1 Introdução
Desde o primeiro caso reportado com o vírus SARS-Cov-2, a Dezembro de 2019, em Wuhan, a expansão global foi galopante, exigindo esforços conjuntos dos governos, agências, populações e investigadores campos científicos variados, no estudo e proteção face à pandemia de Covid-19. Diversos estudos quantitativos foram publicados sobre o impacto da pandemia ao nível físico, social e mental, mas poucos focaram as perceções e vivências subjetivas da pandemia, consequente confinamento e respetivos processos de adaptação psicológica aos constrangimentos físicos, sociais e laborais. A investigação qualitativa contribui para a compreensão do impacto e processos de adaptação psicológica à pandemia em condições de confinamento, no campo teórico do coping e autorregulação. Informações sobre os processos individuais poderão contribuir para o ajustamento de medidas e construção de materiais informativos baseados na evidência científica quantitativa e qualitativa. A pandemia provocou medo na população pela sobrecarga de notícias e incompreensão das medidas governamentais nem sempre claros ou contraditórios. (Ivbijaro, et al., 2020). Peritos e jornalistas contribuíram para transmitir informação relevante necessária à mudança comportamental, ocupando grande parte do espaço informativo em simultâneo com a circulação de outras informações menos fidedignas nas redes sociais.
Em prol da saúde pública, contenção do número de contágios, internamentos e mortes, foram decretados em Portugal dois estados de emergência com confinamentos totais prolongados (I Fase, 18/ Março-2Maio/2020 e III Fase, 15/Janeiro-Abril/2021) Implicaram a limitação da mobilidade e liberdade individual, o distanciamento físico de família, amigos e colegas, o encerramento das escolas, de muitos setores de atividade económica e a implementação do teletrabalho sempre que possível. O teletrabalho acarreta longas horas de tempo de ecrã e a conjugação das atividades pessoais, familiares e laborais num único espaço. Condições desafiadoras em termos de bem-estar, saúde mental e equilíbrio entre a vida laboral-pessoal-familiar. Dependendo das características dos trabalhadores, o trabalho em casa e a flexibilidade laboral foram também associados à maior produtividade e bem-estar e à diminuição de custos nas organizações (Merone & Whithead, 2021).
1.1 Impacto do Confinamento Covid-19 na Saúde Mental
Estudos anteriores acerca do impacto da pandemia/confinamento na saúde mental, revelam que a associação a níveis elevados de ansiedade (Huang & Zhao, 2020; Salari, et al. 2020), depressão, stresse, perturbações de sono, sentimentos e emoções como raiva, medo (Torales et al., 2020; Vindegaard, et al., 2020), tédio, medo de contágio e de perda financeira/emprego (Mariani, et al., 2020). O impacto difere entre países, em Portugal Delmastro e Zamariola (2020) encontraram menor stresse e maior bem-estar, mas outros autores identificaram menor saúde mental, e níveis moderados/elevados de ansiedade e depressão. Ser jovem, mulher, ter baixo rendimento económico e instabilidade laboral acresce o risco de vulnerabilidade psicossocial (Oliveira & Fernandes, 2020; Passos et al. 2020; Paulino, et al., 2021). O risco é mais evidente em populações em situação de vulnerabilidade e risco psicossocial/pobreza, sujeitas a perda de rendimentos ou trabalho, dificuldades no acesso à saúde, stresse, desespero, isolamento social e discriminação (Matias et al., 2020).
A solidão e as dificuldades de autorregulação emocional associam-se aos sintomas depressivos e são fortes preditores longitudinais de saúde mental (Goarke, et al., 2021). Se quem se encontra em teletrabalho sente dificuldades na gestão do equilíbrio trabalho- família, a solidão e a falta de propósito é sentida por quem vive sozinho (Carnevale & Hatac, 2020). Mais do que o medo de contágio, o confinamento surge associado ao maior isolamento, solidão, menor bem-estar e saúde mental. Num estudo qualitativo verificaram que 90% dos participantes reconheceram impactos negativos na saúde mental, reportando dificuldades no acesso à tele-saúde, falta de suporte social, elevada ansiedade, solidão, medo, incerteza, dor e raiva.
