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Cadernos do Arquivo Municipal

versão On-line ISSN 2183-3176

Cadernos do Arquivo Municipal vol.ser2 no.21 Lisboa jun. 2024  Epub 15-Jul-2024

https://doi.org/10.48751/cam-2024-21344 

Documenta

Manifestações de Liberdade, 1974-1977: Fotografia de arquivo

Manifestations of Freedom, 1974-1977: Archive photography

i Arquivo Municipal de Lisboa, Direção Municipal de Cultura, Câmara Municipal de Lisboa, 1070-017 Lisboa, Portugal.isabel.corda@cm-lisboa.pt

ii Arquivo Municipal de Lisboa, Direção Municipal de Cultura, Câmara Municipal de Lisboa, 1070-017 Lisboa, Portugal. paula.g.figueiredo@cm-lisboa.pt


Resumo

Nesta Documenta divulga-se um conjunto de fotografias representativas da Revolução de 25 de Abril, que contextualizam a expressão criativa autoral do período entre 1974 e 1977, partindo das coleções do Arquivo Municipal de Lisboa/Fotográfico, de Álvaro Campeão, Ana Hatherly, António Rafael, António Sampaio Teixeira, Carlos Gil, José Couto Nogueira, José Ernesto de Sousa, José Neves Águas, Luis Pavão, Margaret Martins e do jornal Diário de Notícias.

Palavras-chave: 25 de Abril; Arquivo de fotografia; Fotografia; Revolução

Abstract

This Documenta displays a series of photographs relating to the 25 April Revolution. Selected from the collections of the Lisbon Municipal Photographic Archive, these photographs illustrate the context underlying the creative expression of their authors during the period 1974-1977: Álvaro Campeão, Ana Hatherly, António Sampaio Teixeira, António Rafael, Carlos Gil, José Couto Nogueira, José Ernesto de Sousa, José Neves Águas, Luís Pavão, Margaret Martins and the Diário de Notícias newspaper.

Keywords: 25 April; Photographic Archive; Photography; Revolution

O Município de Lisboa, desde o início do século XX, procura captar em imagens os principais acontecimentos da vida da cidade, sejam eles políticos, sociais ou culturais. Num período em que, em Portugal, os arquivos de imagem eram quase inexistentes, Lisboa destacou-se neste universo quando, em 1942, a Câmara Municipal criou o seu arquivo fotográfico que viria a constituir-se como um repositório fundamental para a compreensão da história da cidade. Oficialmente instituído por deliberação municipal em 25 de março de 19421, este arquivo ficou na dependência orgânica da Secção de Propaganda e Turismo da Câmara Municipal de Lisboa tendo como objetivo centralizar toda a produção fotográfica num único serviço da Câmara desde finais do século XIX.

Para além deste arquivo sabe-se ainda da existência, em Lisboa, do arquivo do antigo Secretariado Nacional de Informação (SNI)2, sediado no Palácio Foz, com uma secção dedicada à fotografia, bem como alguns arquivos da imprensa ou particulares, sendo certo que as fontes que permitiam aos investigadores escrever, através de imagens, a história de grande parte do século XX eram muito escassas e encontravam-se pouco sistematizadas.

No Arquivo Fotográfico Municipal, entre 1942 e 1977, inventariaram-se e catalogaram-se cerca de 80 mil fotografias (provas e negativos) de temática variada3. A maioria revela as principais modificações urbanísticas da cidade de Lisboa, o património municipal e de valor artístico, bem como a atividade diária do município.

Se até então a informação imagética não ultrapassava o mero complemento informativo, em 1974, com a Revolução de Abril e a consequente democratização da cultura e explosão de sentimentos associados à liberdade de pensamento, a fotografia passou a constituir-se como documento de registo e de memória. A década de 70 do século XX marcava, assim, um ponto de viragem no tratamento da informação, com o registo normalizado de documentos fotográficos nos arquivos4, e na difusão, com a organização de exposições de fotografia, congressos e edições ilustradas com recurso a imagens de arquivo. Entre 1974 e 1977, período no qual se centra esta Documenta, a fotografia residente em instituições do Estado ou associações privadas, além de ser entendida como um modo de exploração artística, passou a ser utilizada enquanto suporte de ilustração à edição, ao trabalho académico e ao ensino.

Porém, até à década de 1990, o conjunto de imagens dos dias da Revolução de Abril e do período pós-revolucionário, à guarda do Arquivo Municipal de Lisboa, era muito reduzido. À exceção de fotografias adquiridas ao jornal Diário de Notícias, em 1974, e ao fotógrafo Álvaro Campeão, em 1976, todo o restante acervo demonstrativo desta temática e período histórico resultaria de uma mudança de política de aquisição praticada a partir de 19905. Desde então, até ao presente, o Arquivo tem recebido diversos espólios com documentos importantíssimos para o estudo da Revolução e pós-Revolução de 1974.

Do conjunto destes espólios decorre a seleção apresentada nesta Documenta, nomeadamente: do fotojornalista José Neves Águas, adquirido à viúva, em 1992; do fotojornalista Carlos Gil, doado pelo próprio em 1999; do fotógrafo António Sampaio Teixeira, adquirido ao Centro Nacional de Cultura também em 1999; dos levantamentos fotográficos realizados pela artista Ana Hatherly, doados pela autora em setembro de 2004; e do fotojornalista José Couto Nogueira, doado em 2008; de Margaret Martins, doado em 2010; de José Ernesto de Sousa, em depósito no Arquivo desde 2014; de António Rafael e Luis Pavão, doados em 20246.

