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CIDADES, Comunidades e Territórios
versão On-line ISSN 2182-3030
CIDADES no.36 Lisboa jun. 2018
ESTUDO
Criação de uma Rede de Unidades Turísticas em Espaço Rural. Oleiros, Azeitão, Setúbal. Uma experiência pedagógica no Mestrado Integrado em Arquitetura do ISCTE-IUL. 3º Ano. Unidade Curricular: Arquitetura V - 2013/2014.
Creation of a Network of Tourist Units in Rural Space. Oleiros, Azeitão, Setúbal. A pedagogical experience in the Integrated Master in Architecture of ISCTE-IUL. 3rd Year. Curricular Unit: Architecture V - 2013/2014
Teresa Madeira da SilvaI
[I]ISCTE-IUL, Instituto Universitário de Lisboa, Portugal. e-mail: teresa.madeira@iscte-iul.pt.
Índice
1. Introdução
2. Tema
3. Objetivos da UC (2013/2014)
4. Linhas temáticas de orientação
5. Exercício
6. Programa
7. Metodologia. Primeira Fase . Segunda fase. Terceira fase. Apresentação Final
8. Processo de ensino e aprendizagem
9. Bibliografia básica da UC
10. Bibliografia complementar da UC
11. Contributos (Aulas abertas, Visitas de Estudo e Sebentas).
12. Propostas
13. Proposta – grupo 1 (Ana Mestre, Susana Gonçalves, Bárbara Prudêncio, Maria Carreira, Mariana Neto, Joana Sequeira).
14. Proposta – grupo 2 (Patrícia Cruz, João Pedro, Joana Rodrigues, Susana André, João Teixeira e Ana de Sousa).
15. Proposta – grupo 3 (Chen Tao, Catarina Brito, João Pereira, Joana Roxo, João Jesus e Bárbara Lopes).
16. Proposta – grupo 4 (Milton Almeida, Carolina Botelho, Andreia Tavares, André Coelho e Tiago Andrade).
17. Proposta – Susana André
18. Proposta – Bárbara Prudêncio
19. Proposta – Chen Tao
20. Proposta – João Teixeira
21. Proposta – Joana Roxo
22. Proposta – Ana de Sousa
23. Nota Final
24. Bibliografia
1. Introdução
Durante o século XX e início do século XXI, os cursos de arquitetura e a prática da arquitetura nos ateliers, de uma maneira geral, entendiam a arquitetura como um assunto “de objetos”. Esta noção é em muitos casos, associada à noção de paisagem, território, e desenho urbano sendo estes conceitos associados à prática da arquitetura. No curso de arquitetura do ISCTE-IUL, como em muitas escolas de arquitetura, a ligação da arquitetura ao lugar, ao território e à paisagem, está presente no ensino do projeto desde a sua génese, através da ligação às áreas disciplinares do Desenho Urbano, da Geografia, entre outras, sendo uma prática que se pretende transversal nos dois ciclos de estudos do Mestrado Integrado. Apesar disso, a abordagem geral é muitas vezes entendida e aplicada de forma convencional, ou seja, tratando a arquitetura como objetos que se relacionam com a envolvente e o território, sendo este o pano de fundo onde se “encaixam” os objetos (ou seja a arquitetura). Apesar de se considerar relevante entender o projeto a partir do lugar, do território ou da paisagem, esta abordagem cria uma dicotomia e uma separação entre o construído e o não construído, entre as presenças e as ausências, entre os espaços ocupados e os espaços vazios.
O nosso ponto de partida para a organização e desenvolvimentos desta Unidade Curricular de projeto parte do documento de criação da Licenciatura em Arquitetura do ISCTE (Linhas Gerais – Licenciatura em Arquitetura. 1999), cujo objetivo é “constituir uma alternativa aos atuais modelos de formação em arquitetura, dando particular atenção a aspetos importantes do ensino da arquitetura (…), particularmente, no que se refere ao papel das ciências sociais, da economia e da gestão na formação dos arquitetos, à sólida fundamentação teórica e tecnológica necessária no ensino da arquitetura, e à íntima articulação da formação teórica e prática dos arquitectos” (Teixeira,
1999). Assim, esta UC, estrutura-se “em três componentes essenciais: a área das ciências sociais, a área das técnicas, e a área da prática de projeto e desenho.” (Teixeira, 1999).
Esta apresentação tem como objetivo dar uma perspetiva do trabalho realizado no âmbito da unidade curricular Arquitetura V, do primeiro semestre do 3º Ano (2013/2014), do Mestrado Integrado em Arquitetura do ISCTE- IUL, de modo a refletir acerca das abordagens metodológicas e dos resultados obtidos. O objetivo metodológico aqui proposto pretende ultrapassar a descrição e o levantamento do sítio como origem do projeto de arquitetura e equacionar formas de atuação que passam pela organização e a elaboração de programas tendo em conta as pessoas, a paisagem e a cultura.
2. Tema
Criação de uma Rede de Unidades Turísticas em Espaço Rural. Oleiros, Azeitão, Setúbal.
“Sabemos que a agricultura, enquanto atividade económica, modelou a paisagem rural, as aldeias e os montes deixando um conjunto variado de particularidades históricas e arquitetónicas, convertidas em pontes, moinhos, muros de pedra solta, lavadouros, calvários, etc., e hoje elementos associados ao património histórico e cultural do nosso país. (…).
Nesta perspetiva, o turismo e em particular o turismo no espaço rural e o turismo de natureza, podem contribuir para conjugar interesses agrícolas, e económicos com a proteção do património ambiental, através da gestão integrada do território, na qual os agricultores devem desempenhar um papel essencial. (…).
Neste contexto, o turismo assume uma relevância de destaque ao proporcionar o surgimento de novas atividades que estimulem um maior respeito e admiração pela paisagem natural, pela flora e fauna e pelos diversos modos de vida. A maior dinâmica turística pode também contribuir para a revitalização destes espaços, já que se traduz num maior afluxo de pessoas e na criação de novos produtos e serviços, adequados a outras exigências e funcionalidades.” (Reis, Serafim, 2003: 3).
3. Objetivos da UC (2013/2014)
O exercício proposto no ano letivo 2013/2014, no 3º ano do Mestrado Integrado em Arquitetura do ISCTE-IUL, na UC Arquitetura V, tem como objetivos gerais:
. desenvolver a capacidade de descrição, análise e interpretação de um território urbano a partir das metodologias de análise urbana;
. aprofundar o conhecimento da cultura do território, nas dimensões física, geográfica, económica e social;
. consolidar a prática projetual e a capacidade de conceção mediante o entendimento do espaço e das variáveis que o condicionam.
