Scielo RSS <![CDATA[GE-Portuguese Journal of Gastroenterology]]> http://scielo.pt/rss.php?pid=2341-454520230008&lang=p vol. 30 num. lang. p <![CDATA[SciELO Logo]]> http://scielo.pt/img/en/fbpelogp.gif http://scielo.pt <link>http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2341-45452023000800001&lng=p&nrm=iso&tlng=p</link> <description/> </item> <item> <title/> <link>http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2341-45452023000800004&lng=p&nrm=iso&tlng=p</link> <description>Abstract Introduction: The COVID-19 pandemic drastically changed the daily routine of all healthcare systems worldwide, and endoscopy units were no exception. Endoscopic exams were considered to have a high risk of transmission, and therefore, the safety of endoscopy units and the consequent need for pre-endoscopy SARS-CoV-2 screening were questioned early on. The aim of our study was to assess the safety of endoscopy units during the COVID-19 pandemic, as well as the effectiveness/necessity for SARS-CoV-2 screening prior to endoscopies. Material and Methods: This is a retrospective and single-center study carried out in a Portuguese tertiary hospital. All patients who underwent endoscopic procedures between September 1, 2020 and February 28, 2021 were included. The pre-endoscopy screening consisted of a specific questionnaire or a RT-PCR test for SARS-CoV-2 (nasal and oropharyngeal swab). Data were obtained through patient’s clinical records and the Trace COVID platform. Results: A total of 2,166 patients were included. Patients had a mean age of 61.8 years and were predominantly male (56.2%, n = 1,218). Eighty-one (3.7%) patients had previous SARS-CoV-2 infection, with a median difference of 74 days (IQ 40.5:160.5) between infection and endoscopy. Most patients (70.2%, n = 1,521) underwent PCR screening for SARS-CoV-2 up to 72 h before the procedure, with the remaining patients (29.8%, n = 645) answering a questionnaire of symptoms and risk contacts up to 3 days before endoscopy. Of the patients who underwent RT-PCR screening for SARS-CoV-2, 21 (1.4%) tested positive, and all were asymptomatic at the time of the screening. The evaluation for SARS-CoV-2 infection up to 14 days after the endoscopic exams identified 9 positive patients (0.42%) for SARS-CoV-2. The median difference in days between endoscopy and the diagnosis of infection was 10 days. Discussion/Conclusion: Pre-endoscopy screening with RT-PCR test for SARS-CoV-2 identified a very small number of patients with COVID-19 infection as well as patients with COVID-19 infection in the following 14 days. Therefore, the risk of infection in endoscopy units is negligible if screening of symptoms and risk contacts is applied and individual protective equipment is used.<hr/>Resumo Introdução: A pandemia COVID-19 mudou drasticamente o dia-a-dia de todos os sistemas de saúde a nível mundial e as unidades de endoscopia não foram exceção. Os exames endoscópicos foram considerados exames com alto risco de transmissão pelo que desde cedo se questionou a segurança das unidades de endoscopia e a consequente necessidade de rastreio SARS-CoV-2 pré-endoscopia. O objetivo do estudo foi avaliar a segurança das unidades de endoscopia durante a pandemia por COVID-19 bem como a eficácia/necessidade de rastreio SARS-CoV-2 prévio aos exames endoscópicos. Material e métodos: Foi desenvolvido um estudo retrospetivo e unicêntrico, no qual todos os doentes submetidos a exames endoscópicos entre 1 de setembro de 2020 e 28 de fevereiro de 2021 foram incluídos. Como estratégia de rastreio pré endoscopia foram aplicados questionários específicos de sintomas e contactos de risco, ou teste PCR de SARS-CoV-2 (zaragatoa nasal e orofaríngea). Os dados clínicos foram obtidos através do processo clínico do doente e da plataforma Trace COVID-19. Resultados: Foram incluídos um total de 2,166 doentes submetidos a exames endoscópicos durante o período de estudo. Os doentes incluídos apresentaram uma média de idades de 61.8 anos e eram maioritariamente do sexo masculino (56.2%, n = 1,218). 