INTRODUÇÃO
Na atualidade os profissionais de saúde e os Enfermeiros em particular são desafiados a manterem-se atualizados para responder a um contexto de cuidados de saúde, onde as evoluções no diagnóstico, tratamento e os novos desafios que as pessoas que vivem com uma doença crónica enfrentam, assumem elevada volatilidade. Volatilidade que resulta da massiva produção de nova evidência e consequente necessidade de atualização de guidelines e normas de orientação clínica e a sua translação para a prática pelos profissionais de saúde. O acesso a conteúdos formativos, atualizados, certificados e direcionados às necessidades dos profissionais de saúde ganham especial relevância na terceira década do século XXI.
O envolvimento dos Enfermeiros em diferentes estratégias de formação, não só por iniciativa individual, mas também por iniciativa das instituições da saúde assume um papel determinante. Assim, e em termos organizacionais, a formação em serviço e/ou a institucional torna-se fundamental como estratégia de promoção e garantia da qualidade e segurança dos cuidados prestados.
O Plano Nacional de Saúde (PNS) 2030 identifica como um dos seus objetivos estratégicos o reforço do acesso a cuidados de saúde de qualidade, enfatizando que esses cuidados devem ser dirigidos ao problema do indivíduo, baseados na evidência atual e orientados pelas boas práticas de qualidade e segurança 1. Neste contexto, embora a formação inicial dos Enfermeiros seja fundamental, a formação ao longo da vida assume-se como determinante na garantia da atualização técnica e científica 2.
Assim, as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) disponíveis, a literacia digital e a facilidade de acesso a dispositivos de comunicação e informação pelos enfermeiros, potenciam novas formas, oportunidades e intenção para estes acederem a informação para a sua atualização técnico-científica e, desta forma garantirem a qualidade e segurança dos cuidados de saúde. Contudo, na sociedade atual, persistem barreiras no acesso à aprendizagem ao longo da vida como são exemplos a necessidade de conciliação da vida familiar, profissional e os custos económicos associados 3.
A Organização Mundial da Saúde, para minimizar as barreiras e desigualdades no acesso à aprendizagem ao longo da vida, identificou a intervenção digital em saúde como um recurso a implementar a nível global. Uma intervenção digital em saúde define-se como a utilização específica da tecnologia digital para atingir objetivos no domínio da saúde. A educação digital contempla a educação offline e online baseada em computador (e-learning), os cursos online abertos e massivos, os jogos sérios e a gamificação, os ambientes de realidade aumentada, a realidade virtual, as simulações virtuais de casos clínicos, o treino de habilidades psicomotoras e a aprendizagem móvel (m-learning) entre outros 4.
O e-learning, aprendizagem eletrónica ou aprendizagem baseada na Web, assume-se como um complemento aos modelos tradicionais de formação ao longo da vida, englobando os conhecimentos fornecidos através das tecnologias digitais. O e-learning é considerado um elemento promotor do acesso dos profissionais da saúde à formação ao longo da vida 5. Nas diferentes modalidades de e-learning, e tecnologias disponíveis para a sua concretização, emergiu na última década o Massive Open Online Course (MOOC) como recurso para a disponibilização de conteúdos, em formato digital assíncrono e à distância.
Este tipo de curso, disponibilizado por instituições de Ensino Superior, certificado e integrado nos programas de formação em serviço, das instituições de saúde, emerge como uma possibilidade para contribuir para o acesso à formação contínua dos profissionais de saúde, contribuindo para ultrapassar algumas das barreiras no acesso à aprendizagem ao longo da vida.
O conceito de MOOC está alicerçado na definição de vários conceitos como a aprendizagem eletrónica (e-learning), comunicação massiva, partilha de conhecimento e abertura 6. Constituído por conteúdo de qualidade e personalizado de acordo com o fim a que se destina, o MOOC destina-se a um público-alvo em grande número, o que em ensino presencial, na maioria das vezes não é possível. Estes cursos emergiram há mais de 20 anos e distinguiram-se pelo “seu método disruptivo de fornecimento de conteúdo”, implementando pedagogia e ferramentas inovadoras 7.