Os documentos fotográficos deste período são hoje testemunhos instantâneos e representativos de múltiplas expressividades fotográficas que contextualizam a ação social a par da atitude criativa (Sena, 1989) no pós-Revolução de 25 de Abril, como é possível confirmar pela seleção de fotografias desta Documenta.

1. A fotografia de intervenção

A manifestação fotográfica serviu para documentar as ações revolucionárias e fervilhava em todas as mãos (Vieira, 2000). A produção excessiva de imagens concorreu com a atitude voraz de tudo fotografar.

A Revolução de 25 de Abril de 1974 congregou artistas e populares num trabalho participativo, anónimo e coletivo, tendo a fotografia sido o veículo que conservou a efemeridade dos acontecimentos. Destacam-se os cartazes, colados desordenadamente em paredes de edifícios, muros, postes de eletricidade e outros suportes por vezes inusitados, e os murais, o meio eleito para manifestar as inscrições de ordem em palavras e imagens. Nestes intervieram crianças, professores, operários, artistas e todos os que viram nesta expressão o seu manifesto gráfico para pôr em movimento a ação cultural, através da educação e das manifestações artísticas intervenientes e questionadoras.

Este período foi, assim, propício à contaminação das linguagens artísticas e sociais e profícuo em manifestações livres e às aproximações entre a esfera intelectual e a popular. Numa fração de tempo, a vontade de agir caracterizou o período entre 1974 e 1977.

Esta Documenta tem início no dia 25 de Abril de 1974, registando, até 1977, tanto acontecimentos que ocorreram na cidade pelas mãos de populares e artistas7, como manifestações massivas que inundaram o espaço público, quase sempre acompanhadas com poderosas mensagens gráficas (murais e cartazes) e, também, evidenciando a presença e participação de personalidades e intelectuais (portugueses e estrangeiros) que, promovendo a mudança, perspetivavam uma nova abordagem contemporânea em Portugal.

A partir de 1974, a fotografia, médium privilegiado no registo de todas as ações culturais, possibilitou a todos, incluindo anónimos, o registo das ações efémeras, normalmente ocorridas no espaço público. Desta forma, surgiram diversas fotografias em formato 35 mm e a cores, de interesse coletivo e que, atualmente, são consideradas para o estudo iconográfico da década de 1970. A par deste panorama, os laboratórios fotográficos a cores surgiram em todas as “esquinas”, fazendo uma revelação rápida e eficaz, não obstante a qualidade inferior, verificada nas décadas seguintes, com o desvanecimento da imagem e a deterioração dos corantes. Gradualmente transformaram as cores em variantes que na atualidade identificamos com esta década: tons amarelados e magentas de imagens emotivas de quem viveu de perto a Revolução, repletas de “erros técnicos”, como enquadramentos mal calculados, desfoques e manchas de luz. A difusão do formato 35 mm já tinha ocorrido e, após 1974, a adesão ao registo cromogéneo, tanto do negativo fotográfico como do diapositivo, permitiu a constituição de um arquivo de imagens colorido e vibrante, que chegou aos nossos dias com a força da Revolução, manifesta na vontade de inovar e trazer à vista de todos a alegria da democracia e da plena liberdade de expressão.

A fotografia a preto e branco persistia no trabalho artístico e profissional e a expressão criativa também incluía os “erros técnicos” da emotividade sentida pelos que lutaram pela liberdade da expressão artística. Estávamos, assim, perante o manifesto visual do aparelho fotográfico, que se desvinculou dos parâmetros divulgados pelo salonismo do Estado Novo e que se tornou tão facilmente interventivo e próximo dos problemas sociais (Foto Cine Som, 1975).

Neste período, em que foi primordial a abolição das anteriores instâncias que geriam a dinâmica artística e fotográfica, também se assistiu a uma transição dos pressupostos de uma ação libertadora para um período de reflexão e, em poucos anos, Portugal questionava e refletia o estado da Arte. Segundo Chicó (cit. por Pernes, 1999, p. 267) “o final do ano de 1976, princípio de 1977, faz a transição da vontade de agir para a vontade de refletir”, na qual a arte passou a integrar o experimentalismo e a fotografia foi um dos media eleitos para documentar, apoiar a técnica ou ser suporte de atuação direta, cujo material fotossensível sustentaria a efusividade criativa. O domínio da técnica fotográfica não importava para a construção da imagem (Pernes, 1999).