3.7% (n = 81) dos doentes já tinha tido infeção por COVID-19 no passado, sendo a mediana da diferença de dias entre a infeção e a data do exame de 74 dias. A maioria dos doentes (70.2%, n = 1,521) foi submetido a rastreio por PCR de SARS-CoV-2 até 72 horas antes do procedimento, sendo os restantes doentes (29.8%, n = 645) submetidos a um questionário de sintomas e contactos de risco realizado até 3 dias antes do procedimento. Dos doentes que realizaram rastreio por PCR de SARS-CoV-2, 21 (1.4%) apresentaram teste positivo, estando todos assintomáticos à data do teste. Aquando da verificação de infeção por SARS-CoV-2 até 14 dias após a realização dos exames endoscópicos apurou-se que apenas 9 doentes (0.42%) testaram positivo para SARS-CoV-2, sendo a mediana da diferença de dias entre a data do exame e o diagnóstico de infeção de 10 dias. Discussão/Conclusão: O rastreio pré-endoscopia com teste PCR de SARS-CoV-2 identificou um número reduzido de doentes infetados com COVID-19 e o número de doentes com infeção por COVID-19, nos 14 dias seguintes aos exames endoscópicos, foi muito baixo. Assim, se aplicado o rastreio de sintomas e contactos de risco, usados os equipamentos de proteção individual adequados, o risco de infeção nas unidades de endoscopia torna-se negligenciável.</description> </item> <item> <title/> <link>http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2341-45452023000800008&lng=p&nrm=iso&tlng=p</link> <description>Summary A 46-year-old woman without previous history of hepatobiliary disease was admitted to the intensive care unit due to SARS-CoV-2 infection. Admission blood tests revealed impending hyperinflammation in the context of systemic inflammatory response syndrome. She required 12 days of mechanical ventilation and vasopressor support. After admission, liver function tests became deranged in a cholestatic pattern and continued to worsen despite overall clinical improvement. Magnetic resonance cholangiopancreatography revealed liver abscesses, intrahepatic bile duct dilation with multiple strictures and some linear repletion defects at the bifurcation of the common hepatic duct. During endoscopic retrograde cholangiopancreatography, biliary casts were retrieved confirming the diagnosis of secondary sclerosing cholangitis in the critically ill patient triggered by a severe SARS-CoV-2 infection. Other causes of cholestasis and secondary sclerosing cholangitis were properly excluded. We present an illustrative case and discuss the current literature, focusing on SARS-CoV-2 infection contribution to the development of this potentially underdiagnosed and severe condition.<hr/>Resumo Uma mulher de 46 anos sem antecedentes de patologia hepatobiliar foi admitida na unidade de cuidados intensivos no contexto de infeção por SARS-CoV-2. Apresentava alterações analíticas interpretadas no contexto de síndrome de resposta inflamatória sistémica. Houve necessidade de suporte vasopressor e ventilação mecânica invasiva durante 12 dias. Após a admissão, verificou-se uma alteração das provas hepáticas com padrão colestático, com agravamento contínuo apesar da melhoria do quadro infecioso. A colangiografia por ressonância magnética revelou a presença de abcessos hepáticos, dilatação das vias biliares intrahepáticas com múltiplas estenoses e com alguns defeitos de repleção lineares na bifurcação do ducto hepático comum. Na colangiopancreatografia endoscópica retrógrada foram removidos cilindros bilares da via biliar, confirmando o diagnóstico de colangite esclerosante secundária associada aos cuidados intensivos, no contexto de uma infeção grave por SARS-CoV-2. Foram excluídas outras causas de colestase e colangite esclerosante secundária de forma exaustiva. Apresentamos um caso clínico ilustrativo com respetiva iconografia e revisão da literatura, com especial enfoque na contribuição da infeção por SARS-CoV-2 no desenvolvimento desta entidade clínica, potencialmente grave e subdiagnosticada.</description> </item> <item> <title/> <link>http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2341-45452023000800014&lng=p&nrm=iso&tlng=p</link> <description>Abstract International guidelines establish EUS-guided sampling as safe and accurate for the evaluation of mediastinal solid lesions, such as lymphadenopathies of unknown origin, and point out an increased risk of severe infectious complications induced by needle puncture in mediastinal cystic lesions. A retrospective case series and a systematic review documented an increased risk of mediastinal abscess formation after EUS-guided lymph nodes sampling in patients with sarcoidosis. The authors describe a case of a 38-year-old male patient with a final diagnosis of sarcoidosis, who developed a large mediastinal abscess after EUS-guided fine-needle biopsy of mediastinal lymphadenopathies. Endoscopists should be aware of the potential increased risk of severe infectious complications when sampling mediastinal lymph nodes in suspected sarcoidosis, and a strategy to minimize such risk should be pursued.