo mapeia a forma como média alternativos de Portugal, Espanha e Brasil articulam as plataformas de crowdfunding com as suas estratégias de financiamento, por um lado, e com as plataformas de redes sociais, por outro. O estudo pretende debater as possibilidades e limitações das diferentes plataformas de financiamento coletivo para estes meios. O desenho metodológico inclui entrevistas pessoais, observação online sobre os média alternativos e uma análise de conteúdo sobre o seu financiamento e concretamente as plataformas digitais de financiamento. Os média alternativos articulam o seu uso de plataformas de crowdfunding com as de redes sociais, num trabalho constante de demonstração da relevância do tipo de jornalismo que praticam e do seu contributo social em busca do envolvimento do público enquanto financiador.<hr/>Abstract: Alternative media appeared in the digital environment, taking advantage of the low distribution costs and the potential for public participation. Increasingly, they use crowdfunding or collective financing platforms as a model for maintaining activities. This article maps how alternative media from Portugal, Spain and Brazil articulate crowdfunding platforms with their financing strategies, on the one hand, and with social media platforms, on the other. The study aims to discuss the possibilities and limitations of the different crowdfunding platforms for these means. The methodological design includes personal interviews, online observation about alternative media and a content analysis about their financing and specifically the digital financing platforms. Alternative media articulate their use of crowdfunding platforms with those of social networks, in a constant work of demonstrating the relevance of the type of journalism they practice and their social contribution in search of public involvement as a funder. <![CDATA[Open Access and Scientific Knowledge: Between the Public Interest and the Business Model. A Literature Review]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-35752021000100203&lng=es&nrm=iso&tlng=es Resumo: A discussão sobre aquilo que o acesso aberto pode dar à ciência polarizou-se nos últimos anos. Se, por um lado, a primeira década do novo milénio nos trouxe um entusiasmo que poderemos considerar como bastante abrangente na comunidade científica, relativamente às grandes potencialidades de abertura do conhecimento, da sua comunicação e partilha, e dos mecanismos de participação cidadã no processo científico, os últimos anos trouxeram-nos um novo debate que aborda a derivação do acesso aberto para um novo modelo de negócio. Ao sustentarmos o presente artigo numa extensa revisão da literatura de um tema que é, ainda hoje, residual nos estudos que intersectam as áreas da comunicação de ciência e da economia da ciência, propusemo-nos sintetizar as principais razões evocadas de um lado e do outro. Entre os pontos positivos destacados na relação entre acesso aberto e conhecimento científico, destacam-se o potencial difusor do acesso aberto na disseminação de conhecimento, o aumento da visibilidade desse conhecimento produzido, o envolvimento da sociedade e dos profissionais no processo científico, através de lógicas de participação cívica e interpares, a maior eficiência e interação com benefícios para os próprios projetos de investigação, a retenção dos direitos de publicação pelos autores, a redistribuição de recursos, e a maior transparência de um modelo de natureza mais escrutinadora. Entre os pontos negativos, destaca-se essencialmente a incapacidade de combater uma espécie de economia da ciência paralela que tira proveito do acesso aberto e das lógicas de sofreguidão da produção académica para instituir as designadas article processing charges, pouco transparentes e com valores e taxas de publicação muitas vezes superiores aos vários milhares de euros, que atentam contra os princípios da ciência aberta e que são geradoras de desigualdades de oportunidades dentro da própria comunidade científica.<hr/>Abstract: The discussion on what open access can give to science has become polarized in recent years. On the one hand, the first decade of the new millennium brought us an enthusiasm that one can consider as quite comprehensive in the scientific community, regarding the great potential of open access in the dissemination of knowledge, its sharing and the mechanisms of citizen participation in the scientific process. On the other hand, the last few years have brought us a new debate that addresses and criticizes the derivation of open access to a new business model. By supporting this article with an extensive review of the literature on a topic that is still residual in studies that intersect the areas of science communication and the field of ​​the economics of science, we propose to summarize the main reasons evoked by a side and the other. Among the positive points, we highlight the potential of open access in the dissemination of knowledge, the increased