SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.serIV número22Os preditores à mudança de profissão de EnfermagemPadronização de fármacos em carros de emergência nas unidades de terapia intensiva e emergência índice de autoresíndice de assuntosPesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

Artigo

Indicadores

Links relacionados

  • Não possue artigos similaresSimilares em SciELO

Compartilhar


Revista de Enfermagem Referência

versão impressa ISSN 0874-0283

Rev. Enf. Ref. vol.serIV no.22 Coimbra set. 2019

https://doi.org/10.12707/RIV19026 

ARTIGO DE INVESTIGAÇÃO (ORIGINAL)

RESEARCH PAPER (ORIGINAL)

 

Padrão do consumo de álcool entre trabalhadores de uma universidade pública brasileira

The patterns of consumption of alcohol among employees of a Brazilian public university

Patrón de consumo de alcohol entre los trabajadores de una universidad pública brasileña

 

Fernanda Matos Fernandes Castelo Branco*
https://orcid.org/0000-0002-9074-0963

Francisca Luana de Sousa Farias**
https://orcid.org/0000-0003-1597-0029

Carlos Manuel Sanchez Dutok***
https://orcid.org/0000-0001-6712-3185

Tancredo Castelo Branco Neto****
https://orcid.org/0000-0002-5675-7219

Divane de Vargas*****
https://orcid.org/0000-0003-3140-8394

Tereza Maria Mendes Diniz de Andrade Barroso******
https://orcid.org/0000-0002-9411-6113

 

* Ph.D., Docente, Universidade Federal do Amapá, 68980-000, Amapá, Brasil [fmfernandescb@gmail.com]. Contribuição no artigo: pesquisa bibliográfica; recolha de dados, tratamento e avaliação estatística; análise de dados, escrita do artigo. Morada para correspondência: BR 156, nº 3051, 68980-000, Oiapoque - Amapá, Brasil.

** Bacharelato, Enfermeira, Universidade Federal do Amapá, 68980-000, Amapá, Brasil [luanaoiapoque@hotmail.com]. Contribuição no artigo: : pesquisa bibliográfica; recolha de dados, análise de dados, escrita do artigo.

*** Ph.D., Docente, Universidade Federal do Amapá, 68980-000, Amapá, Brasil [cmdutok@gmail.com]. Contribuição no artigo: pesquisa bibliográfica; tratamento e avaliação estatística; análise de dados, escrita do artigo.

**** Pós-Graduação, Docente, Universidade Federal do Amapá, 68980-000, Amapá, Brasil [tcbranconeto@gmail.com]. Contribuição no artigo: pesquisa bibliográfica; tratamento e avaliação estatística; análise de dados, escrita do artigo.

***** Ph.D., Docente, Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, 05403-000, São Paulo, Brasil [vargas@usp.br]. Contribuição no artigo: : análise dos dados, discussão dos resultados e análise global do artigo.

****** Ph.D., Professora Adjunta, Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, 3046-851, Coimbra, Portugal [tbarroso@esenfc.pt]. Contribuição no artigo: análise dos dados, discussão dos resultados e análise global do artigo.

 

RESUMO

Enquadramento: O álcool é uma droga lícita, de fácil acesso, amplamente utilizada e considerada um problema de saúde pública mundial. Assim, há uma crescente preocupação com este consumo entre os trabalhadores das instituições de ensino.

Objetivo: Identificar o padrão do consumo de álcool nos trabalhadores de uma universidade pública.

Metodologia: Estudo transversal. Foram aplicados 53 questionários online, a técnicos administrativos e docentes de uma universidade pública no norte do Brasil, avaliados através do Alcohol Use Disorders Identification Test (AUDIT). Aplicou-se o teste qui-quadrado e exato de Fisher, com p-value = 0,05 para testar o nível de significância das variáveis e o score do AUDIT.

Resultados: De entre os participantes, 68% têm uma utilização de baixo risco ou não consomem, 24% apresentam consumo de risco, 2% consumo nocivo e 6% provável dependência. Apenas a variável possuir filhos apresentou associação estatística com uso problemático de álcool.

Conclusão: Os resultados sugeriram um consumo problemático de álcool numa parcela significativa da amostra estudada, sendo necessária a implementação de intervenções breves na população estudada.

Palavras-chave: saúde do trabalhador; universidades; consumo de álcool

 

ABSTRACT

Background: Alcohol is an easily accessible legal drug, widely used, and considered a public health problem worldwide. Therefore, there is a growing concern with this consumption among employees of educational institutions.

Objective: To identify the pattern of consumption of alcohol among employees of a public university.

Methodology: A cross-sectional study. Fifty-three online questionnaires were applied to administrative technicians and lecturers of a public university in northern Brazil, evaluated through the Alcohol Use Disorders Identification Test (AUDIT). The chi-squared test and Fisher’s exact test were used, with a p-value of = 0.05 to test the level of significance of the variables and the AUDIT score.

Results: Among the participants, 68% have a low-risk use or do not consume alcohol, 24% present a risky use, 2% harmful consumption, and 6% probable dependence. Only the children variable showed a statistical association with the problematic use of alcohol.

