Scielo RSS <![CDATA[GE-Portuguese Journal of Gastroenterology]]> http://scielo.pt/rss.php?pid=2341-454520190006&lang=pt vol. 26 num. 6 lang. pt <![CDATA[SciELO Logo]]> http://scielo.pt/img/en/fbpelogp.gif http://scielo.pt <![CDATA[<b>GE - Portuguese Journal of Gastroenterology em 2020</b>: <b>O que se segue?</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2341-45452019000600001&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt <![CDATA[<b>Os achados da endoscopia digestiva alta em doentes em lista de espera para cirurgia bariátrica</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2341-45452019000600002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Background: Bariatric surgery (BS) is one of the most effective approaches to weight loss. Performing esophagogastroduodenoscopy (EGD) prior to BS is controversial but allows the detection and treatment of mucosal lesions that may affect surgical decision and type of surgery. Aim: The aim of this study was to identify the frequency of gastric lesions and Helicobacter pylori (Hp) infection in a group of asymptomatic patients on the waiting list for BS. Methods: This is a retrospective descriptive study including patients undergoing EGD before BS. Results: A total of 360 patients were included with a mean age of 42.1 ± 10.8 years, 319 (88.6%) were females, with a mean body mass index of 42.8 ± 5.44 kg/m2. Regarding endoscopic findings, 25.6% presented no endoscopic lesions, 61.6% presented hyperemic gastropathy, 11.4% erosive gastropathy, 1.1% gastric polyp, and 0.3% gastric ulcer. Histologically, no changes were observed in 20.8% of the patients, 239 (66.4%) presented with superficial gastritis, 11.7% (n = 42) had chronic atrophic gastritis and intestinal metaplasia (n = 34 in the antrum, n = 1 in the body, and n = 7 in both the antrum and the body), and 1.7% (n = 6) had low-grade dysplasia. Hp was positive in 251 (69.7%) patients. We found that patients with metaplasia or dysplasia were more frequently submitted to surgical techniques that did not exclude the stomach (55.8 vs. 16.4%, p < 0.001). Conclusions: EGD with histological analysis plays an important role in the pre-surgical evaluation in BS, with a high rate of pathological findings in asymptomatic patients. These findings may have an impact on the long-term management and outcomes of these patients.<hr/>Introdução: A cirurgia bariátrica (CB) constitui uma das abordagens mais eficazes na perda de peso. A realização de endoscopia digestiva alta (EDA) prévia é controversa, podendo contudo detetar ou tratar lesões que podem afetar a decisão cirúrgica e o tipo de cirurgia. Objetivo: Identificar a frequência de lesões gástricas e de infeção por Helicobacter pylori (Hp) num grupo de doentes assintomáticos em lista para CB. Métodos: Estudo retrospetivo, incluindo doentes submetidos a EDA pré-CB. Resultados: Foram Incluídos 360 doentes com idade média 42.1 ± 10.8 anos, 319 (88.6%) do sexo feminino, com índice massa corporal (IMC) médio 42.8 ± 5.44 kg/m2. Relativamente aos achados endoscópicos, 25.6% não apresentavam alterações, 61.6% apresentavam gastropatia hiperémica, 11.4% gastropatia erosiva, 1.1% pólipos e 0.3% úlcera gástrica. Histologicamente, 20.8% não apresentavam alterações histológicas, 239 (66.4%) gastrite superficial, 11.7% (n = 42) gastrite crónica atrófica e metaplasia intestinal (n = 34 no antro, n = 1 no corpo e n = 7 no corpo e antro) e 1.7% (n = 6) apresentavam displasia de baixo grau. O Hp era positivo em 251 (69.7%) doentes. Verificamos que doentes com displasia ou metaplasia foram submetidos mais frequentemente a técnicas cirúrgicas que não excluíam o estômago (55.8 vs. 16.4%, p < 0.001). Conclusões: A EDA com biópsias gástricas tem um papel importante na avaliação préCB com uma taxa elevada de achados patológicos em doentes assintomáticos. Estes achados podem condicionar a monitorização e os outcomes destes doentes. <![CDATA[<b>Avaliação da patência do intestino delgado na doença de Crohn</b>: <b>estudo prospetivo com cápsula de patência e tomografia computadorizada</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2341-45452019000600003&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Background and Purpose: Patency capsule (PC) examination is usually performed - previously to capsule endoscopy - to evaluate small-bowel patency in patients with established Crohn’s disease (CD). The reported PC retention rate is significantly higher than expected. Our aims were to assess small-bowel patency, to determine the precise location of the retained PC in patients with CD, and to determine the false positive rate of evaluation with a radiofrequency identification tag (RFIT) scanner. Methods: This is a prospective single-center study including CD patients with clinical indication for small-bowel capsule endoscopy. PillCam® PC examination was performed on all patients to assess smallbowel patency. On all patients with a positive identification of the PC using an RFIT scanner, 30 h after ingestion, an abdominal CT was performed in order to identify its precise location. Results: Fifty-four patients were included. The PC retention rate, according to evaluation with the RFIT scanner, was 20% (in 11 patients) 30 h after ingestion. These patients were then submitted to abdominal CT, which revealed that there was small-bowel retention in 5 cases (9%). Higher CRP levels, penetrating disease, and a history of abdominal surgery were associated with an increased risk of PC retention (p = 0.007, p = 0.011, and p = 0.033, respectively). On multivariate analysis, there was an independent association between small-bowel PC retention and CRP levels > 5 mg/dL (OR = 15.5; p = 0.03). Discussion: The small-bowel PC retention rate (9%) was considerably lower than those found in previous reports. Our results show that, with this protocol, the false-positive cases of RFIT scans or plain abdominal Xrays may be avoided. This may contribute to more extensive application of capsule endoscopy without the risk of smallbowel retention.