visibility of this knowledge, the involvement of society and professionals in the scientific process through civic participation logics, greater efficiency and interaction with benefits for the research projects themselves, the retention of publication rights by the authors, the redistribution of resources, and the greater transparency of a more scrutinizing model. Among the negative points, we can essentially highlight the inability to combat a kind of parallel science economy, which takes advantage of open access and the logic of academic overproduction, to establish the so-called “article processing charges” with little transparency and with publication rates often in excess of several thousand euros, which violate the principles of open science and generate inequalities in opportunities within the scientific community itself. <![CDATA[Building Trust in Digital Platforms for Sharing Collaborative Lifestyles in Sustainable Contexts]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-35752021000100223&lng=es&nrm=iso&tlng=es Resumo: A designação de “economia de partilha” pretende identificar um conjunto de relações sociais, digitalmente mediadas, baseadas nos princípios da reciprocidade e confiança. Todavia, tais princípios devem resultar dos requisitos tecnológicos e de design das plataformas utilizadas onde os utilizadores depositam os seus dados pessoais, inserem informações sobre interesses e práticas quotidianas, comunicam com desconhecidos e, desta forma, criam vínculos pessoais. Este estudo tem como objetivo identificar um conjunto de diretrizes para a construção da confiança na partilha de estilos de vida colaborativos mediada digitalmente por plataformas que promovem partilha de experiências em contextos sustentáveis. Neste estudo, a partilha de estilos de vida colaborativos é compreendida como uma troca social não monetária de conhecimentos, habilidades, acomodação e alimentação. As plataformas analisadas, Volunteers Base, The Poosh e WWOOF Portugal, são organizações não comerciais que promovem experiências em projetos de educação em ecovilas, de construção natural em zonas rurais, de permacultura em quintas, entre outros. Realizou-se, portanto, um estudo multicasos e documental dos termos e políticas divulgados por estas plataformas digitais. Estes documentos reguladores foram submetidos a uma análise de conteúdo com auxílio dos softwares Iramuteq e MAXQDA. Desta análise emergiram 20 diretrizes, em três categorias: “práticas e condutas”; “condições”; e “segurança e privacidade”, que podem orientar os utilizadores e as plataformas na intenção de construir relações de partilha mediadas digitalmente de forma transparente e confiável.<hr/>Abstract: The term “sharing economy” is intended to identify a set of social relations, digitally mediated, based on the principles of reciprocity and trust. However, such principles must result from the technological and design requirements of the platforms used where users deposit their personal data, insert information about interests and daily practices, communicate with strangers and, in this way, create personal bonds. The study hereby presented aims to identify a set of guidelines for building trust in the context of digitally mediated sharing of collaborative lifestyles, on platforms that promote the sharing of experiences in sustainable contexts. Within the scope of this study, sharing collaborative lifestyles means a non-monetary social exchange of knowledge, skills, accommodation, and food. The analyzed platforms - Volunteers Base, The Poosh, and WWOOF Portugal - are non-commercial organizations that promote experiences in educational projects in eco villages, natural construction projects in rural areas, permaculture projects on farms, among others. A multi-case and documentary study of the terms and policies published by these digital platforms was carried out. These regulatory documents were submitted to content analysis, using the Iramuteq and MAXQDA software. From this analysis, 20 guidelines emerged, in three categories: “practices and conduct”, “conditions” and “security and privacy”, which can guide users and platforms in the construction of digitally mediated sharing relationships in a transparent and reliable way. <![CDATA[Journalism in the Context of a Sanitary Crisis: Representations of the Job and Journalists’ Expectations]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-35752021000100251&lng=es&nrm=iso&tlng=es Resumo: As dificuldades económicas das empresas mediáticas, as derrapagens ético-deontológicas, o progresso tecnológico e a globalização dos fluxos de informação têm sido encarados como os principais fatores da crise contemporânea do jornalismo. Com repercussões nas condições de trabalho e na imagem pública dos jornalistas, estas variáveis são, no entanto, apenas a face mais visível das ameaças a uma atividade que tem, segundo Nelson Traquina (2002), uma relação simbiótica com a democracia. Na extensão destas circunstâncias