Conclusion: The results suggest a problematic consumption of alcohol in a significant portion of the sample studied, resulting in the need for the implementation of brief interventions in the population studied.

Keywords: occupational health; universities; alcohol drinking

 

RESUMEN

Marco contextual: El alcohol es un producto lícito, de fácil acceso, ampliamente utilizado y considerado un problema de salud pública mundial. Por ello, existe una creciente preocupación por el consumo de alcohol entre los trabajadores de las instituciones educativas.

Objetivo: Identificar el patrón de consumo de alcohol entre los trabajadores de una universidad pública.

Metodología: Estudio transversal. Se aplicaron 53 cuestionarios en línea a técnicos administrativos y profesores de una universidad pública del norte de Brasil, y se evaluaron a través de la prueba Alcohol Use Disorders Identification Test (AUDIT). Se aplicó la prueba de la ji al cuadrado y la prueba exacta de Fisher, con el valor p = 0,05 para probar el nivel de significación de las variables y la puntuación AUDIT.

Resultados: Entre los participantes, el 68% muestra un uso de bajo riesgo o no consume, el 24% un consumo de riesgo, el 2% un consumo nocivo y el 6% una posible dependencia. Solo la variable tener hijos tenía una asociación estadística con el consumo problemático de alcohol.

Conclusión: Los resultados sugirieron un consumo problemático de alcohol en una parte significativa de la muestra estudiada, lo que requirió la implementación de intervenciones breves en la población estudiada.

Palabras clave: salud laboral; universidades; consumo de alcohol

 

Introdução

Mundialmente, o álcool é considerado um problema de saúde pública, causando graves consequências a nível individual e coletivo. Segundo o relatório da World Health Organization (WHO), cerca de 2,3 biliões de pessoas são consumidoras de álcool atualmente, sendo o álcool consumido por mais de metade da população em apenas três regiões do mundo, Américas, Europa e Pacífico Ocidental.

Este mesmo relatório da WHO (2018) apontou os impactos negativos na saúde populacional, mostrando que a carga de doenças e lesões relacionadas com o álcool foi mais prevalente na região africana, enquanto as mortes e anos de vida perdidos por incapacidade foram mais altos na região europeia (10,1% e 10,8%, respetivamente), seguidos da região das Américas, com 5,5% (mortes) e 6,7% (incapacidades).

No Brasil, cerca de 40% da população consumiu álcool no último ano.

A estimativa recente sobre o consumo de álcool no Brasil foi realizada pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crónicas por Inquérito Telefónico (VIGITEL). Este levantamento demonstrou que o consumo ocasional de risco (ingestão de quatro ou mais doses para mulheres, ou cinco ou mais doses para homens, numa mesma ocasião), variou de 14,5% numa capital localizada no norte do Brasil a 24,9% em outra localidade da região nordeste do Brasil (Ministério da Saúde, 2017).

Conforme o II Levantamento Nacional de Álcool e Outras Drogas, o Brasil, nos últimos 10 anos (previamente à realização da colheita de dados do presente estudo), apresentou crescimento económico, sendo este o maior da história, evidenciando assim que uma maior renda per capita esteve relacionada com o aumento de consumo de álcool, tornando o país um mercado promissor para a indústria do álcool (Laranjeira, 2014).

Portanto, o consumo de bebidas alcoólicas atinge a camada populacional na sua totalidade, entre crianças, adolescentes, e até a população economicamente ativa, que, de modo geral, envolve universitários e trabalhadores (Lopes & Silva, 2018; Laranjeira, 2014; Hernandez Reyes, Hernandez Castro, & Aguila Gurierres, 2015).

Desta forma, a compreensão dos efeitos negativos resultantes do consumo de álcool é um ponto de vista a ser considerado, a fim de evitar danos associados ao uso desta substância, uma vez que existem poucos estudos no que toca ao uso de substâncias psicoativas entre docentes, apesar de estes profissionais apresentarem uma dinâmica de trabalho intensa e stressante (Franco & Monteiro, 2016).

Assim, torna-se necessária uma atenção voltada para a saúde dos trabalhadores das instituições de ensino, devido às peculiaridades laborais dos mesmos, tais como a rotina profissional e os comportamentos adotados, entre eles o uso de substâncias psicoativas, tais como o álcool, que é uma droga legalizada e de fácil acesso. Demonstra-se, assim, a pertinência de um conhecimento aprofundado sobre este fenómeno, para subsidiar o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para a prevenção e tratamento das consequências sofridas.

Assim, tendo em conta o contexto descrito, e dada a inexistência de investigação entre os trabalhadores de uma universidade de ensino superior na fronteira franco-brasileira, considerou-se importante este tipo de levantamento de dados, a fim de que a partir da elucidação dos resultados se possam traçar estratégias que visem melhorias na qualidade de vida destes profissionais, com medidas exequíveis a fim de evitar maiores danos e prejuízos a partir de um uso abusivo e, eventualmente, elaborar medidas preventivas e promotoras de saúde, tal como a instituição de intervenções breves (IB) nesse contexto de trabalho.