<hr/>Resumo As normas de consenso internacionais estabelecem a biopsia guiada por ecoendoscopia como segura e precisa no diagnóstico de lesões sólidas do mediastino, tais como adenopatias de origem indeterminada, e sublinham o risco significativo de complicações infecciosas graves associado à punção de lesões mediastínicas quísticas. Uma série retrospectiva e uma revisão sistemática apontaram para um risco aumentado de abcesso mediastínico após punção guiada por ecoendoscopia de gânglios linfáticos em doentes com sarcoidose. Os autores descrevem o caso cínico de um jovem de 38 anos, com o diagnóstico final de sarcoidose, que desenvolveu um volumoso abcesso mediastínico após biopsia guiada por eco-endoscopia de adenopatias mediastínicas. Os endoscopistas deverão reconhecer o risco aumentado de complicações infeciosas graves aquando da punção de adenopatias mediastínicas na suspeita de sarcoidose e procurar definir uma estratégia preventiva para minimizar o referido risco.</description> </item> <item> <title/> <link>http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2341-45452023000800018&lng=p&nrm=iso&tlng=p</link> <description>Abstract Introduction: Tuberculosis remains a public health concern in developing countries, as well as in developed countries as a result of immigration from endemic areas. Gastroduodenal and colorectal tuberculosis are rare manifestations of gastro-intestinal infection. Case Presentation: We present 2 cases of gastric, duodenal, and colorectal tuberculosis. The first case, a 17-year-old male with no medical record, presented with chronic diarrhea and abdominal pain. At endoscopy, he had multiple ulcers in the stomach, colon, and rectum, which were positive to Mycobacterium tuberculosis. The second case was a 43-year-old HIV-positive male, with a history of intermittent fever, nausea, and vomiting. Upper gastrointestinal endoscopy revealed a deep ulcer on gastric fundus that tested positive to M. tuberculosis in the acid-fast bacilli staining. Discussion/Conclusion: Gastroduodenal and colorectal tuberculosis, although rare, should be considered in the differential diagnosis in both immunosuppressed and immunocompetent patients. An adequate tissue sample and appropriate diagnostic tests are essential for the diagnosis and prompt start of first-line antituberculosis agents.<hr/>Resumo Introdução: A tuberculose continua sendo um problema de saúde pública nos países em desenvolvimento, bem como nos países desenvolvidos, em decorrência da imigração. A tuberculose gastroduodenal e colorretalsão manifestações raras de infecção gastrointestinal. Apresentação do Caso: Apresentamos dois casos de tuberculose gástrica, duodenal ecolorretal. O primeiro caso, um jovem de 17 anos, apresentou diarreia crônica e dor abdominal. Na endoscopia, tinha múltiplas úlceras no estômago, cólon e reto que foram positivas para Mycobacterium Tuberculosis. O segundo caso foi um homem de 43 anos, HIV positivo, com relato de febre intermitente, náuseas e vômitos. A endoscopia digestiva alta revelou úlcera profunda do fundo gástrico positivo para Mycobacterium tuberculosis na coloração de bacilos álcool-ácido resistentes. Discussão/Conclusão: Tuberculosegastroduodenal e colorretal, embora raras, deve ser considerada como diagnóstico em pacientes imunossuprimidos e imunocompetentes. Uma amostra de tecido adequada e testes diagnósticos apropriados são essenciais para o diagnósticoe início imediato dos tuberculostáticos de primeira linha.</description> </item> <item> <title/> <link>http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2341-45452023000800023&lng=p&nrm=iso&tlng=p</link> <description>Abstract We present 3 cases of autoimmune liver disease in human immunodeficiency virus (HIV)-infected patients and describe the different diagnostic and therapeutic approaches used in each case. The first patient was diagnosed with primary biliary cholangitis (PBC) with features of autoimmune hepatitis (AIH), requiring second-line therapy due to incomplete response to ursodeoxycholic acid. The second patient was diagnosed with AIH with features of PBC and had the particular challenges of presenting with advanced liver fibrosis and having a past history of disseminated cytomegalovirus infection. The last case concerns an AIH with acute liver injury, successfully treated with corticosteroids and azathioprine. Recently, the number of patients on antiretroviral therapy (ART) for HIV disease has increased significantly. Therefore, more patients with this chronic infection have been diagnosed with autoimmune diseases, leading to concerns regarding immunosuppressive therapies in this population. With these cases, we alert for these increasingly incident diseases and support the safety of immunosuppressive therapies, provided that HIV is suppressed with ART.