Scielo RSS <![CDATA[Portuguese Journal of Public Health]]> http://scielo.pt/rss.php?pid=2504-314520210002&lang=pt vol. 39 num. 2 lang. pt <![CDATA[SciELO Logo]]> http://scielo.pt/img/en/fbpelogp.gif http://scielo.pt <![CDATA[Biomonitoring: a useful tool for occupational health practitioners]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2504-31452021000200069&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt <![CDATA[Vacinação obrigatória em creches e sua relevância para a COVID-19]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2504-31452021000200072&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Abstract Last month, the European Human Rights Court in Strasbourg made a landmark ruling on mandatory vaccination of children. After a long legal battle that lasted 16 years, the Grand Chamber decided, in the Vavricka case, that a Czech national law imposing a statutory duty of a set of standard vaccinations for children under the age of 15 does not violate the right to private life as protected under the European Convention on Human Rights (ECHR). Although the outcome of this ruling is not surprising, it may also have consequences relating to the controversy of mandatory COVID-19 vaccination which has been raised in other European countries.<hr/>Resumo No mês passado, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos em Estrasburgo proferiu uma decisão histórica sobre a vacinação obrigatória de crianças. Após uma longa batalha legal que durou 16 anos, a Grande Câmara decidiu, no caso Vavricka, que uma lei nacional checa impondo um dever legal de um conjunto de vacinas padrão para crianças menores de 15 anos não viola o direito à vida privada protegida pela Convenção Europeia dos Direitos do Homem (CEDH). Embora o resultado desta decisão não seja surpreendente, também pode ter consequências relacionadas com a controvérsia da vacinação COVID-19 obrigatória, que tem sido levantada em outros países europeus. <![CDATA[Hesitação vacinal em profissionais de saúde: o exemplo para a população em tempo de pandemia]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2504-31452021000200074&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Abstract Last month, the European Human Rights Court in Strasbourg made a landmark ruling on mandatory vaccination of children. After a long legal battle that lasted 16 years, the Grand Chamber decided, in the Vavricka case, that a Czech national law imposing a statutory duty of a set of standard vaccinations for children under the age of 15 does not violate the right to private life as protected under the European Convention on Human Rights (ECHR). Although the outcome of this ruling is not surprising, it may also have consequences relating to the controversy of mandatory COVID-19 vaccination which has been raised in other European countries.<hr/>Resumo No mês passado, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos em Estrasburgo proferiu uma decisão histórica sobre a vacinação obrigatória de crianças. Após uma longa batalha legal que durou 16 anos, a Grande Câmara decidiu, no caso Vavricka, que uma lei nacional checa impondo um dever legal de um conjunto de vacinas padrão para crianças menores de 15 anos não viola o direito à vida privada protegida pela Convenção Europeia dos Direitos do Homem (CEDH). Embora o resultado desta decisão não seja surpreendente, também pode ter consequências relacionadas com a controvérsia da vacinação COVID-19 obrigatória, que tem sido levantada em outros países europeus. <![CDATA[Distribuição geográfica dos tempos das urgências em acidentes de trânsito na Extremadura]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2504-31452021000200078&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Abstract Objective: To analyze the response time and transport time taken by the emergency medical services (EMS), considering their urban or rural location, to attend traffic accident casualties that occurred in the different geographical areas of Extremadura (Spain) from 2012 to 2015. Methods: This was a cross-sectional study of the data recorded by the Emergency Response Coordination Center 112 (ERCC-112) from traffic accidents attended by EMS. Response time was defined as the time elapsed from the request-for-care receipt until arrival of the EMS at the accident scene, and transport time as that from leaving the scene until arrival to the referral hospital. Rural EMS were those based in