Nos dias 22 e 23 de janeiro de 2024, o Instituto de Estudos Medievais da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Nova de Lisboa organizou o encontro “O IEM e os estudos medievais em Portugal: passado, presente e futuro. In memoriam José Mattoso e Luís Krus”. A evocação da celebração recente dos 20 anos do IEM e a consciência do muito que deve aos legados de Luís Krus e de José Mattoso, aliás já celebrados noutras iniciativas do Instituto1, foi sobretudo a ocasião para o debate científico e um diálogo profícuo em torno dos estudos medievais, valorizando uma reflexão problematizante sobre os caminhos trilhados e a (pro)seguir. Nesse sentido, o programa delineado visou apresentar o trabalho desenvolvido no IEM desde a sua fundação e refletir sobre os desafios e potencialidades que o medievalismo em Portugal enfrenta, atendendo tanto aos condicionalismos vividos em termos da academia e das políticas científicas, como os desafios decorrentes dos contextos historiográficos internacionais.
O Colóquio abriu com a intervenção de Catarina Tente, a atual Diretora do IEM, propondo uma visão global sobre o percurso do Instituto nos últimos 22 anos, desde os tempos iniciais com o Núcleo Científico de Estudos Medievais, pautados por uma forte presença da História, da Literatura e da História de Arte, ao alargamento e consolidação de novas áreas científicas, como a Arqueologia, a Arquivística Histórica ou a Heráldica. Colocou-se em evidência, ao largo das duas décadas, o crescimento significativo do número de investigadores, atualmente nos 155 investigadores integrados, o caminho e a consolidação dos grupos de trabalho (dois desde 2014: Territórios e Poderes: uma perspetiva «glocal» e Imagens, Textos e Representações), o desenvolvimento de múltiplos projetos de investigação e o aumento da capacidade de obter financiamento em programas competitivos. Os investigadores do IEM promoveram tanto a título individual, como no âmbito de equipas e redes, a análise de escalas de observação e temáticas muito diversificadas, conseguindo o apoio de várias entidades financiadoras, desde o âmbito local ao internacional. Integraram-se ainda em redes de investigação nacionais e internacionais e promoveram a crescente visibilidade e o prestígio do trabalho desenvolvidos no Instituto, também ele traduzido no aumento exponencial de publicações, inclusive nas coleções do IEM - estudos, coletâneas documentais, instrumentos de trabalho -, na disponibilização de bases de dados e portais e no assegurar, de forma regular e com um crescente grau de internacionalização, de uma revista online, a Medievalista, a única em Portugal exclusivamente dedicada aos estudos medievais e hoje com 36 números publicados.
Foram evocados os encontros científicos organizados pelo IEM, que superam já os 500, muitos ligados aos temas de investigação desenvolvidos pelos seus membros e outros que se afirmaram como marca do Instituto e polos congregadores das suas diferentes áreas científicas, como uma importante participação internacional, como sejam os Colóquios Medieval Europe in Motion, Nova Lisboa Medieval, as Jornadas Internacionais da Idade Média, as Arquiteturas da Alma, ou ainda os Seminários Internacionais José Matttoso. Outros eventos procuraram, de forma particular, divulgar e partilhar o saber alcançado junto de outros sectores da sociedade. Foram disso exemplo as exposições organizadas na Biblioteca Nacional sobre manuscritos iluminados, na Torre do Tombo em torno das inquirições e do abastecimento de Lisboa e em vários municípios, como Viseu e Idanha, bem como o ciclo de cinema em torno das Representações da Idade Média. A par destas iniciativas, o IEM promoveu diversas atividades de formação, como as celebradas na Batalha, Alcobaça e Castelo de Vide. Os públicos-alvo a que se dirigiram foram bem variados. Estes englobaram desde a comunidade escolar aos alunos de Licenciatura, Mestrado e Doutoramento, passando pelos docentes do Ensino Básico e Secundário, sem esquecer os profissionais ligados ao património, indústrias criativas e turismo.
