Introdução
O projeto TV Extensão surgiu em 2020 a partir da demanda de compartilhar e divulgar as ações de extensão realizadas pela Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que irromperam com maior urgência a partir de 2019 após discussões sobre o papel da Universidade na sociedade. Com isso em mente, foi-se então criada uma parceria entre a Direção de Extensão e Culturas da Letras (UFRJ) e o Grupo de Educação Multimídia (GEM) com os objetivos de compartilhar e divulgar as extensões da Faculdade de Letras. Para que seja possível realizar esses objetivos, o projeto tem como maior foco os projetos realizados pelo GEM e o desenvolvimento de conteúdos próprios para serem postados, com a realização de oficinas abertas à comunidade interna e externa à Universidade e de entrevistas relacionadas aos temas trabalhados e discutidos ao longo do processo das oficinas.
Para que esses materiais possam ser consumidos e vistos não só pelo público acadêmico, mas também pelo público externo, foram utilizadas três redes sociais, sendo elas o Instagram, o Facebook e o YouTube, de forma que esses projetos possam ser consumidos, divulgados e compartilhados de forma acessível e de fácil acesso por toda a comunidade.
As oficinas produzidas pelo projeto seguem princípios ativos presentes no GEM e pressupostos teóricos relacionados à educação, como a politecnia (Saviani, 2007), a tradução intersemiótica (Plaza, 2003) e a interdisciplinaridade como metodologias participativas. Para esse artigo, entende-se politecnia como uma união entre educação e trabalho em que são trabalhadas múltiplas técnicas a partir do princípio educativo do trabalho - apropriação técnica de meios digitais -, de forma que os alunos possam criar sua própria autonomia ao longo do processo. A tradução intersemiótica diz respeito à forma como os diferentes signos e materiais são apresentados e trabalhados ao longo da oficina, como, por exemplo, o uso de materiais audiovisuais e literários que são interligados no processo. A interdisciplinaridade é, de alguma forma, conectada com a tradução intersemiótica, visto que é por ela que é possível haver essa tradução, ao mesclar as diferentes disciplinas: audiovisual, literatura, música. As metodologias participativas enquadram todos os pressupostos teóricos listados acima, pois é por meio deles que as metodologias são realizadas.
Por último, foram realizadas, até o momento, quatro oficinas, sendo uma de formação e três abertas ao público externo à Universidade, todas realizadas remotamente. Na primeira oficina realizada, utilizou-se como material o poema “Fotografia de Mallarmé”, de Ferreira Gullar (1999) e uma fotografia do autor Stéphane Mallarmé, registrada por Paul Nadal (1892). O objetivo dessa oficina foi o de trabalhar com os extensionistas do projeto os conceitos teóricos pontuados no parágrafo acima para que eles pudessem reproduzir, de forma autônoma e criativa, uma oficina que siga os mesmos parâmetros. A segunda oficina, seguida pelas demais, teve como objetos de estudo o poema de Castro Alves, “Navio Negreiro” (1870), e materiais interdisciplinares diversos, que foram da literatura até a música contemporânea, além de textos teóricos que englobam os conceitos de cinema e literatura. Ao fim de cada oficina, os participantes produziram um filme de um minuto - filminuto - que tinha como estrutura uma narração feita pelos participantes de trechos do poema e imagens que pudessem ser conectadas com a narrativa. Todas as oficinas foram realizadas entre os anos de 2020 e 2021.
O Projeto e seus objetivos
O projeto TV Extensão foi criado em 2020 e surgiu a partir da discussão acerca do significado de extensão e da falta de divulgação dos projetos extensionistas dentro e fora da Universidade pública. A partir disso, foi criada uma demanda para divulgar e compartilhar a extensão universitária de forma integrada para que fosse possível evidenciar e expandir as ações de extensão e cultura realizadas na Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Para que essa demanda seja cumprida, a TV Extensão definiu como objetivos divulgar as ações de extensão e cultura que ocorrem na Faculdade, criar uma programação própria e contínua que traga os projetos de extensão realizados tais como: entrevistas feitas ao longo do processo, programas relacionados aos temas publicados e dicas culturais, além de também desenvolver seu próprio conteúdo e criar oficinas de formação abertas ao público interno e externo à Universidade. Como ferramentas para a publicação desses materiais, foram escolhidas três redes sociais, sendo elas o Facebook, Instagram e YouTube. Dessa forma, é possível que esses materiais sejam compartilhados abertamente a todos os públicos.
O Grupo de Educação Multimídia (GEM)
O Grupo de Educação Multimídia (GEM) é um laboratório que visa trabalhar com a educação para e pelo trabalho, ou seja, que segue uma orientação da educação pelo trabalho. O GEM “se preocupa com a formação de professores além do desenvolvimento de metodologias participativas de ensino de linguagens” (Maia, 2020, p.15). Com isso em mente, o laboratório constrói junto com seus participantes oficinas criativas de formação de alunos e professores, tendo como pressupostos metodologias participativas que emancipem a todos que participam de seus projetos, para assim formar sujeitos autônomos e críticos.