económicas, sociais e culturais estão também as expectativas dos próprios profissionais. Numa ocupação tantas vezes descrita como apaixonante, a situação profissional parece ser cada vez menos gratificante, não só pela diminuição das oportunidades de trabalho, com redações cada vez mais esvaziadas, mas também pela falta de perspetiva de progressão na carreira. Este é um dos resultados do “Estudo Sobre os Efeitos do Estado de Emergência no Jornalismo no Contexto da Pandemia Covid-19”, realizado entre maio e junho de 2020. Com um enfoque particular na leitura das expectativas dos jornalistas, neste artigo analisamos as representações simbólicas de uma profissão que fundou a sua legitimidade social numa ideia de serviço público. A partir de estudos acerca da profissão e das suas representações, procurámos encontrar respostas para compreender a razão pela qual a aceitação da precarização e o abandono da profissão podem ser entendidos, ainda assim, como lugares de resistência.<hr/>Abstract: The economic difficulties of media companies, ethical-deontological lapses, technological progress and the globalisation of information flows have been seen as the main factors of the contemporary crisis in journalism. With repercussions on working conditions and the public image of journalists, these variables are, however, only the most visible face of threats to an activity that, according to Nelson Traquina (2002), has a symbiotic relationship with democracy. Beyond these economic, social and cultural circumstances are also the expectations of the professionals themselves. In an occupation so often described as passionate, the professional situation seems to be less and less rewarding, not only due to the decrease in job opportunities, with newsrooms increasingly empty, but also due to the lack of perspective on career progression. This is one of the results of the “Study on the Effects of the State of Emergency on Journalism in the Context of the Covid-19 Pandemic”, conducted between May and June 2020. With a particular focus on reading journalists’ expectations, in this article we analyse the symbolic representations of a job that founded its social legitimacy on an idea of public service. Based on studies about the profession and its representations, we tried to find answers to understand why the acceptance of precariousness and abandonment of the profession can still be understood as places of resistance. <![CDATA[Journalism in State of Emergency: An Analysis of the Effects of the Covid-19 Pandemics on Journalists’ Employment Relationships]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-35752021000100269&lng=es&nrm=iso&tlng=es Resumo: A condição socioprofissional dos jornalistas tem sofrido profundas transformações ao longo das últimas décadas. Estas têm origem numa sucessão de crises que afetam a comunicação social no contexto de um processo combinado de liberalização e digitalização. Além de mudanças nas rotinas de produção, as redações jornalísticas sofreram operações de reestruturação, responsáveis pela recomposição da sua força de trabalho. Entre despedimentos coletivos, aumento do desemprego, contratos a prazo, “recibos verdes”, formas descontínuas e intermitentes de trabalho, baixos salários, trabalho gratuito e a reduzido custo de estagiários, a precariedade passou, aos poucos, a caracterizar a condição jornalística. A partir dos resultados do “Estudo Sobre os Efeitos do Estado de Emergência no Jornalismo no Contexto da Pandemia Covid-19”, este artigo pretende analisar as implicações destas políticas nas relações de emprego dos jornalistas. O objetivo principal é compreender em que medida é que a resposta das empresas de comunicação social a esta nova realidade representa uma reversão da lógica de precarização ou, pelo contrário, a sua aceleração. O estudo pretende, em primeiro lugar, realizar um diagnóstico das relações de emprego antes da declaração de estado de emergência (DEE) - entre março e abril de 2020 - nomeadamente a incidência de vínculos temporários e a sua relação com fatores como o género ou a idade. Num segundo momento, analisar-se-á os efeitos da DEE a este nível, principalmente no que respeita ao recurso a contratos temporários, a despedimentos ou ao lay-off.<hr/>Abstract: The socio-professional condition of journalists has undergone profound changes over the past few decades. These result from a succession of crises that have affected the media in the context of a combined process of liberalization and digitalization. In addition to changes in production routines, newsrooms underwent restructuring operations, responsible for the recomposition of their workforce. Between collective redundancies, increased unemployment, fixed-term contracts, “green receipts”, discontinuous and intermittent forms of work, low wages, free work and low cost of interns, precariousness began, step by step, to characterize the journalistic condition. Based on the results of the “Study on the Effects of the State of