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Medievalista

versão On-line ISSN 1646-740X

Medievalista  no.37 Lisboa jun. 2025  Epub 31-Jan-2025

https://doi.org/10.4000/134bh 

Varia

I Medieval Hunting Meeting, sobre o tema “human-canis relations”: Perspectivas de estudo sobre história ambiental medieval a partir da cinegética

1st Medieval Hunting Meeting, on “Human-Canis Relations”: Research Prospects on Medieval Environmental History

Tiago Viúla de Faria1 
http://orcid.org/0000-0001-6832-7024

Afonso Soares de Sousa1  2 
http://orcid.org/0000-0002-7634-7559

Diana Martins1 
http://orcid.org/0000-0002-6465-5191

1 Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas Instituto de Estudos Medievais 1069-061 Lisboa, Portugal. tfaria@fcsh.unl.pt; dianawinnifriedmartins@gmail.com

2 Universidade de Coimbra, Faculdade de Letras, 3000-370 Coimbra, Portugal. afonso.sousa1@hotmail.com


A caça no período medieval é um assunto por demais conhecido entre a historiografia nacional e internacional. Contudo, o seu estudo recente - ao longo das duas últimas décadas -, nomeadamente no contexto português, não conheceu avanços tão significativos como noutras historiografias. Por um lado, não ignorando trabalhos relevantes para o estudo da caça no Portugal medievo, os avanços mais assinaláveis surgiram, sobretudo, a pretexto de estudos dedicados a outras temáticas. Por outro, o debate historiográfico, concretamente em torno das múltiplas questões que rodeiam a cinegética, não tem sido particularmente alimentado1. Sintomático desta insuficiência é o facto de que, datando de 1988, o principal trabalho de referência para o estudo da caça no Portugal medievo tenha praticamente quatro décadas de existência2.

No entanto, o mesmo não se tem verificado ao nível da historiografia internacional, que tem dado visibilidade a novas formas de perspectivar a caça desde um ponto de vista histórico3. Mal-grado a atualidade historiográfica do tema, sobretudo conquanto se insere numa dinâmica de interesse académico em história animal - e, claro, na história ambiental em sentido mais lato -, este conjunto de contributos carece de um palco de discussão e cruzamento de ideias entre investigadores. Foi esta constatação, juntamente com o ensejo de reavivar e promover o debate em torno da história da cinegética medieval, que nos levou à organização do evento científico que intitulámos Medieval Hunting Meeting (MHM), o qual pretendemos que venha a ser um ponto de encontro regular e de referência para os estudiosos do tema. Este encontro enquadra-se no âmbito da Network for the Environment in Medieval Usages & Societies (NEMUS)4, uma rede dedicada a uma área de estudos que, apesar de não ser nova, tem vindo a despertar cada vez mais interesse no seio do Instituto de Estudos Medievais, que conta, nomeadamente, com diversos projetos de mestrado e doutoramento, atualmente em desenvolvimento ou completados muito recentemente.5

A primeira edição do MHM, com o acolhimento do IEM, teve lugar nos dias 18 e 19 de Julho de 2024, no Colégio Almada Negreiros (Campus da Universidade Nova de Lisboa). Dedicada ao subtema das relações entre humanos e canis, traduziu-se na incorporação de perspectivas diferenciadas sobre a forma como os nossos antepassados medievos conviveram com lobos e cães (ambos do género canis; Linnaeus, 1758), quer no plano do imaginário, quer das vivências “reais”. Como foi expresso no Book of Abstracts, a escolha de comunicações regeu-se por um enquadramento concreto:

“The dog (canis lupus familiaris) has almost always been man's best friend, as a watchful guard, a faithful companion, and also a hunting partner. As to the wolf (canis lupus), widely despised and persecuted, it was often perceived as a threat, the enemy of livestock and man. However, these were not always necessarily the attributes associated with canis, as they could vary depending on the context and even completely contradict the most commonly held beliefs. Although human communities have developed very different attitudes towards wolves and dogs throughout time, their common biological ancestry is a given. Over millennia, while domestic canids were systematically bred by humans into a wide array of animals with distinct physiognomies and functions, dogs and wolves progressively diverged ever further apart”6.

Ao longo do evento, a sala pareceu pequena para albergar todos - entre investigadores, docentes e alunos de mestrado e doutoramento7 - os que quiseram escutar os oradores e participar na discussão.