Há, na estrutura do GEM, diversos projetos que atuam não só dentro da UFRJ, como também em escolas municipais e estaduais. O objetivo dessa atuação é o de ampliar essa autonomia do aluno e do professor por meio de oficinas. O projeto TV Extensão faz parte do projeto Travessias: Palavra e Imagem que tem como objetivo criar oficinas que “visam articular os interesses dos envolvidos através de metodologias de organização de trabalhos produtivos envolvendo linguagens” (Maia, 2020, p.3). O projeto surgiu a partir de uma demanda das escolas sobre o que fazer com os alunos que não consomem mais literatura e passam a maior parte de seu tempo nos celulares. Com isso, o Travessias conta com a tradução intersemiótica para traduzir textos literários para mídias audiovisuais, tornando então o processo de oficinas mais relevante e interessante para os alunos, sem deixar de também trabalhar com seus princípios educativos de politecnia e educação pelo trabalho que possam transformar a experiência em algo crítico e autônomo.
É importante pontuar que as oficinas criadas pelo Travessias têm como foco o processo de trabalho feito pelos alunos e professores, pois é por meio dele que se pode chegar a um bom resultado de autonomia e criticidade, visto que as produções finais realizadas pelos alunos são resultado de toda a construção feita em sala de aula na relação aluno e professor, com discussões sobre a literatura, o cinema e a cultura em geral. É a partir dessas discussões que se pode restituir, de uma forma crítica, a literatura em circulação, trazendo-a de volta para os indivíduos que a haviam, de certa forma, dispensado, e é a partir disso que as oficinas podem investir na criatividade dos alunos e na sua perspectiva crítica (Maia, 2020, p.7).
Os princípios ativos utilizados
A Extensão Universitária é de extrema importância para a comunidade externa e interna, por promover um vínculo entre ambos e possibilitar uma formação crítica aos sujeitos que fazem parte dos projetos extensionistas. Ela proporciona uma ponte entre a comunidade e a Universidade e uma troca de conhecimento entre todas as partes.
O projeto TV Extensão é uma parte integrante do projeto Travessias: Palavra e Imagem, realizado pelo Grupo de Educação Multimídia (GEM). Por fazer parte deste projeto, as oficinas realizadas pela TV Extensão seguem pressupostos e princípios teóricos importantes para o GEM, que englobam metodologias participativas que têm como objetivo formar sujeitos críticos e autônomos a partir do processo realizado dentro da oficina. Esses pontos são utilizados na preparação e na construção das oficinas a serem realizadas pelo projeto, de forma que eles possam ser trabalhados direta ou indiretamente com os participantes. Para que a oficina seja criada a partir de metodologias participativas, os princípios utilizados são os da politecnia, da tradução intersemiótica, da interdisciplinaridade, das restrições, do argumento e do cinema de arquivo.
O conceito de politecnia advém da ideia de educação para e pelo trabalho, ou seja, a ideia de que a relação entre educação e trabalho faz parte do processo de formação do indivíduo, como o princípio educativo do trabalho. A politecnia pode ser definida como uma “especialização como domínio dos fundamentos científicos das diferentes técnicas utilizadas na produção moderna.” (Saviani, 2007, p.161), ou seja, é por ela que se trabalham as múltiplas técnicas e processos, é a união da educação e do trabalho. Nas oficinas da TV Extensão, esse conceito é utilizado ao longo do processo dos participantes, de forma que, por meio do trabalho realizado entre todos, eles possam aprender e se formar através de múltiplos processos de aprendizado que vão desde o processo de leitura, ao processo de discussão, produção e criação.
O conceito de tradução intersemiótica diz respeito à “interpretação dos signos verbais por meio de sistemas de signos não-verbais” (Jakobson, 2003, p. 65), ou seja, a tradução de diferentes signos como, por exemplo, de textos literários para o cinema ou a música.
Na tradução intersemiótica como transcriação de formas o que se visa é penetrar pelas entranhas dos diferentes signos, buscando iluminar suas relações estruturais, pois são essas relações que mais interessam quando se trata de focalizar os procedimentos que regem a tradução. (Plaza, 1987, p.71)
Na TV Extensão, essa tradução é trabalhada com a utilização de diferentes signos, sendo eles a literatura, o audiovisual, as artes visuais e a música. Conectado a isso, há o conceito de interdisciplinaridade também usado nas oficinas, tendo em vista que, para haver tradução intersemiótica, é também importante haver a interdisciplinaridade que, neste caso, é a utilização dos textos literários e teóricos, dos filmes, das músicas e das artes trabalhadas ao longo das oficinas.
O conceito de restrições surgiu a partir dos Ateliers da Oulipo, um grupo de escritores e matemáticos que fundou uma escola literária nos anos 1960 em Paris, na França. Em suas oficinas criativas, os participantes eram estimulados à reescrita e à releitura de textos por meio das contraintes, ou restrições, “destinadas antes a abrir o código para a exploração de potenciais criativos do que a limitar a criatividade.” (Maia, 2020, p. 7). Na TV Extensão, esse conceito é usado para o desenvolvimento da formação de leitores, estimulando os participantes a liberarem suas criatividades a partir da releitura e da ressignificação dos textos trabalhados ao longo das oficinas.
