Scielo RSS <![CDATA[Portuguese Journal of Public Health]]> http://scielo.pt/rss.php?pid=2504-314520210003&lang=pt vol. 39 num. 3 lang. pt <![CDATA[SciELO Logo]]> http://scielo.pt/img/en/fbpelogp.gif http://scielo.pt <![CDATA[It Has Been a Hard Day’s Year]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2504-31452021000300119&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt <![CDATA[Fatores de risco associados a quedas entre residentes de estruturas residenciais para pessoas idosas: um estudo de caso-controle]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2504-31452021000300120&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Abstract Introduction: To identify factors predictive of falls and enable appropriate management of fall risk it is necessary to understand the behaviour and health conditions of older adults living in nursing homes. Objective: This study had two main objectives. The first was to find significant predictors for falls in older adults living in nursing homes. The second main goal was to build a predictive model to find the best predictors for falls. Methods: Out of 56 nursing homes with the same legal statute, 25 agreed to participate. The sample was randomly selected and only the independent or slight/moderately dependent participants were included in the study (n = 325). Results: There was a mean of 1.47 ± 0.99 falls (range from 1 to 7) per resident in nursing homes. By using the t test and odds ratio analysis, ten factors related to falls were identified. Through the binary logistic regression, a model was tested identifying four robust predictors: static balance, resorting to emergency services, polypharmacy, and an independent self-care profile. Conclusions: The present study replicated the main results of contemporary research on the risk factors of falls. More importantly, it suggests that the self-care profile model should be taken into account in future studies and early interventions. It is crucial to implement preventive measures consistent with safer environments and to establish an individual plan for integrated activities according to older adults’ health needs.<hr/>Resumo Introdução: Para identificar os fatores preditivos de quedas e permitir a gestão adequada do seu risco, é necessário compreender o comportamento e as condições clínicas dos idosos. Objetivos: Este estudo teve dois objetivos principais. O primeiro foi encontrar preditores para quedas em idosos que vivem em estruturas residenciais para idosos. O segundo objetivo principal foi construir um modelo preditivo para encontrar os melhores preditores de quedas. Métodos: De um total de 56 estruturas residenciais para idosos contactados, com o mesmo enquadramento legal, 25 aceitaram participar. A amostra foi selecionada aleatoriamente e apenas os participantes independentes ou com um compromisso leve/moderado foram incluídos no estudo (n = 325). Resultados: Registou-se uma média de 1.47 ± 0.99 quedas (variando entre 1 a 7) por participante. Por meio do teste t e da análise de odds ratio, foram identificados dez fatores relacionados com as quedas. Através da regressão logística binária, foi testado um modelo identificando quatro preditores robustos: equilíbrio estatístico, recurso a serviços de emergência, polifarmácia e perfil de autocuidado independente. Conclusões: O presente estudo replicou os principais resultados de pesquisas contemporâneas sobre os fatores de risco para quedas. Mais importante ainda, sugere que o modelo de perfil de autocuidado deve ser levado em consideração em estudos futuros e intervenções precoces. É fundamental implementar medidas preventivas condizentes com ambientes mais seguros e estabelecer um plano individual de atividades integradas de acordo com as necessidades de saúde dos idosos. <![CDATA[COVID-19 entre a equipe de enfermagem: Cenários e diferenças regionais]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2504-31452021000300131&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Abstract Background/Aims: So far detailed insights into the nursing staff’s COVID-19 symptoms, testing, and results are missing. Therefore, this study aimed to describe the setting and regional differences in the occurrence of COVID-19 among nursing staff, analysing symptoms, testing, and their respective results. Methods: We used an online survey to conduct this cross-sectional study among Austrian nursing staff in different settings between May 12 and July 13, 2020. This article follows the STROBE statement. The survey includes demographic data, including age, professional qualification, e.g., nurse, nurse aid, and in which federal state and setting the participants work. In addition, we asked for COVID-19 symptoms and (result of the) testing. We used descriptive statistics as well as bivariate analysis to calculate the differences. Results: Nearly every sixth nurse reported experiencing COVID-19 symptoms. We found statistically significant differences between the settings and the federal provinces for the reported COVID-19 symptoms, but not the test results. In total, 1.6% of the participating nurses were tested for COVID-19, of which all were positive for COVID-19. Conclusions: In the future during a pandemic, health care staff should be comprehensively tested in all settings. Our results showed that shifting the perspectives from critical/acute settings to other settings, such as nursing homes, is needed.