A manifestação fotográfica (Lourenço & Soares, 2009) era acompanhada pelas mostras de imagens e de outros suportes, como a de recortes de jornais e cartazes. São exemplos “Portugal Livre”, no Palácio Foz, no ano da Revolução, que contou com a participação de 20 fotógrafos da imprensa (Portugal livre, 1974) e que evidenciou imagens quase espontâneas numa impressão ainda pouco cuidada, com formatos diversificados e uma paginação tão palpitante como as próprias imagens; a exposição “Fotografia 74 - a imagem de 16 repórteres de imprensa”, na Galeria de Arte do Casino do Estoril, no final do mesmo ano; a exposição itinerante “Portugal: um ano de revolução 1974-1975”, inaugurada na Galeria de Arte Moderna, em Lisboa, a 26 de abril de 1975; a exposição “25 de Abril de 1974 - Da Resistência à Libertação”, no Mercado do Povo, Belém, em maio de 1977 8; a exposição sobre os presos no Tarrafal, em 1978, na Galeria de Arte Moderna, em Lisboa; e a exposição de imagens dos Açores, de Eduardo Baião, no Palácio Foz, promovida pelo jornal Diário de Notícias, em 1978 (Livros de fotografia em Portugal, 2023); entre tantas outras.

2. Fotógrafos da liberdade

Deste período, podemos ver projetos fotográficos9 com uma linguagem emotiva, mais apelativos ao olhar e que agitaram a consciência estética.

A coleção de Álvaro Campeão (s.d.) é representada por imagens de cartazes colados em vários locais da cidade, em séries que cobrem vastas áreas de parede e que tapam pilares, como se aglutinassem o espaço, dando um contorno criativo aos meros cartazes alinhados. Entre a confusão visual e a dispersão urbana de automóveis e pessoas vemos fotografias de um pulsar revolucionário, numa desordem de elementos que se prestam ao relato de uma época de contestação e vontade de mudança. Apesar de este fotógrafo ter optado pelo grande formato do negativo (6x9 cm), sabendo-se que pode ter usado uma máquina fotográfica de fole e provavelmente tripé, captou fotografias de rua instigantes e que, atualmente, nos encantam pela qualidade que evidenciam e por se terem tornado documentos históricos de Lisboa.

Ana Hatherly (1929-2015), artista e poeta visual10, usou a sua máquina fotográfica para retratar os ânimos do 25 de Abril, num conjunto de fotografias de vários artistas na rua manifestando-se com a população, em agitadas ações de rejubilo. Nestas, é possível observar, por exemplo, Mário Cesariny (1923-2006) ou a própria artista em plena confraternização com João Perry (1940-) e Ernesto de Sousa (1921-1988), entre outros, fotografada no grupo, mostrando a sua interação. Importa referir que, nas imagens que se apresentam e que fazem parte da coleção do Arquivo Municipal de Lisboa/Fotográfico, há uma intervenção posterior da artista, numa abordagem próxima da fotomontagem.

António Rafael (1941-2006), próximo dos populares em manifestação e atento às figuras políticas da intervenção, pontua momentos estratégicos na cidade de Lisboa deste movimento coletivo, relevando o Dia do Trabalhador, em 1974, no estádio da INATEL, que ficaria com o nome de Parque de Jogos 1º de Maio.

António Sampaio Teixeira (1911-1998) dá-nos a ver os populares em manifestação ao lado de intelectuais como Maria Lamas (também fotografada por Couto Nogueira), entre manifestantes em desordem, sendo a do 1º de Maio de 1974 a mais participada nas zonas da Alameda, do Areeiro e de Alvalade.

Carlos Gil (1937-2001), fotojornalista que, com as suas imagens, se torna claramente interventivo, revela-nos manifestações do impacto da guerra colonial e da descolonização, dando a ver um outro lado da Revolução. O seu olhar humanista mostra, também, o ambiente vivido pelas classes mais desfavorecidas, procurando, deste modo, despertar a consciência social para os problemas reais da população. Num discurso visual a preto e branco, elege o contraste para acentuar a negritude da imagem e o drama dos acontecimentos. As suas propostas fotográficas revelam o seu cunho autoral, distanciando-se dos demais da sua época.

Do conjunto fotográfico sobre este período contamos, também, com o contributo de José Couto Nogueira (1945-), com retratos de artistas, cineastas e intelectuais, tendo retratado, igualmente, Jean Paul Sartre na sua visita a Portugal, em 1975. Numa galeria de retratos vislumbramos algumas personalidades relevantes para a cultura portuguesa nas décadas seguintes, formando e fomentando a arte contemporânea e os estudos em torno das questões da criação artística. O fotógrafo acompanhou os movimentos do Partido Socialista e as manifestações populares com registos dos principais acontecimentos da época, contemplando políticos relevantes para a democracia conquistada.

José Ernesto de Sousa (1921-1988), conhecido apenas por Ernesto de Sousa, também representado no Arquivo Municipal de Lisboa/Fotográfico, é um dos nomes incontornáveis do período pós-revolucionário enquanto agente de intervenção e, principalmente, como reformulador do conceito estético fotográfico, em especial do salonismo, que vigorara no Estado Novo, segundo normas e critérios que espartilhavam a criatividade. Homem de inúmeros interesses, culto, atento, criativo e agitador, conseguiu conciliar os artistas e a expressão social e política numa performance que marcaria a arte contemporânea portuguesa. Sobre este “operador estético”, para quem os valores do processo criativo atuante eram mais importantes do que a obra final, há muito ainda por dizer. Esta atitude valeu-lhe rasgados elogios de várias personalidades da cultura, como de Eduardo Prado Coelho (1944-2007): «Digamos de outro modo: a plasticidade do desejo modulando-se sob todas as formas do imprevisto»11.