O argumento cinematográfico é também um conceito importante para as oficinas realizadas por ser considerado o ponto inicial da produção de um filme. É através do argumento que os participantes poderão construir seus filmes e escolher como realizá-los em cada etapa, sem que haja alguma confusão ao longo do processo de criação. Umberto Barbaro (1965) define o argumento como uma primeira definição, um primeiro olhar artístico para o que será realizado.
Por último, o cinema de arquivo é um conceito apresentado por Harun Farocki (2017) que desmistifica o uso de imagens novas e originais como “instrumentalização do pensamento” de forma que, ao invés de utilizar e produzir novas imagens, o sujeito possa reapropriar-se de acervos já existentes e ressignificá-los, criando algo a partir de imagens antigas. É por meio desse conceito de cinema de arquivo que os participantes das oficinas constroem seus filmes, com imagens e sons já existentes, ressignificados através do processo criativo de edição criado por eles.
As redes sociais criadas
Para cumprir a demanda de divulgação e compartilhamento das extensões realizadas na UFRJ, foi-se pensado em criar redes sociais para divulgar o que tem sido feito de caráter extensionista. Com a disseminação da internet e o uso extenso das redes sociais, a melhor forma de aumentar a visualização da extensão seria por meio delas, tendo em vista que muitos jovens e adultos consomem os conteúdos presentes nessas redes. Por isso, foram criadas contas nas plataformas do Facebook, do Instagram e do YouTube.
A página do Facebook foi criada no intuito de alcançar o público universitário através de páginas e grupos que façam parte da UFRJ, de forma que eles também possam ver o que está sendo produzido dentro de sua Universidade - apesar da extensão ser trabalhada nos cursos, muitos alunos ainda não sabem o significado dessa palavra e não conhecem os projetos que estejam fora de seus cursos. Além disso, o Facebook é também uma boa ferramenta para alcançar outros grupos com interesses em comum e pessoas que podem estar interessadas em conhecer mais sobre o projeto.
O Instagram foi criado com o intuito de alcançar o público mais jovem que costuma frequentar e consumir mais esta ferramenta. Nele, é possível organizar de melhor forma o feed da página e torná-la mais atrativa, com as postagens na opção de IGTV. É por ele que se espera alcançar esse público, visto que muitos não utilizam o Facebook da mesma forma.
O YouTube tem um objetivo diferente dos demais. Nele, planeja-se que os vídeos sejam postados de forma que possa ser criado um tipo de acervo com todos os vídeos já publicados nas outras redes sociais. Dessa forma, todos os vídeos podem ser acessados de forma mais fácil e rápida, por não ser necessário procurá-los entre as postagens.
O objetivo central da criação das redes sociais é o de disseminar, de forma mais acessível, a extensão produzida dentro da Faculdade de Letras e, futuramente, dentro da UFRJ. Desse modo, todos poderão ter acesso ao que está sendo produzido em caráter extensionista e poderão também conhecer o trabalho que vem sendo feito dentro da Universidade.
A criação de oficinas
Como dito anteriormente, o projeto TV Extensão tem como principal objetivo a divulgação e o compartilhamento da extensão universitária. Entretanto, viu-se também a necessidade de se criar um conteúdo próprio, produzido pelo projeto em si. Além disso, chegou-se à conclusão de que, por fazer parte do GEM e ter como ponto inicial a criação de oficinas criativas, seria também importante criar oficinas que formassem sujeitos críticos e autônomos.
Com isso, foi decidido que o projeto seria responsável por divulgar a extensão de outros projetos e por produzir suas oficinas e materiais resultantes delas, para que, assim, seja possível trabalhar com a extensão de diferentes formas, com a divulgação dos canais, a criação de oficinas e a produção de filmes e entrevistas.
A partir dessa ideia, a primeira oficina criada pelo projeto teve como objetivo central formar os alunos extensionistas da TV Extensão para que eles criassem sua autonomia e fossem capazes de replicá-la para outros alunos, de forma que eles pudessem ser os alunos e os professores, aprendendo primeiro para depois ensinar. A criação dessas oficinas resultou na produção de filmes e entrevistas que puderam ser utilizados e divulgados dentro das redes sociais do projeto.
Cada oficina seguiu o mesmo ponto inicial: a tradução intersemiótica entre o texto literário escolhido e o material audiovisual a ser utilizado. Para que esse processo fosse autônomo e crítico, foram escolhidos materiais que trouxessem à discussão o tema central literário e a maneira de conectá-lo com a realidade atual. Ademais, foram também utilizados textos teóricos que evidenciam a produção audiovisual de forma que os alunos pudessem aprender do zero como produzir seu próprio filme.