<hr/>Resumo Objectivo: Até agora, faltam conhecimentos detalhados sobre os sintomas, testes e resultados da COVID-19 da equipe de enfermagem. Portanto, o objectivo deste estudo foi descrever o cenário e as diferenças regionais na ocorrência de COVID-19 entre o pessoal de enfermagem, analisando os sintomas, os testes e os seus respectivos resultados. Metodologia: Utilizámos um inquérito online para realizar este estudo transversal entre o pessoal de enfermagem austríaco em diferentes contextos entre 12. Maio e 13. Julho de 2020. Este artigo segue a declaração STROBE. O inquérito inclui dados demográficos, por exemplo, idade, qualificação profissional, por exemplo, enfermeiro, auxiliar de enfermagem e no qual o estado federal e o estabelecimento dos participantes estão a trabalhar. Além disso, pedimos os sintomas de COVID-19 e (resultado do) teste. Utilizámos estatísticas descritivas, bem como análise bivariada para calcular as diferenças. Conclusões: No futuro, durante uma pandemia, o pessoal de saúde deve ser testado exaustivamente em todos os cenários. Os nossos resultados mostraram que é necessário mudar as perspectivas de cenários críticos/agudos para outros cenários, por exemplo, lares de idosos. <![CDATA[Risco de COVID-19 em profissionais de saúde: estudo de caso-controlo, Portugal]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2504-31452021000300137&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Abstract Introduction: Health professionals face higher occupational exposure to SARS-CoV-2. We aimed to estimate the risk of COVID-19 test positivity in health professionals compared to non-health professionals. Methods: We conducted a test-negative case-control study using Portuguese national surveillance data (January to May 2020). Cases were suspected cases who tested positive for SARS-CoV-2; controls were suspected cases who tested negative. We used multivariable logistic regression modelling to estimate the odds ratio of a positive COVID-19 test (RT-PCR; primary outcome), comparing health professionals and non-health professionals (primary exposure), and adjusting for the confounding effect of demographic, clinical, and epidemiological characteristics, and the modification effect of the self-reported epidemiological link (i.e., self-reported contact with a COVID-19 case or person with COVID-19-like symptoms). Results: Health professionals had a 2-fold higher risk of a positive COVID-19 test result (aOR = 1.89, 95% CI 1.69-2.11). However, this association was strongly modified by the self-report of an epidemiological link such that, among cases who did report an epidemiological link, being a health professional was a protective factor (aOR = 0.90, 95% CI 0.82-0.98). Conclusion: Our findings suggest that health professionals might be primarily infected by unknown contacts, plausibly in the healthcare setting, but also that their occupational exposure does not systematically translate into a higher risk of transmission. We suggest that this could be interpreted in light of different types and timing of exposure, and variability in risk perception and associated preventive behaviours.<hr/>Resumo Introdução: Os profissionais de saúde têm uma maior exposição profissional à SARS-CoV-2. O objetivo era estimar o risco de testar positivo para SARS-CoV-2 em profissionais de saúde. Métodos: Foi realizado um estudo teste-negativo caso-controlo utilizando os dados de vigilância epidemiológica nacional (Janeiro-Maio 2020). Casos foram definidos como casos suspeitos que testaram positivo para SARS-CoV-2 (RTPCR), e os controlos como casos suspeitos que testaram negativo. Foi aplicado um modelo de regressão logística multivariável para estimar o odds ratio de teste positivo para SARS-CoV-2, comparando profissionais de saúde e não profissionais de saúde, ajustado para as características demográficas, clínicas e epidemiológicas, e a modificação de efeito com o autorrelato duma ligação epidemiológica (i.e., contacto auto-reportado com um caso COVID-19 ou uma pessoa com sintomas semelhantes aos da COVID-19). Resultados: Os profissionais de saúde tiveram um risco duas vezes maior de testar positivo para SARS-CoV-2 (aOR = 1.89, 95% CI 1.69-2.11). No entanto, esta associação era fortemente modificada pelo autorrelato de uma ligação epidemiológica, de tal forma que entre os casos que relataram uma ligação epidemiológica, ser profissional de saúde revelou-se fator de proteção (aOR = 0.90, 95% CI 0.82-0.98). Conclusão: Os nossos resultados sugerem que os profissionais de saúde podem estar infetados principalmente por contactos desconhecidos, plausivelmente em instituições de saúde, e a exposição profissional não se traduz sistematicamente num maior risco de transmissão. Isto poderá ser interpretado à luz de diferentes tipos e tempos de exposição, e da variabilidade na perceção do risco e dos comportamentos preventivos associados. <![CDATA[Boas práticas no tratamento da disfagia em doentes com AVC: consenso de peritos portugueses]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2504-31452021000300145&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Abstract