1.2 Estratégias de Adaptação
A adaptação psicológica poderá incluir as estratégias de coping e autorregulação emocional-cognitiva-comportamental mais ou menos adaptativas face à situação. A dificuldade na gestão do horário/condições de trabalho em casa, constitui um fator de risco para o stresse (Reizer, et al., 2021). A falta de suporte familiar e a desregulação emocional associadas ao stressor confinamento, predizem um aumento dos sintomas depressivos e ansiosos O suporte social familiar (telecontacto com família/amigos/colegas), entreajuda (Mariani, et al., 2020), nível educativo e flexibilidade psicológica são fatores de resiliência, protetores da saúde mental (Gloster, et al., 2020). Para Fernandez, et al. (2020) a comunicação digital foi a estratégia mais usada no combate à solidão em confinamento. A manutenção das rotinas, atividade física/ao ar livre, hobbies, meditação, autocuidado, alimentação; as estratégias de coping de focalização (no trabalho e limitação de exposição às notícias), resolução de problemas, orientação para a tarefa, suporte social; e de autorregulação como o otimismo e a procura de um sentido, contribuem para o sentimento de “normalidade” exercendo um efeito protetor face a ansiedade e depressão (Cruz, et al, 2020; Fullana, et al., 2020; Gao, et al., 2020; Gerhold, 2020; Ivbijaro, et al., 2020; Matias et al., 2020).
O presente estudo qualitativo com recurso a dois tipos de análise de entrevistas semiestruturadas (IPA/Análise lexical) pretende responder às questões de investigação: Qual o impacto psicológico dos dois confinamentos devido à pandemia de Covid-19 em pessoas em teletrabalho? Quais as estratégias de adaptação psicológica foram adotadas nos dois confinamentos, Março de 2020 e Janeiro de 2021?
2 Metodologia
De uma recolha de dados inicial com 20 participantes, apenas 10 profissionais portugueses em situação de teletrabalho se disponibilizaram a realizar as duas entrevistas (80% Mulheres; 20% Homens) com idades compreendidas entre os 22 e os 51 anos (M=33.6, DP=9.66), licenciados, 80% casados/união de facto e 30% com filhos. A fim de responder às questões em estudo, foram realizadas entrevistas semidiretivas online em dois cortes temporais, na 1ª vaga pandémica/confinamento entre Abril/2020 (tempo 1-T1) e na 3ª vaga pandémica/confinamento Janeiro/2021 (Tempo 2-T2) com a inclusão de três questões relativas às duas últimas semanas: 1) Quais os principais impactos da pandemia Covid-19 na sua vida? 2) Que sentimentos experienciou? 3) Que estratégias adota para lidar com a situação? Esta técnica de recolha de dados qualitativos é útil na compreensão de novos fenómenos, permitindo a emergência de conteúdos, experiências subjetivas, valores, crenças, sentimentos e emoções, próximos da realidade (Aarsand & Aarsand, 2018). A participação foi voluntária, mediante consentimento informado, garantindo o anonimato/confidencialidade, e possibilitando a desistência. As entrevistas foram gravadas, transcritas, preparadas num corpus e apagadas após análise, seguindo o Regulamento Geral Proteção de Dados-RGPD.
Na análise qualitativa, a IPA-Interpretative Phenomenological Analysis ocorreu em etapas (Peat et al., 2018): leitura flutuante independente (3 juízes); leitura/análise fenomenológica e codificação até à saturação do texto independente (3 juízes); discussão conjunta dos temas e subtemas encontrando um consenso e desenvolvimento de um quadro compreensivo do fenómeno (4 juízes); organização síntese dos dados em tabelas/figuras (Fig. 1).