<hr/>Resumo Apresentamos três casos distintos de doença hepática autoimune em doentes com infeção pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH), descrevendo as diferentes abordagens diagnósticas e terapêuticas. O primeiro doente foi diagnosticado com colangite biliar primária (CBP) com caraterísticas de hepatite autoimune (HAI), necessitando de terapêutica de segunda linha por resposta incompleta ao ácido ursodesoxicólico (AUDC). O segundo doente foi diagnosticado com HAI com caraterísticas de CBP, com as particularidades de se apresentar com fibrose hepática avançada e de ter tido uma infeção disseminada pelo citomegalovírus. O terceiro caso apresentou-se como uma hepatite aguda grave, tratada com corticoterapia e azatioprina. Recentemente, o número de doentes sob terapêutica antirretroviral (TARV) para a infeção pelo VIH tem aumentado significativamente. Consequentemente, mais doentes com esta infeção crónica têm sido diagnosticados com doenças autoimunes, levando a receios na administração de terapêuticas imunossupressoras. Com esta série de casos pretendemos alertar para esta incidência crescente e para a segurança dos imunossupressores, desde que os doentes apresentem a sua infeção pelo VIH controlada com a TARV.</description> </item> <item> <title/> <link>http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2341-45452023000800029&lng=p&nrm=iso&tlng=p</link> <description>Abstract Background: Acute liver failure (ALF) may represent an indication for liver transplantation (LT). However, in patients who do not meet the criteria or who have contraindications for LT, support measures remain indicated since they may improve survival. Continuous renal replacement therapy (CRRT) can be considered in the presence of hyperammonemia, 3 times above the upper normal limit, and hepatic encephalopathy (HE), even in the absence of the classic indications. High-volume plasma exchange (HVPE) is an artificial liver support system with proven benefits in ALF, allowing ammonia and inflammatory mediator clearance. Both techniques, HVPE and CRRT, are associated with an increase in transplant-free survival. Case Summary: We share a case of a 51-year-old male, without relevant personal history, diagnosed with severe acute hepatitis B which progressed to ALF, with grade IV HE (West-Haven criteria) and hyperammonemia (423 μg/dL). Due to the simultaneously diagnosed malignant neoplasm, he was not a candidate for LT. After refractory to medical therapy, HVPE was started, followed by CRRT. There was a significant improvement in liver tests, allowing surgical treatment of malignancy. After recovery, the patient returned to his everyday life. Conclusion: The authors present a successful case in which an early and invasive approach to ALF was revealed to be a game changer. The lack of response to the measures instituted, as well as the contraindication for LT, motivated the institution of HVPE and CRRT. Both techniques proved to be an asset, allowing complete clinical recovery, reaffirming their role in ALF.<hr/>Resumo Background: A insuficiência hepática aguda (IHA) pode constituir uma indicação para transplante hepático (TH). Contudo, nos doentes que não cumprem os critérios ou que apresentam contraindicação para TH, as medidas de suporte continuam indicadas dado que podem ter benefício na sobrevivência. A terapêutica de substituição da função renal (TSFR) pode ser considerada na presença de hiperamonémia, superior a três vezes do limite superior do normal, e encefalopatia hepática (EH), mesmo na ausência das indicações clássicas. A plasmaferese de alto volume (PFAV) é um sistema de suporte artificial ao fígado (SSAF) com benefícios comprovados na IHA, permitindo a clearance de amónia bem como de mediadores inflamatórios. Ambas as técnicas, PFAV e TSFR, estão associadas ao aumento da sobrevivência livre de transplante. Resumo do caso: Apresentamos o caso de um homem de 51 anos, sem antecedentes pessoais de relevo, com o diagnóstico de hepatite B aguda grave que progrediu para IHA, com EH grau IV (critérios de West-Haven) e hiperamonémia (423 μg/dL). Devido ao diagnóstico simultâneo de neoplasia maligna, o doente não foi candidato a TH. Após refratariedade ao tratamento médico instituído, iniciou-se PFAV, seguida de TSFR. Verificou-se melhoria significativa das provas hepáticas, permitindo o tratamento cirúrgico da neoplasia. Após recuperação, o doente regressou ao seu quotidiano. Conclusão: Os autores apresentam um caso de sucesso em que uma abordagem precoce e invasiva revelou-se game-changer. A refratariedade às medidas instituídas, bem como a contraindicação ao TH, motivaram a instituição de HVPE e CRRT. Ambas as técnicas revelaram-se uma mais-valia permitindo a recuperação clínica total, reafirmando o seu papel na IHA.