<hr/>Introdução: A cápsula de patência (CP) é geralmente realizada para avaliar a patência do intestino delgado, previamente à realização de cápsula endoscópica (VCE), em doentes com doença de Crohn (DC) diagnosticada. Notavelmente, a taxa de retenção da CP nos doentes com DC é significativamente superior à taxa global de retenção de VCE. Os autores pretendem avaliar a patência do intestino delgado e determinar a localização precisa das CP retidas nos doentes com DC, determinar a taxa de falsos positivos da avaliação com RFIT scanner, bem como avaliar possíveis fatores associados. Métodos: Estudo prospetivo de um centro único, incluindo doentes com DC com indicação clínica para VCE. A PillCam® CP foi realizada em todos os doentes para avaliar a patência do intestino delgado. Nos doentes com deteção positiva da CP através de um radiofrequency identification tag (RFID) scanner, 30 horas após a ingestãofoi realizada uma tomografia computadorizada abdominal (TC) de forma a determinar a localização precisa da cápsula. Resultados: Foram incluídos 54 doentes. A taxa de retenção da CP 30h, na avaliação com RFIT scanner, após a ingestão foi de 20% (11). Estes doentes foram então submetidos a TC abdominal, que detetou a CP no intestino delgado apenas em 5 (9%) doentes. Níveis mais elevados de PCR, doença penetrante e história de cirurgia abdominal foram associados com aumento do risco de retenção da CP (p = 0,007, p = 0,011 e p = 0,033, respetivamente). Na análise multivariada, houve uma associação independente entre retenção da cápsula do intestino delgado e níveis de PCR > 5 mg/dL (OR = 15,5; p = 0,03). Conclusões: A taxa de retenção da CP no intestino delgado (9%) foi consideravelmente menor do que a previamente reportada. Estes resultados mostram que, com este protocolo, os casos falso positivos do RFIT scanner ou radiografia abdominal simples podem ser evitados. Isso pode contribuir para uma aplicação mais extensa da VCE sem o risco de retenção do intestino delgado. <![CDATA[<b>Recomendações do Clube Português do Pâncreas sobre Pancreatite Crónica</b>: <b>Tratamento Médico, Endoscópico e Cirúrgico (Parte II)</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2341-45452019000600004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Chronic pancreatitis (CP) is a complex disease that should be treated by experienced teams of gastroenterologists, radiologists, surgeons, and nutritionists in a multidisciplinary environment. Medical treatment includes lifestyle modification, nutrition, exocrine and endocrine pancreatic insufficiency correction, and pain management. Up to 60% of patients will ultimately require some type of endoscopic or surgical intervention for treatment. However, regardless of the modality, they are often ineffective unless smoking and alcohol cessation is achieved. Surgery retains a major role in the treatment of CP patients with intractable chronic pain or suspected pancreatic mass. For other complications like biliary or gastroduodenal obstruction, pseudocyst drainage can be performed endoscopically. The recommendations for CP were developed by Clube Português do Pâncreas (CPP), based on literature review to answer predefined topics, subsequently discussed and approved by all members of CPP. Recommendations are separated in two parts: “chronic pancreatitis etiology, natural history, and diagnosis,” and “chronic pancreatitis medical, endoscopic, and surgical treatment.” This abstract pertains to part II.<hr/>A pancreatite crónica (PC) é uma doença complexa que deve ser tratada por equipas multidisciplinares experientes de gastrenterologistas, radiologistas, cirurgiões e nutricionistas. O tratamento médico inclui modificação do estilo de vida, nutrição, correção das insuficiências pancreáticas endócrina e exócrina e controle da dor. Até 60% dos doentes podem necessitar de algum tipo de terapêutica endoscópica ou cirúrgica. No entanto, independentemente da modalidade, elas serão ineficazes, se não se alcançar cessação tabágica e etílica. A cirurgia desempenha um papel importante no tratamento dos doentes com dor crónica intratável ou lesões pancreáticas suspeitas. Outras complicações como obstrução biliar, gastroduodenal, ou drenagem de pseudocistos podem ser tratadas endoscopicamente. As recomendações sobre PC foram desenvolvidas pelo Clube Português do Pâncreas (CPP), com base numa revisão da literatura para responder a questões predefinidas, posteriormente discutidos e aprovados por todos os membros do CPP. As recomendações encontram-se separadas em duas partes: “etiologia da pancreatite crónica, história natural e diagnóstico” e “tratamento médico, endoscópico e cirúrgico da pancreatite crónica.” Este resumo corresponde à parte II. <![CDATA[<b>Abcesso hepático por <i>Streptococcus anginosus</i> e <i>Eikenella corrodens</i>, secundário a perfuração gástrica por espinha de peixe</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2341-45452019000600005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Introduction: Foreign-body ingestion is a common event, but in only less than 1% of the cases complications occur. Hepatic abscesses induced by foreign-body penetration are rare. To date, there are only 62 reported cases of hepatic abscess secondary to fish bone perforation of the gastrointestinal tract. Case Presentation: A 78-year-old male patient was admitted due to high fever and vomiting for 2 days, along with frequent eructations for the past 3 months. Abdominal ultrasound showed a liver abscess in the left lobe, and computed tomography revealed a hyperdense linear image that crossed the superior wall of the gastric antrum, contacting the liver lesion, suggestive of a foreign body, probably a fish bone. Blood cultures were positive with isolation of Streptococcus anginosus and Eikenella corrodens. Ultrasound-guided percutaneous drainage of the abscess was done, and S. anginosus was isolated in the pus. Surgical debridement and fish bone removal were performed; the patient completed 21 days of antibiotic therapy, with a favourable evolution. Conclusion: To the best of our knowledge, this is the first reported case of liver abscess caused by fish bone penetration with isolation of S. anginosus and E. corrodens. Bacterial coaggregation is one of the mechanisms that can explain their ability for causing invasive infections away from the oral cavity, by increasing their resistance to the innate immune system and survival of both species.<hr/>Introdução: A ingestão de corpo estranho é frequente, mas em menos de 1% dos casos ocorrem complicações. Os abcessos hepáticos secundários a penetração por corpo estranho são muito raros. Até à data, estão reportados na literatura apenas 62 casos de abcesso hepático secundário a perfuração do tracto gastrintestinal por espinha de peixe. Caso clínico: Um homem de 78 anos foi internado por quadro de febre alta e vómitos com dois dias de evolução, a par de eructações frequentes nos últimos três meses. A ecografia abdominal revelou abcesso hepático no lobo esquerdo e a tomografia computorizada demonstrou imagem hiperdensa linear, contactando a lesão hepática e atravessando a parede superior do antro gástrico, sugestiva de corpo estranho (espinha de peixe). As hemoculturas foram positivas com isolamento de Streptococcus anginosus e Eikenella corrodens. O abcesso foi drenado por punção aspirativa eco-guiada, isolando-se Streptococcus anginosus no exsudado purulento. Realizou desbridamento cirúrgico e