Após pensar na questão da criação de sujeitos críticos, viu-se a necessidade de se criar restrições, ou contraintes, para que os participantes pudessem partir do mesmo ponto inicial e produzir seu material seguindo as restrições necessárias. As restrições definidas foram a de produzir um filme de um minuto, seguindo a ideia dos filminutos de Agnes Varda; a escolha de partes do texto literário para a construção do filme; a narração desse texto ser feita unicamente pelo participante; e a reapropriação de imagens e vídeos já existentes, evidenciando a ideia de cinema de arquivo.
Com esses pontos iniciais, foi possível criar, até o momento, quatro oficinas que seguem essa mesma ideia, porém com temáticas e discussões diferentes. Todas as oficinas trouxeram como resultado a produção de um material extenso para ser divulgado, que possibilitou a criação de filmes que trazem a essência de cada participante das oficinas.
As Oficinas
As oficinas foram primeiramente pensadas para serem realizadas no contexto presencial. Entretanto, com o início da pandemia pelo vírus COVID-19, a necessidade de recorrer a um novo planejamento surgiu e as oficinas foram reorganizadas para que pudessem ser realizadas no contexto remoto.
O ponto inicial para as oficinas foi o de criar filmes de um minuto, ou filminutos, que pudessem refletir as discussões realizadas ao longo do processo. Para que as metodologias participativas pudessem ser inseridas nas discussões, foi-se pensado em utilizar textos que possibilitam um diálogo interdisciplinar e intersemiótico entre eles. Com isso, a escolha de um texto literário foi feita para que ele pudesse ser traduzido para um texto audiovisual. Dessa forma, os participantes precisam pensar e trabalhar em formas de traduzir a literatura para o audiovisual. Além disso, a necessidade de trazer outras linguagens como a música, a pintura e o próprio audiovisual, de formas diferentes, surgiu e, com ela, novas adaptações foram feitas, de acordo com os textos escolhidos.
As duas primeiras oficinas foram pensadas para o público interno da Universidade, primeiro com os bolsistas do GEM e, depois, para os extensionistas da Universidade interessados pelo projeto. Entretanto, após a realização das primeiras oficinas, foi-se pensado na necessidade de expansão e abertura das oficinas e, com isso, as oficinas foram criadas e ofertadas de forma gratuita para toda a comunidade interna e externa à Universidade, a partir de um formulário de inscrição disponibilizado por meio do cartaz de apresentação de cada oficina. Para que os participantes pudessem aprender a produzir seus materiais audiovisuais, textos teóricos também foram trabalhados nas oficinas, com atividades práticas que clarificassem o trabalho descrito nos textos, além de vídeos e imagens que também mostrassem, na prática, como o processo cinematográfico é feito.
Definidos esses pontos, as ferramentas a serem usadas foram também definidas. Como as oficinas são dadas no contexto remoto, ao invés de encontros síncronos e presenciais, foi necessário utilizar aplicações que possibilitam o encontro virtual entre todos os participantes. Por isso, as ferramentas Zoom e Google Meet foram escolhidas para esse propósito. Além disso, para que os alunos não ficassem confusos ao longo do processo, foram também criados vídeos que explicassem, de forma sucinta e prática, como eles poderiam realizar as etapas das atividades.
Para a criação dos filminutos, foi definido o uso da ferramenta InShot, um aplicativo gratuito disponível para Smartphones. Apesar de haver ferramentas de edição melhores, o InShot foi escolhido por ser acessível e gratuito, visto que, remotamente, muitos participantes poderiam não ter um desktop para a utilização de aplicativos de edição. Entretanto, para que todos pudessem trabalhar com o que fosse mais confortável, o uso de outras ferramentas foi liberado.
Com os textos e as ferramentas definidas, o último passo para a organização das oficinas foi em relação às restrições que seriam utilizadas para que todos os participantes pudessem criar um material que partisse do mesmo ponto inicial, de forma que pudesse haver um padrão na criação dos filmes.
A primeira restrição é a do tempo. Por ser um filminuto, os participantes precisavam criar filmes que não ultrapassassem a minutagem, ao menos não de forma bruta. Com isso, todas as produções precisavam seguir um tempo estimado, sem grandes diferenças. A segunda restrição é a da narrativa. Para que os participantes trabalhassem com a tradução intersemiótica, foi necessário colocar a restrição de utilizar o texto literário escolhido, com a possibilidade de adaptação de trechos, e com a narração dos participantes. Ao fazer isso, os alunos fariam a tradução do texto literário para o filme cinematográfico. A terceira restrição diz respeito à utilização das imagens e vídeos no filme. Os participantes só puderam utilizar imagens e vídeos já existentes, de forma que eles pudessem trabalhar com o cinema de arquivo e ressignificar o que já foi utilizado de outra forma.