De José Neves Águas (1920-1991) apresenta-se um conjunto de fotografias de murais grandiosos nas empenas de prédios de habitação, nas fachadas de edifícios de partidos políticos ou nos muros que ladeiam instituições. Com uma vasta obra de fotografia documental, o autor preservou a memória destas manifestações artísticas efémeras, que cobriam várias zonas da cidade, atualmente inexistentes e só presentes na memória de alguns. O seu trabalho, em imagens a cores, conseguiu preservar estas obras, por vezes contestadas devido ao enunciado reacionário e força das suas mensagens, que conviviam com os lisboetas.

Luis Pavão (1954-), um jovem fotógrafo em 1974, captou momentos peculiares e as manifestações que o cativaram, acompanhando o frenesim revolucionário da cidade de Lisboa e de outros locais do país. Com um evidente interesse pela força operária que se manifestou na praça do Comércio e em avenidas da cidade, também focou as expressões de contestação sobre a habitação e os problemas das classes desfavorecidas12.

Margaret Martins (1938-s.d.), revela um testemunho temporal dos resquícios da Revolução de Abril, preservado nos murais através da intervenção de artistas e populares e num peculiar cartaz, numa abrangência cronológica, preservada durante décadas, que assinala a resistência popular por uma vida com condições dignificantes.

Conclusão

O conjunto de fotografias reproduzidas nesta Documenta revela a aproximação entre os vários setores da sociedade. A fotografia assume-se como o médium privilegiado que testemunha esta confluência.

A seleção de imagens que se apresenta evidencia propostas criativas de diversos fotógrafos que registaram a ação coletiva vivida logo após o 25 de Abril de 1974. Esta ação, iniciada com a intervenção dos militares, dos novos poderes e através de diversas iniciativas de reação e dinâmica cultural que abrangeram crianças e a sociedade civil numa comunhão nunca vista em Portugal, provou que a expressão criativa é uma das forças da sociedade livre, que congrega as manifestações de liberdade.

Álvaro Campeão (s.d.)

Figura 1 [Propaganda política]. Negativo de gelatina e prata em acetato de celulose, 6x9 cm. Praça Marquês de Pombal (Lisboa), 1976. Álvaro Campeão (s.d.). PT/AMLSB/CMLSBAH/PCSP/004/CAM/000041 

Figura 2 [Propaganda política]. Negativo de gelatina e prata em acetato de celulose, 6x9 cm. Avenida da Liberdade com a praça Marques de Pombal (Lisboa), 1976. Álvaro Campeão (s.d.). PT/AMLSB/CMLSBAH/PCSP/004/CAM/000040 

Figura 3 [Propaganda política no Palácio Foz]. Negativo de gelatina e prata em acetato de celulose, 6x9 cm. Praça dos Restauradores (Lisboa), 1976. Álvaro Campeão (s.d.). PT/AMLSB/CMLSBAH/PCSP/004/CAM/000033 

Figura 4 [Propaganda política na Faculdade de Ciências]. Negativo de gelatina e prata em acetato de celulose, 6x9 cm. Rua da Escola Politécnica (Lisboa), 1976. Álvaro Campeão (s.d.). PT/AMLSB/CMLSBAH/PCSP/004/CAM/000025 

Figura 5 [Propaganda política no interior da estação fluvial de Sul e Sueste]. Negativo de gelatina e prata em acetato de celulose, 6x9 cm. Avenida Infante Dom Henrique. (Lisboa), 1976. Álvaro Campeão (s.d.). PT/AMLSB/CMLSBAH/PCSP/004/CAM/000023 

Figura 6 [Propaganda política no monumento a Santo António]. Negativo de gelatina e prata em acetato de celulose, 6x9 cm. Praça de Alvalade (Lisboa), 1976. Álvaro Campeão (s.d.). PT/AMLSB/CMLSBAH/PCSP/004/CAM/000014 

Ana Hatherly (1929-2015)

Figura 7 [Manifestação do 1.º de Maio de 1974: Manuel Serra entre os manifestantes]. Prova em papel de revelação baritado, 9x12 cm. Avenida dos Estados Unidos da América (Lisboa), 1974-05-01. Ana Hatherly (1929- 2015). PT/AMLSB/ANA/000247 

Figura 8 [Manifestação no 1.º de Maio de 1974: Alexandre Cabral e Luís de Sttau Monteiro entre os manifestantes]. Prova em papel de revelação baritado, 9x12 cm. Avenida de Roma (Lisboa), 1974-05-01. Ana Hatherly (1929-2015). PT/AMLSB/ANA/000232 

Figura 9 [25 de Abril de 1974: populares na rua]. Negativo de gelatina e prata em acetato de celulose, 126 mm. Rua Garrett (Lisboa), 1974-04-25. Ana Hatherly (1929-2015). PT/AMLSB/ANA/000184 

Figura 10 [Caso ocorrido no jornal República: grupo com Ernesto de Sousa e João Perry em frente ao jornal]. Negativo de gelatina e prata em acetato de celulose, 126mm. Rua da Misericórdia (Lisboa), 1975-05-19. Ana Hatherly (1929-2015). PT/AMLSB/ANA/000093 

António Rafael (1941-2006)

Figura 11 1.º de Maio de 1974. Prova em papel de revelação baritado, 23,7x30,5 cm. Parque de Jogos 1.º de Maio (Lisboa), 1974-05-01. António Rafael (1941-2006). PT/AMLSB/ARA/000017 