remoção da espinha; completou 21 dias de antibioterapia, com evolução favorável. Conclusão: Após revisão da literatura, este é o primeiro caso descrito de abcesso hepático secundário a perfuração por espinha de peixe, por Streptococcus anginosus e Eikenella corrodens. Um dos mecanismos que explica o seu potencial para causar infecções invasivas e distantes da cavidade oral é a coagregação bacteriana que contribui para a maior resistência ao sistema imunológico inato do hospedeiro e aumento da sobrevivência das duas espécies. <![CDATA[<b>Tratamento de varizes retais de difícil controlo</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2341-45452019000600006&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Background: Rectal varices are portosystemic collaterals that arise as a complication of portal hypertension. Despite their significant prevalence among cirrhotic patients, clinically important bleeding occurs only in a minority. Various treatment options are available, with endoscopic therapies being widely used, and both interventional radiology and surgery being considered for refractory bleeding rectal varices. Case: We report the case of a 61-year-old male with hepatic cirrhosis and bleeding rectal varices refractory to endoscopic therapy, successfully managed with a combination of transjugular intrahepatic portosystemic shunt (TIPS) and selective variceal embolization. Conclusions: Radiological techniques are effective options for refractory bleeding. Adding embolization to TIPS implantation could represent a valid adjunctive measure for haemostasis of recurrent rectal variceal bleeding.<hr/>Introdução: As varizes retais são colaterais portossistémicos que se formam como complicação da hipertensão portal. Apesar de serem frequentes em doentes com cirrose hepática, cursam com hemorragia apenas numa minoria dos casos. Entre as opções terapêuticas disponíveis, a endoscópica é a mais amplamente disponível e utilizada, sendo as intervenções da radiologia ou da cirurgia reservadas para casos de hemorragia refratária. Caso: Apresenta-se o caso de um homem de 61 anos com cirrose hepática e hemorragia com ponto de partida em varizes retais. Por refratariedade ao tratamento endoscópico, uma combinação de shunt portossistémico intrahepático transjugular e embolização seletiva das varizes retais foi necessária para uma hemóstase eficaz. Conclusão: A combinação do TIPS com a embolização seletiva das varizes retais é uma alternativa terapêutica na hemorragia por varizes retais refratárias a tratamento endoscópico. <![CDATA[<b>Um caso de colestase grave por amiloidose AL com envolvimento hepático</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2341-45452019000600007&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Introduction: Immunoglobulin light chain-associated amyloidosis results from extracellular tissue deposition of fibrilforming monoclonal immunoglobulin light chains, secreted by a clone of plasma cells. Although the liver is often involved histologically, most cases are clinically asymptomatic, and severe intrahepatic cholestasis as the primary manifestation of the disease is rare. Clinical Case: We report an unusual case of primary amyloidosis in a 71-year-old man, presenting with rapidly progressive cholestasis, associated with hepatomegaly. There are a few reported cases in the literature of cholestasis and acute liver failure as the first manifestations of AL amyloidosis. Conclusion: Infiltrative diseases, such as amyloidosis, must be considered when a patient presents with cholestatic hepatitis. A liver biopsy is essential for the diagnosis of amyloidosis when liver test abnormalities dominate the initial clinical presentation. Liver involvement in patients with amyloidosis is often an indicator of poor prognosis.<hr/>Introdução: A amiloidose associada a cadeias leves resulta da deposição tecidular de cadeias leves de imunoglobulina monoclonal, segregada por um clone de células plasmáticas. Embora o fígado esteja com frequência envolvido histologicamente, a maioria dos casos é clinicamente assintomática, e a colestase intra-hepática grave como manifestação primária da doença é rara. Caso clínico: Os autores relatam um caso raro de amiloidose primária num homem de 71 anos, manifestando colestase rapidamente progressiva, associada a hepatomegalia. Existem poucos casos descritos na literatura de colestase e insuficiência hepática aguda como a primeira manifestação de amiloidose AL. Conclusão: As doenças infiltrativas, como a amiloidose, devem ser consideradas quando um doente apresenta hepatite colestática. A biópsia hepática é essencial para o diagnóstico de amiloidose quando as alterações das provas hepáticas dominam a apresentação inicial. O envolvimento do fígado em pacientes com amiloidose é com frequência um indicador de mau prognóstico. <![CDATA[<b>Fígado gordo causado por glicogenose tipo IX</b>: <b>Uma pequena série de casos em crianças</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2341-45452019000600008&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Background: The prevalence of non-alcoholic fatty liver disease (NAFLD) affecting children and adolescents has increased dramatically in recent years. This increase is most probably related to the obesity pandemic and the high consumption of fructose. However, hepatic steatosis has some rare causes (e.g., some metabolic diseases) of which clinicians should be aware, particularly (but not only) when patients are non-obese or non-overweight. Differential diagnosis is notably important when pathologies have a specific treatment, such as for glycogenosis type IX (GSD-IX). Aims: To contribute to the knowledge on the differential diagnosis of NAFLD in paediatric age and to the clinical, biochemical, molecular, and histological characterisations of GSD-IX, a rare metabolic disorder. Methods: We performed a retrospective study of a small series of cases (n = 3) of GSD-IX diagnosed in the past 6 years, who were currently being followed up in the Units of Gastroenterology or Metabolic Diseases of the Paediatric Division of our hospital and whose clinical presentation was NAFLD in paediatric age. Results: Three male patients were diagnosed with NAFLD before 2 years of age, 2 with confirmed diagnosis before the age of 3 years (alanine aminotransferase [ALT], liver ultrasound, and molecular analysis) and 1 whose diagnosis was confirmed at 11 years (ALT, liver ultrasound, liver histology, and molecular analysis). None of the patients were obese or overweight, and the daily fructose consumption was unknown. The outcome was favourable in all 3 patients, with follow-up periods ranging from 2 to 6 years. Conclusion: The decision on how far the search for secondary causes of NAFLD should go can be difficult, and GSD-IX must be on the list of possible causes.