Nos últimos anos a frequência de um MOOC tem crescido exponencialmente. A nível global, não incluindo a China, em 2021, foram cerca de 220 milhões, os inscritos em cursos online, número este que constitui o dobro dos matriculados em 2020 8.
As vantagens e os ganhos pessoais e profissionais para os indivíduos que frequentam um MOOC, têm sido descritos desde o impacto na aprendizagem e conhecimento global, ao desenvolvimento de competências, atitudes, confiança e compromisso 9.
A utilização das TIC e destes cursos em particular podem constituir-se como recursos estratégicos para otimizar o acesso dos Enfermeiros a conteúdos formativos que assegurem a formação ao longo da vida e consequentemente como uma das estratégias institucionais para a garantia da qualidade e segurança dos cuidados de Enfermagem.
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) continua a ser uma das principais causas de morte, de internamento, de morbilidade com redução da funcionalidade e qualidade de vida 10. Face à prevalência desta doença, e ao elevado impacte funcional na pessoa, na família e nos sistemas de saúde e segurança social 11, torna-se necessário estar acessível aos enfermeiros o estado da arte para que estes se tornem mais significativos para as pessoas que vivem com DPOC 12. A disponibilização de conteúdos formativos através de um curso MOOC, desenvolvido e certificado por instituições de Ensino Superior de referência, com a colaboração de Peritos Nacionais e Internacionais, suportado pela melhor evidência, pode ajudar a ultrapassar algumas das principais barreiras identificadas no acesso à formação ao longo da vida 13.
O Ecare-COPD é um programa formativo desenvolvido pela Escola Superior de Enfermagem do Porto, e tem por finalidade desenvolver as competências dos Enfermeiros para ajudarem as pessoas com DPOC autogerirem a doença. Este programa formativo, os seus conteúdos e estratégias podem ter especial relevância no âmbito do exercício das competências especificas dos Enfermeiros Especialistas em Enfermagem de Reabilitação, bem como no exercício das suas competências comuns como Enfermeiros Especialistas nos domínios da gestão dos cuidados e do desenvolvimento das aprendizagens profissionais. Este programa é constituído por 12 módulos formativos. Cada módulo é composto por diferentes lições, suportadas por sínteses do estado da arte em vídeo e texto. As lições são apresentadas por peritos nacionais de diferentes áreas disciplinares. No final de cada módulo cada participante é avaliado. A conclusão do programa formativo e emissão de certificação implica uma avaliação global maior ou igual a 50%. No total, este programa formativo integra 59 lições. Os 12 módulos são complementados por um módulo em que o participante pode treinar a decisão clínica através do uso de um simulador de doentes virtuais. O programa formativo esteve acessível através da plataforma NAU e por convite. Este programa tem sido alvo de um processo de validação, demonstrando a sua relevância e adequação técnico-científica e pedagógica 13. Contudo, ainda pouco se sabe sobre a aceitação da utilização de um MOOC na aprendizagem ao longo da vida pelos Enfermeiros.
Assim, com este estudo pretendíamos avaliar a facilidade de utilização, utilidade percebida e intenção para a utilização de um MOOC na formação continua pelos Enfermeiros.
METODOLOGIA
Estudo do tipo observacional, exploratório, descritivo com recurso a uma técnica de amostragem não probabilística de conveniência. Foram considerados elegíveis todos os Enfermeiros de um departamento de Medicina Interna, de um Hospital Central do Norte de Portugal, que aceitassem voluntariamente participar no estudo.
Para a recolha de dados, após a conclusão do programa formativo, utilizamos um questionário (13 que avalia a aceitação da utilização das tecnologias de informação e comunicação. Este questionário é constituído por 12 itens (quadro 1), cujas respostas possíveis variam numa escala de Likert entre “1 - pior opinião possível” e “5 - melhor opinião possível”. Este instrumento foi desenvolvido com base no Modelo de Aceitação de Tecnologia 14 e dos determinantes da perceção de facilidade do seu uso 15 fundamentando-se na experiência e publicações utilizando esta metodologia 12,13,16.
Na área da tecnologia e da educação 17, o modelo da aceitação da tecnologia (TAM) é um modelo teórico que prediz a aceitação da utilização da tecnologia pelos utilizadores. Este modelo sugere a existência de relações entre a facilidade de uso, a utilidade percebida e a intenção comportamental para utilizar a tecnologia.