Neste sentido, os estudantes deverão: identificar os elementos fundamentais do território; construir um suporte teórico de referência adequada ao lugar e ao programa; integrar as componentes específicas do território de modo a conceber o projeto como um ato de síntese e de afirmação da cultura arquitetónica e..., por fim, desenvolver a capacidade de comunicar e expressar as opções de projeto atendendo à especificidades de cada uma das fases. (Madeira da Silva et al, 2013).
4. Linhas temáticas de orientação
O programa de trabalhos estrutura-se em torno de quatro linhas temáticas de orientação:
A primeira prende-se com intervenções em áreas rurais e periurbanas através da articulação dos interesses locais (agrícolas, paisagísticos, históricos e arquitetónicos) com o turismo no espaço rural; a segunda com a rede de espaço público equipado; a terceira com a reconversão de edifícios ou conjuntos de edifícios existentes através de programas de empreendimentos turísticos em espaço rural e, a quarta e última linha temática prende-se com a criação de novas valências que articulem a proteção do património ambiental com o desenvolvimento integrado do território. (Madeira da Silva et al, 2013).
5. Exercício
Os objetivos das propostas a apresentar para a criação de uma rede de
Unidades Turísticas em Espaço Rural para Oleiros são os seguintes:
1. Potenciar a reconstituição e a preservação do património rural.
2. Criar espaços de apoio ao desenvolvimento da economia local através da reconstrução e reinterpretação de edifícios, ou conjuntos de edifícios existentes, através de programas de empreendimentos de turismo em espaço rural.
3. Complementar a atividade agrícola, tirando partido do património natural construído através de valências quer na área do turismo quer na área das atividades locais.
4. Intervir no espaço urbano público e nos vazios expectantes.
As propostas deverão estar em articulação com as atividades produtivas da região, explorando e preservando os seus recursos patrimoniais, de forma a que os habitantes da região sejam os primeiros beneficiários. (Madeira da Silva, et al, 2013).
6. Programa
O conjunto de objetivos enunciados estrutura-se em torno de duas valências programáticas: (1) uma rede de pequenos equipamentos de relevância comunitária articulados em rede através de espaços urbanos públicos;
(2) quatro tipos de programas de empreendimentos de turismo em espaço rural à escolha dos alunos:
1. Rede de pequenos equipamentos de apoio a espaços urbanos públicos As intervenções no espaço urbano público e nos vazios urbanos realizam-se a dois níveis: por um lado, através da criação de pequenos equipamentos de relevância comunitária, (apoio a feiras, mercados, venda de produtos, etc.) e, por outro, a partir de percursos de ligação das várias valências programáticas (zonas verdes, percursos pedonais, implantação de pequenos edifícios de uso coletivo e de comércio, ou outros), contribuindo desta forma para umaarticulação em rede das diferentes valências.
2. Empreendimentos de turismo em espaço rural
Os empreendimentos turísticos em espaço rural podem ser de 4 tipos:
. Casas de Campo: imóveis situados em aldeias e espaços rurais que prestem serviços de alojamento a turistas e se integrem, através de materiais de construção e demais características, na arquitetura típica local. Aldeia de Oleiros, Azeitão, Setúbal.
. Turismo de Aldeia: cinco ou mais casas de campo situadas na mesma aldeia ou freguesia, ou em aldeias ou freguesias contíguas que sejam exploradas de uma forma integrada por uma única entidade.
. Agroturismo: imóveis situados em explorações agrícolas e que prestem serviços de alojamento a turistas e permitam aos hóspedes o acompanhamento e conhecimento da atividade agrícola, ou a participação nos trabalhos aí desenvolvidos, de acordo com as regras estabelecidas pelo seu responsável.
. Hotéis Rurais: hotéis situados em espaços rurais que, pelas suas características arquitetónicas e materiais, respeitem as características dominantes da zona onde estão implantados, podendo instalar-se em edifícios novos que ocupem a totalidade de um edifício ou integrem uma entidade arquitetónica única e respeitem as mesmas características.
Poderão ser elementos a incluir no programa, imóveis com ligação à agricultura, ao ambiente e à paisagem com carácter vincadamente rural, como edifícios com atividades complementares de animação e que contribuam para a divulgação das características, produtos e tradições das regiões onde se situam.
7. Metodologia
O trabalho prático de fundo a desenvolver contempla 3 fases:
. A primeira fase inclui a análise, interpretação e representação do objeto de estudo, atendendo às especificidades geográficas, físicas, sociais e económicas do território e à morfologia, tipologia e implantação do edificado preexistente.
. Na segunda fase pretende-se a apresentação de uma proposta de construção de uma rede de espaços de turismo no espaço rural. Deverão, nesta fase, ser definidas e desenhadas as valências programáticas a propor, bem como justificada a sua pertinência no quadro mais alargado do território que constitui o local de intervenção e sua envolvente imediata.
. A terceira e última fase compreende o desenvolvimento de um dos projetos apontados na fase anterior, até às escalas do desenho de execução, questionando, corrigindo e consolidando as decisões tomadas anteriormente. (Madeira da silva et al, 2013).
Na primeira fase o trabalho é realizado em grupos (5 a 6 estudantes), onde se pretende a realização de um conjunto de elementos gráficos e desenhados que analisem, interpretem e representem a área de estudo atendendo às especificidades geográficas, físicas, sociais e económicas do tecido urbano e à morfologia, tipologia e implantação do edificado.
Os elementos a entregar são:
. uma maqueta da área de intervenção (escala a definir);
. bases de trabalho desenhadas sobre bases digitais;
. plantas da área de estudo (escalas a definir);
. planta da área de intervenção (escala a definir);
. cortes transversais da área de intervenção (escalas a definir);
. análise e interpretação da área de estudo, construída a partir de estudos já realizados (C.M. e Junta de Freguesia) e demais fontes disponíveis a investigar pelos docentes.
Na segunda fase, tal como na primeira, o trabalho é realizado em grupos e pretende-se a apresentação de uma proposta de distribuição e materialização base do programa do exercício.
Deverão, nesta fase, ser definidas e desenhadas as valências programáticas a propor, bem como justificada a sua pertinência no quadro mais alargado do território e sua envolvente imediata.
A estratégia a eleger deverá conferir inteligibilidade ao lugar, considerando as circunstâncias e idiossincrasias que presidiram à sua formação e posterior desenvolvimento.