<hr/>Introdução: A prevalência de fígado gordo não-alcoólico (NAFLD) afetando crianças e adolescentes, aumentou enormemente nos últimos anos. Este aumento está muito provavelmente relacionado com a pandemia de obesidade e o elevado consumo de fructose. No entanto, a esteatose hepática pode ser causada por algumas entidades raras (por exemplo, doenças metabólicas) para as quais os clínicos devem estar alertados, particularmente (mas não só) quando os doentes não são obesos nem têm excesso de peso. O diagnóstico diferencial é especialmente importante quando as patologias têm um tratamento específico, como é o caso da Glicogenose tipo IX (GSD-IX). Objetivos: Contribuir para o conhecimento dos diagnósticos diferenciais de NAFLD em idade pediátrica, e contribuir para a caracterização clínica, bioquímica, molecular e histológica da GSD-IX, uma doença metabólica rara. Metodologia: Estudo retrospectivo de uma pequena série de casos (n = 3) de GSD-IX diagnosticados nos últimos 6 anos, atualmente em seguimento nas Unidades de Gastrenterologia ou de Doenças Metabólicas do Serviço de Pediatria do nosso hospital, e cuja forma de apresentação clínica foi NALFLD em idade pediátrica. Resultados: Três doentes de sexo masculino foram diagnosticados com NAFLD antes dos 2 anos de idade, dois com diagnóstico confirmado antes dos 3 anos (alanina aminotransferase [ALT], ecografia hepática, e estudo molecular), e um cujo diagnóstico foi confirmado aos 11 anos (ALT, ecografia e histologia hepáticas, e estudo molecular). Nenhum dos doentes era obeso ou tinha excesso de peso, e o consumo diário de frutose era desconhecido. A evolução foi favorável nos três doentes, com um tempo de seguimento que variou entre 2 e 6 anos. Conclusões: A decisão sobre até onde a pesquisa de causas secundárias de NAFLD deve ir pode ser difícil, e a GSD-IX deve estar na lista de causas possíveis. <![CDATA[<b>Uma apresentação rara de cancro da mama</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2341-45452019000600009&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Breast cancer is the most common tumour in women. Only 5-15% of breast cancer patients have distant metastases at diagnosis. Here we describe the case of a previously healthy 43-year-old woman with nausea, postprandial epigastric pain, and constipation as the first clinical presentation of breast cancer. Total colonoscopy revealed colon metastases and the immunohistochemical profile favoured primitive invasive lobular carcinoma of the breast. Gastrointestinal tract metastases are more frequent in lobular histology of breast cancer. Stomach and small intestine are the most common metastatic sites, while colon metastases are a rare occurrence.<hr/>A neoplasia da mama é o tumor mais comum no sexo feminino. Apenas 5 a 15% dos casos apresentam metástases ao diagnóstico. Descrevemos o caso de uma mulher de 43 anos de idade, com apresentação inaugural de cancro da mama manifestada por náuseas, epigastralgia pós prandial e obstipação. A colonoscopia revelou metástases do cólon e o perfil imuno-histoquímico da histologia favoreceu o diagnóstico de neoplasia primitiva da mama, do tipo carcinoma lobular. As metástases do trato gastrointestinal são mais frequentes na histologia lobular de cancro da mama. O estômago e o intestino delgado são os locais mais frequentes de metastização, sendo as metástases do cólon uma ocorrência rara. <![CDATA[<b>Fístula gastrocolocutânea crónica após gastrostomia endoscópica</b>: <b>Que gravidade</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2341-45452019000600010&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Percutaneous endoscopic gastrostomy (PEG) is a safe technique for long-term enteral feeding. The most common PEGassociated adverse events are minor. Gastrocolocutaneous fistula (GCCF) results from misplacement of the PEG tube through the colon. The importance of this complication is not currently defined, and there is no clearly established therapeutic algorithm. The authors report a series of 3 cases of GCCF diagnosed and treated in a tertiary center. Case 1: An 88-year-old man underwent PEG due to head and neck cancer. The procedure was uneventful, and the patient remained asymptomatic. After the first PEG tube substitution performed at 6 months, stool drainage through the stoma was observed. Computed tomography (CT) showed a GCCF. After tube removal, the fistula spontaneously closed, and the patient remained under nasogastric feeding until death. Case 2: A 31-year-old man with hereditary spastic paraplegia was submitted to PEG without early complications. The patient remained asymptomatic, and 7 months later, replacement of the PEG tube was planned. Under endoscopic control, the primary tube was removed, but the balloon replacement tube, introduced through the skin, was not observed in the gastric lumen. CT displayed a GCCF that spontaneously closed after a few days. A combined laparoscopic and endoscopic approach was used to resect the fistula tracts and perform a new gastrostomy. Case 3: A 45-year-old man with cerebral palsy was referred to PEG. Skin transillumination was only observed transiently, and the abdominal puncture was performed obliquely. The patient remained asymptomatic until the 7th month, when the primary PEG tube replacement was performed. The percutaneously placed substitution tube did not reach the stomach. GCCF was evident on CT. The fistula spontaneously closed, and the patient was referred to elective surgery for laparoscopic gastrostomy. GCCF is an uncommon complication of PEG. Its clinical course seems to be benign with patients remaining asymptomatic under ambulatory enteral feeding for long periods until PEG tube replacement. Spontaneous fistula closure is the rule in this setting. Laparoscopic gastrostomy should be considered when a new PEG is advised and cannot be safely performed due to colon interposition.