Após a definição de todos os pontos de criação, as oficinas puderam ser criadas. Ao todo, foram realizadas, até o momento, quatro oficinas que trouxeram discussões e resultados diferentes umas das outras e resultaram em produções autênticas e criativas de cada participante. É importante pontuar que, tendo em vista o ambiente remoto, as atividades foram divididas entre atividades síncronas, com encontros virtuais, e atividades assíncronas, que se resumiam à leitura dos textos e à produção dos filmes. Para que fosse possível realizar todos os objetivos das Oficinas, os encontros síncronos foram pensados para ocorrer entre sete e dez encontros semanais com duração de duas e três horas.
Fotografia de Mallarmé - Leitura e Transcriação
Fotografia de Mallarmé - Leitura e Transcriação foi a primeira oficina realizada pelo projeto TV Extensão. A oficina foi desenvolvida para os alunos extensionistas do projeto que se inscreveram de forma voluntária para fazer parte da TV Extensão. A seleção de alunos foi feita previamente pelo orientador doutor responsável pelo projeto, Paulo Maia . A ideia central da oficina foi a de formar os alunos, por meio do processo, a criar uma oficina, posto que, de acordo com os princípios do GEM, aquele que ensina deve, antes de tudo, aprender. Inicialmente, a oficina se iniciou no formato presencial, em março de 2020. Entretanto, com a pandemia, foi adotado o método remoto para que houvesse a continuação do projeto. Para que todos pudessem produzir seus filmes sem que houvesse uma grande diferença entre eles, foram feitas restrições em relação ao tempo do filme - todos deveriam ter um minuto, como os filminutos de Agnes Varda -, a fotografia do autor teria que ser usada, e o poema pré-selecionado pelo orientador deveria ser lido com a narração do participante. Os participantes tiveram que criar um filme de um minuto com uma narração feita por eles mesmos do poema e com a fotografia, de forma que eles pudessem ressignificar esse material utilizado de forma autêntica.
O poema escolhido para ser trabalhado foi o “Fotografia de Mallarmé”, escrito por Ferreira Gullar (1999), além da fotografia de Stéphane Mallarmé, do fotógrafo Paul Nadal (1892). O objetivo foi o de relacionar e traduzir as duas linguagens de forma que ambas pudessem ser trabalhadas em conjunto. Após a escolha do poema e da imagem, o conceito de argumento foi trabalhado a partir do capítulo “O Argumento”, presente no texto “Elementos de Estética Cinematográfica”, de Umberto Bárbaro (1965), com o intuito de ensinar aos participantes a criarem o seu roteiro. Após iniciar a atividade sobre o argumento do filme a ser produzido, os participantes tiveram que trabalhar com o conceito de tradução intersemiótica com a leitura do texto “Aspectos Linguísticos da Tradução”, de Roman Jakobson (2010), para o melhor entendimento da tradução que seria feita entre o texto literário, a fotografia e o material audiovisual que seria produzido. Foram também trabalhados os conceitos de cinema de arquivo, com a leitura do capítulo “A Saída dos Operários da Fábrica”, em “O Trabalho com as Imagens”, de Harun Farocki (2017); e o conceito de restrição, retirado do capítulo “O Oulipo e as Oficinas de Escrita” escrito por Ana Maria de Alencar e Ana Lúcia Moraes, em “Terceira Margem, Oficinas de Escrita” (2005). Além disso, o movimento criado por Agnes Varda dos filminutos foi estudado durante os encontros e vídeos criados pela cineasta e por outros cineastas foram passados para todos os estudantes.
Ao longo da leitura de todos os textos citados acima, foram feitas discussões extensas sobre cada tópico, de forma que os participantes pudessem tirar suas dúvidas e pensar em exemplos que explicariam melhor cada conceito. Além disso, os participantes tiveram que, em cada etapa, produzir um excerto de seus filmes, para que eles fossem criados ao longo do processo e trabalhados em cada reunião feita. Por ter sofrido uma interrupção abrupta devido à pandemia, essas discussões tiveram que ser feitas por meio das plataformas do Zoom e do Google Meet. Entretanto, nessa primeira oficina, foi utilizada a ferramenta do Adobe Premiere, para que os participantes aprendessem a utilizá-la futuramente para edições de vídeos para os canais do projeto.
Ao total, foram quatro participantes e todos conseguiram produzir seus filmes ao final da oficina, além de também produzirem seus argumentos escritos a partir das discussões realizadas. Por fim, os participantes realizaram uma entrevista com o professor doutor Marcelo Diniz sobre Stéphane Mallarmé e o poema de Ferreira Gullar. Com isso, a oficina foi finalizada com quatro filmes produzidos e uma entrevista com um especialista. A Oficina teve, ao seu total, nove encontros semanais síncronos, divididos em etapas de produção, com duração entre duas e três horas.
O Navio Negreiro
Após a realização da primeira oficina, os alunos extensionistas receberam a tarefa de organizar e oferecer uma oficina criada por eles a partir dos conhecimentos e práticas adquiridos ao longo da oficina Fotografia de Mallarmé. Com a criação da nova oficina, o professor doutor Bernardo Carvalho tornou-se coordenador em conjunto com o professor doutor Paulo Maia. Devido aos acontecimentos de cunho racista que estavam ocorrendo em meados de 2020, como o caso de George Floyd nos Estados Unidos e a morte de João Pedro no Brasil, os alunos resolveram ressignificar a oficina para possibilitar debates sobre o racismo ao longo dos séculos.