Nesta fase os elementos a entregar são:
. maquetas parciais a implantar na maquete geral elaborada na fase anterior;
. um caderno A3 onde, através de um texto com a dimensão máxima de duas folhas A4 e de um conjunto de diagramas, se esclareçam os objetivos, se justifiquem as estratégias e metodologias e se confirmem os enquadramentos teóricos de suporte às propostas;
. um conjunto de desenhos em formato A1, compreendendo: uma planta de síntese (de implantação da proposta geral, escala a definir);
. plantas dos vários níveis da proposta (escalas a definir);
. alçados de conjunto (escalas a definir);
. cortes transversais e longitudinais (escalas a definir);
Terceira Fase
Na terceira fase, o trabalho é realizado individualmente. Espera-se o desenvolvimento de um dos projetos apontados na fase anterior, até às escalas do desenho de execução, questionando, corrigindo e consolidando as decisões tomadas anteriormente.
Os elementos a entregar são:
. uma maqueta com implantação das propostas sobre o modelo geral executado na fase 01;
. um caderno A3, descrevendo e justificando o processo de projeto, atendendo aos objetivos, estratégias e propostas desenvolvidos. Neste documento deverá simultaneamente registar-se o histórico do caminho percorrido;
. fotografias dos modelos realizados e fotomontagens;
. um conjunto de desenhos em formato A1, compreendendo: planta de localização (escala 1/1000 ou 1/500); plantas da proposta com representação da envolvente próxima (escala 1/100 e ou 1/200); alçados de conjunto, com representação da envolvente próxima (escala 1/100 e ou 1/200); cortes transversais da proposta, com representação da envolvente próxima (mínimo
2, escalas 1/100 e ou 1/200).
Nota: os desenhos em A1 deverão ser devidamente referenciados, cotados e legendados (espaços, áreas, materiais, etc.).
Apresentação finalA apresentação dos desenhos finais é em formato A1, acompanhados de um dossier A3 com a síntese explicativa do conceito fundamental da proposta, bem como, maquetas e todos os elementos considerados necessários para a explicitação do trabalho realizado.
A apresentação oral realiza-se perante um júri, e deve ser cuidada e sintética, enfatizando os principais aspetos do trabalho.
O Júri é constituído pelos professores da UC e por convidados externos ao ISCTE-IUL (professores de outras universidades e arquitetos com prática profissional em atelier) e antigos alunos.
Todo o trabalho deverá ser obrigatoriamente entregue em formato digital
(PDF - formatos A3 e A1).
8. Processo de ensino e aprendizagem
Os tempos letivos de contacto serão distribuídos por 2 tipos de aula: Teórico–
Práticas (TP) e Práticas Laboratoriais (PL).
Nas aulas Teórico-Práticas (TP) valorizar-se-á a apresentação e discussão de casos de estudo associados aos conceitos e ideias nucleares da UC. As apresentações em formato de seminário implicaram nalguns casos, a preparação em grupo, dos conteúdos a debater.
As aulas Práticas Laboratoriais (PL) compreendem o trabalho em grupo e Individual. Pretende-se neste espaço desenvolver e consolidar a prática projetual, articulada com os conhecimentos adquiridos nas aulas TP e com o trabalho autónomo. O trabalho autónomo é descriminado em conjunto com o documento de Planeamento da UC.
A metodologia implicará o desenvolvimento do pensamento crítico sobre um problema a debater em grupo, de modo a enriquecer a turma com os contributos específicos de cada um. A elaboração do trabalho individual e em grupo, associada à análise e discussão dos casos de estudo convocados, viabilizará a aplicação prática do conhecimento apreendido no domínio teórico. As entregas intercalares e final aferem as competências adquiridas em cada uma das fases. Estas competências deverão manifestar-se na qualidade coerência e rigor das propostas, em cada etapa do seu desenvolvimento, assim como na objetividade da sua apresentação e na consistência da sua defesa. (Madeira da Silva et al, 2013).
9. Bibliografia básica da UC
ASCHER, François, 2010. Novos Princípios do Urbanismo. Seguidos dos Novos
Compromissos Urbanos. Um Léxico. Lisboa: Livros Horizonte. AAVV. (2013) Sebentas. (Entregues ao longo do semestre).
BOTTON, Alain de, 2013. A Arquitectura da Felicidade. Alfragide: D. Quixote. SOLÀ-MORALES, Ignasi, 2002. Territórios. Barcelona: Editorial G.G. TÁVORA, Fernando, 1996. Da Organização do Espaço. Porto: FAUP. WALKER, Enrique (ed), 2010. El Ordinario. Barcelona: Editorial G.G. ZUMTHOR, Peter, 2006. Atmosferas. Barcelona: Editorial G.G.
Legislação sobre turismo no espaço rural:
Portaria n.º 937/2008, de 20/08, e Decreto Lei n.º 39/2008 (de 07.04.),
Decreto-lei n 54/2002 de 11 de Março – DR nº 59 – I série A.
10. Bibliografía complementar da UC
AA.VV., 2001. AV Monografias Pragmatismo Y Paisaje, 91.
BOURDIN, Alain. 2011. O Urbanismo Depois da Crise. Lisboa: Livros Horizonte. GEHL, Jan e Lars Gemzoe, 2002. Novos Espaços Urbanos. Barcelona: Editorial G.G.
MAGALHÃES, M.R., 2001. A Arquitectura Paisagista Morfologia e Complexidade. Lisboa: Editora Estampa.
MOUTINHO, Mário. A Arquitectura Popular Portuguesa. Lisboa: Editorial Estampa, 1979.
PORTAS, Nuno; DOMINGUES, Álvaro; CABRAL, João. Políticas Urbanas: Tendências, estratégias e oportunidades. Lisboa: F. C. G., 2003.
11. Contributos (Aulas Abertas, Visitas de Estudos, Sebentas e Apresentações Finais com Júris)
Os contributos apresentados aos estudantes distribuem-se por: Aulas Abertas, Visitas de Estudos, Sebentas e Apresentações Finais com Júris.
As Aulas Abertas são aulas expositivas, com convidados das áreas da arquitetura, da sociologia e da antropologia, especialistas nas matérias a tratar ao longo do semestre. Estas aulas para além do debate e discussão acerca dos temas trazidos pelos convidados, incluem apresentações intercalares dos trabalhos, por parte dos alunos, onde os especialistas convidados e os professores comentam e criticam o trabalho apresentado de modo a que os estudantes incorporem novas problemáticas. As visitas de estudo centram-se principalmente em visitas acompanhadas à zona de intervenção e envolvente próxima, assim como, a núcleos de carácter turístico significativos e existentes na região. As sebentas consistem na compilação e na apresentação de projetos (nacionais e estrangeiros) relacionados com as propostas e com os programas que os estudantes desenvolvem ao longo do semestre e que servem de referencia para o desenvolvimento do projeto. As apresentações finais com júris realizam-se no final do semestre e consistem na apresentação do trabalho desenvolvido ao longo do semestre a um júri externo que comenta e critica o trabalho.