Como foi salientado, este percurso não teria sido possível sem a colaboração de instituições parceiras (de âmbito nacional e regional, municípios, museus, órgãos de comunicação social, fundações e associações, entre outros), tendo sido realizados até ao momento mais de 70 protocolos de cooperação entre o IEM e vários organismos. Na verdade, a promoção da ligação à comunidade e a consciência do seu dever de retribuir à sociedade que o financia, marcas identitárias do IEM desde a sua génese, levaram o instituto a criar uma marca própria, a Medieval. Os seus objetivos são a transferência de conhecimento, a criação de valor e impacto societal e divulgação da Idade Média Portuguesa. A diretora terminou com a apresentação do novo site do IEM.
Ao longo dos dois dias, os trabalhos prosseguiram com outras reflexões sobre a investigação realizada pelos membros do IEM, sendo cada uma dirigida e centrada em áreas e campos mais específicos. Na sessão Lugares de Inovação, Rita Sampaio da Nóvoa, Sara Prata, Adelaide Miranda e Maria Alessandra Billota traçaram, respetivamente, um panorama sobre a Arquivística Histórica, a Arqueologia e os estudos sobre a Iluminura. Seguiu-se, no painel dedicado aos Lugares de Convergência e Divergência, um balanço proposto por Maria João Branco e Amélia Aguiar Andrade sobre campos tidos, com frequência, por “tradicionais”, mas efetivamente lugares de profundo questionamento e renovação, tais como a História dos Poderes, a História Urbana e a História Económica. Por sua vez, na manhã do dia seguinte, numa abordagem às Áreas Emergentes, Miguel Metelo de Seixas, João Luís Fontes, Catarina Barreira, Tiago Viúla Faria, Tomás Cordero, Paulo Catarino Lopes e Adelaide Millán da Costa forneceram contribuições, respetivamente, sobre a Heráldica, a Espiritualidade e formas de vida religiosa, o Ambiente e a Paisagem, as Viagens e Diplomacia e as Pequenas Cidades.
O teor e a riqueza das aportações de todos os intervenientes e do debate a que deram origem torna-se difícil de plasmar por escrito. Todavia, quando equacionamos os conteúdos no seu conjunto, emergem um grupo de linhas comuns a reter. À cabeça, todos ou quase todos os investigadores responderam a um desafio da comissão organizadora. Começaram por se interrogar e desconstruir as designações dos painéis: lugares de inovação, lugares de convergência e divergência e áreas emergentes. Todas um pouco provocadoras. Cedo ficou visível que a inovação não se encontrava apenas acantonada em algumas áreas e temáticas, sobretudo naquelas onde os meios digitais oferecem novos horizontes, possibilidades e compreensão visual mais imediata e apelativa. Depressa se salientou que os campos ditos como emergentes são, com frequência, clássicos em constante renovação. Não significou isso que não ficasse expresso e reconhecido o crescimento e consolidação de novas áreas no IEM, pouco expressivas (Arqueologia) e, até mesmo, inexistentes (Arquivística Histórica e a Heráldica) na sua génese.
As contribuições continuaram reiterando a necessidade e importância de realizar uma exigente crítica documental, bem como uma boa e sólida hermenêutica. Esta última, aliás, como foi notado, uma palavra que tende a ser, por vezes, esquecida. Os intervenientes frisaram a utilização de novas metodologias e práticas (como as Humanidades Digitais), a abertura e incorporação do saber de outras ciências, como a Botânica, a Física e a Modelação Matemática, e a aplicação, cada vez frequente, de abordagens multi e interdisciplinares. Somaram-se a estes elementos o cuidado na construção dos questionários de investigação e a sua inserção em debates historiográficos mais amplos e transfronteiriços, revistando velhas interrogações e adicionando novas problemáticas. O mesmo se verificou no que toca aos objetos de estudo e conceitos. O trabalho efetuado permitiu que alguns assumissem um papel mais central, como os arquivos, os viajantes, os diplomatas e os animais, outro pudessem ser revisitados, como as comunidades monásticas e os seus testemunhos materiais, e problematizados, como as pequenas cidades e as vilas fracassadas.