<hr/>A gastrostomia endoscópica percutânea (PEG) é uma técnica segura, utilizada como acesso para nutrição entérica de longa duração. A maioria dos eventos adversos mais frequentemente associados a esta técnica endoscópica são geralmente de gravidade ligeira. A fístula gastrocolocutânea (FGCC) resulta da transfixação cólica durante o procedimento de PEG. A importância desta complicação não está atualmente definida e nenhum algoritmo terapêutico está validado. Os autores relatam uma série de casos de FGCC diagnosticados e tratados num centro hospitalar terciário. Caso 1: Homem de 88 anos, submetido a PEG por cancro cervicofacial. O procedimento decorreu sem intercorrências e o doente permaneceu assintomático durante o follow-up. Após a primeira substituição do tubo de PEG realizada aos seis meses, constatou-se drenagem de conteúdo fecal pelo estoma. A tomografia computorizada (TC) mostrou uma FGCC. Após a remoção do tubo a fístula encerrou espontaneamente e o doente permaneceu sob nutrição entérica por sonda nasogástrica até ao óbito. Caso 2: Homem de 31 anos com Paraplegia Espástica Hereditária, submetido a PEG sem intercorrências imediatas. O doente permaneceu assintomático e sete meses depois foi realizada substituição do tubo primário de PEG. Sob controlo endoscópico, o tubo inicial foi removido mas o tubo secundário com balão, introduzido através da pele, não foi identificado no lúmen gástrico. A TC mostrou uma FGCC que encerrou espontaneamente após alguns dias. Uma abordagem laparoscópica e endoscópica combinada foi posteriormente utilizada para ressecar os trajetos fistulosos e realizar uma nova gastrostomia. Caso 3: Homem de 45 anos com Paralisia Cerebral, referenciado para PEG. Durante o procedimento a transiluminação da parede abdominal apenas foi observada transitoriamente e a punção realizada com orientação oblíqua. O doente permaneceu assintomático até ao sétimo mês, altura em que foi realizada substituição do tubo primário. O tubo de substituição inserido percutaneamente não atingiu o estômago. Uma FGCC foi observada na TC. A fístula encerrou espontaneamente e o doente foi referenciado para gastrostomia laparoscópica eletiva. A FGCC é uma complicação invulgar da PEG. O seu curso clínico aparenta ser benigno e os doentes permanecem assintomáticos sob nutrição entérica domiciliária por longos períodos até à substituição do tubo primário. O seu encerramento espontâneo é a regra. A gastrostomia laparoscópica deve ser considerada quando uma nova PEG está recomendada e não pode ser efetuada com segurança por interposição cólica. <![CDATA[<b>Resseção endoscópica transmural de tumor neuroendócrino do apêndice</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2341-45452019000600011&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Percutaneous endoscopic gastrostomy (PEG) is a safe technique for long-term enteral feeding. The most common PEGassociated adverse events are minor. Gastrocolocutaneous fistula (GCCF) results from misplacement of the PEG tube through the colon. The importance of this complication is not currently defined, and there is no clearly established therapeutic algorithm. The authors report a series of 3 cases of GCCF diagnosed and treated in a tertiary center. Case 1: An 88-year-old man underwent PEG due to head and neck cancer. The procedure was uneventful, and the patient remained asymptomatic. After the first PEG tube substitution performed at 6 months, stool drainage through the stoma was observed. Computed tomography (CT) showed a GCCF. After tube removal, the fistula spontaneously closed, and the patient remained under nasogastric feeding until death. Case 2: A 31-year-old man with hereditary spastic paraplegia was submitted to PEG without early complications. The patient remained asymptomatic, and 7 months later, replacement of the PEG tube was planned. Under endoscopic control, the primary tube was removed, but the balloon replacement tube, introduced through the skin, was not observed in the gastric lumen. CT displayed a GCCF that spontaneously closed after a few days. A combined laparoscopic and endoscopic approach was used to resect the fistula tracts and perform a new gastrostomy. Case 3: A 45-year-old man with cerebral palsy was referred to PEG. Skin transillumination was only observed transiently, and the abdominal puncture was performed obliquely. The patient remained asymptomatic until the 7th month, when the primary PEG tube replacement was performed. The percutaneously placed substitution tube did not reach the stomach. GCCF was evident on CT. The fistula spontaneously closed, and the patient was referred to elective surgery for laparoscopic gastrostomy. GCCF is an uncommon complication of PEG. Its clinical course seems to be benign with patients remaining asymptomatic under ambulatory enteral feeding for long periods until PEG tube replacement. Spontaneous fistula closure is the rule in this setting. Laparoscopic gastrostomy should be considered when a new PEG is advised and cannot be safely performed due to colon interposition.<hr/>A gastrostomia endoscópica percutânea (PEG) é uma técnica segura, utilizada como acesso para nutrição entérica de longa duração. A maioria dos eventos adversos mais frequentemente associados a esta técnica endoscópica são geralmente de gravidade ligeira. A fístula gastrocolocutânea (FGCC) resulta da transfixação cólica durante o procedimento de PEG. A importância desta complicação não está atualmente definida e nenhum algoritmo terapêutico está validado. Os autores relatam uma série de casos de FGCC diagnosticados e tratados num centro hospitalar terciário. Caso 1: Homem de 88 anos, submetido a PEG por cancro cervicofacial. O procedimento decorreu sem intercorrências e o doente permaneceu assintomático durante o follow-up. Após a primeira substituição do tubo de PEG realizada aos seis meses, constatou-se drenagem de conteúdo fecal pelo estoma. A tomografia computorizada (TC) mostrou uma FGCC. Após a remoção do tubo a fístula encerrou espontaneamente e o doente permaneceu sob nutrição entérica por sonda nasogástrica até ao óbito. Caso 2: Homem de 31 anos com Paraplegia Espástica Hereditária, submetido a PEG sem intercorrências imediatas. O doente permaneceu assintomático e sete meses depois foi realizada substituição do tubo primário de PEG. Sob controlo endoscópico, o tubo inicial foi removido mas o tubo secundário com balão, introduzido através da pele, não foi identificado no lúmen gástrico. A TC mostrou uma FGCC que encerrou espontaneamente após alguns dias. Uma abordagem laparoscópica e endoscópica combinada foi posteriormente utilizada para ressecar os trajetos fistulosos e realizar uma nova gastrostomia. Caso 3: Homem de 45 anos com Paralisia Cerebral, referenciado para PEG. Durante o procedimento a transiluminação da parede abdominal apenas foi observada transitoriamente e a punção realizada com orientação oblíqua. O doente permaneceu assintomático até ao sétimo mês, altura em que foi realizada substituição do tubo primário. O tubo de substituição inserido percutaneamente não atingiu o estômago. Uma FGCC foi observada na TC. A fístula encerrou espontaneamente e o doente foi referenciado para gastrostomia laparoscópica eletiva. A FGCC é uma complicação invulgar da PEG. O seu curso clínico aparenta ser benigno e os doentes permanecem assintomáticos sob nutrição entérica domiciliária por longos períodos até à substituição do tubo primário. O seu encerramento espontâneo é a regra. A gastrostomia laparoscópica deve ser considerada