01 AULA ABERTA
ARQUITECTURA V - 3 ANO - 2013 -14
16 Out 2013 – 9.30hAuditório I edifício IApresentações dos alunos (turmas 1 e 2)
Criação de uma rede de turismo rural, Oleiros, Azeitão – 1ª fase
Pedro Marques Alves
Projecto - Turismo Rural em Folgosinho, Serra da Estrela
Mestrado Integrado em Arquitectura - Departamento de Arquitectura e Urbanismo
Escola de Tecnologia e Arquitectura - ISCTE-IUL - Instituto Universitário de Lisboa
02 AULA ABERTA
ARQUITECTURA V - 3 ANO - 2013 -14
23 Outubro 2013 - 9.30hAuditório B103 edifício IIAida Valadas Lima – ISCTE-IUL/ CIES-IUL
A Importância do Rural nas Sociedades Contemporâneas
Aida Valadas de Lima - Professora Auxiliar no ISCTE-IUL. Doutorada em Sociologia com a Tese intitulada “Agricultura e Ruralidade em Portugal: 1970-2000”. Actualmente dá aulas na licenciatura em Sociologia. Colaborou e deu aulas em diveros curso: nas áreas da Sociologia Rural e dos Problemas Rurais e nos cursos de Sociologia Urbana, do Território e do Ambiente, do ISCTE e em cursos de pós-graduação na área da Sociologia do Ambiente. Tem várias publicações sobre a temática da ruralidade nas sociedades contemporâneas.
No âmbito do trabalho que os alunos do 3º Ano do MIA irão desenvolver no 1º semestre destaca-se:
- LIMA, Aida Valadas de. 2009. "Turismo e Desenvolvimento Sustentável. Sustentabilidade Turística no Sudoeste do Continente Português", Cidades-Comunidades e Territórios,
19: 23 – 40.
- 2008. Agricultura a Tempo Parcial e Multifuncionalidade da Agricultura: Novas Perspetivas para o Desenvolvimento Rural Sustentável?. In Itinerários. A Investigação nos 25 anos
do ICS, 30 - 50. . Lisboa : Imprensa de Ciências Sociais.
- 2008. "O Rural e a Ruralidade nas Sociedades Contemporâneas – Velhas Questões…Novos Desafios", Actas do VI Congresso Português de Sociologia, 6: 30 – 40.
- 2006. "A Valorização Social e Económica dos Recursos dos Territórios Rurais no Contexto das Sociedades Modernas", Cidades-Comunidades e Territórios, 12/13: 14 – 25.
Mestrado Integrado em Arquitectura - Departamento de Arquitectura e Urbanismo
Escola de Tecnologia e Arquitectura - ISCTE-IUL - Instituto Universitário de Lisboa
03 AULA ABERTA
ARQUITECTURA V - 3 ANO - 2013 -14
13 Novembro 2013 - 9.30hAuditório B 203 edifício IIApresentações dos alunos (turma 1 e 2 )
Criação de uma rede de turismo rural, Oleiros, Azeitão – 2ª fase - estratégia
Rosália Guerreiro (Planeamento Regional e Urbano)
Célia Faria (Arquitectura)
Comentários aos trabalhos apresentados
Mestrado Integrado em Arquitectura - Departamento de Arquitectura e Urbanismo
Escola de Tecnologia e Arquitectura - ISCTE-IUL - Instituto Universitário de Lisboa
Aula Aberta 3. Apresentações dos alunos
– “criação de uma rede de turismo rural, Oleiros, Azeitão”. (Fonte: Madeira da Silva, T., 2013).
04 AULA ABERTA
ARQUITECTURA V - 3 ANO - 2013 -14
22 Novembro 2013 - 9.30hAuditório C 103 - edifício IIPedro Prista ( Antropólogo - ISCTE-IUL) – “A ciência dos Campos”
Maria Antonieta Matos (Arquitecta) – Turismo Rural em Azeitão, na perspectiva do Planeamento Urbano e Regional
Mestrado Integrado em Arquitectura - Departamento de Arquitectura e Urbanismo
Escola de Tecnologia e Arquitectura - ISCTE-IUL - Instituto Universitário de Lisboa
05 AULA ABERTA
ARQUITECTURA V - 3 ANO - 2013 -14
28 Novembro 2013 – 9.30hAuditório Silva Leal – Ala AutónomaPedro Prista (Antropólogo – ISCTE-IUL)
“Turismo e cultura Rural”
Célia Faria (Arquiteta)
Projecto Europan Portugal – Aldeia de Bacelos – Palmela
Mestrado Integrado em Arquitectura - Departamento de Arquitectura e Urbanismo
Escola de Tecnologia e Arquitectura - ISCTE-IUL - Instituto Universitário de Lisboa
Aula Aberta 5. Convidados: Pedro Prista
06 AULA ABERTA
ARQUITECTURA V - 3 ANO - 2013 -14
6 DEZEMBRO 2013 | 9.30h-12.30hAuditório C103 edifício II9.30h – 10.45h - Pedro Ressano Garcia (arquitecto)
Companhia das Culturas – Turismo Rural em Castro Marim
11h. - Intervalo
11.15h – 12.15h Bárbara Delgado Martins / Rogério Gonçalves (arquitectos)
4 Casas no Campo
12.15h – 12.30h – debate
Mestrado Integrado em Arquitectura - Departamento de Arquitectura e Urbanismo
Escola de Tecnologia e Arquitectura - ISCTE-IUL - Instituto Universitário de Lisboa
01 VISITA DE ESTUDO
ARQUITECTURA V | 3 ANO | 2013 -14
1 de Novembro de 2013 (6ª feira)
10h. – Palácio e Quinta da Bacalhoa - Azeitão
15h – José Mª da Fonseca – Vila Nogueira de Azeitão
Sebenta 01
Programa de ação para a reabilitação urbana do morro da Sé (Porto).
Todos os direitos reservados © Porto Vivo, SRU.
Sebenta 02The Therme Vals.
Localização: Graubunden Canton, Suiça
Arq. Peter Zumthor
Ano do projeto: 1996
Capela de Saint-Bénédict. Localização: Grisons, Suiça Arq. Peter ZumthorAno do projeto: 1989
Capela de Campo Bruder Klaus. Localização: Mechernich, Alemanha Arq. Peter ZumthorAno: 2007
Sebenta 03 Casa-estúdio Carlos Relvas Golegã
Localização: Golegã, Portugal Arq. Vitor Mestre e Sofia Aleixo Ano do Projeto: 2007
Turismo de Natureza no Forte de S. João da BarraReabilitação e ampliação [imóvel de interesse Municipal,1998]
Isalema, Cabanas, Tavira, Portugal
Arq. Vitor Mestre e Sofia Aleixo
2003 | 2006
Sebenta 04 Respeito à Pedra.