Dysphagia is frequent after stroke, and it increases the risk of respiratory infection, dehydration and malnutrition, resulting in worse outcomes. Different clinical guidelines present recommendations for the assessment and management of dysphagia in stroke patients in a scattered way. These best practice recommendations address seven clinical questions on the assessment and management of dysphagia in stroke patients, gathering the best-updated evidence. A systematic literature review using the PICO strategy was performed. The recommendations draft was then appraised by a multidisciplinary panel of experts (nutritionists, physiatrists, speech-language pathologists and rehabilitation nurses) in a total of 3 Delphi rounds. A minimum of 80% consensus was established, and the final version offers a total of 21 recommendations for use in clinical practice for stroke patients. These clinical recommendations are an overview of the most recent evidence combined with experts’ consensus and translated into clinically relevant statements. In implementing recommendations at the local level, health professionals should identify facilitators and barriers to evidence-based practice within their contexts and determine the best strategies to address local needs. Where the change is needed, initial and continuing training on all recommendations is essential and relevant.<hr/>Resumo A disfagia é frequente após o acidente vascular cerebral e aumenta o risco de infecção respiratória, desidratação e desnutrição, resultando em piores resultados em saúde. Diferentes diretrizes clínicas apresentam recomendações para a avaliação e tratamento da disfagia em doentes com acidente vascular cerebral de forma dispersa. Estas recomendações de melhores práticas abordam sete questões clínicas sobre avaliação e tratamento da disfagia em doentes com acidente vascular cerebral, reunindo a evidência mais atualizada. Para responder a estas questões foi realizada uma revisão sistemática da literatura usando a estratégia PICO. O projeto de recomendações foi então submetido à apreciação de um painel multidisciplinar de peritos (nutricionistas, fisiatras, terapeutas da fala e enfermeiros especialistas em enfermagem de reabilitação) num total de três rondas Delphi. Foi estabelecido um consenso mínimo de 80% e a versão final apresenta um total de 21 recomendações para uso na prática clínica para doentes com acidente vascular cerebral. Estas recomendações clínicas são uma visão geral da evidência mais recente combinada com o consenso de peritos e traduzidas em declarações clinicamente relevantes. Ao implementar as recomendações ao nível local, os profissionais de saúde devem identificar facilitadores e barreiras para a prática baseada na evidências em seus próprios contextos e determinar quais as melhores estratégias para responder às necessidades locais. Onde a mudança é necessária, a formação inicial e contínua em todas as recomendações é essencial e relevante. <![CDATA[Tuberculose e/ou infeção pelo VIH e fatores sociocomportamentais associados em imigrantes, em Portugal: um estudo transversal descritivo de base comunitária]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2504-31452021000300163&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Abstract Introduction: Portugal is one of the countries in Western Europe with the highest prevalence of tuberculosis (TB) and human immunodeficiency virus (HIV). The prevalence among migrants is estimated to be higher than among non-migrants, which suggests a greater vulnerability of this population. Aim: To describe the distribution of TB, HIV and HIV-TB co-infection and socio-behavioural factors associated with immigrants that lived in the metropolitan area of Lisbon and used the services of a Non-Governmental Organization (NGO). Methods: Quantitative, cross-sectional and descriptive pilot study. An anonymous and structured questionnaire developed specifically for the study was applied by NGO employees duly trained for this purpose to a purposeful sample of 100 immigrants attending health services in an NGO in the metropolitan area of Lisbon, Portugal. Results: The prevalence of HIV-TB extrapulmonary coinfection and HIV infection was 1% (n = 1) and 17% (n = 17), respectively. Only 1 immigrant had 4 out of the 5 symptoms suggestive of TB. No cases of pulmonary TB were identified, although 3 of the immigrants reported having been treated for pulmonary TB in the past. The participants were young, mainly female and some were male-to-female transsexuals. Most were from the community of Portuguese-speaking countries, especially from Brazil, and almost half of them had not regularized their immigration status. Additionally, almost one-fifth of immigrants were unemployed (17%), and one-sixth performed sex work (14%). Most of the participants (71%) sometimes used or never used a condom during sexual intercourse. Additionally, 40% revealed using illicit drugs and 1% said that they had shared injection material in the last 12 months. Discussion: Being non-employed, with a low income and a lower level of education, consumption of illicit drugs and regular tobacco consumption were common characteristics in the immigrants studied, which points out social and economic disadvantages that could influence the risk of acquiring HIV and TB. Policies on latent TB infection and TB diagnosis are urgently needed, mainly aimed at vulnerable groups and culturally diverse populations.