quando uma nova PEG está recomendada e não pode ser efetuada com segurança por interposição cólica. <![CDATA[<b>Apresentação enganadora de esofagite infecciosa</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2341-45452019000600012&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Percutaneous endoscopic gastrostomy (PEG) is a safe technique for long-term enteral feeding. The most common PEGassociated adverse events are minor. Gastrocolocutaneous fistula (GCCF) results from misplacement of the PEG tube through the colon. The importance of this complication is not currently defined, and there is no clearly established therapeutic algorithm. The authors report a series of 3 cases of GCCF diagnosed and treated in a tertiary center. Case 1: An 88-year-old man underwent PEG due to head and neck cancer. The procedure was uneventful, and the patient remained asymptomatic. After the first PEG tube substitution performed at 6 months, stool drainage through the stoma was observed. Computed tomography (CT) showed a GCCF. After tube removal, the fistula spontaneously closed, and the patient remained under nasogastric feeding until death. Case 2: A 31-year-old man with hereditary spastic paraplegia was submitted to PEG without early complications. The patient remained asymptomatic, and 7 months later, replacement of the PEG tube was planned. Under endoscopic control, the primary tube was removed, but the balloon replacement tube, introduced through the skin, was not observed in the gastric lumen. CT displayed a GCCF that spontaneously closed after a few days. A combined laparoscopic and endoscopic approach was used to resect the fistula tracts and perform a new gastrostomy. Case 3: A 45-year-old man with cerebral palsy was referred to PEG. Skin transillumination was only observed transiently, and the abdominal puncture was performed obliquely. The patient remained asymptomatic until the 7th month, when the primary PEG tube replacement was performed. The percutaneously placed substitution tube did not reach the stomach. GCCF was evident on CT. The fistula spontaneously closed, and the patient was referred to elective surgery for laparoscopic gastrostomy. GCCF is an uncommon complication of PEG. Its clinical course seems to be benign with patients remaining asymptomatic under ambulatory enteral feeding for long periods until PEG tube replacement. Spontaneous fistula closure is the rule in this setting. Laparoscopic gastrostomy should be considered when a new PEG is advised and cannot be safely performed due to colon interposition.<hr/>A gastrostomia endoscópica percutânea (PEG) é uma técnica segura, utilizada como acesso para nutrição entérica de longa duração. A maioria dos eventos adversos mais frequentemente associados a esta técnica endoscópica são geralmente de gravidade ligeira. A fístula gastrocolocutânea (FGCC) resulta da transfixação cólica durante o procedimento de PEG. A importância desta complicação não está atualmente definida e nenhum algoritmo terapêutico está validado. Os autores relatam uma série de casos de FGCC diagnosticados e tratados num centro hospitalar terciário. Caso 1: Homem de 88 anos, submetido a PEG por cancro cervicofacial. O procedimento decorreu sem intercorrências e o doente permaneceu assintomático durante o follow-up. Após a primeira substituição do tubo de PEG realizada aos seis meses, constatou-se drenagem de conteúdo fecal pelo estoma. A tomografia computorizada (TC) mostrou uma FGCC. Após a remoção do tubo a fístula encerrou espontaneamente e o doente permaneceu sob nutrição entérica por sonda nasogástrica até ao óbito. Caso 2: Homem de 31 anos com Paraplegia Espástica Hereditária, submetido a PEG sem intercorrências imediatas. O doente permaneceu assintomático e sete meses depois foi realizada substituição do tubo primário de PEG. Sob controlo endoscópico, o tubo inicial foi removido mas o tubo secundário com balão, introduzido através da pele, não foi identificado no lúmen gástrico. A TC mostrou uma FGCC que encerrou espontaneamente após alguns dias. Uma abordagem laparoscópica e endoscópica combinada foi posteriormente utilizada para ressecar os trajetos fistulosos e realizar uma nova gastrostomia. Caso 3: Homem de 45 anos com Paralisia Cerebral, referenciado para PEG. Durante o procedimento a transiluminação da parede abdominal apenas foi observada transitoriamente e a punção realizada com orientação oblíqua. O doente permaneceu assintomático até ao sétimo mês, altura em que foi realizada substituição do tubo primário. O tubo de substituição inserido percutaneamente não atingiu o estômago. Uma FGCC foi observada na TC. A fístula encerrou espontaneamente e o doente foi referenciado para gastrostomia laparoscópica eletiva. A FGCC é uma complicação invulgar da PEG. O seu curso clínico aparenta ser benigno e os doentes permanecem assintomáticos sob nutrição entérica domiciliária por longos períodos até à substituição do tubo primário. O seu encerramento espontâneo é a regra. A gastrostomia laparoscópica deve ser considerada quando uma nova PEG está recomendada e não pode ser efetuada com segurança por interposição cólica. <![CDATA[<b>Divertículos Gástricos Múltiplos</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2341-45452019000600013&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Percutaneous endoscopic gastrostomy (PEG) is a safe technique for long-term enteral feeding. The most common PEGassociated adverse events are minor. Gastrocolocutaneous fistula (GCCF) results from misplacement of the PEG tube through the colon. The importance of this complication is not currently defined, and there is no clearly established therapeutic algorithm. The authors report a series of 3 cases of GCCF diagnosed and treated in a tertiary center. Case 1: An 88-year-old man underwent PEG due to head and neck cancer. The procedure was uneventful, and the patient remained asymptomatic. After the first PEG tube substitution performed at 6 months, stool drainage through the stoma was observed. Computed tomography (CT) showed a GCCF. After tube removal, the fistula spontaneously closed, and the patient remained under nasogastric feeding until death. Case 2: A 31-year-old man with hereditary spastic paraplegia was submitted to PEG without early complications. The patient remained asymptomatic, and 7 months later, replacement of the PEG tube was planned. Under endoscopic control, the primary tube was removed, but the balloon replacement tube, introduced through the skin, was not observed in the gastric lumen. CT displayed a GCCF that spontaneously closed after a few days. A combined laparoscopic and endoscopic approach was used to resect the fistula tracts and perform a new gastrostomy. Case 3: A 45-year-old man with cerebral palsy was referred to PEG. Skin transillumination was only observed transiently, and the abdominal puncture was performed obliquely. The patient remained asymptomatic until the 7th month, when the primary PEG tube replacement was performed. The percutaneously placed substitution tube did not reach the stomach. GCCF was evident on CT. The fistula spontaneously closed, and the patient was referred to elective surgery for laparoscopic gastrostomy. GCCF is an uncommon complication of PEG. Its clinical course seems to be benign with patients remaining asymptomatic under ambulatory enteral feeding for long periods until PEG tube replacement. Spontaneous fistula closure is the rule in this setting. Laparoscopic gastrostomy should be considered when a new PEG is advised and cannot be safely performed due to colon interposition.