Localização: Carnota, Espanha
Arquiteto Responsável: Pablo Serrano Elorduy Interiores: Blanca Elorduy. Fotografias: Vitor Solis Ano do Projeto: 2013.
Arquitetos: Tham & Videgard Arkitekter
Localização: Lagnö, Suécia
Equipe de Projeto: Martin Videgård, Bolle Tham, Anna Jacobsson. Engenharia Estrutural: Sweco, Mathias Karlsson Fotografias: Ake E:son Lindman
Ano: 2012
Projeto para AlmereExposição Mundial Hortícola, Floriade 2022. Localização: Almere
Arqs: Mvrdv
Ano: 2013
Sebenta 05 Parrish Art Museum
localização: Long Island, Nova Iorque. Arquitectura: Herzog de Meuron
Ano do Projeto: 2012.
Sebenta 06Ochre Barnlocalização: Norfolk, England. Arquitectura: Carl Turner Architects Ano do Projeto: 2010.
12. Propostas
“Oleiros é uma aldeia isolada e em risco de despovoamento como muitas outras aldeias no interior de Portugal. Apesar de estar perto de Azeitão, As proposta apresentadas correspondem, primeiramente, à fase de trabalho em grupo tendo sido constituídos quatro grupos de trabalho, e posteriormente, à fase de trabalho individual. Não sendo viável apresentar todo o trabalho realizado, o que aqui se apresenta é uma síntese dos elementos mais significativos do trabalho de cada grupo e cinco propostas do trabalho individual. A escolha dos trabalhos apresentados e dos respetivos elementos gráficos, prendem-se a diversas razões, entre elas, as fases do trabalho entregue, a qualidade gráfica das peças apresentadas e a qualidade do conteúdo apresentado.
Nota: Os textos incluídos nas propostas são da responsabilidade dos respetivos alunos. (Nalguns textos foram feitas pequenas correções de modo a adequar os textos à publicação). que é famoso pela sua doçaria e pelas quintas de vinicultura, esta aldeia não consegue atrair turistas nem manter os moradores.
Analisando o tecido urbano da aldeia, foi clara, a falta de organização na circulação assim como a dificuldade nas suas acessibilidades. De modo a responder a esta insuficiência, pensamos em percursos destinados a peões, criando caminhos exclusivamente direcionados aos mesmos; quanto aos automóveis, pensou-se na reorganização dos sentidos das vias, sendo as que têm dois sentidos na periferia da aldeia, e as do centro históricos passarem a ter somente um devido à sua morfologia. O estacionamento dos visitantes seria efetuado também ele na periferia, desocupando assim o centro da aldeia.” (Grupo 2).
13. Proposta - Grupo 1
Conceito. O MURO | Na aldeia de Oleiros os muros são bastante marcantes. Ao percorrermos esta pequena localidade, somos constantemente confrontados com este elemento, que tem a função de delimitar os espaços, ao mesmo tempo que nos guia pelas inúmeras ruelas que nos vão surgindo ao longo do caminho. Ao visitar outras aldeias, como a Aldeia da Piedade, situada nas suas proximidades, apercebemo- nos que esta caraterística não pertence exclusivamente a Oleiros, mas ao património local. Na tentativa de definir um conceito que unificasse a nossa proposta, o muro surge-nos como resposta que torna possível o elo entre o que já existe e a intervenção que sugerimos. Um muro que delimita e protege uma aldeia pouco povoada, pautada por propriedades agrícolas, localizada entre Aldeia de Irmãos e Vila Nogueira de Azeitão. (…).
Estratégia. De modo a não tornar Oleiros uma aldeia somente turística, prevê-se também o levantamento, e posterior reorganização de espaços comuns (praças, jardins, zonas de estar,...), assim como, a criação de locais de encontro da população, inexistentes, que promova o convívio entre os locais (cafés, restaurantes, ponto de venda,...).
A nossa estratégia passa pela criação de: . uma Escola Superior de Agricultura, onde para além dos estudantes, os visitantes aprendem a cozinhar a doçaria tradicional, a produção vinícola, a arte da olaria, etc. assistindo ou participando nas atividades escolares ou até aprendendo com habitantes da aldeia; . uma pousada para os estudantes da escola superior; . um hotel rural, atraindo assim outra classe de turistas que pode contribuir mais ativamente para a economia local; . o restauro de casas populares para o fim de habitação de turismo rural, como aconteceu em Pedralva e Quintandona.
14. Proposta - Grupo 2
"...Urn muro que nos encaminha, que nos leva a conhecer o seu centro hist6rico, trazendo o exterior para urn interior por conhecer."
O projeto desenvolvido localiza-se na região de Azeitão, mais especificamente em Oleiros, e tem como objetivo a requalificação da zona, promovendo o turismo rural através de uma rede de equipamentos cujo programa se foque na temática rural.
Numa primeira e breve análise concluiu-se que a aldeia apresentava várias limitações e aspetos menos positivos, tais como a fraca rede de transportes, o difícil acesso a bens e serviços para a população predominantemente envelhecida, o desequilíbrio entre a população residente e sazonal, assim como um constante processo de urbanização que leva à venda de quintas para loteamento. Ainda assim, recolheram-se diversos aspetos potencialmente positivos para uma intervenção neste local, nomeadamente: a proximidade a Azeitão, Setúbal e Lisboa, assim como à Serra da Arrábida, o que leva à existência de percursos pedestres que exploram a diversidade de fauna e flora; o clima e a boa exposição solar da localidade; a existência de produtos regionais como o vinho e o mel, além das tortas e do queijo; o património construído (nomeadamente, a Capela de São Marcos, a Fonte de Oleiros, a casa- pátio, a habitação projetada por Raul Lino e o espaço do coreto) e o património natural (as diversas quintas que rodeiam Oleiros e o Parque Natural da Arrábida).
O ponto base da estratégia a desenvolver para esta localidade foi sempre melhorar o centro de Oleiros, promovendo um maior contacto com o mesmo por parte da população da zona bem como de turistas que visitem a região. Inicialmente este objetivo iria ser procurado através do surgimento de uma ligação entre Oleiros e a Aldeia de Irmãos (aldeia vizinha). Deste modo promover-se-ia um maior fluxo de pessoas entre as duas localidades. Com o evoluir da estratégia, entendeu-se que a Quinta de São Lourenço (atualmente 1inativa e em vias de ser loteada para venda) tivera, no passado, uma presença absolutamente marcante nesta região.
A proposta para esta localidade consiste na definição de dois eixos que dividem a aldeia em quatro quadrantes, voltados para as seguintes temáticas: Turismo, População, Património e Natureza.