Todo este percurso não foi construído no vazio. Na viragem do século XX e nos primeiros anos da nova centúria, aquando do nascimento do IEM, a estratégia da FCT de constituir unidades de investigação e de financiar projetos doutorais, pós-doutorais e de equipas interuniversitárias reforçou uma tendência progressiva de trabalho em equipa. Mais tarde, de forma cada vez mais notória, os investigadores portugueses integraram associações internacionais e, até mesmo, promoveram a criação de redes temáticas, sendo disso exemplo no IEM, respetivamente, as ligadas ao programa COST2, a International Network Small Cities in Time e a NEMUS3. O trabalho colaborativo entre investigadores provenientes de diferentes universidades e centros de investigação, mas também em distintas fases de carreira, desde os jovens aos mais experientes, propiciou os tempos e espaços necessários para inovar, pensar e repensar temas, questões e práticas de investigação. Elementos que potenciaram a discussão e o enriquecimento dos resultados alcançados, a sua disseminação e a possibilidade de inscrevê-los em cenários e debates mais alargados. Mais acresce, como todos procuraram contextualizar, que o IEM não foi o único a calcorrear este caminho nem o fez sozinho, o que ficou ainda mais evidente no programa que se seguiu.
Com efeito, no decorrer dos dois dias, as sessões com balanços sobre o trabalho realizado pelo IEM foram articuladas com outras para refletir sobre o futuro dos estudos medievais em Portugal. Na primeira, intitulada Os estudos medievais em Portugal: por que caminhos virá o futuro?, participaram António Resende de Oliveira, Amélia Aguiar Andrade, Hermenegildo Fernandes, Hermínia Vasconcelos Vilar, José Meirinhos, Luís Filipe Oliveira, Manuel Pedro Ferreira e Maria Helena da Cruz Coelho. A simples enumeração dos nomes releva o cuidado da organização em reunir medievalistas de quase todas as universidades do país (Algarve, Coimbra, Évora, Lisboa, Porto), ligados a diferentes áreas (História, Arqueologia, História de Arte, Literatura e Musicologia) e representativos de diferentes escolas. As suas contribuições e a partilha das suas experiências permitiram desenhar uma síntese dos desafios e oportunidades que os estudos medievais enfrentam na atualidade.
Desde logo, os intervenientes começaram por denunciar a crescente pressão - exercida sobre todo o mundo académico - de publicar, de apresentar resultados imediatos e de gerar impacto. Este último, como foi reconhecido, nem sempre claro e transparente na forma de perceber, medir e conhecer a sua real utilidade. O imediatismo forçado reduz o tempo necessário de reflexão e condiciona a capacidade de recolher, analisar e repensar as fontes. Força ainda a publicação de textos e reflexões inacabadas, bem como a aposta em artigos face a outros formatos, como livros e ensaios. O mesmo se verifica na recusa de realizar outros trabalhos não menos exigentes e muito necessários, como a edição de fontes e de roteiros documentais.
Simultaneamente, os investigadores, em particular os mais jovens, selecionam, por vezes, os estudos utilizados nos seus trabalhos em função da data de publicação e acessibilidade, privilegiando obras recentes a antigas e circunscrevendo-se às que se encontram online, o que contribui para fomentar o esquecimento e pouca utilização de estudos anteriores, mais adequados e pertinentes para os temas em análise. À constante procura do acessível e, sobretudo, do novo soma-se, não raras vezes, uma internacionalização apressada, tendo o painel destacado dois dos seus efeitos mais notórios. Por um lado, a incorporação acrítica ou pouco refletida de conceitos ou propostas teóricas provenientes de outras historiografias, em particular da anglo-saxónica. Por outro lado, na publicação de textos, o detrimento da língua portuguesa a favor do inglês ou ingleses. Enquanto algumas traduções são competentes, a qualidade da revisão de outros textos deixa-nos a adivinhar o que perceberá o falante nativo da realidade portuguesa, se não mesmo da capacidade de escrita do autor.