Deste modo, o objetivo deste estudo é identificar o padrão do consumo de álcool nos trabalhadores de uma universidade pública na região norte do Brasil.

 

Enquadramento

O entendimento acerca dos danos associados ao uso de álcool é um aspeto importante a ser considerado para a prevenção dos efeitos negativos do consumo desta substância. Assim, a elaboração de padrões de consumo é estabelecida, observando-se os aspetos médicos e psicossociais (Franco & Monteiro, 2016).

A WHO divide os padrões de consumo em quatro categorias: 1) Uso de baixo risco (um indivíduo que consome baixas doses e toma os cuidados necessários para evitar possíveis danos); 2) Uso de risco (é aquele em que o consumo de substâncias aumenta a probabilidade de problemas do indivíduo, sendo esta classificação denominada por binge drinking quando a pessoa faz uso de grandes quantidades de bebidas numa mesma ocasião); 3) Uso nocivo (é um padrão mal adaptado que acarreta algum tipo de prejuízo, seja ele biológico, social ou psicológico); 4) Dependência (é uma relação alterada entre o indivíduo e a maneira de consumir a substância, ou seja, é o consumo sem controlo, associado a problemas graves; Babor & Higgins-Biddle, 2001).

Desta forma, quanto maior o consumo de bebidas alcóolicas, maiores são as probabilidades de surgirem problemas relacionados com o álcool (Anderson, Braddick, Reynolds, & Gual, 2012).

No que concerne às consequências advindas do uso de álcool, o relatório da WHO mostrou que 28,7% das mortes corresponderam a lesões, 21,3% a doenças do aparelho digestivo, 19% a doenças cardiovasculares, 12,9% a doenças infecciosas e 12,6% a neoplasias. Em relação aos anos de vida perdidos em consequência do uso abusivo de álcool, 49% estão relacionados com condições de saúde mental e 40% relacionados com lesões (WHO, 2018).

Conforme esse mesmo relatório, cerca de 2,3 biliões de pessoas são consumidoras de álcool. O consumo total de álcool per capita na população mundial acima de 15 anos de idade subiu de 5,5 litros em 2005, para 6,4 litros em 2010, mantendo-se esse limiar no ano de 2016. Em território brasileiro, o consumo no ano de 2016 foi de 7,8 litros de álcool puro, verificando-se uma diminuição quando se comparam os dados com o ano de 2010, no qual o consumo foi de 8,8 litros. Ainda assim, apresentam um consumo maior que a média mundial (WHO, 2018).

Ainda nessa vertente, segundo o II Levantamento Domiciliar sobre uso de drogas psicotrópicas, verificou-se um aumento importante na proporção populacional relacionado com o consumo de doses, uma vez que os usuários costumam beber diariamente cinco doses ou mais. No ano de 2006, 71% dos entrevistados declararam usar até quatro doses de bebida alcoólica numa mesma ocasião, e 29% afirmaram beber cinco doses ou mais. Já no ano de 2012, a percentagem de pessoas que bebiam cinco doses ou mais cresceu para 39% (Laranjeira, 2014).

Deste modo, e pensando na parcela economicamente ativa da população, procurou encontrar-se estudos para elucidar o objeto desta investigação e verificou-se a existência de um estudo realizado por Franco e Monteiro (2016), no qual participaram 386 professores elegíveis da área de ciências da saúde do ensino superior público e privado da região Centro-Oeste do Brasil. Os resultados apontaram que 64% dos professores do ensino superior privado e 79,1% dos professores do ensino superior público faziam uso de bebidas alcoólicas.

Numa investigação realizada em 2012, o objetivo foi analisar a perceção de qualidade de vida e saúde e fatores de risco de professores de uma instituição de ensino superior pública do Sul do Brasil. O estudo contou com a participação de 293 professores da graduação e/ou pós-graduação. Relativamente aos fatores de risco, o álcool lidera mais uma vez, apresentando ocorrência de 67,2% para o consumo excessivo de álcool (Oliveira Filho, Netto-Oliveira, & Oliveira, 2012).

Um estudo transversal que objetivou verificar o perfil do consumo de bebidas alcóolicas entre professores de um município no nordeste brasileiro, concluiu que 21,8% consomem quatro ou mais doses num dia normal, 14,1% admitiram já ter causado algum prejuízo após ter bebido e 26,3% afirmaram que alguém já sugeriu que parassem de beber (Ferreira, Sales, Casotti, Bispo Júnior, & Braga Júnior, 2011).

Ainda neste sentido, outra investigação realizada que objetivou investigar o uso de álcool entre os trabalhadores técnicos de uma universidade brasileira mostrou que 38,4% relatou o uso de bebidas alcoólicas (Rigamonte, Carvalho, Muniz, & Souza, 2016).