1 - Relativamente ao curso (ECare-COPD) como qualifica a facilidade de utilização |
2 - Relativamente ao curso (ECare-COPD) como qualifica a utilidade para a sua formação |
3 - Qual a sua intenção para utilizar este tipo de curso no futuro |
4 - Qual a relevância deste curso na sua aprendizagem/ formação |
5 - Este curso foi facilitador da sua aprendizagem |
6 - Considera este curso um contributo na sua aprendizagem/ formação |
7 - Como avalia a qualidade do conteúdo do curso |
8 - Como avalia a adequação do curso às necessidades da sua aprendizagem/ formação |
9 - Como quantifica a sua aprendizagem/ formação |
10 - Globalmente como avalia o curso |
11 - Considera este curso um contributo diferenciador na educação dos enfermeiros |
12 - Recomendava este curso a outro enfermeiro / enfermeiro especialista |
Análise e tratamento de dados
A análise estatística foi realizada utilizando o software: IBM SPSS Amos v.29, IBM SPSS Statistics v. 29. Utilizamos a estatística descritiva e análise inferencial na análise das diferentes variáveis em estudo. Na análise inferencial, em função da natureza das hipóteses, utilizamos o teste T Student e o teste de Pearson. Na análise da consistência interna dos instrumentos de recolha de dados utilizamos a Análise Fatorial Exploratória (AFE), e o Alpha de Cronbach. Os resultados são reportados seguindo as normas APA, apresentando as medidas de magnitude do efeito d de Cohen (0,2 baixo; 0,5 médio e 0,8 alto) e considerados significativos os valores de p<.05.
RESULTADOS
Neste estudo participaram 141 enfermeiros de um departamento de medicina de um Hospital do Norte de Portugal correspondentes a 73,05% (N=193) do total de enfermeiros do departamento. Dos participantes 79,4% (n=112) eram do sexo feminino. Estes enfermeiros tinham uma idade média de 33,29 anos (DP±8,22; Med.=31,50; Min.=24 e Máx.=58), uma experiência profissional média como Enfermeiro de 10,15 anos (DP±7,11; Med.= 8; Min.=1 e Máx.=37), e uma experiência média de 6,64 anos no departamento de medicina deste Hospital no Norte de Portugal (DP±6,24; Med.= 4; Min.=0 e Máx.=26).
Nesta amostra 83,7% (n=118) dos enfermeiros eram licenciados e 13,5% (n=19) Mestres em Enfermagem. Relativamente à categoria profissional 75,2% (n=106) detêm a categoria de enfermeiro, 21,3% (n=30) de Enfermeiro Especialista, 1,4% (n=2) de Enfermeiro Gestor.
Avaliação da facilidade de utilização, utilidade percebida e intenção para a utilização da estratégia pedagógica na formação continua.
Os dados revelaram-se adequados à realização da análise fatorial exploratória (AFE) (KMO=0,965 e Bartlett's sphericity test<,001). A AFE revelou a unidimensionalidade do instrumento. O único fator identificado explica 70,05% da variabilidade dos dados.
Na avaliação da consistência interna do instrumento verificamos um valor de Alfa de Cronbach de 0,965 para os 12 itens com uma correlação item-total entre 0,739 e 0,887.
Na tabela 1 apresentamos os valores descritivos dos 12 itens do instrumento de avaliação da facilidade de utilização, utilidade percebida e intenção para a utilização da estratégia pedagógica na formação continua, bem como o score médio global.
