1.Introdução
A avaliação, no ensino superior em saúde, frente às mudanças das estratégias educacionais que vêm sendo implementadas, englobam uma variedade de formas e instrumentos, tanto do ponto de vista qualitativo, quanto do quantitativo, tendo em vista o desenvolvimento máximo da aprendizagem humana (Gomes et al, 2021). Como indicam as Leis de Diretrizes e Bases (LDB) e as Diretrizes Nacionais de Educação (DCN), a avaliação deve ter caráter qualitativo e ser realizada por dispositivos que garantam a avaliação formativa dos estudantes, do processo de ensino e aprendizagem, do curso e a progressão dos estudantes (Brasil, 1996; Brasil, 2001; Brasil, 2014; Brasil, 2018). É importante a avaliação contínua do processo de ensino e aprendizagem e do curso para realizar os ajustes necessários e seus aperfeiçoamentos como preconizado pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES) (Brasil, 2001; Brasil, 2014; Brasil, 2018). A avaliação é mais que uma temática, ela praticamente constitui um campo de saberes e práticas, que permeiam diferentes áreas como saúde, educação, programas sociais, dentre outras. É uma atividade permanente, crítica e reflexiva do processo de ensino e aprendizagem, do gerenciamento e da construção de iniciativas educacionais. Permite o acompanhamento do processo educacional, detectando dificuldades que possam subsidiar ações para melhoria do desempenho de professores e educandos (Lima & Padilha, 2018). As avaliações diagnóstica, formativa e somativa são valiosas para a aprendizagem e não apenas da aprendizagem (Cusati & Guerra, 2018). A avaliação diagnóstica levanta as potências e fragilidades do estudante no inicio do ano ou de um semestre para compreeender as necessidades de aprendizagem do estudante, direcionando o planejamento do professor (Fialho, 2018; Mourão, 2019). A avaliação formativa tem por objetivo ajudar o estudante a aprender e a progredir. Ela acompanha o processo de ensino e de aprendizagem, dá importância ao conhecimento prévio do estudante e por meio de feedbacks constantes, o motiva a entender e executar ações para solucionar problemas. Incentiva o estudante a participar do processo avaliativo e refletir sobre o que estudou, aprendeu e o que fazer para melhorar seu desempenho (Perrenoud et al, 2007; Bellaver, 2019; Mourão, 2019). A avaliação somativa avalia a aprendizagem e identifica se os objetivos esperados foram alcançados. Ela possibilita decisão sobre a progressão ou não do estudante e avalia a eficiência do ensino e da aprendizagem. É mais conhecida como prova, ou exame, e apresentada em números, conceitos ou pontuações (Bellaver, 2019; Mourão, 2019) Comprometida com a excelência na formação profissional, a instituição onde o estudo foi produzido desde 2003 desenvolve o currículo integrado e orientado para o desenvolvimento da competência profissional na abordagem dialógica; utiliza métodos ativos de aprendizagem, articula a prática e a teoria no cuidado individual, coletivo e no gerenciamento dos serviços de saúde, a partir do mundo do trabalho. O currículo é organizado por Unidades Educacionais: Unidade Educacional Sistematizada (UES), Unidade de Prática Profissional (UPP) e Unidade Educacional Eletiva (UEE) (Famema, 2019). Na UPP do primeiro e segundo ano, os estudantes de Enfermagem e Medicina realizam atividades juntos, com o propósito de desenvolver capacidades e atributos cognitivos, afetivos e psicomotores no cuidado individual e coletivo das famílias acompanhadas nas Unidades de Saúde da Família (USF), por meio da metodologia da problematização (Famema, 2019). A avaliação da competência é inferida pela observação dos desempenhos dos estudantes, em cada uma das tarefas propostas, nas áreas de atuação de vigilância à saúde individual e coletiva, no gerenciamento do trabalho e na investigação científica. Esta observação realizada, considerando também os graus crescentes de autonomia, ao longo dos Cursos de Enfermagem e Medicina. A avaliação configura-se em estratégias contínuadas de aprendizagem, de modo que possa colaborar com a transformação humana e profissional (Famema, 2018a). Para formalizar o sistema de avaliação são utilizados formatos e instrumentos que possibilitam a observação e a análise do desempenho do estudante nas atividades de ensino aprendizagem. As informações coletadas nesses documentos