</description> </item> <item> <title/> <link>http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2341-45452023000800036&lng=p&nrm=iso&tlng=p</link> <description>Abstract Severe acute liver injury (ALI) is mostly triggered by viral infections and hepatotoxic drugs; however, it can also be seen in systemic diseases. Hemophagocytic lymphohistiocytosis (HLH) is a rare, immune-mediated syndrome that presents as a life-threatening inflammatory disorder affecting multiple organs. Secondary causes occur mainly in the set of malignancy, infection, and autoimmune disease, and are seldom triggered by vaccination. Although liver involvement is common, presentation as severe ALI is rare. We describe a case of a 65-year-old male with history of low-risk chronic lymphocytic leukemia and rheumatoid arthritis treated with prednisolone who presented with persistent fever and jaundice 1 week after COVID-19 vaccination. The diagnosis was challenging given the predominant liver impairment, characterized by hyperbilirubinemia, transaminases over 1,000 U/L, and prolonged INR, which prompted an extensive inves tigation and exclusion of autoimmune, toxic, and viral causes of hepatitis. Laboratory workup revealed bicytopenia, hyperferritinemia, which together with organ failure and evidence of hemophagocytosis in bone marrow suggested the diagnosis of HLH. After excluding infectious etiologies, flare of rheumatological disease, and the progression of hemato-logical disease, HLH was diagnosed. He was successfully treated with etoposide and corticosteroids, with dramatic improvement of liver tests. After exclusion of other causes of secondary HLH, the recent vaccination for COVID-19 was the likely trigger. We report a case of double rarity of HLH, as it presented with severe liver dysfunction which was probably triggered by vaccination. In this case, the predominant liver involvement urged extensive investigation of liver disease, so a high index of suspicion was required to make an early diagnosis. Clinicians should consider HLH in patients with unexplained signs and symptoms of systemic inflammatory response and multiorgan involvement, including severe liver involvement as the first presentation.<hr/>Resumo A lesão hepática aguda (LHA) grave é desencadeada principalmente por infeções virais e hepatotóxicos; contudo, pode ocorrer em condições com envolvimento sistémico. A linfohistiocitose hemofagocítica (LHH) é uma síndrome inflamatória, rara, imunomediada, potencialmente fatal, que pode afetar múltiplos órgãos. A LHH secundária ocorre em contexto de neoplasias, infeções e doenças autoimunes, podendo raramente ser precipitada pela vacinação. Embora seja frequente o envolvimento hepático na LHH, a apresentação como LHA grave é rara. Os autores descrevem o caso de um homem de 65 anos com história de leucemia linfocítica crónica de baixo risco e artrite reumatóide sob prednisolona de 65 anos, que se apresentou com febre persistente e icterícia uma semana após a primeira dose da vacina COVID-19. O diagnóstico constituiu um desafio dado o envolvimento hepático predominante, caracterizado por hiperbilirrubinemia, transaminases acima de 1000 U/L e INR prolongado, o que condicionou uma extensa investigação e exclusão das causas autoimunes, tóxicas, e virais de doença hepática. A presença de bicitopenia e hiperferritinemia, conjuntamente com o desenvolvimento de falências de órgão e evidência de hemofagocitose na medula óssea sugeriram o diagnóstico de LHH. Após exclusão infeções, agudização da doença reumatológica e progressão da doença hematológica, foi feito o diagnóstico de LHH.O doente foi tratado com etoposido e corticosteróides com sucesso, verificando-se uma melhoria dramática das provas hepáticas. Após a exclusão de outras causas de LHH secundária, a recente vacinação foi assumida como provável fator desencadeante. Relatamos um caso raro de LHH, quer pela apresentação com lesão hepática grave, quer pela vacinação como presumível desencadeante. Neste caso, o envolvimento hepático predominante promoveu a uma investigação extensa da doença hepática, tendo sido necessário um elevado índice de suspeição para um diagnóstico atempado. Os médicos devem considerar o diagnóstico de LHH em doentes com sinais e sintomas de resposta inflamatória sistémica, inexplica dos que se acompanham por disfunção multiorgânica, nomeadamente disfunção hepática grave como apresentação clínica.