Deste modo, é possível constatar que a problemática do uso de álcool entre trabalhadores de instituições de ensino é algo frequente e, nesse âmbito, pretendeu-se investigar esses dados entre os trabalhadores de uma universidade localizada no norte do Brasil, devido às situações de vulnerabilidade às quais estão submetidos, tal como: a desmotivação pela distância geográfica; condições de moradia muitas vezes insalubres; escassez de opções de lazer, falta de condições mínimas e de uma estrutura física para desempenhar um trabalho efetivo.

A localização geográfica da fronteira franco-brasileira tem muitas especificidades, por exemplo, o difícil acesso ao município do Oiapoque e a distância da capital Macapá, que fica aproximadamente a cerca de 600 km de distância, sendo, destes, 110 km sem asfalto, no qual se intensificam as problemáticas que assolam a região fronteiriça do extremo norte do país. Associando as especificidades da fronteira franco-brasileira e as condições de trabalho desses trabalhadores, é válida uma estruturação de programas com a implementação das IB.

As IB são um tipo de atendimento com tempo limitado, cujo foco é a mudança de comportamento do paciente. São estabelecidas algumas etapas: avaliação do problema (triagem); devolutiva (feedback); estabelecimento de metas; discussão de prós e contras do uso; aconselhamento e desenvolvimento de autoeficácia do paciente. Utiliza uma abordagem de redução de danos, procurando a redução de comportamento de risco e efeitos prejudiciais da droga (Babor, Higgins-Biddle, Saunders, & Monteiro, 2001).

A técnica das IB pode ser aplicada por profissionais de várias áreas, desde que tenham recebido uma breve formação. Desde simples recomendações para a redução do consumo, fornecidas por um profissional, até uma série de recursos oferecidos num programa estruturado de tratamento podem ser utilizados (Pereira et al., 2013).

Consideram-se importantes as IB, com a finalidade de reduzir este consumo problemático, pois de acordo com Barroso, Rosa, Jorge, e Gonçalves (2012), estas são pautadas na abordagem motivacional, tendo como objetivo identificar os níveis de risco de consumo de álcool e ajudar em mudanças comportamentais para redução ou cessação do consumo de bebidas alcóolicas.

 

Questões de investigação

Qual é o padrão do consumo de álcool nos trabalhadores de uma universidade pública, da região norte do Brasil? Quais são as variáveis associadas ao consumo problemático de álcool?

 

Metodologia

Tratou-se de um estudo transversal, descritivo e analítico, realizado num campus universitário localizado no município de Oiapoque, Estado do Amapá, na região norte do Brasil, em área fronteiriça com a Guiana Francesa.

O local é composto por 126 trabalhadores, tendo o presente estudo uma amostra não probabilística, por conveniência, com 53 trabalhadores públicos que aceitaram participar voluntariamente no estudo e trabalham na instituição no mínimo há 6 meses, sendo estes, portanto, os critérios de inclusão. Foram considerados como critérios de exclusão: os trabalhadores que no momento da recolha de dados, por motivo de afastamento temporário, adoecimento, licença de maternidade ou férias, estivessem ausentes das atividades quotidianas de trabalho.

Todos os participantes foram esclarecidos acerca da natureza, objetivos, metodologia, riscos e benefícios decorrentes da sua participação.

A recolha de dados ocorreu nos meses de setembro a novembro do ano de 2017. Assim, às pessoas que aceitaram voluntariamente participar, respondendo positivamente ao e-mail, foi enviado um termo de consentimento livre e esclarecimento assinado pela investigadora responsável, fundamentado na Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, para que fosse garantido o sigilo e anonimato dos participantes, juntamente com o link de acesso ao questionário no Google Docs e, após responder, os participantes recebiam a confirmação de participação.

O questionário continha duas fases: a primeira para a caracterização sociodemográfica e laboral dos participantes do estudo, com questões fechadas, elaboradas pelos autores; e a segunda fase para identificação do padrão do consumo de álcool, através da utilização do Alcohol Use Disorders Identification Test (AUDIT).

O AUDIT é um instrumento de rastreio, reconhecido mundialmente, desenvolvido pela Organização Mundial de Saúde, para avaliação de risco relativo ao consumo de álcool, em serviços de saúde de diferentes níveis e contextos. É um questionário composto por 10 questões, que abordam três domínios (padrão do consumo de álcool, sinais e sintomas de dependência e problemas decorrentes do uso de álcool) e cujas pontuações variam identificando quatro padrões de uso: consumo que não levará a problemas: 0 a 7 pontos (baixo risco - zona 1), consumo que poderá levar a problemas: 8 a 15 pontos (uso de risco - zona 2), consumo que provavelmente poderá levar a problemas: 16 a 19 pontos (uso nocivo - zona 3) e consumo que provavelmente já origina problemas: 20 pontos ou mais (possível dependência - zona 4). Os três últimos padrões de uso são tidos como uso problemático, apresentando este instrumento boa especificidade e sensibilidade para detectar os diferentes padrões nestes casos (Babor et al., 2001).

Seguiram-se todos os procedimentos éticos e legais. Por se tratar de uma investigação que envolveu seres humanos, submeteu-se o projeto na Plataforma Brasil e este foi encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Amapá, tendo sido aprovado com CAAE: 69869917.0.0000.0003.