locations where there is no hospital, and urban EMS those located in towns or cities with a hospital. Results: During the 4-year period studied, 5,572 traffic accidents requested assistance through the ERCC-112. From the 2,875 accidents (51.9%) in which EMS were mobilized, 55.4% occurred in urban roads and the remaining in interurban ones. A total of 113 people (mean age 48.4 ± 19.0 years, range 15-84 years) died at the accident scene or before arrival to the hospital, 88.5% of them in interurban accidents. The average response time of urban and rural EMS was 10.7 ± 7.3 and 18.0 ± 12.6 min (p &lt; 0.001), respectively, and the average transport time was 13.2 ± 11.7 and 45.2 ± 25.0 min (p = 0.009). Response time was longer than the 30-min optimum only in the most peripheral areas of Extremadura, while transport time exceeded the optimum of 90 min in the eastern regions of two health areas (Cáceres and Don Benito-Villanueva). 19.1% of the victims attended by rural EMS were classified as having a serious prognosis or as having died, as compared with 11.2% (p = 0.048) of those attended by urban EMS. Conclusions: The geographical location of EMS in Extremadura (Spain) guarantees adequate response times in traffic accidents, both in rural and urban areas. However, recommended transport times were occasionally exceeded in the most peripheral areas, due to hospital location.<hr/>Resumo Objetivo: Analisar o tempo de resposta e tempo de transporte dos Serviços Médicos de Emergência (EMS), dependendo da sua localização urbana ou rural, para atender vítimas de acidentes de trânsito que tiveram lugar nas diferentes áreas geográficas da Extremadura (Espanha), de 2012 a 2015. Métodos: Estudo transversal dos dados do Centro de Coordenação de Resposta a Emergências 112 (ERCC-112) sobre acidentes de trânsito atendidos pelos EMS. Definiu-se tempo de resposta como o decorrido entre receção do pedido de auxílio e chegada do EMS ao acidente, e tempo de transporte como aquele entre saída do lugar do acidente e chegada ao hospital de referência. Consideraram-se EMS rurais aqueles situados em localidades sem hospital e EMS urbanos os localizados em vilas ou cidades com um hospital. Resultados: Durante os quatro anos estudados, 5,572 acidentes de trânsito solicitaram assistência através do ERCC-112. Dos 2,875 acidentes (51,9%) em que foram mobilizados EMS, 55.4% tiveram lugar em vias urbanas e os restantes em interurbanas. Faleceram 113 pessoas (idade média 48.4 ± 19.0 anos, amplitude 15-84 anos) no lugar do acidente ou antes da chegada ao hospital, 88.5% das quais em acidentes interurbanos. O tempo de resposta médio dos EMS urbanos e rurais foi 10.7 ± 7.3 e 18.0 ± 12.6 min (p &lt; 0.001) e o tempo de transporte médio 13.2 ± 11.7 e 45.2 ± 25.0 min (p = 0.009). O tempo de resposta superou o ótimo de 30 minutos só nas áreas mais periféricas da Extremadura, enquanto que o tempo de transporte excedeu o ótimo de 90 minutos nas regiões mais orientais de duas áreas de saúde (Cáceres e Don Benito-Villanueva). Das vítimas atendidas por EMS rurais, 19.1% foram classificadas como tendo prognóstico sério ou como tendo falecido, comparado com 11.2% (p = 0.048) das vítimas atendidas por EMS urbanos. Conclusões: A localização geográfica dos EMS na Extremadura (Espanha) garante tempos de resposta em acidentes de trânsito adequados, tanto em zonas rurais como urbanas. Porém, os tempos de transporte recomendados foram às vezes superados nas regiões mais periféricas, devido à localização dos hospitais. <![CDATA[Atuação dos serviços de Pediatria no início da pandemia COVID-19]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2504-31452021000200088&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Abstract Introduction: The novel coronavirus pandemic poses a challenge to healthcare systems’ balance. Since children apparently have milder disease courses, COVID-19 guidelines were not easily adapted to pediatrics. We intend to characterize how the national departments of pediatrics adapted to the pandemic at the beginning and describe the measures that were taken to protect healthcare workers. Methods: An unvalidated online questionnaire was sent to all departments of pediatrics directors of Portuguese public health system hospitals regarding course of actions taken between April and May 2020 to face the new coronavirus pandemic. Neonatology units were excluded. Results: Thirty-eight questionnaires were included (93% of public health system departments). All departments divided the pediatric emergency unit into non-COVID-19 and COVID-19 areas: 68% in different areas, 47% divided the same space with a physical barrier and 16% with a line on the floor. Healthcare workers were divided into non-COVID-19 and COVID-19 teams in 71% of the departments. Personal protective equipment mostly used in COVID-19 areas consisted of face shield/goggles (97%) and respirators (95%). Others wore surgical masks (8%). The main clinical criteria for testing were Direção-Geral da Saúde criteria (84%). Presential appointments were maintained in 68% of departments with selected follow-up (81%) and priority-first appointments (73%). Discussion: National departments of pediatrics faced the pandemic differently and measures taken in the emergency department were more similar. Personal protective equipment was adequate in all wards with occasional overuse, considering national and international guidelines.<hr/>Resumo Introdução: A pandemia COVID-19 constitui um desafio para os sistemas de saúde. Em Pediatria a morbimortalidade da doença é menor e as linhas de orientação não foram fáceis de adaptar. Pretendemos caracterizar a organização dos serviços de Pediatria nacionais no início da pandemia e as medidas tomadas para proteger os profissionais de saúde. Métodos: Elaboração de um questionário não validado sobre as medidas tomadas de abril a maio de 2020, enviado aos Diretores dos Serviços de Pediatria do Serviço Nacional de Saúde (SNS). As unidades de Neonatologia foram excluídas. Resultados: Incluímos 38 questionários (93% dos Serviços do SNS). Todos os serviços dividiram a urgência pediátrica em áreas COVID-19 e não-COVID-19: 68% em áreas distintas, 47% dividiram o mesmo espaço fisicamente e 16% com linha no chão. Os profissionais foram divididos em equipas COVID-19 e não-COVID-19 em 71% dos serviços. Os equipamentos de proteção individual mais usados nas áreas COVID-19 foram viseira / óculos (97%) e respiradores (95%). Outros usaram máscara cirúrgica (8%). Os critérios clínicos da Direção-Geral da Saúde foram os mais usados para testar (84%). As consultas presenciais mantiveram-se em 68% dos serviços, com consultas de seguimento selecionadas (81%) e primeiras consultas prioritárias (73%). Discussão: Os serviços de Pediatria adaptaram-se de forma diferente à pandemia, tendo-se verificado uma maior uniformização de atitudes a nível da urgência. O equipamento de proteção foi adequado em todas as áreas e ocasionalmente foram utilizados mais componentes que os recomendados nacional e internacionalmente. <![CDATA[Exposição a ruído urbano e doenças cardiometabólicas: um estudo transversal exploratório em Lisboa]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2504-31452021000200095&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Abstract Introduction: Urban noise pollution has been associated with an increased risk of developing metabolic syndrome. Nevertheless, existing observational studies relating to noise exposure and metabolic syndrome are based on non-generalizable cohorts. Lisbon remains a noisy city where this association has not been evaluated, and for this reason, we studied the relationship between exposure to urban noise and the prevalence of type 2 diabetes mellitus, obesity, and hypertension. Methods: Diurnal, evening and nocturnal noise emission levels were obtained for each street in the city from the Lisbon noise map. After allocation of all roads to the respective parish of Lisbon, the noise emission for each parish was averaged for each day period. The number of adult patients with type 2 diabetes mellitus, obesity and hypertension in 2014, 2015 and 2016 in each parish of Lisbon was obtained from the Regional Health Administration of Lisbon and Tagus Valley. Prevalence as a percentage of the population was determined using the number of residents in each parish determined in the 2011 population census. Spearman’s non-parametric correlation coefficient was used due to the non-normal distribution of the variables, at the 5% significance level (α = 0.05). Results: No correlations were found between daytime, afternoon or night-time noise exposure and the prevalence of type 2 diabetes mellitus, obesity or hypertension, although correlations were found between the cardiometabolic variables. Nevertheless, noise levels in Lisbon were above the legally established limit and the World Health Organization guidelines for environmental noise exposure in the European region. Conclusion: Our results do not agree with previous studies and should be faced as preliminary due to a strong biological plausibility for an association between noise exposure and cardiometabolic diseases and to encourage further studies, with longitudinal cohorts.