<hr/>A gastrostomia endoscópica percutânea (PEG) é uma técnica segura, utilizada como acesso para nutrição entérica de longa duração. A maioria dos eventos adversos mais frequentemente associados a esta técnica endoscópica são geralmente de gravidade ligeira. A fístula gastrocolocutânea (FGCC) resulta da transfixação cólica durante o procedimento de PEG. A importância desta complicação não está atualmente definida e nenhum algoritmo terapêutico está validado. Os autores relatam uma série de casos de FGCC diagnosticados e tratados num centro hospitalar terciário. Caso 1: Homem de 88 anos, submetido a PEG por cancro cervicofacial. O procedimento decorreu sem intercorrências e o doente permaneceu assintomático durante o follow-up. Após a primeira substituição do tubo de PEG realizada aos seis meses, constatou-se drenagem de conteúdo fecal pelo estoma. A tomografia computorizada (TC) mostrou uma FGCC. Após a remoção do tubo a fístula encerrou espontaneamente e o doente permaneceu sob nutrição entérica por sonda nasogástrica até ao óbito. Caso 2: Homem de 31 anos com Paraplegia Espástica Hereditária, submetido a PEG sem intercorrências imediatas. O doente permaneceu assintomático e sete meses depois foi realizada substituição do tubo primário de PEG. Sob controlo endoscópico, o tubo inicial foi removido mas o tubo secundário com balão, introduzido através da pele, não foi identificado no lúmen gástrico. A TC mostrou uma FGCC que encerrou espontaneamente após alguns dias. Uma abordagem laparoscópica e endoscópica combinada foi posteriormente utilizada para ressecar os trajetos fistulosos e realizar uma nova gastrostomia. Caso 3: Homem de 45 anos com Paralisia Cerebral, referenciado para PEG. Durante o procedimento a transiluminação da parede abdominal apenas foi observada transitoriamente e a punção realizada com orientação oblíqua. O doente permaneceu assintomático até ao sétimo mês, altura em que foi realizada substituição do tubo primário. O tubo de substituição inserido percutaneamente não atingiu o estômago. Uma FGCC foi observada na TC. A fístula encerrou espontaneamente e o doente foi referenciado para gastrostomia laparoscópica eletiva. A FGCC é uma complicação invulgar da PEG. O seu curso clínico aparenta ser benigno e os doentes permanecem assintomáticos sob nutrição entérica domiciliária por longos períodos até à substituição do tubo primário. O seu encerramento espontâneo é a regra. A gastrostomia laparoscópica deve ser considerada quando uma nova PEG está recomendada e não pode ser efetuada com segurança por interposição cólica. <![CDATA[<b>Um caso de doença do enxerto versus hospedeiro do cólon</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2341-45452019000600014&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Percutaneous endoscopic gastrostomy (PEG) is a safe technique for long-term enteral feeding. The most common PEGassociated adverse events are minor. Gastrocolocutaneous fistula (GCCF) results from misplacement of the PEG tube through the colon. The importance of this complication is not currently defined, and there is no clearly established therapeutic algorithm. The authors report a series of 3 cases of GCCF diagnosed and treated in a tertiary center. Case 1: An 88-year-old man underwent PEG due to head and neck cancer. The procedure was uneventful, and the patient remained asymptomatic. After the first PEG tube substitution performed at 6 months, stool drainage through the stoma was observed. Computed tomography (CT) showed a GCCF. After tube removal, the fistula spontaneously closed, and the patient remained under nasogastric feeding until death. Case 2: A 31-year-old man with hereditary spastic paraplegia was submitted to PEG without early complications. The patient remained asymptomatic, and 7 months later, replacement of the PEG tube was planned. Under endoscopic control, the primary tube was removed, but the balloon replacement tube, introduced through the skin, was not observed in the gastric lumen. CT displayed a GCCF that spontaneously closed after a few days. A combined laparoscopic and endoscopic approach was used to resect the fistula tracts and perform a new gastrostomy. Case 3: A 45-year-old man with cerebral palsy was referred to PEG. Skin transillumination was only observed transiently, and the abdominal puncture was performed obliquely. The patient remained asymptomatic until the 7th month, when the primary PEG tube replacement was performed. The percutaneously placed substitution tube did not reach the stomach. GCCF was evident on CT. The fistula spontaneously closed, and the patient was referred to elective surgery for laparoscopic gastrostomy. GCCF is an uncommon complication of PEG. Its clinical course seems to be benign with patients remaining asymptomatic under ambulatory enteral feeding for long periods until PEG tube replacement. Spontaneous fistula closure is the rule in this setting. Laparoscopic gastrostomy should be considered when a new PEG is advised and cannot be safely performed due to colon interposition.