Emergency on Journalism in the Context of Pandemic Covid-19”, this article aims to analyse the implications of these policies on journalists’ employment relations. The main objective is to understand to what extent media companies’ response to this new reality represents a setback of the logic behind precariousness or, on the contrary, its acceleration. The study aims, firstly, to produce a diagnosis on employment relationships before the state of emergency declaration (SED) - between March and April 2020 -, namely the incidence of temporary modalities and their relationship with factors such as gender or age. At a second step, the consequences of SED at this level will be analysed, mainly with regard to the use of temporary contracts, dismissals or lay-offs. <![CDATA[Journalism in Time of Pandemic: New Professional Routines, New Ethical Challenges]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-35752021000100287&lng=es&nrm=iso&tlng=es Resumo: A pandemia da covid-19 e o subsequente processo de confinamento conduziram a linhas de convulsão em diferentes setores da sociedade. Marcado por um contexto de instabilidade e incerteza, onde diferentes manifestações de transformação tecnológica, económica e social potenciam novas práticas e convenções, bem como suscitam novos e renovados desafios deontológicos, o jornalismo não é exceção. Com base nas respostas de um inquérito a 890 jornalistas portugueses, o presente artigo procura mapear os efeitos do estado de emergência de março a abril de 2020 nas práticas e rotinas, e nos preceitos ético-profissionais de uma atividade que avoca uma reavivada relevância num ambiente de desinformação e “infodemia”. Mais do que revelarem novos problemas, os resultados sugerem uma acentuação dos desafios e dilemas pré-existentes. No plano das práticas, indicia-se uma domiciliação relativamente transversal da atividade. Este fenómeno é acompanhado por marcas de despersonalização do contacto com as fontes e eventos, e por sinais de isolamento social dos jornalistas. No campo ético-deontológico, sublinha-se a emergência de questões deontológicas particulares no contexto da pandemia, onde os aspetos relacionados com o rigor - rejeição do sensacionalismo, distinção clara entre factos e opiniões ou repúdio de quaisquer formas de censura -, assim como os elementos subjacentes ao contacto com as fontes, assumem especial dimensão.<hr/>Abstract: The covid-19 pandemic and the subsequent process of confinement led to lines of convulsion in different sectors of society. Marked by a context of instability and uncertainty, where different manifestations of technological, economic and social transformation enhance new practices and conventions, as well as raising new and renewed deontological challenges, journalism is no exception. Based on the responses of a survey answered by 890 Portuguese journalists, this article seeks to map the effects of the March-April 2020 state of emergency on practices and routines, and on the ethical-professional precepts of an activity that calls for a revived relevance in an environment of disinformation and “infodemic”. More than revealing new problems, the results obtained suggest the intensification of the pre-existing challenges and dilemmas. In terms of practices, it is indicated that the activity is relatively domiciled. This phenomenon is accompanied by marks of depersonalization of contact with sources and events, and by signs of social isolation from journalists. In the ethical-deontological field, the emergence of particular deontological issues in the context of the pandemic, where aspects related to rigour - rejection of sensationalism, a clear distinction between facts and opinion or repudiation of any form of censorship - as well as to subsequent elements underlying contact with the sources, take on a special dimension. <![CDATA[Book Review of <em>Advanced Introduction to Platform Economics</em>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-35752021000100311&lng=es&nrm=iso&tlng=es Resumo: A pandemia da covid-19 e o subsequente processo de confinamento conduziram a linhas de convulsão em diferentes setores da sociedade. Marcado por um contexto de instabilidade e incerteza, onde diferentes manifestações de transformação tecnológica, económica e social potenciam novas práticas e convenções, bem como suscitam novos e renovados desafios deontológicos, o jornalismo não é exceção. Com base nas respostas de um inquérito a 890 jornalistas portugueses, o presente artigo procura mapear os efeitos do estado de emergência de março a abril de 2020 nas práticas e rotinas, e nos preceitos ético-profissionais de uma atividade que avoca uma reavivada relevância num ambiente de desinformação e “infodemia”. Mais do que revelarem novos problemas, os resultados sugerem uma acentuação dos desafios e dilemas pré-existentes. No plano das práticas, indicia-se uma domiciliação relativamente transversal da atividade. Este fenómeno é acompanhado por marcas de despersonalização do contacto com as fontes e eventos, e por sinais de isolamento social dos jornalistas. No campo ético-deontológico, sublinha-se a emergência de questões deontológicas particulares no contexto da pandemia, onde os aspetos relacionados com o rigor - rejeição do sensacionalismo, distinção clara entre factos e opiniões ou repúdio de quaisquer formas de censura -, assim como os elementos subjacentes ao contacto com as fontes, assumem especial dimensão.