As narrativas de ansiedade relacionavam-se à preocupação consigo e pessoas próximas, à disrupção das rotinas pessoais/trabalho, incerteza quanto ao futuro laboral e na saúde, incrementado para quem tem perturbações mentais prévias. (Ivbijaro, et al. (2020) O prolongamento da pandemia/confinamento, poderá contribuir para uma maior morbilidade das perturbações mentais.
Na análise lexical quantitativa posterior, submetemos separadamente o texto ao software ALCESTE® (Analyse Lexicale par Contexte d’un Ensemble de Segments de Texte) a fim cruzar e aferir a validade dos resultados encontrados na IPA. A análise agrupa as palavras segundo a relevância, raiz e inclusão no texto, reduzindo o enviesamento interpretativo e permitindo a comparação com a análise subjetiva. Após a preparação prévia do texto, a análise decorreu em etapas (Reinert, 1986): a simplificação (identificação de palavras, redução à sua raiz), agrupamento; divisão do corpus a Unidades de Contexto Elementar (UCE’s) com comprimento estandardizado a fim de comparar a ocorrência da distribuição; análise do vocabulário, realização da dupla Classificação Hierárquica Descendente(CHD), posterior Análise Fatorial de Correspondências(AFC), extraindo os grupos representativos/classes lexicais e percentagem de variância; realização de Classificação Hierárquica Ascendente(CHA), acedendo à relação entre palavras intraclasse/contexto. Mediante composição, valores por classe, e inclusão nas UCE’s denominámos cada classe, atribuindo-lhe significado. Neste estudo focámos a composição das classes nos dois momentos de avaliação, na 1ª vaga pandémica/confinamento(T1) e na 3ª(T2) e sua comparação com a análise subjetiva IPA, procurando uma maior validade de resultados qualitativos (Fig.1).
3 Resultados
3.1 Análise Qualitativa - IPA
O consenso entre a análise fenomenológica independente resultou nos temas centrais das entrevistas e na emergência de subtemas: 1) Impacto (T1-42.73%/T2-44.37%); 2) Sentimentos (T1-57.31%/T2-55.63%); 3) Adaptação (T1-41%/T2-23.24%). Verificamos que a temática Sentimentos é expressiva em número de ocorrências, seguida do impacto e adaptação, verificando-se uma alteração temporal (tabela 1). Em T1, a qualidade/tempo em família foi valorizada positivamente (30%); salientamos o impacto do confinamento no quotidiano, sobrecarga laboral, gestão de múltiplos papéis e dificuldade no equilíbrio trabalho-família e “em desligar do trabalho”. Socialmente, o impacto apontado foi a falta de liberdade e de contacto físico (80%). Os sentimentos de solidão, medo do contágio e ansiedade associados ao vírus, foram prevalentes, adotando intuitivamente, antes de qualquer campanha informativa, estratégias de autorregulação e coping adaptativas como: atividade física, evitar as notícias; controlar o tempo de ecrã/redes sociais, positividade. Em T2, as dificuldades na gestão quotidiana e equilíbrio trabalho-vida/família mantêm-se (12.68%), acusando desgaste nas condições laborais e sobrecarga de trabalho (23.24%). Ainda que os sentimentos de ansiedade face ao vírus tenham diminuído, aumentam as menções de solidão e isolamento social (32.39%).
As estratégias de coping, autorregulação cognitiva-emocional-comportamental focam-se agora na família, autocuidado e procura de bem-estar (23.24%).