contribuem para a melhoria do processo de ensino aprendizagem, revelando as fortalezas e as áreas que necessitam de atenção e melhorias (Famema, 2018a). Dentre os diversos instrumentos avaliativos utilizados destaca-se o Formato 5 (F5), que avalia as Unidades Educacionais e, é preenchido por professores e estudantes, com objetivo de subsidiar adequações necessárias. No F5 da UES o estudante avalia a pertinência da unidade para sua formação profissional, considerando se os conhecimentos abordados foram oportunos, a organização e a contribuição para articulação com a UPP. Avalia também o conteúdo dos problemas, os recursos educacionais como biblioteca, laboratórios, conferências e consultorias. O professor avalia a pertinência da unidade para a formação de enfermeiros e médicos; se ele possibilita a mobilização de recursos cognitivos, afetivos e psicomotores e se os problemas permitem alcançar os propósitos esperados para aquele caso (Famema, 2018a). No F5 da UPP os estudantes avaliam a pertinência da unidade educacional para sua formação, considerando se os conhecimentos foram adequados para a série, a organização da unidade e a articulação com o conteúdo estudado na UES. Também avaliam como está o desenvolvimento do processo pedagógico, pontos fortes e fracos dos cenários educacionais e recursos utilizados, estruturados nos seguintes pontos:
Proposta da Unidade Educacional Sistematizada: Qual a pertinência desta Unidade Educacional Sistematizada para a sua formação profissional? Justifique.Os conhecimentos explorados na UES estão adequados para esta fase (série) de sua formação? Justifique. 2. Processo de ensino-aprendizagem - A forma como esta Unidade Educacional Sistematizada foi organizada contribuiu para que você mobilizasse os recursos cognitivos, afetivos e psicomotores para desenvolver o cuidado em saúde? Justifique. A forma como esta Unidade Educacional Sistematizada foi organizada contribuiu na articulação com a Unidade de Prática Profissional no cenário real (UPP)? Justifique. No processo pedagógico, os passos de tutoria estão sendo seguidos? 3. Problemas: 3.1. Problema: Foi efetivo na aprendizagem? (favoreceu discussões, problematização, busca de informações em fontes diversificadas, articulação das diferentes áreas de conhecimento/disciplinas, das dimensões biológica, psicológica e social e da teoria/prática; abordou dados relevantes; proporcionou o desenvolvimento de raciocínio lógico). Justifique. 4. Recursos educacionais: Assinale quais recursos educacionais você utilizou/participou nessa unidade - Biblioteca Morfofuncional □ Consultorias Outros: Esses recursos/atividades contribuíram para a sua aprendizagem? Justifique. • Caso você não tenha utilizado/participado, justifique. • Avalie Recursos educacionais: Biblioteca, Morfofuncional, Consultorias, Atividades Práticas, Outros. • Este recurso contribuiu para sua aprendizagem? Justifique. • Aponte as fortalezas de cada recurso. • Aponte as fragilidades de cada recurso. • Caso você não tenha utilizado/participado, justifique. 5. Conferências - Satisfatório, Insatisfatório ou Não Compareceu. Observações/comentários/sugestões. 6. Comentários adicionais/sugestões/recomendações. (Castilho, Higa, Otani & Soares, 2017; Famema, 2018a;).
Nesse formato, o professor avalia: a pertinência da unidade para formação de enfermeiros e médicos, a adequação dos conhecimentos explorados para a série, se a organização contribuiu para mobilização de recursos cognitivos, afetivos e psicomotores; se como está organizada contribuiu para articulação com a UES, tanto no cenário real quanto no simulado; o desenvolvimento do processo pedagógico durante o LPP e os pontos fortes e fracos dos cenários educacionais utilizados (Famema, 2018a). Frente ao exposto, esta pesquisa nasce da seguinte inquietação: Quais as representações sociais de professores e estudantes sobre a avaliação para o desenvolvimento da competência profissional na formação de enfermeiros e médicos realizada por meio do Formato 5 e quais sugestões para melhorar sua utilização? Neste sentido, o objetivo desta pesquisa foi analisar a representação social de professores e de estudantes dos cursos de Enfermagem e Medicina sobre a avaliação para o desenvolvimento de competência profissional, por meio do Formato 5 e descrever as sugestões de melhorias sobre sua utilização.