A análise dos dados foi realizada no software Excel, de modo a permitir a verificação de erros na digitação e devidas correções. Os dados foram analisados no programa estatístico IBM SPSS Statistics, versão 20.0. Inicialmente foi feita a análise univariada dos dados sóciodemográficos e laborais, onde os dados foram apresentados sobre a forma de tabelas de frequência. Os testes de Qui-quadrado e Exato de Fischer foram utilizados para testar a significância das variáveis. Valores com p-value = 0,05 foram considerados estatisticamente significativos.

 

Resultados

A partir dos dados recolhidos observou-se, conforme apresentado na Tabela 1, que a maioria dos entrevistados são do sexo masculino (56,6%), maiores de 30 anos (73,6%), casados ou com união estável (49,1%), declaram-se pardos (49,1%), com grau de instrução de especialização (34%) e sem filhos (75,5%).

Na Tabela 2, apresentam-se os resultados em relação aos dados laborais, sendo que 69,8% dos entrevistados trabalham no regime de 40 horas com dedicação exclusiva. Nenhum trabalhador no regime de 20 horas de trabalho respondeu ao questionário. Dos 53 participantes, 12 eram técnicos e 41 docentes, sendo que em relação ao tempo de trabalho na instituição, a percentagem de respostas foi igual para os que trabalham entre 1 ano a 2 anos (34%) e para os que trabalham mais de 3 anos (34%).

De acordo com os dados recolhidos, dos que responderam positivamente ao consumo, constatou-se que: 68% dos entrevistados fazem uso de baixo risco ou são abstémios, 24% fazem um consumo de risco; 2% faz um consumo nocivo e 6% apresentam provável dependência, como se pode visualizar na Figura 1.

No que diz respeito às variáveis em estudo, apenas a variável possuir filhos apresentou p estatisticamente significativo (p = 0,03). Atendendo a que o resíduo da célula 2 é positivo, podemos afirmar que existe uma maior probabilidade de as pessoas que não têm filhos apresentarem um consumo problemático de álcool (Tabela 3).

 

Discussão

No que diz respeito às variáveis investigadas, constatou-se que os homens têm um uso mais prevalente de álcool, dados estes concordantes com um inquérito realizado pela WHO, que destacou o sexo masculino com maior nível e padrão de consumo e relação com mortalidade e morbidade. Os óbitos em causas relacionadas com o álcool são de 7,7% nos homens, enquanto nas mulheres é de 2,6%. A quantidade consumida foi 19,4 litros no sexo masculino e 7 litros no sexo feminino (WHO, 2018).

Num levantamento realizado no Brasil, os homens também se destacam, sendo os consumidores mais frequentes encontrados na capital federal e os que menos consomem localizados na capital de um estado situado no norte do Brasil. Este estudo contou com 3.000 participantes, constatando que o consumo de álcool em relação ao sexo, no ano de 2006, foi de 65% para homens e 41% para mulheres. Em 2012, foi de 62% para o sexo masculino e 38% para o feminino. Embora comprovada a redução entre os dois sexos no período de 2006 a 2012, o género masculino ainda lidera o consumo de bebidas alcoólicas (Laranjeira, 2014).

Ainda neste contexto, uma investigação que objetivou associar fatores de risco para doenças crónicas não transmissíveis com variáveis sociodemográficas de trabalhadores de uma instituição pública de ensino superior, contando com 225 trabalhadores, concluiu existir uma maior prevalência de fatores para o desenvolvimento de doenças crónicas não transmissíveis associados às variáveis sexo, faixa etária e escolaridade, no qual o sexo masculino apresenta maior consumo (Nascimento et al., 2015). Contrapondo os resultados desta investigação, que apontou a existência de um maior consumo de bebidas alcoólicas entre pessoas do sexo masculino, um estudo mostrou clara associação entre algumas questões socioculturais ao facto de mulheres mais jovens possuírem fácil acesso a bebidas gratuitas, algo que favorece o uso de risco por episódio (binge drinking) nessa população, aumentando os riscos para a saúde (Wagoner et al., 2012).

Uma investigação realizada com o objetivo de estimar o padrão do consumo de álcool entre trabalhadores de um serviço público, que contou com a participação de 322 indivíduos, mostrou uma acentuada prevalência do padrão de consumo de risco, nocivo e provável dependência associada aos trabalhadores do sexo masculino e ao baixo nível de escolaridade. Estes resultados vão ao encontro dos dados encontrados na presente investigação, quanto ao sexo e nível de instrução (Brites & Abreu, 2014).

No que concerne aos dados do consumo abusivo de álcool no Brasil, tendo por base o resultado da investigação nacional de saúde de 2013, realizado por Garcia e Freitas (2015), apontou uma maior prevalência de uso abusivo de bebidas alcóolicas entre o sexo masculino (21,6%) comparado com o sexo feminino (6.6%). Também foi observada uma maior prevalência entre adultos jovens (18 a 29 anos), com prevalência de 18,8%, enquanto que entre os de 30 a 39 anos a prevalência foi de 17,8%. Outro estudo que contrapõe os dados desta investigação é o relatório da WHO (2018), que mostrou que na faixa etária entre os 20 e os 39 anos, aproximadamente 13,5% do total de mortes das pessoas nesta idade são atribuíveis ao álcool.