Figura 12 1.º de Maio de 1974: [grupo de artistas]. Prova em papel de revelação baritado, 23,8x30,5 cm. Lisboa, 1974-05-01. António Rafael (1941-2006). PT/AMLSB/ARA/000014 

Figura 13 [Propaganda política no 1.º de Maio]. Prova em papel de revelação baritado, 20x20 cm. Parque de Jogos 1.º de Maio (Lisboa), 1974-05-01. António Rafael (1941-2006). PT/AMLSB/ARA/000027 

António Sampaio Teixeira (1911-1998)

Figura 14 1.º de Maio de 1974: [grupo com a escritora Maria Lamas e o jornalista Mário Neves]. Negativo de gelatina e prata em acetato de celulose, 35mm em tira. Praça Francisco Sá Carneiro. (Lisboa), 1974-05-01. António Sampaio Teixeira (1911-1998). PT/AMLSB/SAM/000750 

Figura 15 1.º de Maio de 1974. Negativo de gelatina e prata em acetato de celulose, 35mm em tira. Parque de Jogos 1.º de Maio (Lisboa), 1974-05-01. António Sampaio Teixeira (1911-1998). PT/AMLSB/SAM/000759 

Figura 16 1.º de Maio de 1974: [trabalhadores da Caixa Geral de Depósitos]. Negativo de gelatina e prata em acetato de celulose, 35mm em tira. Praça Francisco Sá Carneiro (Lisboa), 1974-05-01. António Sampaio Teixeira (1911-1998). PT/AMLSB/SAM/000790 

Carlos Gil (1937-2001)

Figura 17 A força justa das vítimas de uma guerra injusta. Prova em papel de revelação baritado, 20x30cm. Terreiro do Paço (Lisboa), [1975-09-20]. Carlos Gil (1937-2001). PT/AMLSB/CAR/000037 

Figura 18 [Idosos]. Prova em papel de revelação baritado, 20x30cm. Lisboa, [197-]. Carlos Gil (1937-2001). PT/AMLSB/CAR/000031 

Jornal Diário de Notícias

Figura 19 Revolução de 25 de Abril de 1974. Prova em papel de revelação baritado, 12,5x17,5cm. Rua da Trindade (Lisboa), 1974-04-25. Jornal Diário de Notícias. PT/AMLSB/CMLSBAH/PCSP/004/JDN/000110 

Figura 20 Revolução de 25 de Abril de 1974. Prova em papel de revelação baritado, 12,5x17,5cm. Rua Garret (Lisboa), 1974-04-25. Jornal Diário de Notícias. PT/AMLSB/CMLSBAH/PCSP/004/JDN/000104 

Figura 21 Revolução de 25 de Abril de 1974. Negativo de gelatina e prata em acetato de celulose, 6x7,5cm. Praça de Dom Pedro IV (Lisboa), 1974-04-25. Jornal Diário de Notícias. PT/AMLSB/CMLSBAH/PCSP/004/JDN/000024 

José Couto Nogueira (1945-)

Figura 22 [II Encontro de Cinema Português: António-Pedro Vasconcelos]. Negativo de gelatina e prata em acetato de celulose, 35mm em tira. Caldas da Rainha, 1975-06. José Couto Nogueira (1945-). PT/AMLSB/JCN/004350 

Figura 23 [II Encontro de Cinema Português: Ernesto de Sousa com Isabel Alves]. Negativo de gelatina e prata em acetato de celulose, 35mm em tira. Caldas da Rainha, 1975-06. José Couto Nogueira (1945-). PT/AMLSB/JCN/004348 

Figura 24 [Caso Rádio Renascença: manifestação]. Negativo de gelatina e prata em acetato de celulose, 35mm em tira. Lisboa, 1975-06-18. José Couto Nogueira (1945-). PT/AMLSB/JCN/004190 

Figura 25 [Primeiro Congresso dos Escritores Portugueses na Biblioteca Nacional: Ernesto de Melo e Castro fotografa Maria Velho da Costa, José Gomes Ferreira entre outros escritores, no exterior do edifício]. Negativo de gelatina e prata em acetato de celulose, 35mm em tira. Campo Grande (Lisboa) 1975-05-11. José Couto Nogueira (1945-). PT/AMLSB/JCN/003275 

Figura 26 [Conselho da Revolução no Centro Eleitoral da Fundação Calouste Gulbenkian: conferência de imprensa de Otelo Saraiva de Carvalho]. Negativo de gelatina e prata em acetato de celulose, 35mm em tira. Lisboa, 1975-04. José Couto Nogueira (1945-). PT/AMLSB/JCN/003107 

Figura 27 [Artur Portela Filho entrevista Mário Soares]. Negativo de gelatina e prata em acetato de celulose, 35mm em tira. Lisboa, 1975-04-26. José Couto Nogueira (1945-). PT/AMLSB/JCN/003105 

Figura 28  [Maria Lamas na Festa Popular do Partido Comunista Português]. Negativo de gelatina e prata em acetato de celulose, 35mm em tira. Belém (Lisboa), 1975-04-13. José Couto Nogueira (1945-). PT/AMLSB/JCN/002701 