</description> </item> <item> <title/> <link>http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2341-45452023000800043&lng=p&nrm=iso&tlng=p</link> <description>Abstract Introduction: Eosinophilic gastrointestinal disorders are rare idiopathic conditions characterized by eosinophilic infiltration of any area of the gastrointestinal tract. The clinical presentation is variable and depends on the location and depth of the eosinophilia. Peripheral eosinophilia or elevated serum IgE levels may be present and histological analysis is necessary to a definite diagnosis. Presentation: A 40-year-old male presented with generalized abdominal pain, nausea, vomiting, diarrhea and anorexia for 1 month and unintended weight loss for 2 months. He had anemia, peripheral eosinophilia, slight hypokalemia, an elevated fecal calprotectin and “a thin sheet of bilateral pleural effusion, reduced-volume ascites and parietal thickening of the entire ileum” in the thoracoabdominal CT scan. An elevated serum IgE was absent and stool for parasites or bacteria, viral serologies, mycobacteria direct exam and culture, and celiac disease screening were negative. The endoscopic exams showed no significant alterations; random ileal biopsies were collected by antegrade motorized spiral enteroscopy and revealed a very fragmented mucosa with inflammatory infiltrate with about 35 eosinophils per high-power field and an altered eosinophil distribution in the ileal wall. The patient initiated oral prednisolone for eosinophilic ileitis, with clinical, analytical, and imagiological improvement. Conclusion: Eosinophilic ileitis is a rare condition but should be considered in the differential diagnosis of unexplained gastrointestinal symptoms and ascites, particularly in the presence of peripheral eosinophilia. Motorized spiral enteroscopy can be helpful in the diagnosis, allowing the collection of biopsy specimens effectively and safely.<hr/>Resumo Introdução: As doenças gastrointestinais eosinofílicas são patologias idiopáticas e raras, caracterizadas pela infiltração eosinofílica de qualquer região do trato gastrointestinal. A apresentação clínica é variável e depende da localização e profundidade da invasão eosinofílica. Pode estar presente eosinofilia periférica ou elevação da IgE sérica; a análise histológica é necessária para um diagnóstico definitivo. Apresentação: Homem de 40 anos com dor abdominal generalizada, náuseas, vómitos e anorexia desde há um mês e perda involuntária de peso há dois meses. Apresentava anemia aguda, eosinofilia periférica, hipocalémia ligeira, elevação da calprotectina fecal e «uma pequena lâmina de derrame pleural, ascite de pequeno volume e espessamento parietal de todo o íleo». Não apresentava elevação da IgE sérica, o exame bacteriológico e parasitológico de fezes foi negativo, tal como o exame direto e cultural de micobactérias e o rastreio de doença celíaca. Os exames endoscópicos não apresentaram alterações significativas; realizaram-se biópsias ileais aleatórias através de enteroscopia motorizada espiral, que revelaram uma mucosa fragmentada com infiltrado inflamatório com cerca de 35 eosinófilos por campo de grande aumento e alteração da sua distribuição na parede ileal. O doente iniciou prednisolona oral, com melhoria clínica, analítica e imagiológica. Conclusão: A íleite eosinofílica é uma condição rara mas deverá ser considerada no diagnóstico diferencial de sintomas gastrointestinais inexplicados e de ascite, particularmente quando presente eosinofilia periférica. A endoscopia espiral motorizada pode ser útil para o diagnóstico, permitindo a biópsia do delgado de forma efectiva e segura.</description> </item> <item> <title/> <link>http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2341-45452023000800049&lng=p&nrm=iso&tlng=p</link> <description>Abstract Introduction: Eosinophilic gastroenteritis (EoG) is a rare condition with a yet poorly understood pathophysiology. Case Presentation: We report on a case of a 36-year-old woman with a history of atopy presenting with nausea, abdominal discomfort, weight loss, and ascites. Laboratorial analysis revealed peripheral eosinophilia and a slight elevation of inflammatory markers. The patient pursued medical assistance several times with a delay in the diagnosis. The pathway to the diagnosis of EoG with serosal infiltration and further management is presented. Discussion: Despite be-ing diagnosed by exclusion, it is important to suspect EoG with subserosa involvement in patients presenting with the uncommon association of peripheral eosinophilia and asci-tes, particularly if there is a history of atopy.