Relativamente à faixa etária, o estudo de Brites e Abreu (2014) apresentou uma maior relação de consumo de bebidas, tanto de baixo risco como de abuso de álcool, nas pessoas com mais de 36 anos de idade, seguido da faixa etária entre os 18 a 35 anos. Já no estudo de Maciel et al. (2012), que investigou a prevalência do consumo de drogas lícitas e ilícitas entre professores do ensino médio de escolas públicas e privadas de Caruaru-PE, indicou a faixa etária entre os 31 a 40 anos de idade como maiores consumidores de bebidas alcoólicas.

Desta forma, fica visível a presença do álcool entre as diferentes faixas etárias, apontando a popularidade do álcool em diversas esferas sociais. O levantamento realizado por Nascimento et al. (2015), mostrou que a proporção de consumo de bebidas alcoólicas entre adolescentes tem vindo a crescer, variando desde os anos em que se experimentou a bebida aos anos em que se passou a beber regularmente, considerando a faixa etária de 14 a 17 anos, sendo que, no entanto, a maior prevalência de consumo de álcool regular é a partir dos 18 anos.

A relação entre consumo de álcool e estado civil é controversa, tendo em conta a variedade de resultados que algumas investigações apontam. O estudo de Jomar, Abreu, e Griep (2014) concluiu que entre os não casados, a proporção de consumo de risco, nocivo e provável dependência de álcool foram maiores que as dos casados, enquanto a investigação de Brites e Abreu (2014) apontou o consumo de bebidas com leve expressividade entre os casados. Desta forma, deve assim haver cautela na análise de dados quando estes se referem à situação conjugal.

Em relação à cor da pele, estes são dados também controversos. No estudo de Brites e Abreu (2014), a prevalência foi de 16,6% para a cor preta comparada com a cor branca, cuja prevalência foi de 12,4%. No estudo de Garcia e Freitas (2015), que objetivou descrever a prevalência do consumo abusivo de álcool na população brasileira segundo características sociodemográficas e de saúde, em 2013, mostrou o uso maior de álcool em pessoas com cor de pele preta (16,6%), em comparação com a cor de pele branca (12,4%). Entre pessoas de cor de pele parda, a prevalência foi de 14,4%, e entre indígenas, 12,6%.

Sendo difícil estabelecer um perfil geral para consumidores com esta variável, conclui-se que o álcool atinge diversas camadas sociais, assumindo papéis diferentes, e causando danos imediatos e a longo prazo, de acordo com investigações citadas ao longo do presente artigo. Constitui-se, desta forma, uma temática bastante preocupante, visto que, atualmente, é difícil falar de interações sociais sem consumo de bebidas alcoólicas.

A variável possuir filhos foi a única que apresentou associação estatística nesta investigação, ou seja, indicou que os trabalhadores que não possuem filhos demonstram maior probabilidade de apresentarem um consumo problemático de álcool. Assim, pode considerar-se que os trabalhadores que possuem filhos procuram restringir a ingestão de álcool com o intuito de não incentivar os seus filhos ao uso desta substância. O comportamento dos pais causa reflexo no dos seus filhos, evidenciando, assim, indícios de que os pais se preocupam que os seus filhos consumam bebidas alcoólicas e, desta forma, em muitos casos diminuem ou chegam mesmo a não consumir álcool, a fim de os incentivar a não ingerir bebidas alcoólicas.

Diante deste contexto, é válido salientar que o consumo de bebidas alcoólicas, muitas vezes utilizado como alívio do sofrimento psíquico, revela um cenário mascarado e preocupante do sistema educacional vigente no território brasileiro (Franco & Monteiro, 2016).

Assim, torna-se evidente a problemática do uso de bebidas alcóolicas na população geral e no que diz respeito aos trabalhadores investigados, é necessário um olhar diferenciado, pois a maioria destes trabalhadores vieram de outras regiões do país ou capital do Estado, deixando os seus familiares e amigos, aventurando-se numa outra realidade de vida, onde a falta de opções para divertimento e lazer torna muito mais difícil a adaptação dos mesmos.

Um outro ponto importante é o facto do campus ser muito recente e ainda se encontrar em construção, trazendo consigo a problemática das más condições de trabalho, associado à falta de lazer/diversão na cidade, podendo assim ser um fator de risco para o consumo de bebidas alcoólicas.

Para os professores, além de ministrarem as aulas, têm artigos para produzir, alunos para orientar, apresentações em congressos, mestrados, doutoramentos, relatórios, etc. Os trabalhadores técnicos administrativos também possuem uma rotina agitada, visto que as necessidades de um campus com mais de 800 alunos exigirem agilidade no desenvolvimento das suas funções.