<hr/>Resumo Introdução: Portugal é um dos países da Europa Ocidental com a maior prevalência de Tuberculose (TB) e Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH). Estima-se que a prevalência entre os migrantes seja mais elevada do que entre os não migrantes, o que sugere uma maior vulnerabilidade desta população. Objetivo: Descrever a distribuição da tuberculose, do VIH e dos fatores sócio-comportamentais associados em imigrantes da área metropolitana de Lisboa que usavam os serviços de uma ONG. Métodos: Estudo piloto quantitativo, transversal e descritivo. Foi aplicado um questionário anónimo e estruturado desenvolvido especificamente para o estudo, por funcionários de uma ONG da área metropolitana de Lisboa, Portugal, devidamente formados para o efeito, a uma amostra intencional de 100 imigrantes. Resultados: A prevalência de coinfecção extrapulmonar por HIV-TB e infeção por HIV foi de 1,0% (n = 1) e 17,0% (n = 17), respetivamente. Apenas 1% dos imigrantes apresentavam todos os sintomas sugestivos de tuberculose. Não foram identificados casos de tuberculose pulmonar, embora três dos imigrantes tenham sido tratados para a tuberculose pulmonar no passado. Os imigrantes eram jovens, principalmente do sexo feminino e alguns eram transexuais do sexo masculino para o sexo feminino. A maioria era oriunda da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, principalmente do Brasil, e quase metade não havia regularizado a situação migratória. Além disso, quase um quinto estava desempregado (17%), e um sexto realizava trabalho sexual (14%). A maioria dos participantes (71%) nunca ou às vezes usava preservativo nas relações sexuais; somado ao fato de 40,0% revelarem uso de drogas ilícitas e 1% ter relatado ter compartilhado material injetável nos últimos doze meses. Conclusão: Estar desempregado, ter baixos rendimentos e baixo nível de educação, consumir drogas ilícitas e consumir regularmente tabaco foram características comuns nos imigrantes estudados que apontam para desvantagens sociais e económicas que podem influenciar o risco de VIH e TB. Por conseguinte, são urgentemente necessárias políticas de rastreio de tuberculose latente e diagnóstico de tuberculose, destinadas principalmente a grupos vulneráveis e populações culturalmente diversas. <![CDATA[O uso de tecnologias digitais na resposta à pandemia de COVID-19 em Portugal]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2504-31452021000300170&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Abstract Digital technologies revolutionized the way we dealt with the COVID-19 pandemic and outstood the obvious societal change in the information age. Currently, data are an essential element of any health institution. Their use has the potential to radically reduce the cost and time needed to strengthen scientific evidence on the effectiveness of interventions. Likewise, information and the potential of these technologies have become a crucial part of the response to the pandemic. Effective implementation of data management strategies has depended on the adoption of digital technologies and their integration with health policies and care systems. In August 2020, Nature Medicine published an article about technological maturity and digital responses in the context of the COVID-19 pandemic. This paper aims to provide a contextualization of the technologies adopted in Portugal in the current crisis while highlighting, when applicable, requirements, potentials, constraints and aspects of possible improvements. The digital maturity of health services is a gradual process that requires preparation, adaptation and response. The future of public health and health care systems will be increasingly digital, and it is necessary to promote a culture of innovation, coordinate and standardize processes and make room for a new paradigm of sustainable digital transformation.<hr/>Resumo As tecnologias digitais revolucionaram a forma como lidamos com a pandemia da COVID-19, tornando-se evidente a mudança de toda a sociedade na era da informação. Atualmente, os dados são um elemento essencial de qualquer instituição de saúde. O seu uso tem o potencial de reduzir radicalmente o custo e o tempo necessários para fundamentar evidência científica sobre a eficácia das intervenções. Da mesma forma, a informação e potencial tecnológico tornaram-se parte crucial da resposta à pandemia e a implementação eficaz de estratégias de gestão de dados dependeu da adoção de tecnologias digitais e a sua integração com as políticas e cuidados de saúde. Em agosto de 2020, a Nature Medicine publicou um artigo sobre situação de maturidade tecnológica e respostas digitais no contexto da pandemia de COVID-19. Neste sentido, pretendemos contextualizar as tecnologias adoptadas em Portugal na situação de crise atual, realçando, quando aplicável, os requisitos, potenciais, constrangimentos e aspetos de possíveis melhorias. A maturidade digital envolve congruência, preparação, capacidade, infraestrutura