A rede de equipamentos situa-se maioritariamente no centro de Oleiros, precisamente devido à necessidade de bens e serviços nesta área. Na periferia da aldeia existem já diversas quintas e atividades que promovem o contacto do turista com as atividades económicas predominantes na região, nomeadamente a vinicultura e a hortifruticultura. Assim, o objetivo é criar espaços onde estes turistas possam pernoitar e habitar, vivendo Oleiros e contactando com a sua população.
Em termos concretos, os equipamentos serão os seguintes:
. um centro recreativo com um café, promovendo diferentes atividades sobretudo para a população envelhecida; um mercado, no centro da aldeia, onde se poderão vender os produtos desta região;
. um centro informativo, que informará o turista sobre os pontos de interesse a visitar em Oleiros bem como as diferentes atividades que se podem praticar na zona (caminhadas, passeios a cavalo, bicicleta, balão de ar quente Etc.);
. um Centro de Vinoterapia, onde se poderão realizar diversos tratamentos e terapias baseadas no vinho;
. diferentes habitações voltadas para o turismo de aldeia, com o seu núcleo num palacete onde se poderá igualmente hospedar os turistas;
. um restaurante situado numa zona de valor patrimonial (Fonte e Lavadouro
de Oleiros);
. um centro interpretativo situado na antiga Escola Primária de Oleiros, que se focará no Parque Natural da Arrábida e que será o ponto de partida para as atividades a praticar no mesmo;
. a Casa-Museu Raul Lino, aproveitando a habitação projetada pelo arquiteto, usar-se-á este espaço como local de exibição da sua obra, juntamente com uma extensão onde se poderão realizar outro tipo de exposições e conferências;
. uma casa de chá, na quinta onde se situa a Casa-Museu, que permite desfrutar do ambiente bucólico existente no espaço.
15. Proposta - Grupo 3
Oleiros foi construída para marcar a visita de D. José à vila. Oleiros foi desde sempre uma zona rodeada por grandes quintas que fazem produção de vinho, por isso, nos dias de hoje, passa pela aldeia uma rota de vinhos (Rota II) que permite os seus apreciadores conhecerem toda a zona de Azeitão e o que ela tem para oferecer em vinhos regionais, nomeadamente a Quinta da Bacalhoa e o seu palácio de arquitetura renascentista portuguesa.
Esta rota proporciona também o conhecer da arte de azulejaria e artesanato regional e também uma visita às igrejas mais importantes da vila, nomeadamente a Igreja de S. Simão e a Igreja de S. Lourenço.
No final, a rota leva-nos até aos caminhos pela Serra da Arrábida, onde é possível passear pelo seu parque natural e conhecer o Cabo Espichel.
Durante o Verão, em Oleiros é promovida também num rota turística num pequeno comboio que vai desde Setúbal até Azeitão e que pretende mostrar o património cultural, natural e arquitetónico da zona.
Neste percurso é possível visitar também a Quinta da Bacalhoa e a capela de Oleiros.
Pontos Marcantes:
- Quinta de Bacalhôa
- José Maria de Fonseca
- Capela de São Marcos
- Palacete Morgadia da Penha de França
- Fonte de Oleiros.
A Capela de São Marcos, na aldeia de Oleiros, data de 1676. Esta igreja é composta por talha, que nunca chegou a ser dourada, do séc. XVII, bem como alguns adornos. Em toda a zona de Azeitão foram também construídas fontes, uma delas em Oleiros, que faz parte do património da vila. A Fonte de Oleiros é reconhecida por vários livros de azulejaria do séc. XVIII pois é composta por dois painéis de azulejos nas suas laterais com várias figuras porteiros, criados e militares. Foi construída para marcar a visita de D. José à vila. Oleiros foi desde sempre uma zona rodeada por grandes quintas que fazem produção de vinho, por isso, nos dias de hoje, passa pela aldeia uma rota de vinhos (Rota II) que permite os seus apreciadores conhecerem toda a zona de Azeitão e o que ela tem para oferecer em vinhos regionais, nomeadamente a Quinta da Bacalhôa e o seu palácio de arquitetura renascentista portuguesa.
Acessibilidade:
- Proximidade com várias localidades de maior fluxo e concentração populacional, como de procura turís1ca;
- Presença de um núcleo populacional ligado às tradições e à cultura existentes.
Edificado/Não edificado:
- Existência de diversos terrenos inutilizados, bem como casas devolutas;
- Existência de patrimónios históricos na aldeia.
Insuficiências:
- Falta de hierarquização nos arruamentos, inexistência de passeios, ruas de dois sentidos;
- A mesma existência de casas abandonadas também é uma fraqueza.
Estratégia. A estratégia proposta para esta aldeia tem como base a união das duas vias principais que atravessam Oleiros no percurso Aldeia de Irmãos - Azeitão, de forma a enfatizar o seu núcleo histórico e urbano. Pontuado por várias quintas e edifícios de património histórico, a estratégia usufrui destes mesmos elementos e dá-lhes ênfase, criando novas valências no local. Estas valências, de carácter urbano, turístico e pedagógico pretendem revitalizar a zona, proporcionando novas trocas de informação entre habitantes locais e turistas.
Ocupando pequenos lotes no conjunto total da aldeia, conseguimos usufruir do que já é o carácter histórico da aldeia, dinamizando e proporcionando uma nova rede de espaços públicos e turísticos, em défice no atual estado da aldeia Da intenção de enfatizar o centro histórico da aldeia de Oleiros e criar uma nova economia local, a nossa proposta passa pelo cruzamento das duas vias principais que correspondem ao limite da periferia da aldeia, e assim, conseguirmos atrair turistas e a população local a conhecer Oleiros. Usufruindo dos edifícios devolutos e terrenos baldios que encontramos por toda a aldeia, propomos um percurso que se cruza no Palacete Morgadio da Penha de França que se torna assim o Centro de Convergência da aldeia e entra em contato com uma nova praça diretamente ligada ao novo mercado, e à Casa-mãe de turismo rural.
. Este passa assim a ser o novo centro distribuidor da aldeia, que nos encaminha compotas, olaria e lagar que proporcionam aos habitantes locais e aos turistas atividades características da região.
Programa
. um mercado, um café/restaurante de apoio à população.
. uma rede turística: agro-turismo, casas de campo e turismo de aldeia.
. oficinas de produtos regionais de apoio à população e ao turismo.