3.2 Análise Lexical
O corpus do texto foi reduzido a Unidades de Texto Elementar-UCE, sendo 92% com duas classes(T1), e 71% com quatro classes(T2), considerados relevantes e com riqueza de vocabulário (T1-95%/T2-81%), assegurando a análise satisfatória CHD (Fig. 2). Em T1 a Classe 1-Gestão tempo/trabalho-vida (65.91% das ECU) indica alterações na gestão quotidiana do tempo/atividades em casa, procurando um equilíbrio trabalho-vida/família: “trabalho oito horas e não consigo só oito horas a trabalhar, faz com que prolongue muito mais o tempo disponível e que prolongue o tempo que tenho e para gozo próprio também, faz com que não aproveite tanto como aproveitava” (mulher, 28 anos, s/filhos; X 2 = 10). A classe 2-Impacto, (34.1%) ansiedade e medo relacionados ao vírus/informação: “essa ansiedade evidentemente é provocada pelo isolamento, pelo receio de ficar infetado, pelas consequências que isso poderá ter. E também muito potenciado pela comunicação social, pelas redes sociais, portanto acho que uma das formas de evitar essa ansiedade que qualquer um de nós pode sofrer, no fim e distanciar se um pouco daquilo que vem nas notícias.” (homem, 51 anos, 2/filhos; X 2 = 15).
Em T2, a Classe 1-Impacto (36%) revela menor ansiedade/medo, apesar da preocupação da perda financeira/laboral persistir: “nesta fase da pandemia e comparativamente ao primeiro isolamento, não sinto qualquer tipo de ansiedade.
O primeiro isolamento, como era ainda uma situação nova e completamente desconhecida, teve um maior impacto para mim, nessa primeira fase senti alguma ansiedade e muitos receios/medos relativamente ao contágio.” (mulher, 37 anos, s/filhos; X 2 = 19). A classe 2-Gestão tempo/trabalho-vida (25%) compreende o equilíbrio/gestão quotidiana e adoção de novas rotinas: “(...)A pandemia está a ser passada em família realizando teletrabalho e cursos e-learning, com as escolas em funcionamento é mais fácil o teletrabalho, pois uma criança de 6 anos com aulas online não é de fácil gestão.” (mulher, 44 anos, separada, 1/filho; X 2 = 36). A Classe 3-Adaptação (21%) incorpora estratégias de autorregulação/coping: “O isolamento e a-distância) para com as pessoas de quem mais gostamos é realmente complicado e difícil para todos. O facto de continuar a trabalhar a partir de casa, de aproveitar o tempo para treinar em casa, ver series/filmes, cozinhar e organizar coisas que já há muito tempo pretendia fazer, mas adiava, mantém-me com a mente ocupada e tranquila.” (mulher, 37 anos, s/filhos; X 2 = 22). A classe 4-Sentimentos (18%): “não) é um esforço de todos, o que faz com que me sinta um pouco frustrado e desiludido, o meu estado de espírito, normalmente é assim, às vezes sinto me um pouco mais em baixo é verdade porque nós vemos os casos a aumentarem as coisas a descambarem.” (homem, 36 anos, s/filhos; X 2 = 22). A CHA confirma a CHD, nos dois momentos que, junto com a contextualização das UC’s no corpo de texto, atesta os temas emergentes da IPA.
4 Discussão
A análise qualitativa permitiu identificar as vivências subjetivas e processos de adaptação em dois estados de emergência (Abril/2020-Janeiro/2021), um consenso inter-juizes e o racional teórico da discussão. Da discussão conjunta dos resultados das duas análises, contruímos um modelo compreensivo do impacto, vivências e processo de adaptação dos participantes aos confinamentos em pandemia Covid-19 (Fig. 3). A análises confirmam resultados de estudos anteriores. O impacto negativo sentido inicialmente (T1: Medo, ansiedade, angústia) (Mariani, et al. 2020) deu lugar à solidão, frustração e intolerância(T2) (Carnevale & Hatak, 2020). Acentuou-se o medo de perdas financeiras, sobrecarga laboral e dificuldades na gestão quotidiana das áreas pessoal/laboral (De Marchi, 2020; Juranek et al., 2020; Reizer, et al., 2021). Encontrámos igualmente relatos de flexibilidade, liberdade (Merone & Whithead, 2021; Salin et al., 2020) e tempo de qualidade em família possibilitando estreitar os laços afetivos ao longo do tempo (Evans et al., 2020). As estratégias de autorregulação/coping adotadas rapidamente e intuitivamente em T1, (máscara, distanciamento, higienização, coping adaptativo) foram ajustadas ao longo do tempo conforme a perceção do impacto (autocuidado, autorregulação emocional, evitamento das notícias) (González-Padilla & Tortolero-Blanco, 2020). Verificamos que a procura de suporte social-digital e distração, foram constantes em prol da resiliência e bem-estar (Park et al., 2021).
Este estudo salienta que, previamente a qualquer ação psico-educativa em saúde mental, os participantes recorreram organísmicamente e intuitivamente a estratégias de coping/autorregulação protetoras/adaptativas, identificando o que facilitava ou prejudicava o seu bem-estar. Com o prolongamento das medidas em diversos confinamentos, o cansaço e saturação decorrentes, obrigaram à adequação das estratégias iniciais ao novo confinamento, mais autocentradas. Não obstante, são necessárias ações psico- educativas e clínicas, durante e após o confinamento em pandemia. Estas deverão focar- se no combate ao isolamento, à solidão, ao stresse na promoção de estratégias de regulação/coping adaptativas, ajustadas à realidade e vivência de cada sujeito, considerando a complexidade dos processos individuais.
5 Conclusões
O presente estudo contribui para a compreensão dos processos subjetivos de adaptação psicológica, estratégias de autorregulação e de coping utilizadas nos confinamentos mais longos da população em dois tempos distintos: 1º vaga pandémica de Covid-19 (Abril/2020) e 3ª vaga (Janeiro/2021). A opção metodológica de analisar os dados recorrendo a IPA e análise lexical, permitiu aferir a validade dos resultados, assim como a compreensão do processo de adaptação psicológica ao longo da pandemia. Perante a ameaça à saúde pública/individual e a identificação da vivência de stresse, emoções e pensamentos negativos, verificámos uma adaptação global, intuitiva e orgânica das estratégias de adaptação utilizadas pelos participantes, independentemente da sua idade e tipologia familiar. Da 1ª para a 3ª vaga, as estratégias consideradas eficazes foram mantidas, porém, evidenciaram-se preocupações de estabilidade a longo prazo e o desgaste emocional com gradual frustração e intolerância perante os concidadãos desrespeitadores das restrições impostas. Apesar dos sentimentos negativos emergentes, concordantes com estudos quantitativos anteriores, globalmente os participantes focaram- se nos aspetos positivos (flexibilidade de horário, conforto, qualidade de vida, tempo familiar), investido em si e revelando resiliência. Salientamos a relevância dos resultados qualitativos ou o recurso a metodologias mistas no acesso aos processos subjetivos de adaptação psicológica, nomeadamente em grupos mais vulneráveis.
A dimensão do grupo de participantes, homogeneidade do nível de escolaridade e realização da entrevista online constituem possíveis limitações do estudo. Em populações mais vulneráveis são expectáveis maiores dificuldades de adaptação. Pós pandemia a vulnerabilidade e morbilidade em saúde mental, poderá acentuar-se.
Futuramente, a continuidade do teletrabalho ou de sistemas mistos, com flexibilidade de horário e local de trabalho, poderá permitir maior liberdade na gestão do tempo ajustadas aos objetivos e às necessidades da pessoa e da organização que integra, em prol do seu ajustamento e equilíbrio da vida pessoal-trabalho.
As ações de prevenção e o apoio psicológico, técnico especializado deverá complementar as informações generalistas disponibilizadas, privilegiando os grupos mais vulneráveis O cenário pós-pandémico poderá implicar mudanças estruturais na organização do trabalho, da vivência do espaço pessoal e familiar e da prestação de serviços, nomeadamente em tele-saúde. A par da saúde física, a saúde mental deverá ser uma prioridade na agenda governamental e das organizações a fim de mitigar os efeitos adversos da pandemia, promover competências de autorregulação e criar condições para o equilíbrio vida-família- trabalho e bem-estar dos cidadãos.