Associando as especificidades da fronteira franco-brasileira e as condições de trabalho destes trabalhadores, realizou-se a presente investigação, a fim de utilizar os resultados do estudo para traçar estratégias que melhorem a qualidade de vida destes profissionais e adotar medidas que previnam o uso abusivo e problemático entre esta população.

Assim, os resultados sugeriram um consumo problemático de álcool numa parcela significativa da amostra estudada, sendo necessária a implementação de IB, dentro do contexto de trabalho.

Apesar de demonstrar resultados do padrão do consumo de álcool entre os trabalhadores de uma universidade situada num contexto tão específico, denota-se que, dentro das limitações deste estudo, existiram profissionais que não responderam ao inquérito, pressupondo-se que podem ter tido receio da partilha de informações pessoais, até pela metodologia aplicada, mesmo sendo assegurado o sigilo e anonimato. Diante do exposto, pode ter existido um viés na apresentação dos resultados, relativo à não totalidade ou maioria dos respondentes que compõem a instituição de ensino em estudo. Entretanto, os dados apresentados não eliminam os danos causados pela ingestão de bebidas alcoólicas, e os resultados desta investigação indicaram que um determinado grupo já apresentou problemas relacionados com o consumo de álcool.

Assim, a elucidação dos resultados desta investigação, mesmo não podendo ser generalizados a outras populações e contextos, podem contribuir para que os gestores educacionais reflitam acerca das condições laborais e hábitos de vida dos trabalhadores da instituição, pautados numa perspetiva que vise melhorias na qualidade de vida, e desenvolvam ferramentas para a transformação da realidade vivenciada.

Por fim, esta investigação, possibilita romper barreiras e abrir caminhos para discussões acerca da insalubridade mental aos quais os trabalhadores estão expostos, redução da qualidade de vida em consequência das atividades laborais, podendo assim reformular a atenção à saúde do trabalhador na fronteira franco-brasileira.

 

Conclusão

Os trabalhadores universitários apresentaram um padrão do consumo de álcool, sendo o de maior significância o de baixo risco, seguido de consumo de risco, provável dependência e risco nocivo. Devido às limitações da investigação, que influenciaram o tamanho da amostra, importa salientar a relevância de estudos subsequentes, com o intuito de comparar os resultados e tornar os dados mais fidedignos, quanto ao contexto do campus universitário estudado.

É válido reforçar que a amostra foi limitada, podendo assim ter possíveis interferências nos resultados. Porém, com os dados obtidos podemos mostrar à universidade os riscos que os seus trabalhadores correm devido às condições de serviço inadequadas, pelo que a universidade poderá, assim, traçar metas para dar melhores condições de trabalho a estas classes profissionais, evitando-se a perda da qualidade de serviço.

Devido à falta de investigações anteriores entre a população-alvo, o presente estudo contribuiu para estabelecer o padrão de consumo de álcool entre os mesmos, sendo esta a maior potencialidade deste estudo.

Sabendo dos danos que o álcool causa no âmbito geral da vida dos indivíduos, e devido um determinado grupo ter apresentado problemas relacionados com o consumo de bebidas alcoólicas, deve-se, portanto, ter uma abordagem com ações educativas, visando maiores orientações e esclarecimentos acerca dos prejuízos ocasionados pelo uso de álcool, considerando ainda que mesmo os que não fazem uso de risco, para todos os efeitos, ingerem bebidas alcoólicas.

Portanto, o presente estudo é válido na área da enfermagem e apresenta-se como uma medida de saúde pública, a fim de nortear medidas imperativas para prevenir consequências e traçar ações que retardem ou impossibilitem o adoecimento mental e/ou consumo problemático de álcool entre a população investigada.

Por fim, os resultados revelaram a necessidade de se adotarem estratégias educacionais no uso de álcool, do aprofundamento do conhecimento de fatores associados à incorporação dos hábitos da ingestão de álcool, assim como de fomentar discussões que possam reduzir o consumo problemático de bebidas alcóolicas.

 

Referências bibliográficas

Anderson, P., Braddick, F., Reynolds, J., & Gual, A. (2012). Alcohol policy in Europe: Evidence from AMPHORA. Recuperado de http://www.drugs.ie/resourcesfiles/ResearchDocs/Europe/Research/2012/Alco_Policy_Euro_Evidence_From_Amphora_2012.pdf        [ Links ]

Babor, T. F., & Higgins-Biddle, J. C. (2001). Brief intervention for hazardous and harmful drinking: A manual for use in primary care. Recuperado de https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/67210/WHO_MSD_MSB_01.6b.pdf?sequence=1&isAllowed=y        [ Links ]

Babor, T. F., Higgins-Biddle, J. C., Saunders, J. B., & Monteiro, M. G. (2001). AUDIT, the alcohol use disorders identification test: Guidelines for use in primary health care. Recuperado de http://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/67205/WHO_MSD_MSB_01.6a.pdf?sequence=1        [ Links ]

Barroso, T. M., Rosa, N. R., Jorge, F. M., & Gonçalves, C. S. (2012). Drinking among adolescents and young adults: Outcome of brief intervention. Alcoholism (Clinical and Experimental Research), 36(2), 131 A. doi: 10.1111/j.1530-0277.2012.01917.x        [ Links ]