Na sessão de abertura, Catarina Tente8, Directora do Instituto de Estudos Medievais, endereçando as boas-vindas aos presentes, deu início aos dois dias de trabalho que se seguiram. Contámos com três conferências plenárias, por Ana Elisabete Pires (Faculdade de Medicina Veterinária; Universidade Lusófona-Centro Universitário de Lisboa)9, Aleks Pluskowski (University of Reading)10 e Kathleen Walker-Meikle (University of Basel/Science Museum Group)11. A escolha de oradores e temas abordados espelharam a interdisciplinaridade e internacionalização que quisemos trazer para o debate. Assim, respetivamente, os três conferencistas proferiram comunicações versando Dogs in the Iberian Peninsula: A Genomic Study through Time; Lupus Redux: Revisiting the Idea and Reality of Wolves in Medieval Europe; e Barking Around: The Multiple Meanings of the Medieval Dog.

Os restantes contributos foram repartidos em três painéis. O primeiro, dedicado em particular à relação entre humanos e cães, explorou os diferentes tipos de cães que rodeavam os monarcas portugueses, os que eram mantidos na Casa Real ou por oficiais periféricos (Afonso Soares de Sousa)12, e o vínculo íntimo estabelecido entre cães de caça e caçadores, claramente demonstrado em vários tratados de caça medievais castelhanos (Marthe Czerbakoff)13. Além disso, foram, provavelmente pela primeira vez, evidenciados os poucos, mas extremamente significativos vestígios de medicina veterinária canina nas fontes eruditas portuguesas (André Silva)14.

No entanto, enquanto os cães e as sociedades humanas se aproximavam, os lobos mantinham-se controversos aos olhos da humanidade, numa relação nem sempre fácil de compreender, mas que muitas vezes resultava em confrontos. Dando, pois, seguimento à conferência de Aleks Pluskowski, realizou-se uma sessão dedicada à relação entre os humanos e os lobos no mundo medieval. Principiou-se por uma incursão pelo domínio da literatura e pelas percepções do lobo a nível imaginário e poético (Ana Paiva Morais)15; e, em seguida, avançou-se para uma reflexão sobre o relacionamento de dois animais (humano e não-humano) que competiam pelas mesmas presas, mas que não estavam dispostos a partilhar os despojos (Andreia Fontenete Louro)16.

A terceira sessão esbateu as fronteiras entre cães e lobos, com um olhar mais atento sobre as representações, nem sempre fáceis de diferenciar, dos canídeos na arquitetura românica de Entre-Douro-e-Minho (Silvana Vieira de Sousa)17, mas também a forma como os cães e lobos eram utilizados na literatura cortesã galaico-portuguesa da Península Ibérica para ridicularizar e escarnecer, servindo, frequentemente, de objecto a uma linguagem obscena e satírica (Fabio Barberini)18.

Os diversos contributos para este primeiro encontro foram sintetizados e analisados (Tiago Viúla de Faria), evidenciando-se assim a pertinência de recorrer a abordagens mais amplas para a análise das relações homem-animal, e a necessidade destas serem objecto para uma exploração partindo de linhas de investigação cada vez mais interdisciplinares.

O elevado interesse que estas distintas temáticas despertaram entre o público justificou, por si só, a necessidade de dar continuidade a esta iniciativa. Nessa medida, encontramo-nos já a preparar a publicação de um trabalho colectivo, tendo por base a versão escrita dos textos apresentados e, sobretudo, as reflexões que resultaram do profícuo debate que teve lugar neste encontro. Por outro lado, encontra-se já programada, também, a realização de futuras edições do MHM, a primeira das quais terá lugar em meados de 2025, dedicada ao subtema dos espaços e tempos da caça.

Referências bibliográficas

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FARIA, Tiago Viúla de - “Para uma abordagem multi- e interdisciplinar à zooantropologia histórica: primeiras reflexões a partir do Projecto FALCO”. Medievalista 34 (2023), pp. 537-546. [ Links ]

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TENTE, Catarina; SEABRA, Luís; TERESO, João Pedro - “Agriculture and recollection in the 10th century in central-north Portugal”. In PRATA, Sara; CUESTA-GÓMEZ, Fabian; TENTE, Catarina (eds.) - I Early Medieval Countryside Archaeological Meetings. Oxford: Archaeopress Access Archaeology 2024, pp. 129-142. [ Links ]

WALKER-MEIKLE, Kathleen - Dogs in Medieval Manuscripts. Londres: British Library Publishing, 2020. [ Links ]

WALKER-MEIKLE, Kathleen - Medieval Pets. Woodbridge: The Boydell Press, 2021. [ Links ]

1Sobre a evolução das produções escritas mais relevantes veja-se: SOUSA, Afonso Soares de - “Estudar a caça régia segundo os seus espaços e oficiais”. Medievalista 36 (2024), pp. 487-503.