2.Método
Pesquisa qualitativa fundamentada nos pressupostos da Teoria das Representações Sociais (TRS), que se preocupa com o pensamento primitivo advindo do senso comum. Essa teoria emerge da análise dos processos sociais e suas diferenças e se apoia em dois pilares fundamentais: a Ancoragem, que denota ideias fundamentadas na realidade associadas às imagens, e a Objetivação, pela qual os elementos de uma representação social, ideia e informações são concretizados e tomam forma por meio de um esquema organizado pela linguagem (Azevedo & Fan, 2012; Mendonça & Lima, 2014; Moscovici, 2017). As Representações Sociais são utilizadas para transformar a realidade em algo claro com base em uma estrutura organizada de saberes. As pessoas estabelecem a comunicação, processam informações e manifestam suas representações para solucionar questões específicas (Moscovici, 2009). A TRS está estruturada com destaque para a fundamentação nessas quatro características essenciais: 1) Representa um objeto ou um sujeito; 2) Há ligação entre o simbolismo e a definição dos objetos; 3) A concepção figura uma maneira de conhecer e formar padrões dos objetos por meio de estrutura linguística, comportamentos e material; 4) Os indivíduos realizam avaliações e determinam qualidades do conhecimento de acordo com as experiências vividas em seu cotidiano (Reis & Bellini, 2013). Falar de sujeito nas Representações Sociais é referir-se a procedimentos que demandam aspectos físicos e cognitivos que se concretizam em sentidos expressos nas formas de viver, nos discursos, nos conflitos, nas trocas. O comprometimento entre sujeito, objeto e contexto emite a qualidade do arcabouço estrutural das representações sociais (Azevedo & Miranda,2012). A presente pesquisa seguiu os preceitos das Resoluções 466/12 e 510/16, do Conselho Nacional de Educação (CNE) e foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) (Omitido para avaliação), sob o número de parecer 4.111.152 e do Certificado de Apresentação de Apreciação Ética (CAAE) 26405019.9.0000.5413 (Brasil, 2013; Brasil, 2016). O local da pesquisa foi uma faculdade da região centro oeste paulista, São Paulo, Brasil, que conta com Cursos de graduação em Enfermagem e Medicina. Participaram da pesquisa 26 professores, todos atuantes na UES e na UPP e os estudantes assim distribuidos: 20 do curso de Enfermagem, 60 do curso de Medicina todos da segunda série. Para obtenção dos dados foi utilizado um roteiro de entrevista semiestruturado constituído por duas questões norteadoras: Qual sua opinião sobre o formato 5 de avaliação da Unidade Educacional adotado nesta escola?; Você tem sugestões para adequação e melhorias na utilização do Formato 5? Os estudantes da segunda série foram selecionados para participar da pesquisa pela continuidade da integração entre os dois cursos, que mantém a mesma estrutura organizacional constituída pelas Unidades Educacionais Sistematizadas e Unidade de Prática Profissional, considerando que nesta série os estudantes já vivenciaram esse processo avaliativo no primeiro ano dos cursos, de modo que se esperava que tivessem conhecimento dos instrumentos de avaliação utilizados, assim como dos objetivos de avaliação do Formato 5. No que se refere aos professores da mesma série, para guardar coerência com o olhar sobre o processo avaliativo da série na qual ele está inserido e tendo em vista, que este formato avalia o planejamento educacional, onde o professor está diretamente envolvido. O instrumento de coleta de dados foi validado por três professores especialistas. Após a validação, foram realizadas entrevistas piloto com um professor da Unidade de Prática Profissional (UPP), um da Unidade Educacional Sistematizada (UES), um estudante de Medicina e um de Enfermagem. Assim, foi constatado que não eram necessárias mudanças no roteiro de coleta de dados, a pesquisa foi iniciada e essas entrevistas foram incluídas. A organização dos dados obtidos nas entrevistas foi realizada pela técnica do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) e discutidos à luz dos referenciais teóricos da Avaliação por Competência em Aprendizagem Ativa e da Teoria das Representações Sociais enquanto fenômeno representativo do pensamento coletivo dos participantes. Essa técnica é estruturada em quatro etapas.