<hr/>Resumo Introdução: A poluição sonora urbana tem sido associada a um risco aumentado de desenvolver síndrome metabólica. No entanto, os estudos observacionais existentes que relacionam a exposição a ruído e a síndrome metabólica são baseados em coortes não generalizáveis. Lisboa continua a ser uma cidade ruidosa onde esta associação não foi avaliada, pelo que estudámos a relação entre a exposição ao ruído urbano e a prevalência de diabetes mellitus tipo 2, obesidade e hipertensão. Métodos: Os níveis diurnos, vespertinos e noturnos de emissão de ruído foram obtidos para cada rua da cidade a partir do mapa de ruído de Lisboa. Após atribuição das ruas à respetiva freguesia, procedeu-se ao cálculo da média das emissões sonoras de cada freguesia para cada período do dia. O número de doentes adultos com diabetes mellitus tipo 2, obesidade e hipertensão em 2014, 2015 e 2016 em cada freguesia foi obtido junto da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo. O coeficiente de correlação não paramétrica de Spearman foi utilizado devido à distribuição não normal nas variáveis, ao nível de significância de 5% (α = 0,05). Resultados: Não foram encontradas correlações entre a exposição ao ruído diurno, vespertino ou noturno e a prevalência de diabetes mellitus tipo 2, obesidade ou hipertensão, embora tenham sido encontradas correlações entre as variáveis cardiometabólicas. No entanto, os níveis de ruído em Lisboa situaram-se acima do limite legalmente estabelecido e das diretrizes da Organização Mundial de Saúde para a exposição ao ruído ambiente na região europeia. Conclusão: Os nossos resultados não concordam com estudos anteriores e devem ser encarados como preliminares devido a uma forte plausibilidade biológica para uma associação entre exposição ao ruído e doenças cardiometabólicas e para estimular novos estudos, com coortes longitudinais. <![CDATA[Explorando o enquadramento normativo para a prática dos cuidados farmacêuticos para diabetes tipo 2 nas farmácias comunitárias de 28 países europeus, na última década]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2504-31452021000200103&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Abstract In the last decade (2010-2020), more than half of European countries have improved their health policies within the primary care for type 2 diabetes mellitus. Community pharmacies have been and could continue to be essential actors in this evolution of fighting the disease by providing a set of pharmacotherapeutic follow-up services for the person with diabetes. These services, designated by the Pharmaceutical Group of the European Union as “diabetes management” and “glucose measurement”, have aimed to optimize adherence to therapy and improve health outcomes. However, to follow the European guidelines of Good Pharmacy Practice, providing these services implies having a normative framework or a legal basis. Thus, this study sought to analyze the normative and regulatory framework on which community pharmacies in 28 European countries were based on providing this health care over the last decade.<hr/>Resumo Na última década (2010-2020), mais da metade dos países europeus melhoraram as suas políticas de saúde no âmbito dos cuidados de saúde primários para a diabetes mellitus tipo 2. As farmácias comunitárias foram e poderão continuar a ser importantes intervenientes nesta evolução de combate à doença, através da disponibilização de um conjunto de serviços de acompanhamento farmacoterapêutico para a pessoa com diabetes. Serviços esses, designados, pelo Grupo Farmacêutico da União Europeia por “diabetes management” e “glucose measurement”, visam otimizar a adesão à terapêutica e melhorar os resultados de saúde. No entanto, seguir as directrizes euro­peias das Boas Práticas de Farmácia, para a realização destes serviços, implica dispor de um enquadramento normativo ou uma base jurídica. Assim, este estudo procurou analisar o arcabouço normativo e regulamentar, em que as farmácias comunitárias de 28 países europeus assentaram, para prestar estes cuidados de saúde, durante a última década.