<hr/>Abstract: The covid-19 pandemic and the subsequent process of confinement led to lines of convulsion in different sectors of society. Marked by a context of instability and uncertainty, where different manifestations of technological, economic and social transformation enhance new practices and conventions, as well as raising new and renewed deontological challenges, journalism is no exception. Based on the responses of a survey answered by 890 Portuguese journalists, this article seeks to map the effects of the March-April 2020 state of emergency on practices and routines, and on the ethical-professional precepts of an activity that calls for a revived relevance in an environment of disinformation and “infodemic”. More than revealing new problems, the results obtained suggest the intensification of the pre-existing challenges and dilemmas. In terms of practices, it is indicated that the activity is relatively domiciled. This phenomenon is accompanied by marks of depersonalization of contact with sources and events, and by signs of social isolation from journalists. In the ethical-deontological field, the emergence of particular deontological issues in the context of the pandemic, where aspects related to rigour - rejection of sensationalism, a clear distinction between facts and opinion or repudiation of any form of censorship - as well as to subsequent elements underlying contact with the sources, take on a special dimension. <![CDATA[Book Review of <em>The Platform Economy: How Japan Transformed the Consumer Internet</em>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-35752021000100317&lng=es&nrm=iso&tlng=es Resumo: A pandemia da covid-19 e o subsequente processo de confinamento conduziram a linhas de convulsão em diferentes setores da sociedade. Marcado por um contexto de instabilidade e incerteza, onde diferentes manifestações de transformação tecnológica, económica e social potenciam novas práticas e convenções, bem como suscitam novos e renovados desafios deontológicos, o jornalismo não é exceção. Com base nas respostas de um inquérito a 890 jornalistas portugueses, o presente artigo procura mapear os efeitos do estado de emergência de março a abril de 2020 nas práticas e rotinas, e nos preceitos ético-profissionais de uma atividade que avoca uma reavivada relevância num ambiente de desinformação e “infodemia”. Mais do que revelarem novos problemas, os resultados sugerem uma acentuação dos desafios e dilemas pré-existentes. No plano das práticas, indicia-se uma domiciliação relativamente transversal da atividade. Este fenómeno é acompanhado por marcas de despersonalização do contacto com as fontes e eventos, e por sinais de isolamento social dos jornalistas. No campo ético-deontológico, sublinha-se a emergência de questões deontológicas particulares no contexto da pandemia, onde os aspetos relacionados com o rigor - rejeição do sensacionalismo, distinção clara entre factos e opiniões ou repúdio de quaisquer formas de censura -, assim como os elementos subjacentes ao contacto com as fontes, assumem especial dimensão.<hr/>Abstract: The covid-19 pandemic and the subsequent process of confinement led to lines of convulsion in different sectors of society. Marked by a context of instability and uncertainty, where different manifestations of technological, economic and social transformation enhance new practices and conventions, as well as raising new and renewed deontological challenges, journalism is no exception. Based on the responses of a survey answered by 890 Portuguese journalists, this article seeks to map the effects of the March-April 2020 state of emergency on practices and routines, and on the ethical-professional precepts of an activity that calls for a revived relevance in an environment of disinformation and “infodemic”. More than revealing new problems, the results obtained suggest the intensification of the pre-existing challenges and dilemmas. In terms of practices, it is indicated that the activity is relatively domiciled. This phenomenon is accompanied by marks of depersonalization of contact with sources and events, and by signs of social isolation from journalists. In the ethical-deontological field, the emergence of particular deontological issues in the context of the pandemic, where aspects related to rigour - rejection of sensationalism, a clear distinction between facts and opinion or repudiation of any form of censorship - as well as to subsequent elements underlying contact with the sources, take on a special dimension.