. Reaproveitamento espaços vazios para implementar espaços verdes
16. Proposta - Grupo 4
Pertencente a Azeitão, no concelho de Setúbal, Oleiros situa-se entre a Aldeia dos Irmãos e Vila Nogueira de Azeitão. O nome da aldeia está relacionado com a existência de uma pequena olaria onde se constitui a povoação. É, maioritariamente, uma zona habitacional, faltando comércio e espaços lúdicos. Esta aldeia tem alguns pontos históricos como a antiga Casa de Chá (anterior local de produção de azeite), a Capela de S. Marcos de 1676,o Solar do primeiro quartel do séc. XVIII, mandado construir por Francisco Xavier da Costa, e a Fonte de Oleiros de 1777. Este território é envolvido por uma vasta área verde de grandes quintas existentes. O facto de este território ter uma inclinação ascendente no sentido norte-sul e o facto de ter sido desenvolvido sem qualquer plano projetual, faz com que Oleiros possua um traçado irregular, tornando a sua organização local dispersa.
Dado que Oleiros é uma aldeia rodeada por quintas de produção de diversos produtos, pretende-se realçar esta potencialidade através do desenvolvimento de certas plantações e do turismo rural. Desenvolveu-se, então, uma linha de atividades ligadas ao Agro-turismo, à produção de vinho e azeite, produtos biológicos, ervas aromáticas, hortícolas, frutícolas e chás. Desenvolveu-se também, tanto para a população local como turística, hortas biológicas nos terrenos baldios preexistentes, oferecendo assim espaços próprios para atividades ligadas a alimentos biológicos.
Contexto Territorial
• Situado entre dois grandes centros urbanos, Setúbal e Lisboa;
• Proximidade de pontos turísticos;
• Zona Calma e segura.
• Acessibilidades;
• Insuficiência nas ligações ao centros urbanos.
• Articular os acessos ao exterior (Ligação entreOleiros e aldeias envolventes);
• Enfatizar os pontos turísticos;
• roteiro que dinamize os pontos turísticos(referência: rota do chá, porto formoso, São Miguel Açores).
Contexto Histórico
• Marcos históricos turísticos;
• Tradições, património cultural e natural diversificado.
• Queda da industria;
• Degradação de vários pontos históricos
• Reactivar a industria;
• Restauração dos pontos turísticos;
• Valorização do património natural;
• Reabilitação do espaço histórico.
Contexto Natural e Físico
• Actividade agrícola;
• Existência de verde na envolvente.
• Mau aproveitamento do verde existente;
• Falta de percursos pedonais;
• Falta de espaços públicos, nomeadamente de jardins e espaços de lazer e de passeio;
• Organização de zonas verdes, intercalando edifícios com locais naturais;
• Criação de espaços lúdicos;
• Trazer o verde dos arredores para o centro da aldeia.
Acessos
• Próximo do aeroporto (Nacional 10, com desvio pela Nacional 379).
• Transportes públicos
• Mobilidade das pessoas.
• facilitar a mobilidade das pessoas locais e turistas relativamente à sua envolvente (ligação com o exterior).
Oleiros situa-se numa área com vários pontos turísticos. A própria aldeia possui pontos históricos que poderão contribui para enfatizar esse caráter. A Capela de S. Marcos já se encontra num dos roteiros turísticos existentes. Porém, este edifício não é totalmente explorado, acontecendo o mesmo com os restantes edifícios históricos da aldeia.
Nos arredores de Oleiros, situam-se diversos pontos turísticos já integrados em redes turísticas, por exemplo, a partir de rotas turísticas ou de visitas guiadas.
17. Proposta - Susana André
Dividi o programa em três, correspondente aos três edifícios distintos mas relacionados entre si: 1. o pavilhão /barracão, cuja cobertura foi alterada para estrutura de madeira à vista através do seu interior, abrindo claraboias numa das suas águas. Edifício constituído por duas salas polivalentes direcionadas para a realização de atividades e workshops, um balneário feminino e masculino (população); 2. o edifício principal (antigo), direcionado principalmente para quem pratica desporto na região, nomeadamente, ciclistas que queiram passar em Oleiros uma ou duas noites. Por fim, 3. a extensão, edifício novo voltado para a temática do vinho e divulgação de produtos.
18. Proposta – Bárbara Prudêncio
A proposta de grupo insidio sobre o conceito de muro, os muros da aldeia, de pedra, que definem propriedades, que desenham quarteirões, encaminham os visitantes, protegem a aldeia. (…). Neste quarteirão, o muro é um elemento marcante, embora não estivesse devidamente marcado naquele terreno. Existem dois tipo de muro neste espaço. Os muros, “muro fachada” são aqueles que fazem frente a duas das ruas que definem o quarteirão, (…). O outro tipo de muro “muro no interior do quarteirão”, é o muro em pedra que divide a propriedade. Ou seja, o primeiro muro funciona como proteção, que resguarda as habitações de duas das ruas principais da aldeia, e o segundo muro funciona como separador de propriedade.
19. Proposta - Chen Tao
A área verde do coreto, escolhida para reabilitação, é uma zona de localização relativamente sensível, pois trata-se de uma zona de recepção, ou seja, onde se dá entrada da aldeia de Oleiros. Esta desempenha assim um papel diferente daquilo que se verifica dentro da própria aldeia. Sendo uma zona verde, prevê-se uma relação forte com o programa proposto para as casas devolutas que lhes estão próximas.
A ideia inicial é manter o que é recuperável nas casas devolutas. (…). Em relação ao armazém de duas águas, o conceito é manter a forma original para transmitir um aspecto mais rústico, correspondendo esta às características da localização, e no interior imprimir um ar mais contemporâneo através do uso dos materiais.
20. Proposta - João Teixeira
A abordagem para este projeto parte do conceito de ‘casa rural' e da sua arquitetura. …Oleiros de Azeitão mostra-nos uma arquitetura muito característica destes pequenos aglomerados urbanos, relacionando volumetrias simples com os diferentes espaços e atmosferas que se podem encontrar. Assim, foram tomadas como pontos de partida esses volumes, esses ambientes, os pequenos pormenores, não com a intensão de simplesmente os reproduzir mas sim de perceber como podem adquirir (outro) carácter único num projeto contemporâneo de cariz turístico. A volumetria inicial partiu de uma forma simples (2 paralelepípedos) e foi-se adaptando conforme as relações criadas com vários elementos envolventes: alturas e volumes dos edifícios, circulação e ambiente. (…). O desenho do pátio começou a tomar forma partindo da circulação existente em torno do terreno e de possíveis pontos de chegada/acesso às futuras casas. Assim, tanto o pátio como a volumetria do edifício foram sofrendo alterações mas mantendo sempre a relação entre si.