Neste sentido, a construção do DSC implica extrair da fala de cada participante as expressões-chave e, depois, as ideias centrais. É possível verificar que a resposta de um indivíduo pode apresentar mais de uma ideia central ou vários indivíduos podem ter a mesma ideia central (Otenio et al, 2014; Nicolau, Escada & Furlan, 2015; Lefévre, 2017). O DSC foi criado para possibilitar a pesquisa social e tem demostrado eficácia, tendo sentido quando seus resultados possibilitam acesso às representações sociais dos participantes. O tamanho da amostra depende do grupo social que o pesquisador pretende estudar e precisa garantir a diversidade dos indivíduos para ampliar a história coletiva, e os depoimentos precisam que ser ricos, espontâneos e verdadeiros (Lefévre, 2017). Durante transcrição das entrevistas e categorização dos resultados foram utilizadas codificações com as iniciais e a ordem em que foi realizada a entrevista, a saber: Estudante de Medicina (M), Estudante de Enfermagem (E), Professor da Unidade Prática Profissional (PP) e Professor Unidade Educacional Sistematizada (TT).
3.Resultados e discussão
Dos 26 professores convidados, participaram 14, sendo nove professores da UPP e cinco da UES. Os motivos da não participação dos professores foram: licença-saúde e recusa. Todos os professores referiram treinamento em métodos ativos e em avaliação. Dos professores, a faixa etária predominante variou entre 55 e 67 anos, equivalente a 8,1% da amostra. Dentre os 60 estudantes, predomina a faixa etária entre 18 e 31 anos, no percentil de 81,08%. No que se refere ao sexo, 74.3% feminino e 25,7% masculino. Os dados obtidos nas duas perguntas de pesquisa estão estruturados nos quadros 1 e 2 constituídos pelas seguintes ideias centrais: IC 1- Importância do Formato 5, IC2 - Avaliação formativa na proposta curricular e IC3 - Retroalimentação do processo avaliativo pelo Formato 5, elaboradas a partir da primeira pergunta e Sugestões sobre a utilização do Formato 5, que emegiu da pergunta 2, acrescidos de seus respectivos DSC.
3.1 - IC1 - Importância do Formato 5
O formato de avaliação da Unidade Educacional é utilizado tanto na Unidade de Prática Profissional quanto na Unidade Educacional Sistematizada, para que estudantes e professores avaliem a eficácia dessa unidade para o desempenho das habilidades cognitivas, afetivas e psicomotoras. Esse formato permite também que o estudante avalie os recursos da faculdade, o método de ensino, os cenários e o desenvolvimento da unidade e sua relevância para a formação profissional. Nesse discurso o coletivo refere que o formato é importante para o desenvolvimento das atividades de ensino, que permite apontar as fortalezas e fragilidades de cada cenário e oportuniza o diálogo entre os estudantes, os professores e a faculdade visando à melhora da qualidade e do desenvolvimento do ensino. A avaliação do processo de ensino aprendizagem deve ser interligada com a proposta do currículo e ajudar no planejamento e análise da qualidade dos programas. Os formatos são documentos utilizados para o registro das informações do desenvolvimento do processo pedagógico das unidades educacionais, revelando fortalezas e fragilidades desse processo. O produto dessa avaliação é analisado pelo Grupo de Avaliação e a Diretoria de Graduação, que então o encaminha aos coordenadores de série. É importante a devolutiva desse formato aos professores e estudantes, pois possibilita identificar as fortalezas e as fragilidades para a melhoria do ensino (Famema, 2018a). A avaliação educacional e a avaliação de larga escala permitem reflexões sobre o ensino, possibilitam o replanejamento da escola e a melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem (Souza & Ferreira, 2019).