N | Média | Mediana | Desvio padrão | Assimetria | Curtose | Mínimo | Máximo | |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1-Relativamente ao curso (ECare-COPD) como qualifica a facilidade de utilização | 141 | 4,46 | 5,00 | 0,64 | -0,94 | 0,62 | 2,00 | 5,00 |
2-Relativamente ao curso (ECare-COPD) como qualifica a utilidade para a sua formação | 141 | 4,43 | 4,00 | 0,64 | -0,82 | 0,48 | 2,00 | 5,00 |
3-Qual a sua intenção para utilizar este tipo de curso no futuro | 141 | 4,50 | 5,00 | 0,59 | -0,72 | -0,44 | 3,00 | 5,00 |
4-Qual a relevância deste curso na sua aprendizagem/ formação | 141 | 4,49 | 5,00 | 0,60 | -0,74 | -0,40 | 3,00 | 5,00 |
5-Este curso foi facilitador da sua aprendizagem | 141 | 4,55 | 5,00 | 0,59 | -1,13 | 1,39 | 2,00 | 5,00 |
6-Considera este curso um contributo na sua aprendizagem/ formação | 141 | 4,40 | 4,00 | 0,65 | -0,96 | 1,18 | 2,00 | 5,00 |
7-Como avalia a qualidade do conteúdo do curso | 141 | 4,45 | 5,00 | 0,61 | -0,66 | -0,50 | 3,00 | 5,00 |
8-Como avalia a adequação do curso às necessidades da sua aprendizagem/ formação | 141 | 4,27 | 4,00 | 0,57 | -0,07 | -0,47 | 3,00 | 5,00 |
9-Como quantifica a sua aprendizagem/ formação | 141 | 4,44 | 4,00 | 0,58 | -0,66 | 0,78 | 2,00 | 5,00 |
10-Globalmente como avalia o curso | 141 | 4,48 | 5,00 | 0,60 | -0,91 | 0,88 | 2,00 | 5,00 |
11-Considera este curso um contributo diferenciador na educação dos estudantes/ enfermeiros | 141 | 4,55 | 5,00 | 0,61 | -1,21 | 1,33 | 2,00 | 5,00 |
12-Recomendava este curso a outro enfermeiro / enfermeiro especialista | 141 | 4,30 | 4,00 | 0,67 | -0,58 | -0,08 | 2,00 | 5,00 |
Valor médio TAM | 141 | 4,44 | 4,58 | 0,52 | -0,92 | 1,02 | 2,33 | 5,00 |
Os dados dos itens revelam valores médios por item superiores a 4,27 (numa escala de Likert de 5 pontos) e uma média global do TAM de 4,44, facto que evidencia uma elevada facilidade e utilidade percebidas na estratégia pedagógica utilizada na formação continua, bem como uma elevada perceção de intenção para utilizar esta estratégia pedagógica de formação contínua no futuro (M=4,50). Os dados revelam que os participantes avaliam de forma muito positiva a qualidade do curso, o contributo na formação, e consideram como sendo um contributo diferenciador na educação (M=4,55), e que o recomendavam a outros enfermeiros (M=4,3).
A análise inferencial não permitiu identificar diferenças com significados estatísticos relativamente às variáveis sociodemográficas e profissionais.
DISCUSSÃO
Este estudo evidencia que os enfermeiros percecionam um MOOC como uma estratégia útil na sua formação e aprendizagem ao longo da vida, constituindo um contributo facilitador e distinto no processo formativo.
Relativamente à facilidade de utilização, utilidade, intenção para utilizar este tipo de estratégia formativa no futuro, e qualidade global do mesmo, a maioria dos enfermeiros avaliou positivamente essas caraterísticas (atribuindo uma pontuação de 4 ou 5, numa escala de 1 a 5), com 89%, 94%, 94% e 98%, respetivamente. Este facto, aponta para a necessidade desta estratégia pedagógica suportada por um MOOC, ser também alicerçada em elevados padrões de qualidade dos conteúdos disponibilizados, bem como o seu alinhamento com as necessidades de atualização percebidas pelos Enfermeiros.
Embora a formação contínua seja crucial no desenvolvimento das competências do enfermeiro, conferindo qualidade às intervenções ou cuidados que presta 18, esta tem enfrentado alguns obstáculos, devido à diminuição de recursos humanos, à elevada rotatividade dos mesmos e ao aumento da carga de trabalho nas instituições de saúde 13. Assim, torna-se fundamental que estes profissionais, tal como as instituições onde exercem a sua atividade recorram e utilizem plataformas inovadoras, que integrem as TIC, no seu desenvolvimento profissional, como estratégia para ultrapassar algumas das barreiras identificadas pelos profissionais de saúde e os Enfermeiros em particular para se envolverem. Facto constatado pela possibilidade de formar e certificar um elevado número de enfermeiros no curto espaço de tempo deste estudo.