Figura 29 [Conferência de imprensa de Jean Paul-Sartre no Sindicato dos Jornalistas]. Negativo de gelatina e prata em acetato de celulose, 35mm em tira. Lisboa, 1975-04-04. José Couto Nogueira (1945-). PT/AMLSB/JCN/002634 

Figura 30 [Reunião de propaganda do lançamento do Jornal Novo: Diogo Pires Aurélio, Mário Mesquita, José Manuel Barroso, Fernando Ribeiro de Mello, entre outros elementos da redação].Negativo de gelatina e prata em acetato de celulose, 35mm em tira. Lisboa, 1975-03-12. José Couto Nogueira (1945-). PT/AMLSB/JCN/002552 

Figura 31 [Reunião de propaganda do lançamento do Jornal Novo: José-Augusto França, responsável pela secção Folhetim Artístico]. Negativo de gelatina e prata em acetato de celulose, 35mm em tira. Lisboa, 1975-03-12. José Couto Nogueira (1945-). PT/AMLSB/JCN/002540 

José Ernesto de Sousa (1921-1988)

Figura 32 [Isabel Alves e Maria Manuel Torres, entre outros, junto ao museu de Arte Popular]. Diapositivo cromogéneo em acetato de celulose, 35mm (caixilho). Lisboa, 1974-06. José Ernesto de Sousa (1921-1988). PT/AMLSB/ESO/001607 

Figura 33 [Festa comemorativa do 10 de Junho no Mercado do Povo: vendedora de balões junto ao Museu de Arte Popular]. Diapositivo cromogéneo em acetato de celulose, 35mm (caixilho). Lisboa, 1974-06-10. José Ernesto de Sousa (1921-1988). PT/AMLSB/ESO/001613 

Figura 34 [Festa comemorativa do 10 de Junho: obra coletiva feita com tijolos]. Diapositivo cromogéneo em acetato de celulose, 35mm (caixilho). Lisboa, 1974-06-10. José Ernesto de Sousa (1921-1988). PT/AMLSB/ESO/001604 

Figura 35 [Festa comemorativa do 10 de Junho: obra em madeira do artista José Aurélio] Diapositivo cromogéneo em acetato de celulose, 35mm (caixilho). Lisboa, 1974-06-10. José Ernesto de Sousa (1921-1988). PT/AMLSB/ESO/001596 

Figura 36 [Crianças colaboram na limpeza do monumento a Dom Pedro IV, no dia de trabalho nacional]. Diapositivo cromogéneo em acetato de celulose, 35mm (caixilho). Praça de Dom Pedro IV (Lisboa), [1974-10-06]. José Ernesto de Sousa (1921-1988). PT/AMLSB/ESO/001258 

Figura 37 [Limpeza do passeio junto à entrada da estação de comboios do Rossio, no dia de trabalho nacional]. Diapositivo cromogéneo em acetato de celulose, 35mm (caixilho). Praça Dom João da Câmara (Lisboa), [1974-10-06]. José Ernesto de Sousa (1921-1988). PT/AMLSB/ESO/001240 

Figura 38 [Manifestação política]. Diapositivo cromogéneo em acetato de celulose, 35mm (caixilho). Avenida Fontes Pereira de Melo (Lisboa), [post. 1974]. José Ernesto de Sousa (1921-1988). PT/AMLSB/ESO/001177 

Figura 39 [Manifestação política com Ernesto de Sousa a filmar]. Diapositivo cromogéneo em acetato de celulose, 35mm (caixilho). Alameda Dom Afonso Henriques (Lisboa), [post. 1974]. José Ernesto de Sousa (1921-1988). PT/AMLSB/ESO/001136 

Figura 40 [Propaganda política: mural]. Diapositivo cromogéneo em acetato de celulose, 35mm (caixilho). Lisboa, [post. 1974]. José Ernesto de Sousa (1921-1988). PT/AMLSB/ESO/001083 

Figura 41 [Manifestação política]. Diapositivo cromogéneo em acetato de celulose, 35mm (caixilho). Alameda Dom Afonso Henriques (Lisboa), [post. 1974]. Ernesto de Sousa (1921-1988). PT/AMLSB/ESO/001030 

José Neves Águas (1920-1991)

Figura 42 Propaganda política do PCTP na parede lateral de um prédio. Diapositivo de gelatina e prata em acetato de celulose, 35mm. Avenida Marechal Gomes da Costa (Lisboa), 1977. José Neves Águas (1920-1991). PT/AMLSB/NEV/01/001053 

Figura 43 Mural na fachada da sede do PCP. Diapositivo de gelatina e prata em acetato de celulose, 35mm. Aljustrel, 1976. José Neves Águas (1920-1991). PT/AMLSB/NEV/01/000953 

Figura 44 Mural de propaganda eleitoral a Ramalho Eanes. Diapositivo de gelatina e prata em acetato de celulose, 35mm. Avenida Manuel da Maia (Lisboa), 1976. José Neves Águas (1920-1991). PT/AMLSB/NEV/01/000950 

Luis Pavão (1954-)

Figura 45 Cruzamento de São Sebastião da Pedreira. Negativo de gelatina e prata em acetato de celulose. Lisboa, 1974-04-25. Luis Pavão (1954-). PT/AMLSB/LUP/000001 

Figura 46 Manifestação operária contra o desemprego. Negativo de gelatina e prata em acetato de celulose. Rua Augusta (Lisboa), 1975-07-02. Luis Pavão (1954-). PT/AMLSB/LUP/000002 

Figura 47 Manifestação casas sim barracas não, fim aos bairros da lata. Negativo de gelatina e prata em acetato de celulose. Parque Eduardo VII (Lisboa), 1975-06. Luis Pavão (1954-). PT/AMLSB/LUP/000003 

Margaret Martins (1938-s.d.)

