1.Introdução
A dinamicidade das relações entre pessoas e países foi enormemente incrementada por meio do avanço tecnológico das comunicações e transportes. Esse aumento do fluxo de pessoas e objetos entre os países, conhecido como o processo de globalização, também trouxe a sofisticação dos crimes, não só pela dimensão, mas principalmente pela evolução da sua natureza e adaptação da sua estrutura e atividades ao contexto mundial (Cronin, 2002), conferindo dimensão transnacional ao crime organizado, em razão da permeabilidade das fronteiras internacionais (Nwebo & Ubah, 2015). Por essa razão, os países cooperam entre si, interconectadando-se por uma estrutura cooperativa composta pelas respectivas instituições de segurança pública, a fim de promoverem a prevenção e a repressão de crimes transnacionais organizados (Gerspacher & Dupont, 2007). O conhecimento e a informação são os principais objetos de interação dessas redes interorganizacionais (Zhang & Dawes, 2006).
A literatura sinaliza a importância da confiança e da construção de redes para a cooperação fronteiriça entre instituições (Oomsels & Bouckaert, 2014), principalmente no que diz respeito ao compartilhamento de informações que envolvem riscos e vulnerabilidades (Pangil et al. , 2018). Contudo, há requisitos para que a confiança se estabeleça, pois é necessária uma expectativa positiva sobre as intenções e o comportamento da contraparte, também conhecida como confiabilidade percebida (Mayer et al., 1995). Apesar da contribuição e importância da confiança no contexto sob investigação, o processo de compartilhamento de informações nas redes de cooperação policial internacional e o vínculo entre confiabilidade e o intercâmbio de informações são temas ainda pouco explorados pela literatura científica, haja vista a ausência de estudos empíricos que se ocupem desta agenda (Callens & Bouckaert, 2019).
Em função disto, esta pesquisa concentrou-se na modalidade de cooperação policial internacional existente nas adidâncias da Polícia Federal (PF) que atuam em embaixadas do Brasil acreditadas em 16 países, nas quais os adidos atuam como elos no limite transfronteiriço entre as instituições cooperantes. Os adidos são os atores que iniciam a avaliação de confiabilidade dos interlocutores estrangeiros para o compartilhamento de informações no limite transfronteiriço entre as instituições Polícia Federal e instituições congêneres internacionais (Gill & Thompson, 2017). Esse contexto evidencia que a posição dos atores como elos transfronteiriços entre as instituições pode ter papel crucial no atingimento dos objetivos do esforço cooperativo do compartilhamento de informações (Evans et al., 2019).
Neste desafio, sob o enfoque da abordagem qualitativa, tem-se a seguinte questão de pesquisa: qual a percepção de confiabilidade dos adidos da PF para o compartilhamento de informações com os atores da contraparte no limite transfronteiriço entre as instituições em apoio às investigações de crimes transnacionais. Como objetivo, buscou-se analisar se a percepção de confiabilidade dos adidos da Polícia Federal no compartilhamento de informações com os atores das instituições congêneres internacionais, em apoio às investigações de crimes.
2.Referencial Teórico
A rede de cooperação interorganizacional é tipo de estrutura colaborativa do conjunto de organizações que trabalham cooperativamente entre si, criando uma entidade maior composta de todos os integrantes, para atingimento de objetivos comuns a todos (Thomson et al., 2007). A existência dos relacionamentos interpessoais é imprescindível para as redes interorganizacionais, os quais formam uma rede embutida no nível inferior das redes intraorganizacionais, e propiciam o fluxo de informações (Balestrin et al., 2010). As relações pessoais próprias de um ambiente social, seja este profissional ou informal, dá origem sempre a fluxos de relacionamentos e informações (Magalhães & Gaspar, 2019). Estes relacionamentos podem constituir redes sociais que configuram um conjunto de nós e elos interligados representando os atores e as relações entre eles (Leonardo et al., 2019). As redes sociais são frutos das relações interpessoais que ocorrem dentro dos círculos sociais, assim como podem ser oriundas de relações profissionais (Reyes Junior et al., 2018). As redes podem ser formais, quando existem instrumentos formais prescritivos das regras de conduta entre os atores, e informais quando ocorre intercâmbio de informações e experiências na livre participação dos atores, possibilitando uma cultura colaborativa baseada em confiabilidade (Leonardo et al., 2019).
Mayer et al. (1995) define confiabilidade como o conjunto de habilidades e competências, benevolência e integridade de alguém em quem se confie, e propensão para confiar, que vem a ser a disposição e vontade de se confiar nos outros. A competência é descrita como o conjunto de habilidades e características que permitem que uma parte tenha influência dentro de um domínio específico que o qualifica para uma ação ou tarefa determinada (Evans et al, 2019; Mayer et al., 1995). A benevolência é definida como característica própria daquele que se interessa pelo bem-estar do outro, ainda que isto não gere vantagem imediata no ato de beneficiar outrem (Mayer et al., 1995). Finalmente, a integridade funda-se na aderência a um conjunto de princípios e normas morais e éticas percebidas no comportamento de um indivíduo que são aceitáveis pelo depositário da confiança (Mayer et al., 1995).
Svare, Gausdal e Möllering (2019) afirmam que a confiança baseada na percepção da benevolência, competência (habilidades) e integridade (ABI) influencia diferentes aspectos da interação e dos resultados da rede em face da experiência de percepção de riscos dos membros e que funciona diferentemente no nível interorganizacional e da rede.
A confiabilidade se refere à disposição de uma pessoa agir favoravelmente em relação a uma outra que atribui uma demanda (Ben-Ner & Halldorsson, 2010). A confiança é usada para expressar se um indivíduo comportar-se-á de modo previsível e agirá honestamente quando a possibilidade de oportunismo estiver presente na situação (Zaheer et al., 1998). Vilanova et al. (2019) apontam que a confiança e o comprometimento são essenciais para o desenvolvimento de uma rede, e que os mesmos contribuem tanto para melhorias nas relações dos atores quanto no próprio resultado ao qual a rede se destina.A distinção entre percepção de confiabilidade e confiança é importante e necessária porque a confiança pode ser influenciada por fatores outros que a percepção de confiabilidade do confiado, tais como riscos e recompensas (Zolin et al., 2004).
No mesmo sentido, mas reforçando a atuação como pressuposto, para Axelrod (1984), confiança é um antecedente necessário à cooperação, capaz de conduzir a comportamentos construtivos e cooperativos que são vitais para o estabelecimento de relacionamentos duradouros (Blomqvist & Ståhle, 2012). Entretanto, o próprio Axelrod (1984) não inviabiliza que haja a cooperação num ambiente sem confiança (Getha-Taylor et al., 2019), pois podem haver outros interesses envolvidos na ação cooperativa que a tornem prescindível, em razão do interesse maior. Zaheer et al. (1998) apresentam conceito complementar, no qual consideram a relação positiva entre a confiança interpessoal e a interorganizacional, situação em que uma estimula o surgimento da outra. A confiança interpessoal e a rede social são cruciais para o compartilhamento do conhecimento. Por essa razão, as redes sociais no seio das organizações favorecem que, por meio das interações dos indivíduos da rede social, haja o compartilhamento de informações entre seus integrantes (Pangil et al., 2018).
Evans et al. (2019) concluiram que os laços fortes resultantes das interações no tempo melhoram o compartilhamento de informações, pois as informações compartilhadas neste contexto tendem a ser úteis e de boa qualidade. Entretanto, o mesmo estudo revelou que, quando a confiança é levada em consideração, qualquer efeito positivo de fortes laços no recebimento de conhecimento útil é removido.
Considerando que nas interações para o compartilhamento de informações há um provedor e um destinatário, um provedor de informações avalia a confiabilidade do recebedor de informações antes de compartilhar, realizando uma avaliação prospectiva. O recebedor pode avaliar a confiabilidade do provedor de informações após o recebimento, configurando uma avaliação retrospectiva, que pode afetar a disposição para fornecer informações em interações futuras, pois oferece informações sobre a confiabilidade da contraparte no processo de confiança recíproca (Callens & Bouckaert, 2019).
3.Método
Para o alcance do objetivo proposto, foi realizada pesquisa teórico-empírica descritiva, com recorte transversal, por meio do estudo de caso da cooperação internacional da Polícia Federal brasileira com 16 países: África do Sul, Argentina, Bolívia, Colômbia, Espanha, Estados Unidos da América, França, Itália, México, Paraguai, Peru, Portugal, Reino Unido, Suriname, Uruguai e Venezuela.
A coleta de dados teve abordagem qualitativa, por meio de entrevistas, com uso de roteiro semistruturado, o qual foi elaborado preliminarmente contendo oito questões, com base na literatura. Esta versão foi submetida a cinco juízes especialistas na temática e em coleta qualitativa, visando à validação de conteúdo e semântica, por meio da análise do alinhamento ao objetivo da pesquisa, aderência ao construto, clareza e expectância qualitiva, conforme as diretrizes de Torlig et al. (2022). Ao final, o roteiro ficou com 15 questões, agrupadas em quatro blocos: mapeamento da rede; motivação para compartilhar informações, a partir da percepção de confiabilidade (foco deste artigo); resultados, barreiras e facilitadores da rede; e quatro questões do perfil do estrevistado.
Por meio de amostragem censitária, foram realizadas 16 entrevistas, com os adidos representantes de cada país que possui aditância da Polícia Federal. Cada entrevistado recebeu um código “An”, representando o número do Adido entrevistado, de modo a manter o sigilo da identificação dos indivíduos participantes na entrevista. O perfil dos entrevistados é caracterizado como: 15 do sexo masculino e um do feminino; idade média de 48 anos (Min=44; Máx=63); todos ocupavam cargo de Delegado da Polícia Federal, com experiência média de 20,5 anos (Min=16; Máx=25); além do tempo de experiência na aditância em média de 23 meses (Min=5; Máx=36).
As entrevistas foram realizadas por Skype e gravadas, mediante autorização dos participantes, tendo duração média de 48 minutos (Min=26; Máx=86). Realizou-se a transcrição na íntegra dos dados para proceder a análise de conteúdo de Bardin (2016), seguindo as etapas de pré-análise, exploração do material e tratamento dos resultados, de modo a permitir o agrupamento das respostas pelos núcleos de sentido. Utilizou-se a categorização a priori partindo do referencial teórico para fundamentação das categorias de confiabilidade propostas por Mayer et al. (1995) para verificar a presença das categorias do modelo. As categorias das classificações das informações partiram de referências de documentos organizacionais e do conteúdo dos próprios relatos das entrevistas. A partir da leitura do texto, os núcelos de sentido eram seprados e inseridos em diferentes linhas de uma planilha do Excel, vinculando a cada uma das categorias pré-estabelecidas pela literatura, além de ter a codificação da entrevista de origem para identificar quantos entrevistados relataram conteúdos durante as entrevistas sobre a temática.
4.Análise dos resultados
Para análise da percepção de confiabilidade, mostrou-se imprescindível categorizar as informações que trafegam na rede de relacionamentos dos adidos, constatando-se que algumas informações tiveram uma restrição maior de divulgação pela classificação de sensibilidade do seu teor, pelo potencial comprometimento das atividades de inteligência, investigações ou fiscalização em andamento relacionadas à prevenção ou repressão de condutas ilícitas. Quanto ao conteúdo, os relatos são convergentes quanto ao tráfego de dados de inteligência ou de investigações em andamento.
Um último aspecto observado quanto às informações compartilhadas diz respeito às motivações do compartilhamento, as quais podem ser compartilhadas sob demanda ou espontaneamente. A Tabela 1 consolida a proposta das categorias estabelecidas por dimensão da informação.
A espontaneidade no compartilhamento de informações é um dado relevante na análise da propensão para o compartilhamento de informações, pois denotam a propensão do provedor para compartilhar informações na rede de cooperação policial, o que pode ter repercussão no fluxo de informações (Callens & Bouckaert, 2019). Constatou-se que 10 adidos compartilham informações espontaneamente com os atores das instituições congêneres, sejam estas sensíveis ou não-sensíveis. Um destes adidos, entretanto, relatou que a falta de reciprocidade dos atores das instituições no país acreditante faz com que ele cesse a entrega de informações deliberadamente, até que haja uma contrapartida equivalente no sentido contrário, conforme relato:
“Reciprocidade, então a ferramenta que eu tenho muitas vezes para cobrar uma informação é ter a minha informação que é de interesse deles, mas passar na medida que ele me passa também, então não é gratuito”(A10).
Isso mostra que ações reiteradas que trazem resultados positivos tendem a estimular a confiança entre os atores, promovendo também a cooperação e atos colaborativos, assim como a reciprocidade também pode se expressar no sentido contrário de não prover em retaliação à inércia da contraparte (Axelrod, 1984), sendo um estímulo para que o outro faça entregas recíprocas, sob pena de não receber.
A partir da análise dos dados coletados, tem-se que cinco adidos não indicaram a confiabilidade como fator para compartilhar informações, enquanto que outros 11 avaliaram a percepção de confiabilidade da contraparte para efetivar o compartilhamento de informações. Neste segundo grupo, a dimensão valorada desta percepção varia, podendo ser a competência (habilidades), a integridade e a benevolência, ou mesmo a combinação ou ordenamento de importância entre estas características percebidas.
Constatou-se que 11 adidos que se valem da percepção da confiabilidade para o compartilhamento de informações só o fazem para as informações classificadas como sensíveis. Tem-se que os outros cinco adidos não tratam informações sensíveis ou que estas não fluem na rede que integram, razão pela qual não figuram entre as opções de realização ou não da percepção de confiabilidade, conforme exemplo: “Mas não é nada sensível, eu não passo nenhuma informação do Brasil que seja sensível ao Estado Brasileiro, aos interesses maiores do Estado Brasileiro.”(A16). Já as informações não-sensíveis trafegam sem restrições, sendo restritas apenas pela propensão ou não do adido para compartilhar informações que forem opcionais.
Também foi possível constatar que a confiança estabelecida prescinde de nova análise de percepção de confiabilidade do recebedor ou provedor da informação, pois a análise da percepção da confiabilidade não é realizada quando a confiança é estabelecida na relação diádica, corroborando com a literatura quanto a percepção de confiabilidade ser um antecedente da confiança, a qual, uma vez estabelecida, torna dispensável a análise de percepção de confiabilidade para o compartilhamento de informações (Mayer et al., 1995). Essa situação apresenta risco, em função do que foi apontado no estudo de Skinner et al. (2014) quanto a não ser realizada a percepção de confiabilidade a cada compartilhamento.
Constatou-se que há o transporte da confiança interorganizacional para a interpessoal, conforme apontado por Zaheer et al. (1998), pois nas adidâncias em que a confiança interorganizacional está estabelecida, o adido prescinde da análise de percepção da confiabilidade do recebedor ou provedor da informação, pois esta confiança transporta-se da organização para indivíduo que a integra, conforme se infere do relato: “Todas às vezes que a gente teve esse tipo de contato se entendeu que era possível e interessante passar as informações pedidas”(A07).
A confiança e os relacionamentos interpessoais foram dinamizadores do compartilhamento de informações na rede colaborativa, na medida em que foi promovida a seleção de pessoas confiáveis para serem recebedoras das informações. A análise evidenciou que não há avaliação da percepção da confiabilidade quanto ao conteúdo ou motivação da informação, mas apenas quanto ao tipo, conforme exemplo: “Essas são informações sensíveis, porque são investigações em andamento, então a gente não pode passar isso de forma aberta para qualquer pessoa, então quando tem algo nesse sentido eu procuro sempre o pessoal da inteligência, que a gente tem uma abertura maior”(A03).
Apesar da literatura indicar que percepção de confiabildiade é influenciada pela competência, integridade e benevelência, observou-se que os entrevistados variaram na percepção de quais delas influenciam no compartilhamento de informações, sendo que alguns não consideram todas dimensões, ou definiram ordem de relevância entre elas, conforme exemplos:
“A integridade é o requisito primordial para o compartilhamento de informações”(A05).
“Eu colocaria com certeza a competência e a integridade em uma medida mais elevada do que a benevolência”(A10).
Houve duas pessoas que indicaram considerar apenas a competência, duas só a integridade e duas somente a benevolência. A partir da análise dos relatos dos respondentes, constatou-se que, para alguns dos entrevistados, as dimensões avaliadas na percepção da confiabilidade têm uma ordem de importância, mesmo que todas sejam utilizadas na análise. Dessa forma, o resultado da pesquisa alinha-se com achados no sentido de que, apesar de considerar todas as três dimensões relevantes para a percepção da confiabilidade, os pesos comparativos podem variar de acordo com o contexto da interação, significando que uma alteração de realidade pode causar uma reavaliação da confiabilidade (Ring & Nooteboom, 2003). A Tabela 2 consolida o quantitiativo de participantes quanto à classificação das dimensões motivadoras para compartilhar informações, sendo NA para os casos em que não se aplica a indicação da dimensão.
Tem-se que a análise da percepção de confiabilidade dos adidos influencia o compartilhamento de informações com os atores das instituições dos países, por ser um mecanismo de estímulo à disponibilidade e qualidade das informações para instrução de investigações de crimes que estiverem realizando. Pode-se perceber que a presença do adido no país acreditante tem influência na melhoria da qualidade e disponibilidade das informações compartilhadas instituições (Dawes & Gharawi, 2018), além da propensão dos interlocutores para realizar o compartilhamento em razão da força do laço, pelo tempo e frequência das interações (Evans et al., 2019), e da reciprocidade no compartilhamento (Callens & Bouckaert, 2019), notadamente de informações espontaneamente providas ou respondidas.
Evidenciou-se que as relações interpessoais permitem que a percepção da confiabilidade seja mais eficaz, no sentido de permitir a seleção de pessoas confiáveis para compartilhar informações, mesmo em instituições que não gozem de boa reputação. Verificou-se que as instituições com boa reputação transferem essa confiança organizacional para os atores que a integram, uma vez que os entrevistados nessa condição responderam que não realizavam a análise da percepção de confiabilidade em razão da confiança que tinham nas instituições que o ator recebedor da informação integrava.
5.Considerações Finais
O artigo descreveu a percepção de confiabilidade dos adidos da PF com os atores das instituições dos países acreditantes durante o compartilhamento de informações para as investigações de crimes, no limite transfronteiriço entre as instituições no âmbito da cooperação policial internacional, e avaliou sua influência na propensão ao compartilhamento de informação entre os atores.
A escolha da abordagem qualitativa para compreender o funcionamento das redes mostrou-se adequada devido a abrangência de atores e modais de troca em redes interorganizacionais. A contribuição da pesquisa refere-se ao fato de ter identificado que diferentes tipos de informações possuem tratamento diferenciado no compartilhamento das informações, além do fato de que a competência, integridade e benevolência influenciam na confiança para compartilhara em graus diferentes. É preciso que os gestores compreendam estas influências para melhor atuação em redes de cooperação entre organizações em diferentes países para que possam atuar de modo mais efetivo. A definição do perfil do profissional que desempenhará o papel de adido precisa considerar as dimensões da confiança para compartilhar informações.
Sugere-se que sejam realizadas pesquisas que tenham como objeto a coleta das percepções de representantes de todos os atores que são elos transfronteiriços no limite entre as instituições. Dessa forma, será possível obter a precisão da percepção de confiabilidade para o compartilhamento de informações, tanto no provimento quanto no recebimento da informação, e o conhecimento preciso do fluxo de informações na rede de relacionamentos interpessoais. Recomenda-se a realização de pesquisas que possam mensurar com abordagem quantitativa a percepção de confiabilidade e compartilhamento de informações nas redes, bem como dos resultados provenientes destas relações entre os atores, de modo a avaliar o grau e influência destas relações.