<hr/>Resumo Introdução: A gastroenterite eosinofílica é uma condição rara, com uma etiologia ainda pouco compreendida. Caso Clínico: Uma mulher de 36 anos, com antecedentes de atopia, que se apresenta com náuseas, desconforto abdominal difuso, perda ponderal e ascite de novo. As análises laboratoriais revelaram eosinofilia periférica e ligeira elevação dos parâmetros inflamatórios. A doente recorreu a cuidados de saúde repetidamente sem um diagnóstico. É apresentado o percurso até ao diagnóstico de gastroenterite eosinofílica com infiltração serosa e tratamento subsequente. Discussão: Apesar de ser um diagnóstico de exclusão, é importante suspeitar de gastroenterite eosinofílica com envolvimento subseroso perante a associação de ascite a sintomas gastrointestinais inespecíficos particularmente em doentes com história de atopia.</description> </item> <item> <title/> <link>http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2341-45452023000800054&lng=p&nrm=iso&tlng=p</link> <description>Abstract Eosinophilic colitis and hypereosinophilic syndrome with colic involvement are rare diagnosis that are characterized by wide-ranging gastrointestinal symptoms and idiopathic infiltration of eosinophils in the colon. The diagnostic work-up is challenging since there are no standardized criteria. We report a case of a man admitted to the hospital with a history of nonbloody chronic diarrhea. The detailed workup demonstrated blood eosinophilia, and the colonic biopsies revealed extensive eosinophilic infiltration. He was treated with steroids with clinical and analytical improvement. Due to relapsing colitis after therapy withdrawal, he was chronically medicated with 10 mg of prednisolone with ultimate symptom control. This case report describes the diagnostic workup and highlights the most important features of this often underdiagnosed entity.<hr/>Resumo A colite eosinofílica e síndrome hipereosinofílico com atingimento gastrointestinal é um diagnóstico raro caracterizado por uma grande variedade de sintomas gastrointestinais e pela evidência de infiltração por eosinófilos na mucosa cólica. A marcha diagnóstica é desafiante dado não haver até à data critérios de diagnóstico. Os autores apresentam um caso de um homem hospitalizado com história de diarreia crónica não sanguinolenta. Durante a investigação etiológica foi identificada eosinofilia periférica e as biópsias cólicas realizadas evidenciaram predominante infiltração eosinofílica. Foi iniciado tratamento com corticoterapia tendo-se verificado normalização da contagem de eosinófilos e resolução do quadro clínico. Dado o carácter recidivante da colite que pode ocorrer com o desmame de corticoterapia, o doente ficou medicado cronicamente com 10 mg de prednisolona. Destaca-se este caso pela sua raridade na literatura de forma a realçar aspetos particulares desta entidade incomum.</description> </item> <item> <title/> <link>http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2341-45452023000800059&lng=p&nrm=iso&tlng=p</link> <description>Abstract Eosinophilic colitis and hypereosinophilic syndrome with colic involvement are rare diagnosis that are characterized by wide-ranging gastrointestinal symptoms and idiopathic infiltration of eosinophils in the colon. The diagnostic work-up is challenging since there are no standardized criteria. We report a case of a man admitted to the hospital with a history of nonbloody chronic diarrhea. The detailed workup demonstrated blood eosinophilia, and the colonic biopsies revealed extensive eosinophilic infiltration. He was treated with steroids with clinical and analytical improvement. Due to relapsing colitis after therapy withdrawal, he was chronically medicated with 10 mg of prednisolone with ultimate symptom control. This case report describes the diagnostic workup and highlights the most important features of this often underdiagnosed entity.<hr/>Resumo A colite eosinofílica e síndrome hipereosinofílico com atingimento gastrointestinal é um diagnóstico raro caracterizado por uma grande variedade de sintomas gastrointestinais e pela evidência de infiltração por eosinófilos na mucosa cólica. A marcha diagnóstica é desafiante dado não haver até à data critérios de diagnóstico. Os autores apresentam um caso de um homem hospitalizado com história de diarreia crónica não sanguinolenta. Durante a investigação etiológica foi identificada eosinofilia periférica e as biópsias cólicas realizadas evidenciaram predominante infiltração eosinofílica. Foi iniciado tratamento com corticoterapia tendo-se verificado normalização da contagem de eosinófilos e resolução do quadro clínico. Dado o carácter recidivante da colite que pode ocorrer com o desmame de corticoterapia, o doente ficou medicado cronicamente com 10 mg de prednisolona. Destaca-se este caso pela sua raridade na literatura de forma a realçar aspetos particulares desta entidade incomum.