Assim, a conjugação de todos estes elementos favorece o empobrecimento de alguns dos resultados alcançados, demonstra que o aumento do número de publicações não significa necessariamente uma melhoria da qualidade da investigação realizada e, por conseguinte, que o saldo obtido nem sempre permitiu um avanço mais sólido e decisivo em determinados campos.
Noutro âmbito, os membros do painel expuseram também a precaridade dos regimes de contratação, a escassa clareza das políticas científicas governamentais e a reduzida transparência e utilidade dos critérios de avaliação, como a intensidade laboratorial, das entidades financiadoras, sobretudo a FCT. Reconheceram o peso excessivo e difícil de contrabalançar deste órgão no financiamento da investigação em Portugal. Este contexto dificulta a constituição de equipas estáveis e, assim, favorece o desaparecimento de linhas, escolas e, inclusive, de áreas de investigação. Neste leque figuram na linha da frente, por exemplo, a paleografia, a diplomática e a sigilografia. As contribuições não deixaram de salientar a concorrência das ciências duras, cujos critérios de avaliação se tendem a impor, desfavorecendo-as, às Humanidades e das Ciências Sociais. A conjugação de todos estes elementos contribui, em parte, para justificar outro problema detetado. Nas últimas décadas, ao contrário do registado nos séculos XIX e XX, a presença dos historiadores nos meios políticos e de comunicação social tende a diminuir, sendo privilegiados especialistas em outros campos. Desafio, aliás, comungado por outras áreas das Ciências Sociais e Humanas.
Embora as análises realizadas se tenham centrado, sobretudo, nos desafios que ameaçam o presente e os anos vindouros, não deixaram de frisar alguns aspetos positivos. Desde logo, o crescimento, robustez e força dos estudos medievais, a capacidade de diálogo e colaboração com outras ciências e o reforço do trabalho em equipa e de internacionalização dos resultados. Estas linhas ajudam a explicar, em parte, a crescente capacidade dos medievalistas de obter financiamento competitivo para desenvolver projetos com diferentes finalidades. Além disso, os intervenientes frisaram o constante interesse da sociedade e de várias instituições, como, por exemplo, fundações e municípios, pela época medieval, o qual supera, por vezes, o registado para outras cronologias mais ou menos recuadas. É disso exemplo o contínuo recrutamento de novos interessados em (re)descobrir a Idade Média Portuguesa. Foi a estes que a última sessão tentou dar voz.
Com efeito, no painel O futuro dos estudos medievais na perspetiva dos jovens investigadores, participaram André Madruga Coelho, Catarina Rosa, Inês Abreu, Gonçalo Ramos, João Luís Veloso, Joana Gonçalves, Paulo Cunha e Paulo M. Dias. Procurou-se que espelhassem diferentes etapas académicas e fases de carreira, uma diversidade de temáticas de estudo e de instituições universitárias de origem e a atenção a novas formas de transmissão do conhecimento, tais como podcasts e páginas em redes sociais. A comissão organizadora propôs que refletissem, entre outros aspetos, sobre o que os levou a prosseguir a investigação na Idade Média, os desafios e apoios que foram encontrando nas suas investigações, o seu enquadramento nas unidades de investigação e o que esperam delas no futuro. Embora baseadas em testemunhos sobretudo individuais, as várias contribuições desenharam uma visão mais coletiva e transversal.