Com a mudança de tema, o poema “Navio Negreiro”, de Castro Alves (1870), foi escolhido como o poema principal a ser discutido e utilizado na produção dos filmes. Para continuar com a questão da tradução intersemiótica, o recorte de Antonio Candido sobre O Navio Negreiro foi usado, além da canção escrita por Caetano Veloso e Maria Bethânia com o mesmo nome (Navio Negreiro, 1997). O objetivo, ao trazer esse material, foi o de trazer como pauta a questão do racismo e conectar a escravidão com o que ainda acontece hoje em dia com homens e mulheres negros.
Ademais, os textos teóricos e os pressupostos foram mantidos, porém adaptados em vista que, ao longo do processo da primeira oficina, os participantes perceberam que não havia necessidade de passar o mesmo número de leitura e que seria mais didático explicar, com exemplos práticos, os tópicos e objetivos a serem trabalhados, para que todos pudessem entender da melhor forma todos os passos a serem seguidos.
Por ser em um ambiente totalmente remoto, surgiu a necessidade de se estudar ferramentas de edição que fossem acessíveis a todos os novos participantes e, após pesquisa e testes, o aplicativo InShot foi escolhido por ser gratuito e por ser uma ferramenta que traz uma maior facilidade na edição de vídeos. A rede social Tik Tok também foi estudada, por ter uma ilha de edição, porém, por ser um aplicativo de vídeos e por trazer uma distração, foi descartado. Além do InShot, foram também permitidos os aplicativos Adobe Premiere e Filmora, para aqueles que tivessem conhecimento com as plataformas. Para as reuniões virtuais, foram utilizados o Zoom e o Google Meet, além de também ter sido criado um Google Classroom para o armazenamento dos materiais utilizados ao longo da oficina.
Nesta edição, apenas alunos da UFRJ se inscreveram, de diferentes cursos. No total, foram oito alunos. Estiveram presentes alunos do curso de Ciências Contábeis, Letras, Biologia e Administração, o que possibilitou uma discussão mais extensa sobre o tema escolhido. Ao longo da oficina, foram feitas discussões sobre os tempos atuais e os acontecimentos, com contribuições ricas dos alunos com músicas, textos e poesias.
A oficina teve duração de dois meses e contou com discussões sobre cinema, música, poesia, literatura, interligados com a situação social e os acontecimentos mundiais. Foram, no total, dez reuniões, com duração média de duas horas. As restrições feitas nesta edição foram as mesmas da primeira oficina, com a mesma referência bibliográfica. No final da oficina, foram produzidos sete filminutos que contam com sua própria individualidade, apesar de possuírem as mesmas restrições. Como o poema utilizado era extenso, foi dada a liberdade aos alunos de ativarem suas criatividades e realizarem cortes para construírem seus argumentos e seus filmes. O resultado foi uma rica diversidade entre os filmes, com a ressignificação de imagens, vídeos e músicas que mostram, de diferentes formas, os malefícios e a falta de humanidade no racismo dos tempos da escravidão até os dias de hoje.
Além da produção dos filmes, foram também realizadas duas entrevistas e um vídeo no formato de roda de conversa, com o depoimento dos participantes da oficina. Primeiro, foi realizada uma entrevista com o professor doutor Rafael Julião , para falar sobre o contexto literário e histórico da época de Castro Alves e para analisar o poema de forma literária. Após isso, a autora Eliana Alves Cruz foi também chamada para ser entrevistada, após sugestão do coordenador Bernardo Carvalho, para poder falar sobre a questão racial e social da época e da polêmica relacionada ao autor Castro Alves e seu título de “poeta dos escravos”. Por fim, foi feita uma roda de conversa entre todos os participantes, para que eles pudessem elencar os pontos positivos e negativos da oficina e fazer uma avaliação do curso em geral. Com isso, a oficina resultou em sete vídeos finalizados e duas entrevistas com especialistas.
Remixando o Navio Negreiro (duas edições)
Após a realização da primeira oficina e a avaliação feita pelos participantes, viu-se a necessidade de mudar algumas coisas para trazer a oficina mais para dentro da realidade dos participantes, de forma que todos pudessem participar e discutir sobre os tópicos a serem trabalhados sem a necessidade de uma leitura aprofundada dos textos teóricos. Para isso, foram feitas apresentações, por meio do PowerPoint, de resumos dos textos e exemplos práticos e didáticos dos tópicos. Além disso, com o material produzido na oficina anterior, foi decidido que, ao início de cada oficina, todos os filmes já produzidos seriam apresentados para que os novos participantes sejam expostos às diversas possibilidades de criação que eles poderiam ter. Entretanto, os mesmos textos teóricos e as mesmas restrições foram mantidas para que as oficinas pudessem partir do mesmo ponto inicial e seguir o mesmo processo das oficinas anteriores.