e planeamento estratégico com foco nos resultados de saúde. O futuro da saúde pública, e dos sistemas e cuidados de saúde será cada vez mais digital, pelo que, é necessário promover uma cultura de inovação, com processos coordenados e padronizados e criando espaço para um novo paradigma de transformação digital sustentável. <![CDATA[Contributos para o Plano Estratégico da Segurança dos Doentes 2021-2026: Uma metodologia robusta baseada numa abordagem de métodos mistos]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2504-31452021000300175&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Abstract Introduction: Several countries prioritize patient safety in their health policies. In Portugal, following the implementation of the National Plan for Patient Safety (NPPS) 2015-2020, the research team of the National School of Public Health (NSPH) carried out extensive work to continue improving aspects of the previous Plan. This work was focused on identifying the strengths and weaknesses of NPPS 2015-2020 and aspects related to its applicability and main challenges and opportunities for the implementation of the NPPS 2021-2026. Methods: Methodological dynamic process was based on the most relevant international and national guidelines and the feedback from key patient safety stakeholders. We developed a cross-sectional mixed-methods study from January to August 2021. We used documentation and periodical reports from National Health Service (NHS) healthcare institutions as secondary sources of information. For primary data collection, we used an online survey (applied to elements in the different quality and safety structures of hospitals and primary care units), interviews, and focus groups to collect information from patient safety experts. Results and Discussion: Strengthening safety culture, patient safety training, communication, leadership involvement, patient and family engagement, and monitorization process is considered essential. We also identified local limitations such as the lack of resources and protected time for the healthcare professionals and lack of leadership involvement on patient safety strategies for dedicating to patient safety actions. Most of the patient safety stakeholders agreed that the safety and health of clinical teams and new modalities of healthcare (such as telemedicine, home hospitalization, home care) should be a priority for patient safety strategies. Conclusions: In our study, we used a robust methodology with a participatory process involving different stakeholders. An alignment between local, regional, and national levels in terms of measuring indicators, the definition of priorities, and actions and activities to improve patient safety is recommended. Reinforced partnerships and alignment between the institution’s mission, and safety priorities will be crucial to enhance patient safety. Additionally, this work highlights the added value for health systems achieved through strong partnerships between public administration and academic institutions to improve healthcare quality and patient safety.<hr/>Resumo Introdução: Vários países têm priorizado a Segurança do Doente no contexto das políticas de saúde. A definição de um plano estratégico, enquanto ferramenta válida e útil para orientar a ação das organizações de saúde, é um processo muito importante para definir prioridades, identificar as ações a ser implementadas e o papel que cada parceiro deve assumir. Em Portugal, concretizado o Plano Nacional para a Segurança dos Doentes (PNSD) 2015-2020, tornou-se necessário desenvolver uma proposta, que assentasse numa metodologia robusta e participativa, para a definição do novo Plano estratégico para a segurança dos doentes. Métodos: A metodologia aplicada privilegiou a revisão de literatura científica e de orientações internacionais e nacionais e o feedback dos principais stakeholders na área. Optou-se por um estudo transversal de metodologia mista. Como fontes secundárias de informação, utilizamos documentação oficial, relatórios institucionais e revisão de literatura científica. Os dados primários, foram recolhidos por intermédio de questionário (aplicado aos elementos das Comissões de Qualidade e Segurança de hospitais e ACES do SNS); realizaram-se entrevistas e focus group a especialistas na área segurança do doente. Resultados e discussão: É fundamental reforçar a cultura de segurança e a formação na área da segurança do doente; melhorar a comunicação; aumentar o envolvimento da liderança e promover a participação do doente/ família. A nível local, identificamos falta de recursos, de tempo protegido e falta de envolvimento da liderança nas estratégias de segurança do doente. Conclusões: Neste estudo aplicou-se uma metodologia robusta num processo participativo que envolveu diferentes parceiros com interesse e responsabilidade na área da segurança dos doentes. Recomenda-se um alinhamento entre os níveis local/ regional/nacional, para concretizar a monitorização dos indicadores e definir prioridades, ações e atividades na área da segurança do doente. O reforço de parcerias e o alinhamento entre a missão das organizações de saúde e as prioridades definidas no PNSD 2021-2026 serão cruciais para melhorar a segurança do doente.