Figura 48 [Propaganda política: mural]. Negativo cromogéneo em acetato de celulose, 35mm em tira. Alcântara (Lisboa), 1995. Margaret Martins (1938-s.d.). PT/AMLSB/MRM/000017 

Figura 49 [Propaganda política: cartaz]. Negativo cromogéneo em acetato de celulose, 35mm em tira. Saldanha (Lisboa), 1976. Margaret Martins (1938-s.d.). PT/AMLSB/MRM/000005 

Figura 50 [Propaganda política, mural]. Negativo cromogéneo em acetato de celulose, 35mm em tira. Coimbra, 1976. Margaret Martins (1938-s.d.). PT/AMLSB/MRM/000001 

Índice das imagens

Figura 1 AML, PT/AMLSB/CMLSBAH/PCSP/004/CAM/000041

Figura 2 AML, PT/AMLSB/CMLSBAH/PCSP/004/CAM/000040

Figura 3 AML, PT/AMLSB/CMLSBAH/PCSP/004/CAM/000033

Figura 4 AML, PT/AMLSB/CMLSBAH/PCSP/004/CAM/000025

Figura 5 AML, PT/AMLSB/CMLSBAH/PCSP/004/CAM/000023

Figura 6 AML, PT/AMLSB/CMLSBAH/PCSP/004/CAM/000014

Figura 7 AML, PT/AMLSB/ANA/000247

Figura 8 AML, PT/AMLSB/ANA/000232

Figura 9 AML, PT/AMLSB/ANA/000184

Figura 10 AML, PT/AMLSB/ANA/000093

Figura 11 AML, PT/AMLSB/ARA/000017

Figura 12 AML, PT/AMLSB/ARA/000014

Figura 13 AML,PT/AMLSB/ARA/000027

Figura 14 AML, PT/AMLSB/SAM/000750

Figura 15 AML, PT/AMLSB/SAM/000759

Figura 16 AML, PT/AMLSB/SAM/000790

Figura 17 AML, PT/AMLSB/CAR/000037

Figura 18 AML, PT/AMLSB/CAR/000031

Figura 19 AML, PT/AMLSB/CMLSBAH/PCSP/004/JDN/000110

Figura 20 AML, PT/AMLSB/CMLSBAH/PCSP/004/JDN/000104

Figura 21 AML, PT/AMLSB/CMLSBAH/PCSP/004/JDN/000024

Figura 22 AML, PT/AMLSB/JCN/004350

Figura 23 AML, PT/AMLSB/JCN/004348

Figura 24 AML, PT/AMLSB/JCN/004190

Figura 25 AML, PT/AMLSB/JCN/003275

Figura 26 AML, PT/AMLSB/JCN/003107

Figura 27 AML, PT/AMLSB/JCN/003105

Figura 28 AML, PT/AMLSB/JCN/002701

Figura 29 AML, PT/AMLSB/JCN/002634

Figura 30 AML, PT/AMLSB/JCN/002552

Figura 31 AML, PT/AMLSB/JCN/002540

Figura 32 AML, PT/AMLSB/ESO/001607

Figura 33 AML, PT/AMLSB/ESO/001613

Figura 34 AML, PT/AMLSB/ESO/001604

Figura 35 AML, PT/AMLSB/ESO/001596

Figura 36 AML, PT/AMLSB/ESO/001258

Figura 37 AML, PT/AMLSB/ESO/001240

Figura 38 AML, PT/AMLSB/ESO/001177

Figura 39 AML, PT/AMLSB/ESO/001136

Figura 40 AML, PT/AMLSB/ESO/001083

Figura 41 AML, PT/AMLSB/ESO/001030

Figura 42 AML, PT/AMLSB/NEV/01/001053

Figura 43 AML, PT/AMLSB/NEV/01/000953

Figura 44 AML, PT/AMLSB/NEV/01/000950

Figura 45 AML, PT/AMLSB/LUP/000001

Figura 46 AML, PT/AMLSB/LUP/000002

Figura 47 AML, PT/AMLSB/LUP/000003

Figura 48 AML, PT/AMLSB/MRM/000017

Figura 49 AML, PT/AMLSB/MRM/000005

Figura 50 AML, PT/AMLSB/MRM/000001

Agradecimentos

Ana Paula Delgado (Arquivo Municipal de Lisboa, Fotográfico)

Daniela Gomes (aluna de História da FSCH/UNL, estagiária no Arquivo Municipal de Lisboa/Fotográfico

Referências bibliográficas

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1Diário Municipal (1942). 25 de março, ano VII, nº 2040.

2Em 1933 foi criado o Secretariado da Propaganda Nacional (SPN) que, a partir de 1945, foi continuado pelo Secretariado Nacional de Informação, Cultura Popular e Turismo (SNI) e, em 1968, substituído pela Secretaria de Estado da Informação e Turismo (SEIT). Em 1997, o seu acervo fotográfico foi incorporado no Centro Português de Fotografia (Guia de fundos e coleções fotográficos, 2007).

