Prefácio

A investigação qualitativa durante a pandemia da Doença por Coronavírus -2019 (Covid-19) se tornou um desafio para os investigadores das diferentes áreas de conhecimento. O cenário crítico mundial, em decorrência da pandemia, modificou não somente os modos de viver em sociedade, mas também exigiu da comunidade científica um olhar atento e focado nas respostas para o problema.

No decorrer da pandemia, observou-se o rápido redirecionamento das pesquisas para essa temática emergente. Esse aspecto pode ser constatado por meio do crescente número de publicações desde a identificação do quadro de pandemia no início do ano de 2020. Além de mudanças relacionadas ao tempo de publicação das pesquisas, verificou-se a necessidade de repensar as práticas metodológicas, principalmente aquelas realizadas de maneira presencial junto aos sujeitos sociais.

O distanciamento físico adotado como medida essencial para a contenção da disseminação do novo coronavírus exigiu que os investigadores adotassem novas técnicas de coleta de dados a fim de evitar o contato direto. Neste cenário, destacam-se as pesquisas realizadas por meio de plataformas de reuniões virtuais, formulários eletrônicos e redes sociais.

Apesar do distanciamento físico entre o investigador e o investigado transportar consigo desvantagens no que se refere a interação social, também emergiram algumas vantagens. A existência de ferramentas de videoconferência, por exemplo, possibilitou alcançar pessoas geograficamente distantes, inatingíveis anteriormente sob o paradigma presencial. Concomitantemente, reduziram-se os custos, o tempo e alcançou-se um maior número de informantes. Esse aspecto prejudicou a investigação qualitativa? Talvez. Porém, pensamos que os benefícios foram superiores ao considerar o momento histórico e a necessidade de buscar respostas efetivas para o problema. Diante das barreiras impostas pela pandemia, houve lugar à evolução, à adaptação de novos paradigmas que a partir de agora serão cada vez mais adotados e dificilmente se desconsiderará a comunicação a distância para a obtenção de dados.

Nesse vasto espaço que alberga a investigação qualitativa, no exercício interpretativo que a caracteriza, o Congresso Ibero-Americano em Investigação Qualitativa (CIAIQ2021) que decorreu nos dias 13, 14, 15 e 16 de julho ocupa um lugar de relevância na divulgação de estudos nessa área. Reunindo pesquisadores que se preocupam, não apenas em escolher entre um método ou outro, mas em utilizar abordagens que o façam alcançar seus objetivos, com criatividade, responsabilidade e cientificidade. Afinal, a investigação qualitativa demonstra, ao longo dos anos, as suas inquestionáveis contribuições e abre novas perspectivas àqueles que ensinam, aprendem, criam e recriam histórias e ciências.

Nesse sentido, o principal desafio nessa obra seja talvez situar-se na compreensão da metodologia como relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito como um vínculo indissociável do mundo objetivo com a subjetividade, reforçando ^{Minayo (2014}) que diz que essa não pode ser traduzida em números. Assim, optou-se por reunir neste volume, estudos de abordagem qualitativa com enfoques metodológicos nos cenários de prática em saúde, visto que permitem aproximação com a subjetividade do sujeito, podendo, dessa maneira, revelar ou ao menos aproximar de seus sentidos e significados, ao mesmo tempo em que estabelece articulações com as bases teóricas.

Nesse âmbito, evidenciam-se neste livro diversos campos de aplicação na investigação qualitativa em saúde cujos percursos metodológicos utilizados (análise temática, estudo de caso, teoria das representações sociais, grupo focal, photovoice, técnica de associação livre de palavras, entre outros) enfatizam e reforçam a qualidade e o rigor científico do processo de publicação do CIAIQ2021.

Este volume é composto por 101artigos, sendo de salientar o número interessante, com uma percentagem aproximada de 11%, sobre aqueles que se debruçam na temática recente da Covid-19. Estes trabalhos estudam o impacto que a pandemia teve nas relações pessoais e profissionais, bem como de que maneira essas novas abordagens podem evoluir, com novas necessidades criadas em tempos intercalados com confinamentos, como, por exemplo, a teleconsulta e as intervenções educativas de cuidadores.

No entanto, a Análise Qualitativa continua a ser, de um modo geral, uma ferramenta essencial na área da investigação em Saúde, e neste volume encontram-se trabalhos interessantes sobre diversos temas dos quais se destacam os seguintes: Educação e Ensino na Saúde; Prevenção na Doença; Promoção da Saúde e estudo sobre Terapêuticas, nomeadamente integrativas; Qualidade de Vida, Reabilitação, entre outros. Estes artigos consideram também estudos em diversas instituições de saúde da rede pública e privada, com diversos públicos-alvo, desde crianças, grávidas, idosos e indivíduos apresentando os mais variados quadros de doença, como doenças crónicas e/ou degenerativas.