<hr/>A gastrostomia endoscópica percutânea (PEG) é uma técnica segura, utilizada como acesso para nutrição entérica de longa duração. A maioria dos eventos adversos mais frequentemente associados a esta técnica endoscópica são geralmente de gravidade ligeira. A fístula gastrocolocutânea (FGCC) resulta da transfixação cólica durante o procedimento de PEG. A importância desta complicação não está atualmente definida e nenhum algoritmo terapêutico está validado. Os autores relatam uma série de casos de FGCC diagnosticados e tratados num centro hospitalar terciário. Caso 1: Homem de 88 anos, submetido a PEG por cancro cervicofacial. O procedimento decorreu sem intercorrências e o doente permaneceu assintomático durante o follow-up. Após a primeira substituição do tubo de PEG realizada aos seis meses, constatou-se drenagem de conteúdo fecal pelo estoma. A tomografia computorizada (TC) mostrou uma FGCC. Após a remoção do tubo a fístula encerrou espontaneamente e o doente permaneceu sob nutrição entérica por sonda nasogástrica até ao óbito. Caso 2: Homem de 31 anos com Paraplegia Espástica Hereditária, submetido a PEG sem intercorrências imediatas. O doente permaneceu assintomático e sete meses depois foi realizada substituição do tubo primário de PEG. Sob controlo endoscópico, o tubo inicial foi removido mas o tubo secundário com balão, introduzido através da pele, não foi identificado no lúmen gástrico. A TC mostrou uma FGCC que encerrou espontaneamente após alguns dias. Uma abordagem laparoscópica e endoscópica combinada foi posteriormente utilizada para ressecar os trajetos fistulosos e realizar uma nova gastrostomia. Caso 3: Homem de 45 anos com Paralisia Cerebral, referenciado para PEG. Durante o procedimento a transiluminação da parede abdominal apenas foi observada transitoriamente e a punção realizada com orientação oblíqua. O doente permaneceu assintomático até ao sétimo mês, altura em que foi realizada substituição do tubo primário. O tubo de substituição inserido percutaneamente não atingiu o estômago. Uma FGCC foi observada na TC. A fístula encerrou espontaneamente e o doente foi referenciado para gastrostomia laparoscópica eletiva. A FGCC é uma complicação invulgar da PEG. O seu curso clínico aparenta ser benigno e os doentes permanecem assintomáticos sob nutrição entérica domiciliária por longos períodos até à substituição do tubo primário. O seu encerramento espontâneo é a regra. A gastrostomia laparoscópica deve ser considerada quando uma nova PEG está recomendada e não pode ser efetuada com segurança por interposição cólica. <![CDATA[<b>Duplo Problema</b>: <b>Hematoma Duodenal Espontâneo de Origem Pancreática</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2341-45452019000600015&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Percutaneous endoscopic gastrostomy (PEG) is a safe technique for long-term enteral feeding. The most common PEGassociated adverse events are minor. Gastrocolocutaneous fistula (GCCF) results from misplacement of the PEG tube through the colon. The importance of this complication is not currently defined, and there is no clearly established therapeutic algorithm. The authors report a series of 3 cases of GCCF diagnosed and treated in a tertiary center. Case 1: An 88-year-old man underwent PEG due to head and neck cancer. The procedure was uneventful, and the patient remained asymptomatic. After the first PEG tube substitution performed at 6 months, stool drainage through the stoma was observed. Computed tomography (CT) showed a GCCF. After tube removal, the fistula spontaneously closed, and the patient remained under nasogastric feeding until death. Case 2: A 31-year-old man with hereditary spastic paraplegia was submitted to PEG without early complications. The patient remained asymptomatic, and 7 months later, replacement of the PEG tube was planned. Under endoscopic control, the primary tube was removed, but the balloon replacement tube, introduced through the skin, was not observed in the gastric lumen. CT displayed a GCCF that spontaneously closed after a few days. A combined laparoscopic and endoscopic approach was used to resect the fistula tracts and perform a new gastrostomy. Case 3: A 45-year-old man with cerebral palsy was referred to PEG. Skin transillumination was only observed transiently, and the abdominal puncture was performed obliquely. The patient remained asymptomatic until the 7th month, when the primary PEG tube replacement was performed. The percutaneously placed substitution tube did not reach the stomach. GCCF was evident on CT. The fistula spontaneously closed, and the patient was referred to elective surgery for laparoscopic gastrostomy. GCCF is an uncommon complication of PEG. Its clinical course seems to be benign with patients remaining asymptomatic under ambulatory enteral feeding for long periods until PEG tube replacement. Spontaneous fistula closure is the rule in this setting. Laparoscopic gastrostomy should be considered when a new PEG is advised and cannot be safely performed due to colon interposition.<hr/>A gastrostomia endoscópica percutânea (PEG) é uma técnica segura, utilizada como acesso para nutrição entérica de longa duração. A maioria dos eventos adversos mais frequentemente associados a esta técnica endoscópica são geralmente de gravidade ligeira. A fístula gastrocolocutânea (FGCC) resulta da transfixação cólica durante o procedimento de PEG. A importância desta complicação não está atualmente definida e nenhum algoritmo terapêutico está validado. Os autores relatam uma série de casos de FGCC diagnosticados e tratados num centro hospitalar terciário. Caso 1: Homem de 88 anos, submetido a PEG por cancro cervicofacial. O procedimento decorreu sem intercorrências e o doente permaneceu assintomático durante o follow-up. Após a primeira substituição do tubo de PEG realizada aos seis meses, constatou-se drenagem de conteúdo fecal pelo estoma. A tomografia computorizada (TC) mostrou uma FGCC. Após a remoção do tubo a fístula encerrou espontaneamente e o doente permaneceu sob nutrição entérica por sonda nasogástrica até ao óbito. Caso 2: Homem de 31 anos com Paraplegia Espástica Hereditária, submetido a PEG sem intercorrências imediatas. O doente permaneceu assintomático e sete meses depois foi realizada substituição do tubo primário de PEG. Sob controlo endoscópico, o tubo inicial foi removido mas o tubo secundário com balão, introduzido através da pele, não foi identificado no lúmen gástrico. A TC mostrou uma FGCC que encerrou espontaneamente após alguns dias. Uma abordagem laparoscópica e endoscópica combinada foi posteriormente utilizada para ressecar os trajetos fistulosos e realizar uma nova gastrostomia. Caso 3: Homem de 45 anos com Paralisia Cerebral, referenciado para PEG. Durante o procedimento a transiluminação da parede abdominal apenas foi observada transitoriamente e a punção realizada com orientação oblíqua. O doente permaneceu assintomático até ao sétimo mês, altura em que foi realizada substituição do tubo primário. O tubo de substituição inserido percutaneamente não atingiu o estômago. Uma FGCC foi observada na TC. A fístula encerrou espontaneamente e o doente foi referenciado para gastrostomia laparoscópica eletiva. A FGCC é uma complicação invulgar da PEG. O seu curso clínico aparenta ser benigno e os doentes permanecem assintomáticos sob nutrição entérica domiciliária por longos períodos até à substituição do tubo primário. O seu encerramento espontâneo é a regra. A gastrostomia laparoscópica deve ser considerada quando uma nova PEG está recomendada e não pode ser efetuada com segurança por interposição cólica.