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Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar
versão impressa ISSN 2182-5173
Rev Port Med Geral Fam vol.35 no.1 Lisboa fev. 2019
CARTA AO DIRETOR
Resposta dos autores do artigo Prevalência da síndroma de fragilidade na região norte de Portugal
Lisa Teresa Moreira*, Ricardo Torre**, Ana Castro Rollo*, Hugo Silva***, Vasco Duarte ****, Maria Antónia Cruz*
* USF Nova Era.
** USF Veiga do Leça.
*** USF Cristelo.
**** USF São Miguel-o-Anjo.
Os autores do artigo Prevalência da síndroma de fragilidade na região norte de Portugal, publicado na última edição da RPMGF, v. 34, n. 6 (2018), agradecem o comentário e gostariam de esclarecer que, de facto, a fragilidade não é uma síndroma geriátrica mas uma condição médica que, estando presente, assume um caráter transversal e condicionador de risco de doença que se pode consubstanciar numa ou várias síndromas geriátricas descritas.
A síndroma da fragilidade é uma entidade multidimensional caracterizada pela diminuição significativa da funcionalidade e da capacidade de funcionar de forma autónoma nas atividades de vida diárias. Numa perspetiva holística percebemos que o condicionamento da autonomia engloba fatores de ordem física, como a mobilidade ou a comunicação, e de ordem psicossocial, como a capacidade cognitiva, o humor e a rede social de apoio. Os testes utilizados neste estudo refletem sobretudo a capacidade física, mas não só. O Gait Speed Test (prova de marcha) correlaciona-se com a funcionalidade, com o equilíbrio e com a autoconfiança.1 O questionário PRISMA-7 avalia a idade, o sexo, a presença de problemas de saúde limitativos para as atividades, a necessidade de ajuda frequente, os problemas de saúde que obrigam à permanência no domicílio, a existência de apoio social em caso de necessidade e a utilização de auxiliares de marcha e vem sendo utilizado em diversos estudos para o rastreio do risco de perda funcional e fragilidade com bons resultados.2 A dimensão avaliada é sobretudo física, incluindo a demência, mas indissociável dos aspetos psicossociais.
A amostra estudada corresponde à população que frequenta os serviços de saúde. Ao excluir os doentes sem capacidade de deslocação ou que utilizam cadeira de rodas assumiu-se que estes apresentam uma limitação física significativa, que pode ou não corresponder a uma fragilidade, mas que enviesaria a avaliação pelos testes utilizados. É, no entanto, uma limitação do estudo que está discutida de forma honesta na discussão.
Os critérios de fragilidade e pré-fragilidade são os que estão publicados pela British Geriatrics Society3 e que são comummente aceites na comunidade científica. De facto, a prevalência encontrada foi inferior à expectável pela comparação da literatura, até pela opção de excluir os acamados e os doentes com dificuldade de automobilização. Outros estudos poderão confirmar este resultado ou ajudar a ajustá-lo nas opções metodológicas e no tamanho amostral alcançado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Fritz S, Lusardi M. White paper: Walking speed: the sixth vital sign. J Geriatr Phys Ther. 2009;32(2):46-9. [ Links ]
2. Raîche M, Hébert R, Dubois MF. PRISMA-7: a case-finding tool to identify older adults with moderate to severe disabilities. Arch Gerontol Geriatr. 2008;47(1):9-18. [ Links ]
3. Turner G, Gough J, Atkins R. Fit for frailty: consensus best practice guidance for the care of older people living in community and outpatient settings. London: British Geriatrics Society; 2014. ISBN 9780992966317 [ Links ]