3De acordo com os dados constantes no relatório de atividades, elaborado por Fernando Castelo-Branco, Chefe da Repartição Cultural, em 13 de fevereiro de 1971, o Arquivo possuía um catálogo de assuntos compilado em formato livro, para provas e negativos. O preenchimento manual da informação era feito após o trabalho de inventário e catalogação em ficha de cartão, imagem a imagem, com descrição e prova colada. Para além do catálogo existia, ainda, um índice remissivo de assuntos.

4Numa primeira fase as fotografias eram registadas de acordo com normas internacionais para a catalogação bibliográfica e, mais tarde, segundo a Norma ISAD(G) para documentos de arquivo, publicada pela primeira vez pelo Conselho Internacional de Arquivos (CIA) em 1994.

5A partir de 1942 o Arquivo assume competências para mandar executar e organizar o respetivo arquivo de fotografias devendo encomendar e adquirir fotografias relativas a obras municipais, serviços municiais e efemérides. Na década de 1990, define-se uma reestruturação global do Arquivo em moldes modernos, que passa pela mudança de instalações, reestruturação e formação especializada das várias equipas de trabalho e por novas práticas e procedimentos de recolha, preservação, investigação e divulgação.

6No contexto deste trabalho não foram incluídos os espólios dos fotojornalistas Eduardo Gageiro (adquirido ao fotógrafo em 2004 e 2017), por conter imagens anteriores ao período referido, e Alfredo Cunha (doado à Câmara Municipal de Lisboa entre 1997 e 2012), por não ter sido permitida a sua inclusão.

7Neste âmbito refira-se a iniciativa organizada pelo Movimento Democrático dos Artistas Plásticos que no dia 10 de junho de 1974 reuniu 48 artistas, tantos quantos os anos de ditadura, que pintaram em simultâneo um grande painel instalado na Galeria Nacional de Arte Moderna (Belém). O facto de este acontecimento ter sido transmitido em direto pela RTP, não impediu a presença de muitas centenas de pessoas que assistiram tanto à execução da pintura como a espetáculos que ocorreram paralelamente no local ou participaram em outros eventos então dinamizados. Na coleção de Ernesto de Sousa encontram-se algumas imagens alusivas à execução do painel. O evento foi registado pelo Instituto de Tecnologia Educativa (ITE), tornando-se um documento fundamental, representativo desta intervenção e do trabalho dos artistas envolvidos (Pintura Colectiva: movimento democrático dos artistas plásticos: 10 de junho de 1974, mercado da primavera https://repositorioaberto.uab.pt/handle/10400.2/5412 e https://educast.fccn.pt/vod/clips/279qsgidd9/desktop.mp4?locale=pt). O mural viria a desaparecer num incêndio em 1981.

8Estas três exposições deram origem a catálogos com o mesmo título (Fotografia 74, 1974; Portugal, 1975; 25 de Abril de 1974, 1977).

9No período anterior ao 25 de Abril de 1974, a relevância autoral foi assinalada numa clara valoração do fotógrafo como se pode ver no documentário sobre a obra de Eduardo Gageiro, passado pela RTP, em 1972, que integraria o grupo de fotógrafos que documentariam a Revolução dos Cravos. É, como referido, um dos autores que está representado no Arquivo Municipal de Lisboa/Fotográfico. https://arquivos.rtp.pt/conteudos/um-dia-com-eduardo-gageiro

10O Arquivo Municipal de Lisboa/Fotográfico apresentou uma exposição sobre o seu trabalho em 2015, no projeto Antecâmara, integrada no tema sobre a fotografia a cores.

11Alternativa Zero, Artes plásticas, que ideia! Eduardo Prado Coelho, Opção, 10 de março de 1977. https://ernestodesousa.com/projectos/alternativa-zero

12Para além dos fotógrafos representados no Arquivo Municipal de Lisboa, destacamos igualmente alguns artistas que não se incluem no acervo da instituição, e que, ao desenho e à pintura juntaram a fotografia como suporte de trabalho e expressão: Alberto Carneiro (1937-2017), por estar próximo da expressão da land art, Fernando Calhau (1948-2002), num experimentalismo que aborda a potencialidade fotossensível, e Helena Almeida (1934-2018), que se apropriou da fotografia do seu corpo e expressão corporal para criar uma narrativa intervencionada por pinceladas de cor ou traços, dando uma materialidade ao suporte fotográfico. Quanto ao contexto pedagógico e teórico, para além de um mestrado em História de Arte criado e coordenado por José-Augusto França, em 1976, destaca-se a edição da revista Colóquio Artes, pela Fundação Calouste Gulbenkian, dirigida por França entre 1971 e 1977. Este manifesto artístico-teórico evidencia bem a transição para a reflexão defendida por Chicó (1999), referida anteriormente e manter-se-á como a única publicação periódica de reflexão artística, sendo uma fonte de importantes contributos no período pós 25 de Abril de 1974 até 1977. O ar.co - escola de artes - surge igualmente em 1973, como uma escola nova com abordagens livres (Gonçalves, 1993).

Recebido: 12 de Janeiro de 2024; Aceito: 01 de Fevereiro de 2024

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