Além dessa mudança, a oficina, agora com o nome de Remixando o Navio Negreiro, foi também aberta ao público externo à Universidade e divulgada em diferentes canais, para que pessoas de outros estados do Brasil pudessem participar. Com essa abertura, o projeto contou com a participação de nove pessoas de diversos lugares do país e de diferentes formações, desde estudantes universitários a cineastas.
A primeira edição dessa nova versão de oficina ocorreu do dia 08 de abril ao dia 10 de junho e contou com 10 encontros virtuais e com atividades assíncronas. Nesta edição, boa parte dos participantes tinham interesse em aprender mais sobre o audiovisual. Por isso, a oficina tomou uma outra direção da anterior, com um foco maior no audiovisual e com discussões mais voltadas à essa área. Dessa forma, os resultados apresentados foram distintos dos apresentados na primeira oficina, apesar do mesmo material ter sido utilizado em ambas.
Ao fim desta nova edição, foram produzidos sete filminutos feitos pelos participantes. Como dito anteriormente, o foco desta oficina foi mais voltado ao audiovisual e, consequentemente, a entrevista feita ao final foi também focada nessa área. Para que a entrevista fosse feita, os participantes assistiram ao filme Cabeça de Nêgo (2020) e, após isso, entrevistaram o diretor e cineasta Déo Cardoso para falar sobre a representatividade negra atualmente. Com isso, a oficina resultou em oito filmes finalizados e uma entrevista com especialista.
A segunda edição foi uma replicação da primeira realizada anteriormente e contou com sete participantes e nove encontros virtuais de duas horas e meia. Assim como a primeira edição, a segunda também contou com participantes de diversos lugares do país, agora com a participação de cineastas, músicos, poetas e estudantes. Por ter essa maior extensão de áreas, essa oficina sofreu algumas mudanças, tendo discussões a respeito não só da literatura e do cinema, mas também da subjetividade presente nos filmes, nas músicas e na poesia. Nesta edição, os textos teóricos ficaram mais de lado e os exemplos práticos foram mais utilizados, com atividades realizadas a partir de curtas-metragens e filmes que trouxessem os tópicos a serem trabalhados. Dessa forma, a segunda edição do Remixando O Navio Negreiro contou com discussões extensas sobre o audiovisual e sua maneira de trabalhar com fundamentações teóricas por meio do som e da imagem.
Os resultados desta edição foram diferentes das demais oficinas, visto que as discussões realizadas foram também diversificadas. Como consequência disso, as produções contaram com uma temática diferente, com construções e adaptações do poema Navio Negreiro mais poetizadas e cinematográficas que brincam com o poema de Castro Alves e toda a extensão que o audiovisual disponibiliza.
Os resultados
O projeto TV Extensão finalizou o ano de 2021 com quatro oficinas de formação produzidas, com a participação de pessoas que fazem parte do ambiente interno e externo à Universidade Federal do Rio de Janeiro. Apesar de todas trazerem discussões diferentes, elas seguiram as mesmas fundamentações teóricas presentes no Grupo de Educação Multimídia (GEM) e cumpriram o objetivo de formar sujeitos críticos por meio da educação para e pelo trabalho, com a utilização da politecnia e dos princípios de educação intersemiótica e interdisciplinar. Com isso, o projeto conseguiu trazer resultados satisfatórios durante esses dois anos, por conseguir produzir novos materiais de cunho extensionista e por conseguir, por meio das oficinas, realizar o seu maior objetivo de formação, ao utilizar uma nova forma de educação que vem ganhando força ao longo do tempo.
Com as oficinas, o projeto evoluiu consideravelmente ao longo dos dois anos de pandemia, ao reinventar-se e trazer novas formas de ensino e trabalho através do meio digital. Com as discussões realizadas e o trabalho com os textos teóricos e didáticos, os alunos extensionistas foram capazes de aprender mais, tendo em vista que todos tiveram que aprender a ensinar tudo o que foi estudado ao longo do processo. Além disso, os alunos também puderam aprender a criar seus próprios vídeos e seu próprio conteúdo de forma autônoma e crítica, construindo essa criticidade junto com os outros participantes das oficinas, ao realizarem os papéis de estudantes e professores.
Ademais, o projeto foi capaz de produzir o seu próprio material extensionista, o que colaborou com o conteúdo das redes sociais da TV Extensão e colaborou para o crescimento da visibilidade da extensão ao redor do Brasil, com a participação de pessoas de diversos estados brasileiros e com a expansão da atividade extensionista pelo meio digital. Além da produção dos filmes, as entrevistas realizadas foram relevantes para o projeto por representarem todas as discussões feitas ao longo do processo de oficinas e por também terem sido feitas a partir do pensamento crítico dos participantes que criaram as perguntas e participaram das entrevistas. Foram finalizados, no total, 30 vídeos ao longo de todas as oficinas. Todo esse conteúdo está sendo disponibilizado nas redes sociais do projeto - @tvextensão - de forma que os participantes possam ver o resultado de todo o processo pelo qual eles passaram e para divulgar o material e, assim, incentivar outras pessoas a participarem, não só do projeto, mas também de outras extensões disponíveis para o público externo à Universidade.