Enquanto para alguns a escolha da Idade Média não resultou de um motivo claro, para outros veio de um interesse constante pela época, do carisma de um docente da área e/ou da oportunidade de trabalhar numa equipa. A fase entre o final da licenciatura e o primeiro ano de mestrado parece ter sido um dos momentos mais nublosos, onde o caminho a seguir foi pouco claro, levando alguns dos seus colegas a desistirem dos estudos medievais. Esta realidade não é exclusiva dos medievalistas, facto que foi, aliás, reforçado no debate, tendo alguns docentes referido as elevadas taxas de desistência verificadas no primeiro ano de cursos de mestrados em História. Mas mais do que isso, os problemas encontrados parecem partir de um outro, antigo e cada vez mais evidente: a precariedade. Os membros do painel, tal como na sessão dos séniores, recordam que a precaridade condiciona e limita a investigação, dando, como exemplo, a dificuldade que historiadores consagrados, como José Mattoso, teriam atualmente para produzir obras que redigiram e marcaram e continuarão a influenciar gerações, como a Identificação de um País. Indo mais longe, as intervenções salientaram os efeitos da precariedade laboral no adiamento da vida pessoal e, inclusive, na saúde, onde só agora se começa a falar com maior profundidade dos casos de burnout.
No que toca aos centros de investigação, mais do que tentar adivinhar um futuro incerto, todos salientaram as oportunidades e os apoios que receberam: organizar e frequentar workshops de discussão de teses e projetos (como o Workshop de Estudos Medievais); promover encontros de jovens investigadores (como o Juvenes - The Middle Ages Seen by Young Researchers); participar em projetos de equipa; frequentar cursos de formação complementar sobre Latim, bases de dados, GIS, Wordpress e escolas para mestrandos e doutorandos (como a Escola de Outono de Estudos Medievais); criar conteúdos para alimentar redes sociais; realizar estâncias de investigação em centros e universidades estrangeiras; adquirir novas competências e qualificações para enfrentar o mercado de trabalho. Apesar disso, os membros do painel frisaram as dificuldades de organizar e manter de forma continuada algumas destas atividades, advogando a necessidade de uma maior cooperação entre as unidades de investigação. Esta, como os próprios reconheceram, nem sempre possível, seja pelos critérios de avaliação da FCT, seja pelas limitações impostas pelas universidades, seja ainda pelos bairrismos.
Terminadas as intervenções a diretora entregou os Prémios do IEM. O prémio de Melhor Tese de Doutoramento foi conferido ex aequo a Ana Cláudia Silveira4 e Catarina Barradas Meira5. O de Melhor Tese de Mestrado foi outorgado a Afonso Manuel Lopes Soares de Sousa6 e o Prémio Luís Krus a António Conduto Oliveira pelo melhor artigo na revista Medievalista7. Por fim, os prémios de financiamento exploratório para projetos internacionais foram atribuídos a Luís Miguel Rêpas e Tomás Cordero.
Concluída a entrega, a diretora traçou, então, as principais conclusões do encontro, recordando que o novo site conta com uma página dedicada aos 20 anos do IEM. Nela podem ser lidos testemunhos de investigadores ligados a outras universidades e centros de investigação portugueses (Maria Helena da Cruz Coelho, Susana Goméz Martínez) e estrangeiros (Eduardo Carrero Santamaría, José António Couto Cabo, Philippe Josserand, Simon R. Doubleday), a museus (Joaquim Caetano), empresas ligadas ao sector cultural (Catarina Valença Gonçalves) e profissionais de órgãos de comunicação social (Pedro Olavo Simões) sobre a UI e os trabalhos nela desenvolvidos. Seguem-se duas secções com os cartazes e fotografias de algumas das principais atividades realizadas pelo IEM e dos momentos vividos desde a fundação.
Todos estes materiais demonstram uma unidade de investigação com uma forte identidade própria, multi e interdisciplinar, sendo ainda a única em Portugal exclusivamente dedicada aos Estudos Medievais. Realçam uma forte tradição do IEM de apoio à internacionalização e à formação de estudantes e jovens investigadores. Retratam uma estreita ligação a instituições políticas e culturais que permite que os frutos da investigação aí desenvolvida possam chegar à comunidade. Por fim, o cruzamento dos testemunhos e das fotografias faz ressaltar um aspeto importante e, tanto quanto foi referido, raro no contexto europeu: o predomínio claro das mulheres na liderança do IEM, assumido de forma ininterrupta desde os finais da década 2000. Também aqui se assinala a diferença, no contributo para uma academia e sociedade mais igualitárias e inclusivas.