Um MOOC pode estar disponível nessas plataformas, salvaguardando o acesso em grande escala, sem restrições de horário ou localização geográfica 7, facto que otimiza a conciliação do funcionamento dos serviços, a vida pessoal, familiar e profissional dos Enfermeiros.
Note-se que a facilidade de utilização de determinada tecnologia influencia diretamente o seu uso 19, o que aponta para que a utilização da tecnologia não seja um elemento dificultador na implementação da utilização de um MOOC na formação contínua dos Enfermeiros.
Desta forma podemos constatar a relevância percebida e atribuída, pelos Enfermeiros de um departamento de Medicina, na utilização de um MOOC como estratégia pedagógica na formação ao longo da vida. No entanto, o facto do estudo se circunscrever ao domínio da autogestão da DPOC, numa instituição e num contexto específicos, impede a generalização dos resultados obtidos, constituindo uma limitação do estudo desenvolvido. De realçar que a estratégia proposta, noutros domínios de ação dos Enfermeiros, poderá necessitar de ser complementada por estratégias de simulação em contexto de serviço ou laboratório. A utilização de um MOOC pelos enfermeiros permite o acesso a conteúdos essenciais para garantirem a atualização dos seus conhecimentos 13.
Este programa formativo, apresentado em formato MOOC apresentou uma taxa de abandono de 6,55%, dado inferior ao descrito em estudos anteriores 13,20,21. Para tal pode ter contribuído a integração da simulação clínica virtual e da componente de gamificação no programa formativo, uma vez que esta aumenta a satisfação dos formandos, reduzindo o abandono 3.
As caraterísticas do MOOC Ecare-COPD, integrando recursos multimédia (vídeos) e resumo da evidência mais recente sobre a DPOC contribuem para a perceção da utilidade do MOOC 22 e, para um maior envolvimento na aprendizagem, que por sua vez contribui para incrementar a intenção em frequentar novamente este tipo de cursos 23. Por outro lado, os valores baixos desta taxa de abandono também poderão estar relacionados com o facto do MOOC utilizado se destinar ao desenvolvimento de competências dos enfermeiros na capacitação da autogestão dos doentes com DPOC, uma vez que quando o MOOC está relacionado com a atividade profissional dos participantes, as taxas de inscrição e conclusão são mais elevadas 24. Quando a realização de um MOOC decorre da atividade profissional e existe a possibilidade de emissão de um certificado de frequência e conclusão do MOOC, a probabilidade dos participantes o concluírem aumenta 25.
Assim, o desenvolvimento e disponibilização de um MOOC, suportado pela melhor evidência e certificado por Instituições de Ensino Superior, pode constituir-se como uma estratégia central na formação continua e ao longo da vida dos Enfermeiros e em particular nas áreas de especialização. Neste particular, áreas de especialização como a de Enfermagem de Reabilitação, onde a produção e disponibilização de evidência tem vindo a aumentar, com impacte direto na efetividade, qualidade e segurança da prática clínica, podem beneficiar da utilização de um MOOC para garantir a acessibilidade dos Enfermeiros Especialistas em Enfermagem de Reabilitação à atualização técnico-científica.
CONCLUSÃO
Este estudo contribui para uma melhor compreensão sobre o potencial que as tecnologias de informação e comunicação têm para reduzirem as barreiras percebidas pelos Enfermeiros para se envolverem na formação ao longo da vida, e em particular na formação em serviço, promovendo uma resposta dirigida às necessidades dos Enfermeiros e das pessoas com DPOC.
O elevado nível de aceitação pelos Enfermeiros da utilização de um MOOC em contexto de formação contínua, neste estudo, permite às instituições prestadoras de cuidados de saúde e às Instituições de Ensino Superior, alicerçar a decisão sobre como otimizarem o acesso dos Enfermeiros e dos Enfermeiros de Reabilitação, a conteúdos formativos que sejam um efetivo contributo para a garantia da qualidade e segurança dos cuidados, viabilizando a conciliação da vida pessoal, familiar e profissional dos Enfermeiros com a missão das instituições.