As redes sociais contam com 239 seguidores e 44 publicações no Instagram, 362 seguidores e 59 publicações no Facebook e 33 inscritos e 58 publicações no Youtube.
Conclusão
O projeto TV Extensão surgiu como uma iniciativa de divulgar e compartilhar a extensão universitária interna e externa à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Com a parceria entre o Grupo de Educação Multimídia (GEM) e a Direção de Extensão e Cultura da Letras, o projeto conseguiu crescer e se expandir para as redes sociais de forma que pudesse ter uma maior visibilidade. O objetivo principal do projeto é o de criar integrações e compartilhar a importância da extensão para a comunidade e, para isso, foram criadas redes sociais nas plataformas do Facebook, Instagram e YouTube. A partir disso, o projeto divulga a extensão da Letras da UFRJ e cria conexões com outros projetos. O objetivo, com isso, é o de expandir a divulgação para todos os projetos extensionistas realizados na UFRJ e de mostrar, para a comunidade interna e externa, como a extensão pode ajudar e transmitir conhecimento cultural para todos que tenham interesse em participar.
Além disso, o projeto também tem como objetivo produzir o seu próprio material extensionista com a utilização dos princípios educativos trabalhados no GEM de politecnia, ou seja, educação pelo trabalho, de tradução intersemiótica - entre signos -, e o de interdisciplinaridade - o trabalho com diferentes áreas. Com essas metodologias participativas, o projeto criou oficinas de formação que formaram sujeitos críticos e autônomos e, ao final do processo, trouxeram como resultado a produção de vídeos para as redes sociais. Ao todo, foram realizadas quatro oficinas ao longo de 2020 e 2021, realizadas por meio do ensino remoto e com a participação de pessoas de diversos lugares do Brasil. Todas as oficinas trouxeram tópicos que pudessem ser trabalhados de forma interdisciplinar e que pudessem ser transcriados e traduzidos, sempre com a ligação entre o audiovisual e a literatura, duas áreas de extrema importância para o GEM.
As oficinas seguiram os mesmos pressupostos teóricos e possuíram as mesmas restrições, que partiram do conceito de contraintes do grupo Oulipo. Essas restrições dizem respeito à produção do filme que todos produzem ao final do curso, sendo elas a restrição de um filme de um minuto, ideia retirada do movimento do filminuto iniciado por Agnes Varda; a utilização do poema utilizado como discussão e a narração feita pelo participante, para que o participante possa trabalhar com a tradução intersemiótica; e o conceito de cinema de arquivo de Harun Farocki, ou seja, a utilização e ressignificação de imagens e vídeos já existentes. Com essas restrições, os participantes conseguiram produzir seus filmes, que foram realizados como resultado do processo criativo e crítico ao qual todos passaram por meio das discussões e leituras feitas ao longo dos encontros. Os encontros das oficinas foram realizados através das plataformas do Zoom e do Google Meet e o conteúdo programático foi postado no Google Classroom para que todos pudessem ter acesso a ele. Além disso, o aplicativo InShot foi utilizado para a edição dos vídeos por ser gratuito e por estar disponível para todos os Smartphones. Dessa forma, todos os participantes puderam realizar suas produções de forma acessível, sem deixarem de aprender a editar seus vídeos.
Após a realização das oficinas e o início da divulgação do projeto nas redes sociais, a TV Extensão tem como planejamento realizar, no próximo ano, não só oficinas remotas, mas também presenciais, para que haja a interação virtual e presencial entre todos os participantes. O objetivo com isso é o de criar e vivenciar novas experiências e novos desafios, levando a extensão para dentro e fora da Universidade e disponibilizando-a para todos que tenham interesse em participar do processo formativo extensionista. O objetivo é o de também ressignificar o que foi trabalhado dentro das oficinas anteriores e inovar com novos temas e novos materiais, sem deixar de lado o processo crítico e criativo necessário para a formação dos participantes.
Acredita-se que, com isso, o projeto poderá crescer mais e produzir mais materiais a partir de suas oficinas, além de também trazer novos diálogos e novas discussões em pauta de forma interdisciplinar e crítica, utilizando-se de todos os princípios educativos e metodologias ativas necessárias para se criar um sujeito crítico e autônomo.
Por meio das redes sociais, a TV Extensão tem como objetivo criar uma maior visibilidade sobre o verdadeiro significado da palavra extensão e sobre o que tem sido feito dentro da Universidade de caráter extensionista. Além de também produzir materiais, o projeto planeja divulgar outras extensões que fazem parte da UFRJ com o objetivo de evidenciar e compartilhar os diversos projetos culturais realizados na Universidade para que, assim, todos possam ver a importância desses projetos em âmbito educacional e cultural.