3.2 - IC 2 - Avaliação formativa na proposta curricular
O discurso coletivo acredita que o formato de avaliação da unidade educacional segue a proposta pedagógica do curso de Medicina e Enfermagem, ajudando no desenvolvimento do ensino e aprendizagem. Segundo o Projeto Pedagógico da Medicina (Famema, 2014) e da Enfermagem (Famema, 2018b), a Instituição de Ensino Superior vem trabalhando seguindo o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), com o intuito de consolidar e aprimorar a aprendizagem dos estudantes. Seu currículo está em constante transformação, pois entende a importância da construção coletiva e democrática, com a participação de toda a comunidade acadêmica, as exigências da sociedade e a evolução da ciência e da tecnologia. A avaliação visa o desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem, considerando as dimensões do ensino e da gestão para a realização da análise situacional e tem papel valioso na gestão, por proporcionar a melhoria da qualidade do processo de formação profissional.
3.3 - IC 3 - Retroalimentação do processo avaliativo pelo Formato 5
Nesse discurso o coletivo percebe a importância do formato de avaliação das unidades educacionais, porém referem que não é dado retorno sobre o que é realizado com as informações colhidas nesse formato. A Lei 10861, de 14 de abril de 2004, instituiu o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES) com a finalidade de avaliar as Instituições de Educação Superior (IES), os cursos de graduação e o desempenho dos estudantes e, assim, assegurar a melhoria da qualidade da educação, a eficácia das instituições e a efetividade acadêmica e social das IES. O SINAES deve garantir a avaliação institucional interna e externa. A avaliação dos cursos de graduação tem por objetivo conhecer as condições de ensino oferecidas aos estudantes tais como perfil dos professores, instalações físicas e organização didática e pedagógica (Brasil, 2004). A avaliação institucional permite a compreensão e promoção da autoconsciência da instituição e, para isso, é fundamental entender os resultados da avaliação e a necessidade de estar em permanente transformação. Aproximar as diferentes partes envolvidas e construir uma cultura permanente de auto avaliação, fundamentada nas diretrizes do Ministério de Educação e Cultura (MEC) e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) é o principal desafio a ser enfrentado pela Comissão Permanente de Avaliação (Donato & Ladeia, 2019).
3.4 - IC1 - Sugestões sobre o conteúdo, a utilização e aestrutura do Formato 5
O discurso coletivo indica algumas sugestões para adequações do formato de avaliação da unidade educacional em sua estrutura e na sua utilização como ferramenta para melhoria do processo de ensino aprendizagem. A avaliação institucional é uma estratégia para a melhoria da qualidade das instituições em relação ao seu processo de ensino aprendizagem. Avalia-se para a melhora da qualidade do ensino, dos serviços prestados, dos professores e da infraestrutura. A auto avaliação incentiva a mudança e a transformação na busca da qualidade da Instituição de Ensino Superior e seu desafio é dar retorno com ações concretas e propostas de mudança à comunidade acadêmica ( André & Coelho, 2020). É importante que os estudantes tenham clareza dos objetivos da avaliação e da importância de seu papel e de suas contribuições nas melhorias em toda a instituição. A devolutiva da avaliação aos estudantes é parte importante do processo. (Castilho, Higa, Otani & Soares, 2017).
4.Considerações Finais
Considerando a relevância da pesquisa qualitativa para análise de fenômenos sociais complexos e tendo como a base teórica desta pesquisa a Teoria das Representações Sociais foi possível reconhecer as representações sociais sobre as estratégias avaliativas para o desenvolvimento da competência profissional na formação de médicos e enfermeiros, identificar a compreensão dos professores e estudantes sobre a avaliação para o desenvolvimento da competência profissional, suas compreensões sobre o formato de avaliação da unidade educacional, bem como as sugestões de melhoria, quanto ao conteudo, utilização e estrutura do Formato 5. O coletivo reconhece a importância da avaliação para o desenvolvimento e melhoria do ensino e da aprendizagem e a relevância do formato avaliativo 5 para esse processo, porém, referem-se à falta de clareza e entendimento sobre o modo de preenchimento desse formato e sobre a utilização dos resultados auferidos para a melhora da qualidade do ensino e aprendizagem. É importante esse feedback entre estudantes, professores e instituição de ensino, motivando a participação de todos, para que o processo avaliativo atinja seu objetivo como estratégia de melhoria do desempenho dos estudantes e de desenvolvimento e efetividade do ensino. Esta pesquisa também poderá fornecer subsídios para a organização curricular de instituições de ensino, na área da saúde, que buscam uma compreensão mais qualificada dos processos que envolvem a avaliação da aprendizagem.