Brites, R. M., & Abreu, A. M. (2014). Padrão de consumo de bebidas alcoólicas entre os trabalhadores e perfil socioeconômico. Acta Paulista de Enfermagem, 27(2), 93-99. doi:10.1590/1982-0194201400018        [ Links ]

Ferreira, L. N., Sales, Z. N., Casotti, C. A., Bispo Júnior, J. P., & Braga Júnior, A. C. (2011). Perfil do consumo de bebidas alcoólicas e fatores associados em um município do nordeste do Brasil. Cadernos de Saúde Pública, 27(8), 1473-1496. doi:10.1590/S0102-311X2011000800003        [ Links ]

Franco, L. C., & Monteiro, P. S. (2016). Padrão de consumo de álcool e tabaco entre professores universitários. Revista Baiana de Enfermagem, 30(2), 1-11. doi:10.18471/rbe.v30i2.15860        [ Links ]

Garcia, L. P., & Freitas, L. R. (2015). Consumo abusivo de álcool no Brasil: Resultados da pesquisa nacional de saúde 2013. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 24(2), 227-237. doi:10.5123/S1679-49742015000200005        [ Links ]

Hernandez Reyes, V. E., Hernandez Castro, V. H., & Aguila Gurierres, Y. (2015). La promoción de salude en el ámbito escolar mediante la prevención de adicciones. Revista Médica Electrónica, 37(3), 246-262. Recuperado de http://scielo.sld.cu/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1684-18242015000300007&lng=es&nrm=iso        [ Links ]

Jomar, R. T., Abreu, A. M., & Griep, R. H. (2014). Patterns of alcohol consumption and associated factors among adult users of primary health care services of Rio de Janeiro, Brazil. Ciência & Saúde Coletiva, 19(1), 27-38. doi:10.1590/1413-81232014191.2009        [ Links ]

Laranjeira, R. (2014). Segundo levantamento nacional de álcool e drogas: Relatório 2012. Recuperado de https://inpad.org.br/wp-content/uploads/2014/03/Lenad-II-Relat%C3%B3rio.pdf        [ Links ]

Lopes, S. V., & Silva, M. C. (2018). Occupational stress and associated factors in public university employees of southern Brazil. Ciência & Saúde Coletiva, 23(11), 3869-3880. doi:10.1590/1413-812320182311.28682015        [ Links ]

Maciel, S. S., Maciel, W. V., Silva, J. M., Sobral L. V., Sobral, H. V., … Steinhauser, H. C. (2012). Prevalência do uso de drogas entre professores do ensino médio. Revista da Associação Médica do Rio Grande do Sul AMRIGS, 56(4), 295-299. Recuperado de https://www.amrigs.org.br/revista/56-4/1017

Ministério da Saúde. (2017). Vigitel Brasil 2016: Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crónicas por inquérito telefónico: Estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crónicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal em 2016. Brasília, Brasil: Autor. Recuperado de http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/marco/02/vigitel-brasil-2016.pdf        [ Links ]

Nascimento, L. S., Dias, R. M., Dutra, C. D., Silva, L. M., Pedrosa, L. N., … Araújo, J. S. (2015). Fatores de risco para doenças crónicas não transmissíveis e variáveis sociodemográficas de servidores públicos. Revista Brasileira em Promoção da Saúde, 28(2), 230-239. doi:10.5020/18061230.2015.p230

Oliveira Filho, A., Netto-Oliveira, E. R., & Oliveira, A. A. (2012). Qualidade de vida e fatores de risco de professores universitários. Revista da Educação Física UEM, 23(1), 57-67. doi:10.4025/reveducfis.v23i1.10468        [ Links ]

Pereira, M. O., Angiono, B. M., Ferreira, N. C., Oliveira, M. A., Vargas, D., & Colvero, L. A. (2013). Efetividade da intervenção breve para o uso abusivo de álcool na atenção primária: Revisão sistemática. Revista Brasileira de Enfermagem, 66(3), 420-428. doi:10.1590/S0034-71672013000300018        [ Links ]

Rigamonte, P. P., Carvalho, P. F., Muniz, P. T., & Souza, O. F. (2016). Comportamento de risco dos servidores universitários. Journal of Amazon Health Sciences, 2(2),1-15. Recuperado de http://revistas.ufac.br/revista/index.php/ahs/article/view/475/pdf        [ Links ]

Wagoner, K. G., Blocker, J., McCoy, T. P., Sutfin, E. L., Champion, H., & Wolfson, M. (2012). Free alcohol use and consequences: Gender differences among undergraduates. American Academy of Health Behavior, 36(4), 446-458. doi:10.5993/AJHB.36.4.2        [ Links ]

World Health Organization. (2018). Global status report on alcohol and health 2018. Recuperado de https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/274603/9789241565639-eng.pdf?ua=1        [ Links ]

 

Recebido para publicação em: 06.05.19

Aceite para publicação em: 24.07.19

Creative Commons License Todo o conteúdo deste periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons