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Relações Internacionais (R:I)

versão impressa ISSN 1645-9199

Relações Internacionais  no.73 Lisboa mar. 2022  Epub 31-Mar-2022

https://doi.org/10.23906/ri2022.73a06 

Um retrato do Brasil de Bolsonaro

Movimentos de extrema-direita e violência contra as minorias no contexto do Brasil: Discursos de ódio e colonização do imaginário

Far-right movements and violence against minorities in the context of Brazil: hate speech and colonization of the imaginary

Denise Osório Severo1 

Maria da Graça Luderitz Hoefel1 

José Joclison Nascimento Silva2 

1 Departamento de Saúde Coletiva - Universidade de Brasília, Campus Universitário Darcy Ribeiro, Brasília-DF, 70910-900, Brasil. denisesevero.unb@gmail.com; gracahoefel@gmail.com

2 Laboratório de Saúde do Trabalhador, Saúde Indígena e Saúde dos Migrantes, Universidade de Brasília, Campus Universitário Darcy Ribeiro, Brasília-DF, 70910-900, Brasil. josesc.unb@gmail.com


Resumo

Este artigo analisa as relações entre a ascensão da extrema-direita no Brasil e a violência contra as minorias. Trata-se de uma revisão integrativa, de abordagem qualitativa, com recorte entre 2015 e 2020, que adotou as seguintes fontes de dados: Sage, Scopus e Wiley Online Library. A amostra foi constituída por 52 artigos e os dados foram tratados por meio de análise de conteúdo. Os resultados indicam que a violência, real ou simbólica, constitui fundamento intrínseco da plataforma da extrema-direita no Brasil e no mundo. Destaca-se que os discursos e as «linguagens armadas», tais como as fake news, constituem estratégias potentes de colonização do imaginário social que retroalimentam e normalizam a violência.

Palavras-chave: extrema-direita; violência; minorias; discursos

Abstract

This article aims to analyse the relationship between the rise of the extreme right in Brazil and violence against minorities. This is an integrative review, with a qualitative approach, with a cut-off between 2015 and 2020, which adopted the following data sources: Sage, Scopus, Wiley Online Library. The sample consisted of 52 articles and the data were processed through content analysis. The results indicate that violence, real or symbolic, constitutes an intrinsic foundation of the extreme right/populism platform in Brazil and in the world. It is noteworthy that discourses and “armed languages”, such as fake news, constitute potent strategies for colonizing the social imaginary that feed back and normalize violence.

Keywords: extreme right; violence; minorities; speeches

Introdução

A expansão de movimentos de extrema-direita constitui um fenômeno global, com o surgimento e fortalecimento de inúmeras organizações, partidos e especialmente na conquista do poder em muitos países da Europa, América do Norte e América Latina, tal como evidenciado em período recente no Brasil. Nesse sentido, Robinson ressalta que:

«Trumpismo nos EUA, Brexit no Reino Unido, Bolsonaro no Brasil, a crescente influência de partidos neofascistas e autoritários em toda a Europa (incluindo Polônia, Alemanha, Hungria, Áustria, Itália, Holanda, Grã-Bretanha, Dinamarca, França, Bélgica e Grécia) e em todo o mundo, como Israel, Turquia, Filipinas, Brasil e Índia, representam uma resposta da extrema-direita à crise do capitalismo global»1.

Paralelamente a esse processo, observa-se em nível global a reemergência de discursos alinhados ao populismo, ao neofascismo, à xenofobia, à homofobia e ao racismo, disseminados no seio das sociedades, e traduzidos também no aumento da intolerância e violência contra grupos sociais minoritários2.

Cabe dizer que a ascensão da extrema-direita em nível global é tratada por inúmeros autores sob terminologias distintas, embora os sentidos atribuídos sejam muito convergentes, elemento que será discutido no decorrer deste artigo. Ora ela é tratada como extrema-direita, ora é denominada populismo, ora é referida como neofascismo, há quem a denomine neoliberalismo autoritário e frequentemente também é abordada por eles de forma híbrida.

Muitos autores refletem sobre as razões da ascensão da extrema-direita e suas relações com o modo de produção capitalista, discorrendo sobre o metabolismo do capital e sua dinâmica de reprodução cíclica, bem como sua relação com a fase neoliberal do sistema, discutindo profundamente sobre suas características e natureza e os seus princípios e modus operandi, tanto do sistema capitalista quanto de seu estágio neoliberal3.

«O capitalismo global está neste momento enfrentando uma crise orgânica, tanto estrutural quanto política [...]. Estruturalmente, o sistema enfrenta uma crise de superacumulação e se voltou para uma nova rodada de expansão violenta e muitas vezes militarizada em todo o mundo, em busca de novas oportunidades para descarregar o capital acumulado excedente e evitar a estagnação. Politicamente, o sistema enfrenta um colapso da hegemonia capitalista e crises de legitimidade do Estado. À medida que o descontentamento popular se espalhou, os grupos dominantes se voltaram para formas de governo cada vez mais coercitivas e repressivas em todo o mundo, tanto para conter esse descontentamento quanto para forçar a abrir novas oportunidades de acumulação por meio da intensificação do neoliberalismo»4.

Desse modo, sustentam que o principal determinante de tal ascensão decorre da necessidade que o próprio sistema possui de manutenção de sua reprodução, tal como referido por Shivji:

«O terreno para o declínio da democracia liberal foi preparado pelo próprio capitalismo monopolista. A grande burguesia monopolista não compra a democracia liberal. [...] porque vai contra a legitimação burguesa de seu sistema econômico, é o seu próprio sistema econômico que é responsável pelo declínio da democracia. Quando a democracia falha em administrar a crise do capitalismo, a grande burguesia recorre ao fascismo»5.

Ademais, em uma segunda camada de análise, comumente tratada como desmembramento do argumento anterior, ou por vezes abordada separadamente, situa-se o substrato que sustenta a ascensão de movimentos de extrema-direita. Essa ascensão, amplamente mencionada por autores como populista e, em menor medida, como fascista e neofascista, decorre da insatisfação das massas com as desigualdades sociais e econômicas acarretadas pelo neoliberalismo, o que as torna receptivas à adesão a governos populistas, autoritários ou fascistas, bem como à descrença nas formas de representação política6.

De fato, vários autores apresentam essa dimensão interpretativa e frequentemente fazem análises comparativas acerca da importância desses aspectos nas experiências de ascensão da extrema-direita/populismo/fascismo nos séculos XX e XXI, ainda que pontuem suas aproximações e diferenciações com o momento atual. Hadiz e Chryssogelos 7 de certo modo sintetizam essa reflexão, ao afirmarem a existência de semelhanças entre as reações populistas emergentes tanto em regiões avançadas como também em países com desenvolvimento econômico mais baixo, assinalando que essas reações representam respostas a duas questões distintas, mas interligadas: por um lado, a frustração com as formas de representação política e desigualdades econômicas; por outro, o desencanto com as promessas quebradas da modernidade liberal.

As desigualdades sociais geradas por esse sistema ao longo dos séculos, aprofundadas especialmente após a implantação da fase neoliberal, parecem ter gerado um desencanto e expropriado as sociedades de seus ideais humanitários e civilizatórios. No entanto, isso também revela o peso dos discursos e o quanto eles são capazes de impregnar o imaginário social de forma a induzir escolhas que subordinam os direitos humanos ao direito ao consumo.

Em verdade, desde 1989, com a queda do Muro de Berlim, os discursos parecem ter colonizado os imaginários em tal magnitude que o dito sistema ocupou o lugar do «triunfo», embora todos os dados indiquem a superacumulação e concentração de renda gerada notadamente após a expansão do capital financeiro no bojo do neoliberalismo. À medida que a acumulação foi ocorrendo, também as crenças nas formas de representação política e na própria democracia arrefeceram.

No Brasil, a ascensão da extrema-direita ao poder, plasmada na vitória de Jair Bolsonaro nas eleições de 2018, também evidencia a referida crise e conduz cada vez mais a uma atmosfera tóxica, norteada por discursos de ódio e promoção da violência que se expandem sobretudo por meio de fake news. Sua campanha e gestão têm sido ancoradas na rejeição dos direitos humanos, na apologia à ditadura, ao golpe militar, à tortura e à violência, bem como na militarização da sociedade8.

Após três anos e meio de ascensão da extrema-direita ao poder no Brasil, os impactos sociais, políticos, econômicos, culturais e, por que não dizer, civilizatórios, são imensos. É notório que o país imergiu em processos que geraram profundas fraturas sociais e humanas, refletidas cotidianamente na cristalização de relações sociais permeadas pela intolerância, propagação do ódio e por expressivas formas de violência, especialmente contra as minorias, embora existam insuficientes dados científicos que permitam trazer à luz essa situação.

A escassez de informações talvez decorra do fato de ser um processo social recente e em fase de consolidação, como também pode ser atribuída à complexidade do fenômeno ou aos desafios epistemológicos, teóricos e políticos inerentes ao tema, além das dificuldades relativas ao registro de dados sobre violência contra as minorias no Brasil.

Nesse cenário, o lugar da diferença e diversidade política, epistemológica, sexual, cultural e artística se torna uma zona gris e imprecisa, quase um «não-lugar», uma espécie de «corpo estranho» indesejado, plasmado na figura de povos indígenas, LGBTQ, mulheres, migrantes, camponeses, quilombolas, negros e demais minorias que representam, em verdade, maiorias, cujo cotidiano é cada vez mais atravessado pelo feminicídio, homofobia, xenofobia, discriminações étnicas e raciais, entre tantas outras formas simbólicas também emergentes.

Isso posto, esta pesquisa visa analisar as relações entre a ascensão da extrema-direita no Brasil e a violência contra as minorias. Desse modo, busca identificar as possíveis interfaces entre as violências existentes e os discursos que fundamentam os movimentos de extrema-direita, com vista a refletir em que medida esses movimentos evocam discursos promotores da cultura da violência. Ademais, almeja identificar lacunas na literatura que possam nortear o desenvolvimento de pesquisas e a construção de políticas públicas favoráveis à garantia dos direitos humanos da população.

Metodologia

Trata-se de uma revisão integrativa, de abordagem qualitativa, que visa analisar as relações entre a ascensão da extrema-direita no Brasil e a violência contra as minorias no período histórico entre 2015 e 2020. Este recorte temporal foi escolhido em função da convergência com a alteração na correlação de forças e articulação da extrema-direita no contexto do Brasil, bem como suas consonâncias com o cenário global, identificadas no fortalecimento de partidos da extrema-direita no Parlamento Europeu, eleição de diversos representantes alinhados a tal espectro político no contexto da Europa, Brexit e cenário norte-americano, para citar alguns.

Em consonância com Botelho et al.9, a pesquisa seguiu as seguintes etapas: identificação do tema e seleção da questão de pesquisa; estabelecimento dos critérios de inclusão e exclusão; identificação dos estudos nas bases científicas; categorização dos estudos selecionados; análise e interpretação dos resultados; apresentação dos dados/síntese do conhecimento.

As fontes incluídas neste estudo abarcam as seguintes bases de dados científicas: Sage, Scopus e Wiley Online Library. Foram utilizadas estratégias de busca com palavras-chave validadas pela American Psychological Association (APA), realizando uma adaptação para as demais bases.

Definiram-se os seguintes critérios de inclusão: artigos publicados na íntegra, disponíveis eletronicamente, em português, inglês, espanhol ou francês, sem distinção do tipo de pesquisa e desenho de estudo, qualitativos ou quantitativos, com recorte histórico entre 1 de janeiro de 2015 e 7 de abril de 2020, cuja temática apresentasse abordagem direta ou indireta do tema da pesquisa, isto é, toda alusão ou presença de algum elemento teórico explicativo capaz de subsidiar a compreensão das relações entre a ascensão da extrema-direita no Brasil e a violência contra as minorias. No âmbito desta pesquisa, as minorias foram circunscritas aos grupos sociais representados por: mulheres, população LGBTQ, povos indígenas, povos do campo, das águas e das florestas, quilombolas, população negra, migrantes e refugiados (estes últimos sem restrições de grupos étnicos, idades, sexo, gênero, origem). Foram excluídos livros, capítulos e trabalhos de conclusão de cursos (monografias, dissertações, teses).

Após a aplicação dos critérios de inclusão, foram incluídos na amostra 52 artigos (figura 1).

Figura 1 > Crescimento diagrama do fluxo de recuperação e seleção dos estudos 

A análise dos dados foi realizada a partir da análise de conteúdo de Bardin 10, obedecendo às etapas de pré-análise, codificação e categorização, o que conduziu à emersão da categoria intitulada «Fundamentos da extrema-direita/populismo: discursos de ódio, colonização do imaginário e normalização da violência».

Resultados e análise

Primeiramente, é importante assinalar que a análise dos 52 artigos científicos evidenciou uma lacuna existente no que tange à abordagem transversal entre a ascensão da extrema-direita e a violência contra as minorias no Brasil e em âmbito global. Entre os 52 artigos da amostra, somente sete apresentaram abordagem direta dessas relações, discutidos por Perry 11, Silva e Larkins12, Putzel 13, Rojas et al.14, Davis e Straubhaar15, Lima 16 e Robinson17.(Quadro 1)

Quadro 1 Lista de artigos incluídos na amostra 

Fundamentos da extrema-direita/populismo: discursos de ódio, colonização do imaginário e normalização da violência

Essa categoria emerge em função de sua massiva presença na quase totalidade dos artigos. Importa assinalar que a maioria dos artigos trata de temas como a reemergência do populismo18, frequentemente em análises que incluem a reflexão sobre suas aproximações e distanciamentos em relação ao fascismo. Há também aqueles que interpretam a situação atual como reemergência de experiências do fascismo e discorrem sobre seus fundamentos e processos nos séculos XX e XXI19. Da mesma forma sucede com a abordagem sobre a extrema-direita. Ela é tratada por vezes diretamente, mas também é abordada em diálogo com as perspectivas analíticas do populismo e fascismo20. Por fim, existe também quem interprete o fenômeno como neoliberalismo autoritário21.

No entanto, apesar das referidas distinções, comumente os significados e fundamentos atribuídos são muito semelhantes, ainda que apresentem especificidades e linhas argumentativas próprias. Em relação à diversidade de interpretações e termos adotados, bem como às aproximações e distanciamentos entre o populismo e o fascismo, Chase-Dunn et al. pontuam:

«Outra diferença entre as versões anteriores e mais recentes do fascismo é a atitude em relação ao Estado nacional. A maioria das versões anteriores glorificava o Estado como um instrumento da nação purificada. [...] no nível da ideologia o “estatismo” era um importante valor fascista. Os movimentos neofascistas contemporâneos não glorificam o Estado. Eles favorecem ações estatais mais autoritárias e intervencionistas, mas não glorificam o Estado como tal. Essa diferença é uma das razões pelas quais alguns estudiosos preferem o termo “nacionalismo populista” ao “neofascismo”. Outra diferença importante é com relação ao expansionismo militar.»22

Majoritariamente, o fenômeno é interpretado como reascensão do populismo de direita. Ademais, não há consenso acerca da concepção de populismo, embora haja convergência acerca de seus fundamentos e dinâmicas. Assim, ora ele é referido como ideologia, ora como estratégia política, ora forma de governo ou tão-somente ameaça à democracia. Independentemente do termo, tal como acentuado por Hadiz e Chryssogelos23, o populismo «procura separar o “povo” e as “elites”, supostamente violentas e corruptas, ao mesmo tempo em que afirma que os últimos são responsáveis pelos problemas sociais e econômicos percebidos como afetando “o povo” ou “a nação”».

De fato, uma das características centrais da extrema-direita/populismo assinaladas por boa parte dos artigos refere-se à configuração dessa oposição de um «povo» (nós) contra as «elites» (eles), mas que em verdade diz respeito a todas as minorias, apregoadas como ameaças e como causa de todos os males sociais. Ademais, outras características e, especialmente, dinâmicas de atuação do dito «populismo», «extrema-direita» ou «fascismo» são discutidos nos artigos. Em amplo espectro, os autores ressaltam que a extrema-direita/populismo caracteriza-se por um discurso antielite e anti-establishment, centrado na construção de uma figura de um líder, alçado a um papel de «mito», que se coloca como outsider, isto é, distante do sistema político vigente, bem como apresenta um discurso nostálgico de resgate de uma suposta «época de ouro» - que em verdade nunca existiu - sob a égide da lei e da ordem, ancorada na propagação e imposição de valores morais conservadores.

Além disso, os artigos destacam a existência de um processo de ataque às minorias, demonização da esquerda, dos intelectuais e dos centros produtores de pensamento crítico, depreciação de gênero e de migrantes - especialmente mulheres e população LGBTQ -, além de ataques sincronizados à imprensa e às instituições, a fim de plasmar e introduzir a ideia de um «bode expiatório» que explicaria e seria a causa de todos os problemas sociais vigentes. Nessa perspectiva, uma vez instituído o bode expiatório no imaginário social, é também parte do discurso e ação da extrema-direita/populismo a criação de estratégias capazes de «extirpar» o causador das mazelas, que, no caso, refere-se a todos aqueles que discordam dessa plataforma política. Esses elementos são frequentemente assinalados pelos autores como questões-chave que se assemelham ao fascismo do século XX, tal como apontado por Shivji, o qual ressalta que os padrões, apelos e discursos variam, mas existem características que «os populismos reacionários compartilham com o fascismo histórico»:

«[O] populismo fala em nome dos pobres contra os pobres. Exalta a nação como uma identidade distinta. Ele constrói seu discurso em uma plataforma moral e ética, e não em terreno político e socioeconômico. [...] privilegia “Deus e o país” em vez de povos e nações. Subjacente às exortações do líder é muitas vezes uma espécie de evangelismo. Até líderes religiosos estabelecidos falam do líder como um presente de Deus para o seu povo escolhido. [...] concentra o poder e destrói outros centros potenciais de poder real ou potencial. O poder está concentrado no executivo, marginalizando o parlamento; dentro do executivo, o poder reside no líder que emerge como o líder supremo [...] o líder se torna a fonte da verdade a quem seu partido e governo devem lealdade. [...] todas as mediações representativas entre o líder e as massas se tornam extintas. O líder fala com as massas, mobiliza e discursa diretamente. [...] o populismo reacionário monta um ataque conjunto a verdadeiros centros de pensamento, especialmente as universidades»24.

Cabe refletir que a existência do «nós» (povo) e «eles», e, sobretudo, a atribuição da responsabilidade dos problemas sociais a um dado segmento contrário é, em sua essência, violenta, posto que carrega consigo a ideia de exclusão. Mesmo que não haja nessa amostra estudos que mensurem as violências associadas - seja porque elas são dissimuladas em distintos discursos, signos e linguagens, ou ainda em função dos limites do desenho metodológico adotado -, a própria menção aos fundamentos centrais aqui abordados já revela em si mesmo a existência da violência e sinaliza as implicações da ascensão da extrema-direita na violência contra as minorias.

Não obstante, as colocações de Shivji acerca do ataque aos centros de pensamento - especialmente as universidades - encontram ressonância na realidade vivenciada no contexto atual do Brasil. É notável que as medidas atuais da extrema-direita no país direcionam-se no sentido de tentar alterar ou estabelecer limites à autonomia universitária - amparada pela Constituição Federal de 1988 -, além de construir narrativas e discursos que desqualificam e desprezam a ciência e a liberdade de pensamento inerentes aos espaços científicos25, o que tem também conduzido à degradação das relações entre a universidade, o Estado e a sociedade, bem como acirrado a violência no cenário acadêmico26.

É importante destacar que o princípio da violência está contido nos discursos evocados e, como tal, vai colonizando o imaginário social e conduzindo à normalização das inúmeras formas de violência, simbólicas e reais, ancoradas em valores morais conservadores e excludentes. Desse modo, configura um impacto social profundo que tende a reverberar a longo prazo, justamente por atuar não somente no plano concreto, mas na dimensão cultural e simbólica, no plano dos valores que norteiam as sociedades e balizam o contrato social civilizatório estabelecido.

Alguns autores argumentam que a nova direita estaria utilizando a estratégia da «metapolítica», ancorada na corrente teórica da nouvelle droite27. Esta corrente foi constituída no final dos anos 1960 e início dos anos 1970, por representantes de movimentos de extrema-direita francesa, e ancora-se inicialmente nas ideias do líder político e intelectual Dominique Venner, consolidando-se posteriormente com o pensamento de Alain de Benoist e Guillaume Faye28. A metapolítica enfoca a disputa no plano cultural e ideológico como fundamento para a construção, a longo prazo, de um novo projeto político de sociedade, o que estaria inserido em uma estratégia de guerra de posição adotada pela nova direita, na perspectiva gramsciana29. Essa questão coaduna com a colocação anterior, no sentido de atentar para a importância da dimensão cultural e suas implicações não somente imediatas, mas em planos futuros.

De fato, a dimensão cultural é talvez o terreno mais sensível e sobre a qual a extrema-direita/populismo demonstra expressiva atuação. Grande parte dos artigos refere que a xenofobia, o sexismo, a misoginia e a homofobia constituem fundamentos da extrema-direita/populismo. Nesse sentido, a religião ocupa um lugar importante que se articula na propagação do conservadorismo de gênero.

Graff et al. destacam a magnitude das intersecções entre os fundamentos centrais da extrema-direita/populismo, o combate às questões de gênero e o fundamentalismo religioso, tal como pode ser observado no seguinte extrato:

«[O] antagonismo ao feminismo é um sentimento no coração da direita, sistema de valores e uma estratégia política, uma plataforma para organizar e recrutar apoio maciço. A nova direita populista é uma reação ao neoliberalismo, sim. Mas é também uma nova etapa nas guerras culturais. Nos últimos anos, o conservadorismo de gênero se tornou a língua franca de uma tendência global diversa. [...] A nova coesão à direita está se formando há algum tempo, como vemos nas coalizões católicas, evangélicas protestantes e muçulmanas contra o uso de “gênero” em tratados de direitos humanos»30.

Com efeito, outros autores alertam sobre o importante papel que a religião desempenha nos movimentos de direita contemporâneos, «como força de mobilização, construção de coesão e esforço para restaurar a autoridade de famílias patriarcais e líderes religiosos»31. Em verdade, o conservadorismo de gênero encontra abrigo e ressonância em distintas religiões em diferentes países do mundo. No Brasil atual, é preciso dizer que a articulação com a Igreja Neopentecostal constituiu elemento-chave, embora não único, para a ascensão da extrema-direita ao poder32. Além disso, o combate aos direitos das mulheres e da população LGBTQ tem se expandido expressivamente no cenário brasileiro e no mundo, por meio de diversos mecanismos, especialmente a propagação de discursos de ódio33.

Nesse sentido, tal como abordado nos artigos de Perry e Silva e Larkins, acerca do processo deflagrado no Brasil, os discursos de ódio contra as minorias adentraram o seio da sociedade, por meio da exaltação da misoginia, do sexismo e da homofobia propalados por Bolsonaro, mobilizando medos e fazendo emergir um conservadorismo, na verdade arraigado, fundado no racismo histórico e no patriarcado, cristalizado e dissimulado por trás do véu da «democracia racial» brasileira34.

Importa assinalar que os discursos de ódio têm sido adotados por movimentos de extrema-direita por todo o mundo, como adverte a filósofa alemã Carolin Emcke35, os espaços democráticos de diálogos têm progressivamente diminuído à medida que os discursos de ódio têm proliferado.

No caso do Brasil, os discursos de ódio deflagrados especialmente a partir da campanha eleitoral de Bolsonaro parecem ter encontrado terreno fértil na insatisfação das classes dominantes - patriarcais, brancas e heteronormativas - para com a ascensão social sem precedentes vivenciada por negros, mulheres, LGBTQ e pobres em período recente36, antes da instalação da crise econômica, do golpe de 2016 e da ascensão da extrema-direita.

De fato, Silva e Larkins também destacam a elevação de expressões de ódio racial no Brasil durante a campanha eleitoral de 2018 e apresentam dados apontados por Henrique 37, oriundos do Departamento de Segurança Pública de São Paulo, que evidenciam um aumento de 37% nas agressões raciais durante o referido período, se comparado com o ano anterior38. Cabe assinalar que a elevação das agressões raciais revela o aprofundamento do histórico racismo estrutural presente no Brasil, o qual é atualmente legitimado pela extrema-direita no poder.

Todavia, o racismo não está circunscrito ao cenário brasileiro, e fatos emblemáticos relativos ao assassinato de George Floyd nos Estados Unidos exemplificam de modo bastante contundente essa questão. Tal como pontua Borras Junior, o racismo constitui uma das características centrais das manifestações atuais da extrema-direita, bem como a xenofobia, o nacionalismo, o sexismo e a misoginia39, em consonância com outros trabalhos que acentuam que as políticas de hipernacionalismo, xenofobia, racismo e sexismo são âncoras que atuam no populismo de direita e neofascismo40.

Robinson acentua que o fascismo do século XXI é marcado pela instalação crescente de um Estado policial global, induzido pelo bloco do capital transnacional e que estaria conduzindo ao desenvolvimento e implantação de sistemas de guerra, controle social e repressão, o que ele denomina de acumulação militarizada41. Em verdade, o exemplo do assassinato de George Floyd pelas forças do Estado, assim como a presença de 6157 militares da ativa e da reserva em cargos civis na atual gestão do Governo brasileiro42 e a crescente violência policial no Brasil43 sinalizam a relevância do argumento e revelam o quão intrínsecas são as relações entre a extrema-direita e a violência.

Os discursos de ódio que fomentam a violência são traços inscritos como fundamentos que ancoram toda a plataforma da extrema-direita/populismo/fascismo, configurando o eixo norteador das propostas e políticas adotadas, tanto no Brasil como no mundo, cujos alvos são as populações historicamente oprimidas, quais sejam: mulheres, negros, imigrantes, população LGBTQ, ciganos, quilombolas, entre outras minorias existentes em cada região e contexto.

Cabe aqui acentuar novamente a importância do discurso e das linguagens nesse processo. Evidentemente, a violência não se limita à retórica, mas se expressa na materialidade da vida em sociedade, tanto por meio das referidas políticas como nas violências simbólicas que impregnam o imaginário e o tecido social. Nessa perspectiva, Robinson adverte que a extrema-direita busca implantar sua plataforma por meio do uso de repertórios discursivos que exaltam uma cultura militarista e machista que normaliza a violência, a guerra, a dominação social e o desprezo pelos mais vulneráveis44.

De fato, Pascale assinala que a forma de atuação da extrema-direita conjuga estratégias de violência simbólica e material45. Nessa perspectiva, a «linguagem armada» é uma estratégia central e poderosa de violência simbólica adotada sistematicamente, que constitui uma espécie de preâmbulo para a violência física. É uma linguagem agressiva ancorada em narrativas que moldam o pensamento da população e possibilitam atrocidades sistemáticas.

Por fim, importa realçar que uma das formas de linguagem armada adotadas pela extrema-direita são as fake news, utilizadas com o objetivo de distorcer informações, ferir a liberdade de expressão e atacar os direitos humanos46. Emcke também menciona o papel das mídias sociais na viralização de discursos de ódio e em manifestações violentas crescentemente promovidas pela extrema-direita47. Como pode ser observado, a desinformação é também uma forma de violência, haja vista que subtrai da sociedade o direito de acesso aos dados e aos fatos, de tal forma que se torna impossível discernir entre a verdade e a mentira.

Com efeito, no Brasil e no mundo, a extrema-direita cotidianamente revela mais e mais suas relações com as fake news. Fatos passados recentes evidenciam o uso político de fake news por parte de governos de extrema-direita, tal como o escândalo envolvendo Estados Unidos e Rússia nas eleições de Donald Trump48, a utilização massiva de fake news por parte dos governos da Hungria49 e da Polônia50, as denúncias de fake news relacionadas às eleições do Governo Bolsonaro e sua propagação de informações falsas que negligenciam a gravidade da covid-19, bem como a notável disputa em torno de fake news travada na atual guerra entre a Rússia e a Ucrânia, revelando o quanto esse elemento pode ser perverso e violar inclusive o direito à vida.

Considerações finais

Esta pesquisa trouxe à luz reflexões acerca das relações entre a ascensão da extrema-direita e a violência contra as minorias no contexto do Brasil. A ampliação dos discursos de ódio propagados pela extrema-direita não se restringe ao cenário brasileiro. As crises econômicas e as desigualdades sociais - decorrentes do neoliberalismo -, associadas à crise de representação política instalada nas sociedades em nível global, constituem terrenos férteis para a ascensão da extrema-direita/populismo e, consequentemente, para a propagação da violência.

Ao analisar os fundamentos da extrema-direita/populismo nota-se que a violência, real ou simbólica, constitui fundamento intrínseco destes, haja vista que se ancoram na ideia de separação entre «nós» (povo) e o «outro», incitando a polarização e a violência contra todas as minorias, o que inclui também a xenofobia, o racismo, a homofobia, o sexismo e a misoginia, para citar algumas atitudes apregoadas e disseminadas por meio de discursos - especialmente discursos de ódio - e «linguagens armadas».

Nesse sentido, cabe também destacar a importância das fake news no contexto atual, posto que configuram uma estratégia de «linguagem armada» que atua na difusão de discursos e constitui também um tipo de violência. Quando os limites entre a mentira e a verdade se tornam nebulosos, os referenciais também se tornam voláteis e os parâmetros éticos que balizam a vida em sociedade se dissipam.

Nota-se, portanto, que os discursos representam uma poderosa estratégia que promove a colonização do imaginário social e atuam como mola propulsora da construção de narrativas violentas e excludentes, gerando fraturas simbólicas que esfacelam os laços sociais, induzindo à normalização da violência e, consequentemente, ao desmoronamento das bases que historicamente sustentaram as sociedades democráticas.

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Notas

1 ROBINSON, William I. - «Global capitalist crisis and twenty-first century fascism: beyond the Trump hype». In Science & Society. Vol. 83, N.º 2, abril de 2019, pp. 155-183, p. 163. Salvo informação em contrário, todas as citações são traduções livres dos autores.

2 SCHLESENER, Anita Helena; MEZZAROBA, Gilson; ALMEIDA, Tariani M. G. - «Reflexões sobre o fascismo e a violência no Brasil: a situação das classes trabalhadoras no momento de crise orgânica do capital». In Germinal: Marxismo e Educação em Debate. Salvador. Vol. 11, N.º 2, abril de 2019, pp. 25-35.

3BORRAS JUNIOR, Saturnino M. - «Agrarian social movements: the absurdly difficult but not impossible agenda of defeating right-wing populism and exploring a socialist future». In Journal of Agrarian Change. Vol. 20, N.º 1, 2019, pp. 3-36; CHASE-DUNN, Christopher; GRIMES, Peter; ANDERSON, Eugene N. - «Cyclical evolution of the global right». In Canadian Review of Sociology. Vol. 56, N.º 4, 2019, pp. 529-555; SHIVJI, Issa G. - «Samir Amin on democracy and fascism». In Agrarian South: Journal of Political Economy. Vol. 9, N.º 1, 2020, pp. 1-21; WEEKS, John - «David Gordon memorial lecture: free markets and the decline of democracy». In Review of Radical Political Economics. Vol. 50, N.º 1, 2018, pp. 1-12; ROBINSON, William I. - «Don’t cry for me, Latin America». In Human Geography. Vol. 13, N.º 1, 2020, pp. 91-94.

4ROBINSON, William I. - «Don’t cry for me, Latin America», p. 91.

5SHIVJI, Issa G. - «Samir Amin on democracy and fascism».

6 HARRIS, Jarry - «The future of globalisation: neo-fascism or the green new deal». In Race & Class. Vol. 61, N.º 1, 2019, pp. 3-25; KIELY, Ray; SAULL, Richard - «Neoliberalism and the far-right: an introduction». In Critical Sociology. Vol. 443, N.º 6, 2017, pp. 821-829; POSTILL, John - «Populism and social media: a global perspective». In Media, Culture & Society. Vol. 40, N.º 5, 2018, pp. 754-765; PUTZEL, James - «The “populist” right challenge to neoliberalism: social policy between a rock and a hard place». In Development and Change. Vol. 51, N.º 2, 2020, pp. 418-441; HADIZ, Vedi R.; CHRYSSOGELOS, Angelos - «Populism in world politics: a comparative cross-regional perspective». In International Political Science Review. Vol. 38, N.º 4, 2017; ROBINSON, William I. - «Don’t cry for me, Latin America», pp. 1-4; CHASE-DUNN, Christopher; GRIMES, Peter; ANDERSON, Eugene N. - «Cyclical evolution of the global right».

7HADIZ, Vedi R.; CHRYSSOGELOS, Angelos - «Populism in world politics…».

8 BERNARDI, Ana J. B.; COSTA, Andressa L. V. - «Populismo e fake news na era da pós-verdade: comparações entre Estados Unidos, Hungria e Brasil». In Cadernos de Campo. N.º 28, janeiro-junho de 2020, pp. 385-412.

9BOTELHO, Louise Lira Roedel; CUNHA, Cristiano Castro de Almeida; MACEDO, Marcelo - «O método da revisão integrativa nos estudos organizacionais». In Gestão e sociedade. Belo Horizonte. Vol. 5, N.º 11, maio-agosto de 2011, pp. 121-136.

10BARDIN, Laurence - Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977.

11PERRY, Keisha-Khan Y. - «The resurgent far right and the black feminist struggle for social democracy in Brazil». In American Anthropologist. Vol. 122, N.º 1, março de 2020, pp. 157-162.

12SILVA, Antonio José Bacelar; LARKINS, Erika Robb - «The Bolsonaro election, antiblackness, and changing race relations in Brazil». In The Journal of Latin American and Caribbean Anthropology. Vol. 24, N.º 4, 2019, pp. 1-21.

13PUTZEL, James - «The “populist” right challenge to neoliberalism…».

14ROJAS, David; OLIVAL, Alexandre de Azevedo; OLIVAL, Andrezza Alves Spexoto - «Cultivating alternatives to authoritarian populism in Amazonia». In The Journal of Latin American and Caribbean Anthropology. Vol. 24, N.º 4, 2020, pp. 1-24.

15DAVIS, Stuart; STRAUBHAAR, Joe - «Producing antipetismo: media activism and the rise of the radical, nationalist right in contemporary Brazil». In The International Communication Gazette. Vol. 82, N.º 1, 2020, pp. 1-19.

16LIMA, Roberto - «Seven theses. Notes by a Brazilian translator in the twenty-first century». In Latin American Perspectives. Vol. 45, N.º 2, março de 2018, pp. 154-165.

17ROBINSON, William I. - «Global capitalist crisis and twenty-first century fascism…», pp. 155-183.

18 AZMANOVA, Albena - «The paradox of emancipation: populism, democracy and the soul of the left». In Philosophy and Social Criticism. Vol. 45, N.º 9-10, 2019, pp. 1. 186-1.207; ROCKAN, Bert A. - «Bureaucracy between populism and technocracy». In Administration & Society. Vol. 51, N.º 10, 2019, pp. 1-30; ROJAS, David; OLIVAL, Alexandre de Azevedo; OLIVAL, Andrezza Alves Spexoto - «Cultivating alternatives to authoritarian populism in Amazonia». In The Journal of Latin American and Caribbean Anthropology. Vol. 24, N.º 4, 2020, pp. 1-24; POSTILL, John - «Populism and social media: a global perspective». In Media, Culture & Society. Vol. 40, N.º 5, 2018, pp. 754-765.

19ROBINSON, William I. - «Global capitalist crisis and twenty-first century fascism…»; HARRIS, Jarry - «The future of globalization…»; SHIVJI, Issa G. - «Samir Amin on democracy and fascism».

20PERRY, Keisha-Khan Y. - «The resurgent far right and the black feminist struggle…»; ABRAHANSEN, Rita; DROLET, Jean-François; GHECIU, Alexandra; NARITA, Karin; VUCETIC, Srdjan; WILLIAMS, Michael - «Confronting the international political sociology of the new right». In International Political Sociology. N.º 14, 2020, pp. 94-107; GRAFF, Agnieszka; KAPUR, Ratna; WALTERS, Suzanna Danuta - «Introduction: gender and the rise of the global right». In Journal of Women in Culture and Society. Vol. 44, N.º 3, 2019, pp. 541-560.

21 FABRY, Adam; SANDBECK, Sune - «Introduction to special issue on "authoritarian neoliberalism"». In Competition & Change. Vol. 82, N.º 1, 2019, pp. 109-115.

22CHASE-DUNN, Christopher; GRIMES, Peter; ANDERSON, Eugene N. - «Cyclical evolution of the global right».

23HADIZ, Vedi R.; CHRYSSOGELOS, Angelos - «Populism in world politics…».

24SHIVJI, Issa G. - «Samir Amin on democracy and fascism».

25 MEYER, Emilio; BUSTAMANTE, Thomas R.; BATISTA JR., Onofre A. - «Autonomia universitária, democracia e federalismo». In Culturas Jurídicas. Vol. 6, N.º 13, janeiro-abril de 2019, pp. 279-307; GIOLO, Jaime; LEHER, Roberto; SGUISSARDI, Valdemar - Future-se: Ataque à Autonomia das Instituições Federais de Educação Superior e sua Sujeição ao Mercado. São Carlos-SP: Diagrama, 2020; LEHER, Roberto - «Universidade Pública Federal Brasileira: Future-se e “Guerra Cultural” como expressões da autocracia burguesa». In Educação e Sociedade. Campinas. Vol. 42, 2021, pp. 1-19; ABEPSS - Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social; CFESS - Conselho Federal de Serviço Social; CRESS-RJ - Conselho Regional de Serviço Social do Rio de Janeiro; ENESSO - Executiva Nacional de Estudantes de Serviço Social - «Por democracia e liberdade de expressão nas universidades brasileiras». In Temporalis, Brasília (DF). A. 20, N.º 40, julho-dezembro de 2020, pp. 313-314.

26 MEDEIROS, Ettori Stefani - «Necropolítica tropical em tempos pró-Bolsonaro: desafios contemporâneos de combate aos crimes de ódio LGBTfóbicos». In Reciis. Vol. 13, N.º 2, abril-junho de 2019, pp. 287--300.

27ABRAHANSEN, Rita; DROLET, Jean--François; GHECIU, Alexandra; NARITA, Karin; VUCETIC, Srdjan; WILLIAMS, Michael - «Confronting the international political sociology of the new right».

28 VASCONCELOS, Francisco Thiago Rocha - «Alain de Benoist e a Nova Direita europeia: “gramscismo de direita” e nova “revolução conservadora”». In Princípios. N.º 163, janeiro-abril de 2022, pp. 208-239; SILVA, Antonio José Bacelar; LARKINS, Erika Robb - «The Bolsonaro election…».

29VASCONCELOS, Francisco Thiago Rocha - «Alain de Benoist e a Nova Direita europeia...»; SILVA, Ivan Henrique de Mattos - «“Liberal na economia e conservador nos costumes” Uma totalidade dialética». In Revista Brasileira de Ciências Sociais. São Paulo. Vol. 36, N.º 107, maio de 2021, pp. 1-19; ABRAHANSEN, Rita; DROLET, Jean-François; GHECIU, Alexandra; NARITA, Karin; VUCETIC, Srdjan; WILLIAMS, Michael - «Confronting the international political sociology of the new right».

30GRAFF, Agnieszka; KAPUR, Ratna; WALTERS, Suzanna Danuta - «Introduction…».

31CHASE-DUNN, Christopher; GRIMES, Peter; ANDERSON, Eugene N. - «Cyclical evolution of the global right».

32 CÔRTES, Mariana - «A revolta dos bastardos: do pentecostalismo ao bolsonarismo». In Caderno CRH. Vol. 34, 2021, pp. 1-24; PLEYERS, Geoffrey - «A “Guerra dos Deuses” no Brasil: da teologia da libertação à eleição de Bolsonaro». In Educação e Sociedade. Campinas. Vol. 41, 2020, pp. 1-17; SEVERO, Denise Osório - «Impactos da ascensão dos movimentos de extrema-direita sobre os direitos humanos no contexto do Brasil: uma proposta de matriz de análise». In Revista Eletrónica Interações Sociais - REIS. Vol. 4, N.º 1, janeiro-junho de 2020, pp. 14-29; GOLDSTEIN, Ariel - «Jair Bolsonaro e os políticos evangélicos». In Em Tese, Florianópolis, Vol. 19, N.º 1, pp. 1-20, 2021.

33MEDEIROS, Ettori Stefani - «Necropolítica tropical em tempos pró-Bolsonaro...».

34PERRY, Keisha-Khan Y. - «The resurgent far right and the black feminist struggle…»; SILVA, Antonio José Bacelar; LARKINS, Erika Robb - «The Bolsonaro election…».

35EMCKE, Carolin - Contra o Ódio. 1.ª edição. Veneza: Âyiné, 2020.

36PERRY, Keisha-Khan Y. - «The resurgent far right and the black feminist struggle…»; SILVA, Antonio José Bacelar; LARKINS, Erika Robb - «The Bolsonaro election…».

37HENRIQUE, A. - «Alunos fazem suástica e chamam professora de “preta galinha” em SP». In Folha de S. Paulo. 11 de outubro de 2018. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/10/alunos-fazem-suastica-e-chamam-professora-de-preta-galinha-em-sp.shtml.

38Ibidem.

39BORRAS JUNIOR, Saturnino M. - «Agrarian social movements…».

40CHASE-DUNN, Christopher; GRIMES, Peter; ANDERSON, Eugene N. - «Cyclical evolution of the global right».

41ROBINSON, William I. - «Don’t cry for me, Latin America».

42 G1 - «Governo Bolsonaro mais que dobra número de militares em cargos civis, aponta TCU». Disponível em: https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/07/17/governo-bolsonaro-tem-6157-militares-em-cargos-civis-diz-tcu.ghtml.

43«Polícia mata mais homens negros e jovens no estado de São Paulo». In Folha de S. Paulo. 2018. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/05/policia-mata-mais-homens-negros-e-jovens-no-estado-de-sao-paulo.shtml.

44ROBINSON, William I. - «Don’t cry for me, Latin America».

45PASCALE, Celine-Marie - «The weaponization of language: discourses of rising right-wing authoritarianism». In Current Sociology Review. Vol. 67, N.º 6, 2019, pp. 898-917.

46Ibidem.

47EMCKE, Carolin - Contra o Ódio.

48 DELMAZO, Caroline; VALENTE, Jonas C. L. - «Fake news nas redes sociais online: propagação e reações à desinformação em busca de cliques». In Media & Jornalismo. Lisboa. Vol. 18, N.º 32, abril de 2018, pp. 155-169.

49BERNARDI, Ana J. B.; COSTA, Andressa L. V. - «Populismo e fake news na era da pós-verdade…».

50 DEMCZUK, Agnieszka E. - «The discriminatory legalism strategy and hate speech cases in Poland. The role of the commissioner for Human Rights in fighting discrimination». In Annales Universitatis Mariae Curie-Skłodowska. Sectio K, Politologia. Vol. XXVII, 2020, pp. 127-148; «Uso da mídia por partido governista gera rebote e impulsiona oposição em pleito na Polônia». In Folha de S. Paulo. 2020. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2020/07/uso-da-midia-por-partido-governista-gera-rebote-e-impulsiona-oposicao-em-pleito-na-polonia.shtml.

Recebido: 06 de Janeiro de 2022; Aceito: 10 de Março de 2022

Denise Osório Severo Professora do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade de Brasília. Membro do Laboratório de Saúde do Trabalhador, Saúde Indígena e Saúde dos Migrantes/UnB. Investigadora colaboradora do Centro de Investigação Transdisciplinar «Cultura, Espaço e Memória». Doutora em Saúde Coletiva pela Universidade de Brasília.

Maria da Graça Luderitz Hoefel Professora do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade de Brasília. Coordenadora do Laboratório de Saúde do Trabalhador, Saúde Indígena e Saúde dos Migrantes/UnB. Investigadora colaboradora do Centro de Investigação Transdisciplinar «Cultura, Espaço e Memória». Doutora em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

José Joclison Nascimento Silva Investigador do Laboratório de Saúde do Trabalhador, Saúde Indígena e Saúde dos Migrantes da Universidade de Brasília e Fiocruz.

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