2Referimo-nos a um artigo, ainda muito útil; COELHO, Maria Helena Cruz; RILEY, Carlos Guilherme - “Sobre a Caça Medieval”. Estudos Medievais 9 (1988), pp. 221-267.

3Vejam-se, a título de exemplo, os recentes contributos de: KLEMETILLA, Hannele - Animals and Hunters in the Late Middle Ages: Evidence from the BnF MS fr. 616 of the Livre de chasse by Gaston Fébus. Nova Iorque: Routledge, 2015; GOLDBERG, Eric - In the Manner of the Franks: Hunting, Kingship, and Masculinity in Early Medieval Europe. Filadélfia: University of Pennsylvania Press, 2020; JUDKINS, Ryan Russell - Noble Venery: Hunting and the Aristocratic Imagination in Late Medieval English Literature. Ohio: Ohio State University, 2012. Tese de Doutoramento.

4Sediada no Instituto de Estudos Medievais, a NEMUS é uma plataforma digital com o objetivo de facilitar a comunicação e a colaboração interdisciplinar entre estudiosos medievais do meio ambiente em qualquer campo de estudo. Para mais informações sobre esta rede: https://nemus.fcsh.unl.pt/.

5Refira-se, na área de História, o projeto de doutoramento intitulado “A caça régia e os seus oficiais no Portugal medieval”, de Afonso Soares de Sousa, tendo por orientador científico Saul António Gomes e co-orientador Tiago Viúla de Faria, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (2023.01596.BD); na História da Arte, Rebeca Baptista, “Os marfins marinhos na Europa dos séculos X-XIII. Caça, circulação e utilização da matéria-prima de baleia, morsa e narval”, orientada por Alicia Miguélez e Cristina Brito (FCT PTCRIS: UI/BD/153095/2022); e na Arqueologia, as dissertações de mestrado de Adriana Vieira, “Recursos Animais na Lisboa Medieval: A coleção faunística de vertebrados dos Terraços do Carmo (séculos XIII e XIV)” (UIDB/00749/2020), de Beatriz Passos, “Vivências de uma comunidade islâmica almóada em Cacela-Velha: Estudo faunístico dos materiais do Poço Antigo, Cacela” e de Rosa Cruz, “Idanha-a-Velha: estudo faunístico das intervenções arqueológicas do Logradouro e Chão dos Cardos entre o Período Romano e Alto medieval”(PTDC/HAR-ARQ/6273/2020; UIDB/00749/2020), projectos sob orientação de Catarina Tente e Maria João Valente. Além destes, destacam-se também outros trabalhos orientados por membros do IEM, que se encontram actualmente em curso, que trazem especial contributo para estas questões, como a tese de doutoramento de Catarina Magalhães, “Paisagens e suas práxis: contributos da arqueobotânica para o estudo das dinâmicas agrárias do Norte e Centro português entre o mundo romano e a Idade Média (séculos III a XII)” (2022.11430.BD), em curso na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, sob orientação de Andreia Arezes, João Pedro Tereso e Catarina Tente.

6SOUSA, Afonso Soares de; MARTINS, Diana; FARIA, Tiago Viúla de - Medieval Hunting Meeting: Book of Abstracts. Lisboa: Instituto de Estudos Medievais, 2024, p. 1.

7Pela novidade trazida pelo tema e pela pluridisciplinaridade que através deste encontro se promoveu, esta iniciativa foi integrada no programa de actividades do retiro doutoral realizado anualmente pelos alunos do Doutoramento E-learning em Estudos Medievais, ciclo de estudos promovido pelo Instituto de Estudos Medievais e a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, em parceria com a Universidade Aberta.

8Professora Associada de Arqueologia na Universidade Nova de Lisboa, com importantes trabalhos produzidos na área dos estudos ambientais, entre os quais destacamos: TENTE, Catarina; SEABRA, Luís; TERESO, João Pedro - “Agriculture and recollection in the 10th century in central-north Portugal”. In PRATA, Sara; CUESTA-GÓMEZ, Fabián; TENTE, Catarina (eds.) - I Early Medieval Countryside Archaeological Meetings. Oxford: Archaeopress Access Archaeology, pp. 129-142; SEABRA, Luís; TENTE, Catarina; VAZ, Filipe da Costa; OLIVEIRA, Cláudia; GONZÁLEZ CARRETERO, Laura; TERESO, João Pedro - “Crops on the Rocks: Production, Processing, and Storage at the Early Medieval Site of Senhora Do Barrocal (Municipality of Sátão, Central Portugal)”. PLANTS 11:4 Special Issue: Crops and Agriculture in Medieval Age in Europe (2022), p. 421.