21. Proposta – Joana Roxo
O programa escolhido a aplicar neste terreno foi Casas de Campo. Tendo em conta a área de implantação, cerca de500m2 na principal zona de intervenção e 175m2 num terreno situado ao lado do primeiro, foram distribuídas três casas T2, T3 e um T1. O projeto define-se assim por um percurso público, que tem como função diminuir as distâncias a percorrer entre os restantes programas propostos em grupo, criando assim uma nova ligação entre as ruas que o envolvem. Quando atravessamos este percurso temos acesso a um pátio distribuidor central, comum ás três casas e é por este que temos o acesso ás mesmas. Numa tentativa de manter a memória do que era aquele espaço anteriormente, as fachadas das ruas principais são uma recriação do antigo edificado. Volumes brancos, com telhados de duas águas, com cobertura de betão e reboco branco, como as paredes. Os vãos, com uma dimensão aproximada dos pré- existente, seguem um ritmo que os organiza.
22. Proposta - Ana de Sousa
A casa-museu de Raul Lino, projeto de requalificação intervenção, surge após o estudo da rede de turismo trabalhada em grupo. O objetivo é manter as características originais da casa projetada por Raul Lino, mas requalificar as suas funções, dando lugar a um museu da obra do arquiteto. Para o anexo que se encontra junto do edifício pré-existente propõe-se a requalificação para casa de chá, que será o resultado da reabilitação do espaço com as suas qualidades atuais. Para encaminhar os visitantes para a casa, centro de exposições e casa de chá proponho a requalificação dos muros de rega existentes na quinta. Sempre que o visitante chega a um local que tem programa e atividades, o som da água é mais intenso, pois existe um pequeno reservatório para o qual a água cai e o seu som é intensificado. O primeiro percurso após a entrada na quinta encaminhará o visitante para a casa-museu, onde serão integrados a recepção e ponto informação para todo o espaço.
As restantes áreas e os espaços verdes, podem ser visitadaslivremente pelos visitantes.
23. Nota Final
Considerando como ponto de partida para o desenvolvimento desta unidade curricular um conjunto de objetivos, centrados na prática da arquitetura e na sua relação com a teoria e com a tecnologia, nomeadamente, com o papel das ciências socais, da economia, da gestão e do conhecimento dos materiais na formação dos arquitetos, procurámos, a partir de um conjunto de premissas, ultrapassar as abordagens da prática da arquitetura, assentes na descrição e levantamento do sítio como origem do projeto. Assim, a proposta metodológica proposta no programa de trabalho tem por base quatro linhas temáticas, nomeadamente: 1) intervenções em áreas rurais e periurbanas em articulação com os interesses locais; 2) uma rede de espaço público equipado;
3) a reconversão de edifícios ou conjunto de edifícios através de programas de empreendimentos turísticos em espaço rural e 4) a criação de novas valências que articulem a proteção do património ambiental com o desenvolvimento integrado do território. Esta proposta permitiu aos alunos, ao elaborar os programas e os projetos, refletir sobre temas como a cultura do território e da paisagem (nas suas dimensões física, geográfica, económica e social), de modo a adquirir um entendimento do espaço incluindo as diferentes variáveis que o condicionam.
Para que os alunos pudessem identificar os elementos fundamentais do território realizou-se um trabalho, no terreno, de análise e interpretação do objeto de estudo atendendo às especificidades geográficas, físicas, sociais e económicas do território, assim como, à morfologia, tipologia e implantação do edificado pré-existente.
De modo a que os estudantes pudessem construir um suporte teórico de referência adequada ao lugar e ao programa foram realizadas aulas abertas expositivas com convidados das áreas da arquitetura, sociologia e antropologias. Também as visitas de estudo ao local do projeto e a outros núcleos de carácter turístico significativos e existentes na região e as sebentas com a apresentação de projetos relevantes, foram contributos pertinentes para a construção de um suporte teórico para a elaboração do projeto.
As apresentações intercalares e as apresentações finais dos projetos a professores e profissionais convidados ajudaram a estruturar e consolidar as ideias de projeto e a cultura arquitetónica que lhe dá suporte, assim como a desenvolver a capacidade de comunicar e de expressar as opções de projeto.
Dado que “…o processo de criação de um lugar comporta três instâncias:
a prefiguração ou a ideia de habitar, que pressupõe o nosso enraizamento
no mundo em que vivemos; a configuração ou o ato de projetar, que se .
centra na criação de uma composição arquitetónica, através de um conjunto de elementos heterogéneos que separados não querem dizer nada mas que depois de configurados adquirem significado; e a reconfiguração ou as múltiplas leituras e as diferentes utilizações, quando alguém o apropria de diferentes maneiras (Madeira da Silva, 2009: 140), consideramos que os resultados apresentados, refletem a síntese, necessária à essência da arquitetura como lugar e que se encontra na forma como se compõem os elementos que a constituem. As propostas apresentadas, incluem estratégias de projeto, propostas de ordem programática, conjuntos de edifícios a reabilitar e a construir, redefinição de percursos, entre outras. Nas propostas apresentadas foram tidas em conta as potencialidades e as limitações do lugar e onde as partes se articulam entre si formando um todo.
24. Bibliografia
Decreto-lei n 54/2002 de 11 de Março – DR nº 59 – I série A (Estabelece o novo regime jurídico da instalação e do funcionamento dos empreendimentos de turismo no espaço rural). [ Links ]
MADEIRA da SILVA, Teresa; MIRANDA, Bernardo, B; PAIO, Alexandra. (2013). FUC (2013) - Ficha de Unidade Curricular Arquitectura V - 1º Semestre 2013/2014 (MIA). https://fenix.iscte-iul.pt/docencia/gestao/fuc
MADEIRA da SILVA, Teresa; MIRANDA, Bernardo, B; PAIO, Alexandra. (2013). Enunciado do Trabalho de Projeto da UC Arquitetura V - 3º ano ,1º semestre, (2013-2014), Mestrado Integrado em Arquitetura, (texto policopiado) Lisboa: ISCTE-IUL.
MADEIRA da SILVA, Teresa (2009). O Lugar Arquitetónico: um Modelo Teórico de Interpretação. Tese de doutoramento em Arquitetura e Urbanismo. Lisboa: ISCTE-IUL, pp. 331.
MARTINS, Patrícia, (2006) Quando Menos continua Sendo Mais, Revista parc#01, out 2006. Acessível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/parc/article/view
REIS, José; SERAFIM, Maria do Rosário. (2003) Turismo e mundo rural: duas realidades que se entrecruzam. Pessoas e Lugares, Jornal de Animação da Rede Portuguesa Leader. n. 13, Outubro de 2003, p.3. Acessível em: http://www.minhaterra.pt/wst/files/jornalpl13.pdf
Teixeira, M. C. (1999) Linhas Gerais - Licenciatura em Arquitectura ISCTE – Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresas. (texto policopiado). Lisboa: ISCTE. [ Links ]