Prefacio

La investigación cualitativa durante la pandemia de la Enfermedad por Coronavirus (Covid-19) se convirtió en un reto para los investigadores de diferentes áreas del conocimiento. El crítico escenario mundial, como consecuencia de la pandemia, modificó no sólo las formas de vida de la sociedad, sino que exigió a la comunidad científica una mirada atenta y centrada en las respuestas al problema.

Durante el transcurso de la pandemia, se observó una rápida reorientación de la investigación hacia este tema emergente. Este aspecto puede averiguarse en el creciente número de publicaciones desde la identificación de la pandemia a principios del año 2020. Además de los cambios relacionados con el momento de publicación de los estudios científicos, era necesario repensar las prácticas metodológicas, especialmente las realizadas cara a cara con los sujetos sociales.

La distancia física adoptada como medida esencial para contener la propagación del nuevo coronavirus obligó que investigadores aadoptasen nuevas técnicas de recogida de datos para evitar el contacto directo. En este escenario destacan los estudios realizados a través de plataformas sociales, formularios electrónicos y redes sociales.

Aunque la distancia física entre el investigador y el investigado conlleva desventajas en términos de interacción social, también han surgido algunas ventajas. La existencia de herramientas de videoconferencia, por ejemplo, hizo posible llegar a personas geográficamente distantes, antes inalcanzables bajo el paradigma de la presencialidad. Al mismo tiempo, se redujeron los costes y el tiempo y se llegó a un mayor número de informantes. ¿Ha afectado este aspecto la investigación cualitativa? Es posible. Sin embargo, creemos que los beneficios fueron mayores si se tiene en cuenta el momento histórico y la necesidad de buscar respuestas eficaces al problema. Ante las barreras impuestas por la pandemia, hubo lugar para la evolución, la adaptación de nuevos paradigmas que a partir de ahora serán cada vez más adoptados y difícilmente se prescindirá de la comunicación a distancia para la obtención de datos.

En este vasto espacio que alberga la investigación cualitativa, y en el ejercicio interpretativo que la caracteriza, el Congreso Iberoamericano de Investigación Cualitativa (CIAIQ2021) celebrado los días 13, 14, 15 y 16 de julio ocupa un lugar de relevancia en la difusión de los estudios en esta área. El Congreso reúne a los investigadores que se preocupan, no sólo por elegir entre un método u otro, pero también por utilizar enfoques que le hagan alcanzar sus objetivos, con creatividad, responsabilidad y cientificidad. Después de todo, la investigación cualitativa demuestra, a lo largo de los años, sus incuestionables aportaciones y abre nuevas perspectivas a quienes enseñan, aprenden, crean y recrean historias y ciencias.

En este sentido, el principal reto de esta publicación es quizás situarse en la comprensión de la metodología como una relación dinámica entre el mundo real y el sujeto como vínculo inseparable del mundo objetivo con la subjetividad, reforzando a ^{Minayo (2014}) que dice que esa subjetividad no se puede traducir en números. Así, elegimos reunir en este volumen, estudios de enfoque cualitativo con aproximaciones metodológicas en escenarios de la práctica de la salud, ya que permiten acercarse a la subjetividad del sujeto, pudiendo así revelar o al menos aproximarse a sus sentidos y significados, a la vez que se establecen vínculos con las bases teóricas.

En este contexto, este libro destaca varios campos de aplicación en la investigación cualitativa en salud cuyas vías metodológicas utilizadas (análisis temático, estudio de caso, teoría de las representaciones sociales, grupo focal, photovoice, técnica de asociación libre de palabras, entre otras) enfatizan y refuerzan la calidad y el rigor científico del proceso de publicación del CIAIQ2021.

Este volumen es formado de 101artículos, destacándose que11%de estos se centran en el reciente tema del Covid-19. Estos trabajos estudian el impacto que la pandemia tuvo en las relaciones personales y profesionales, así como la evolución de estos nuevos enfoques, con nuevas necesidades creadas en los tiempos intermedios de los confinamientos, como, por ejemplo, la telemedicina y las intervenciones educativas de los cuidadores.

Sin embargo, el Análisis Cualitativo sigue siendo, en general, una herramienta esencial en el ámbito de la investigación en Salud, y en este volumen encontramos interesantes trabajos sobre una variedad de temas de los que destacan los siguientes: Educación y Enseñanza en Salud; Prevención de las Enfermedades; Promoción de la Salud y estudio sobre Terapéutica, concretamente integrativas; Calidad de Vida, Rehabilitación, entre otras. Estos artículos también contemplan estudios en diversas instituciones sanitarias públicas y privadas, con diferentes destinatarios, desde niños, embarazadas, ancianos y personas que presentan los más variados cuadros de enfermedad, como las enfermedades crónicas y/o degenerativas.