9Ana Elisabete Pires é a investigadora principal do projecto WOOF: "Tracing the origins and evolutionary paths of the Iberian and the Maghreb Dog” (FCT 29545-02/SAICT/2017). Para mais informações sobre o projecto veja-se: https://woofproject.wordpress.com/publications/. Conta com várias publicações em que analisa e evidencia a importância da análise do legado genético de animais, como os canídeos, encontrados em contextos arqueológicos.

10Embora tenha outros trabalhos, destacamos a sua obra de 2006: PLUSKOWSKI, Aleksander - Wolves and the Wilderness in the Middle Ages. Woodbridge: Boydell, 2006.

11Desta autora destacam-se aqui dois trabalhos: WALKER-MEIKLE, Kathleen - Dogs in Medieval Manuscripts. Londres: British Library Publishing, 2020; WALKER-MEIKLE, Kathleen - Medieval Pets. Woodbridge: The Boydell Press, 2021.

12Além da sua investigação de doutoramento sobre a caça régia, foi igualmente um importante contributo para a temática em apreço o trabalho de investigação desenvolvido no seu mestrado relativamente aos monteiros régios: SOUSA, Afonso Soares de - Monteiros e Montarias em Portugal na Idade Média. Coimbra: Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, 2023.

13Desenvolve um projeto de investigação na Casa de Velázquez intitulado “Edad Media y primera modernidad, Península Ibérica, literatura cinegética, caza, arte veterinario, cinología, circulación de conocimientos, relaciones antropozoológicas” na Université Bordeaux Montaigne. Além disso, conta com publicações relevantes sobre a temática, nomeadamente: CZERBAKOFF, Marthe - “El Perro en los Tratados de Montería Castellanos (SS. XIV-XVI): de auxiliar cinegético a atributo del poder”. Cuadernos Del CEMYR 31 (2023), pp. 101-113.

14Além de estudos sobre a medicina medieval, André Silva tem igualmente desenvolvido trabalhos sobre questões veterinárias, como comprova o seu artigo sobre as práticas de alveitaria e os alveitares no Portugal medieval: SILVA, André F. Oliveira da - “Alveitares e alveitaria no Portugal Medieval”. Asclepio 74:1 (2022), pp. 1-12.

15Tem produzido alguns ensaios sobre a temática, nomeadamente: MORAIS, Ana Paiva - B.I. do Lobo. Lisboa: Apenas Livros, 2003; MORAIS, Ana Paiva - “Prova de vida: do B.I. do lobo ao cartão de cidadão”. In SIMÕES, Carlota; GUIMARÃES, Ana (ed.) - Bichos vividos. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2022, pp. 123-138.

16Desenvolve de momento projeto doutoral intitulado “«Animal feroz, astuto, carnívoro e muito daninho»: a relação entre o imaginário cultural do lobo e a conservação da espécie (1220-1988)”, financiado pela FCT (2021.04831.BD). Dispõe, ainda, de publicações sobre a caça ao lobo no período medieval: LOURO, Andreia Fontenete - "Wolf hunting in Portugal in the Middle Ages (12th-15th Centuries)". Cuadernos Del CEMYR 31 (2023), pp. 115-137.

17Silvana Vieira de Sousa, especialista no românico português, participou activamente na Enciclopédia do Românico em Portugal (2023), obra coordenada por Mário Barroca, Maria Leonor Botelho e Lúcia Rosas, para a qual contribuiu com diversos artigos, sobretudo no tocante ao românico do Norte de Portugal.

18É investigador principal do projecto “El trobar a les corts ibèriques / Trobar in the Iberian Courts”, financiado pela Generalitat de Catalunya (Agència de Gestió d'Ajuts Universitaris i de Recerca, 2020 BP 00263), que desenvolve actualmente na Facultat de Lletres da Universidade de Girona. Especialista em cancioneiros medievais, entre outros, do galaico-português, tem desenvolvido inúmeros estudos em que se debruça sobre os duplos significados das cantigas medievais.

Recebido: 21 de Novembro de 2024

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