</description> </item> <item> <title/> <link>http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2341-45452023000800063&lng=p&nrm=iso&tlng=p</link> <description>Abstract Eosinophilic colitis and hypereosinophilic syndrome with colic involvement are rare diagnosis that are characterized by wide-ranging gastrointestinal symptoms and idiopathic infiltration of eosinophils in the colon. The diagnostic work-up is challenging since there are no standardized criteria. We report a case of a man admitted to the hospital with a history of nonbloody chronic diarrhea. The detailed workup demonstrated blood eosinophilia, and the colonic biopsies revealed extensive eosinophilic infiltration. He was treated with steroids with clinical and analytical improvement. Due to relapsing colitis after therapy withdrawal, he was chronically medicated with 10 mg of prednisolone with ultimate symptom control. This case report describes the diagnostic workup and highlights the most important features of this often underdiagnosed entity.<hr/>Resumo A colite eosinofílica e síndrome hipereosinofílico com atingimento gastrointestinal é um diagnóstico raro caracterizado por uma grande variedade de sintomas gastrointestinais e pela evidência de infiltração por eosinófilos na mucosa cólica. A marcha diagnóstica é desafiante dado não haver até à data critérios de diagnóstico. Os autores apresentam um caso de um homem hospitalizado com história de diarreia crónica não sanguinolenta. Durante a investigação etiológica foi identificada eosinofilia periférica e as biópsias cólicas realizadas evidenciaram predominante infiltração eosinofílica. Foi iniciado tratamento com corticoterapia tendo-se verificado normalização da contagem de eosinófilos e resolução do quadro clínico. Dado o carácter recidivante da colite que pode ocorrer com o desmame de corticoterapia, o doente ficou medicado cronicamente com 10 mg de prednisolona. Destaca-se este caso pela sua raridade na literatura de forma a realçar aspetos particulares desta entidade incomum.</description> </item> <item> <title/> <link>http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2341-45452023000800066&lng=p&nrm=iso&tlng=p</link> <description>Abstract Eosinophilic colitis and hypereosinophilic syndrome with colic involvement are rare diagnosis that are characterized by wide-ranging gastrointestinal symptoms and idiopathic infiltration of eosinophils in the colon. The diagnostic work-up is challenging since there are no standardized criteria. We report a case of a man admitted to the hospital with a history of nonbloody chronic diarrhea. The detailed workup demonstrated blood eosinophilia, and the colonic biopsies revealed extensive eosinophilic infiltration. He was treated with steroids with clinical and analytical improvement. Due to relapsing colitis after therapy withdrawal, he was chronically medicated with 10 mg of prednisolone with ultimate symptom control. This case report describes the diagnostic workup and highlights the most important features of this often underdiagnosed entity.<hr/>Resumo A colite eosinofílica e síndrome hipereosinofílico com atingimento gastrointestinal é um diagnóstico raro caracterizado por uma grande variedade de sintomas gastrointestinais e pela evidência de infiltração por eosinófilos na mucosa cólica. A marcha diagnóstica é desafiante dado não haver até à data critérios de diagnóstico. Os autores apresentam um caso de um homem hospitalizado com história de diarreia crónica não sanguinolenta. Durante a investigação etiológica foi identificada eosinofilia periférica e as biópsias cólicas realizadas evidenciaram predominante infiltração eosinofílica. Foi iniciado tratamento com corticoterapia tendo-se verificado normalização da contagem de eosinófilos e resolução do quadro clínico. Dado o carácter recidivante da colite que pode ocorrer com o desmame de corticoterapia, o doente ficou medicado cronicamente com 10 mg de prednisolona. Destaca-se este caso pela sua raridade na literatura de forma a realçar aspetos particulares desta entidade incomum.</description> </item> </channel> </rss> <!--transformed by PHP 12:05:37 10-05-2024-->