21 3Artroplastia unicompartimental do joelho: Porquê o preconceito?Caracterização das alterações vertebrais em crianças com Paralisia Cerebral 
Home Page  

  • SciELO

  • SciELO


Revista Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia

 ISSN 1646-2122

ALVES, Carla et al. Lesões no recinto escolar em adolescentes do norte de Portugal. []. , 21, 3, pp.333-339. ISSN 1646-2122.

^lpt^aIntrodução: O potencial de lesões em desportos organizados e nas aulas de educação física (EF) é elevado e constitui, a par com as lesões nos intervalos letivos, um dos principais motivos de afluência à urgência de Ortopedia. Objetivos: Caracterizar as lesões no recinto escolar comparando as aulas de EF e os intervalos letivos, em adolescentes de escolas portuguesas, entre o 7º e o 12º ano de escolaridade e comparar com outros estudos internacionais. Material e métodos: Foi desenhado e realizado um questionário de resposta fechada a 623 alunos de quatro escolas do norte de Portugal, no ano letivo 2010/2011. Foram inquiridos relativamente aos 12 meses transatos aspetos demográficos, identificadas e caracterizadas as lesões do aparelho locomotor, quer nas aulas de EF, quer nos períodos de intervalo. A análise estatística foi efetuada no programa SPSS® versão 17.0, utilizando como significância estatística p<0,05. Resultados: Dos 623 alunos inquiridos, 227 frequentavam o ensino básico e 396 o secundário. A média de idade era 15,1 anos (desvio padrão 1,838; mínimo 11; máximo 19), correspondendo a 57,5% raparigas. Verificou-se uma maior incidência de lesões nas aulas de EF (18,8%) comparativamente aos intervalos (7,7%), sendo a diferença estatisticamente significativa. As raparigas foram mais afetadas nas aulas de EF, enquanto nos intervalos foram os rapazes, embora, sem significância estatística. Os membros inferiores constituíram a localização mais frequente. O tornozelo foi a região mais atingida durante as aulas de EF e o joelho nos intervalos. Os tipos de lesão mais prevalentes no decorrer das aulas foram: contusão (46,6%), entorse (37,3%), luxação (9,3) e nos intervalos foram: contusão (45,8%), entorse (27,0%), laceração (18,8). Durante as aulas, as lesões ocorreram predominantemente a meio da aula e durante a prática de ginástica, futebol e basquetebol, enquanto nos intervalos ocorreram com a prática de futebol e corrida. Os alunos consideraram como principais causas de lesão durante as aulas o contacto físico, as condições do espaço e a falta de habilidade para o desporto. Mais de 50% das lesões necessitaram de tratamento, sobretudo a nível hospitalar, mas com uma pequena percentagem de absentismo (21,4% das lesões nas aulas de EF e 28,9% nos intervalos das aulas). Conclusões: Neste estudo obteve-se uma maior incidência de lesões nas aulas de EF do que nos intervalos, com predomínio das lesões nos membros inferiores e prevalência de contusões e entorses, o que se encontra em consonância com outras séries publicadas. As principais causas apontadas durante as aulas foram o contacto físico, as más condições do espaço e a falta de habilidade para o desporto, o que pressupõe que muitas destas causas são potencialmente evitáveis, nomeadamente no que respeita ao ensino de regras básicas de segurança, ao aumento da vigilância, à melhoria das condições dos recintos desportivos escolares e à adaptação dos exercícios às características corporais e apetência desportiva de cada aluno.^len^aIntroduction: The potential for injuries in organized sports like physical education classes (PEC) as well as school intervals is high. They are a large source of inflow to the orthopedic emergency department. Purpose: To characterize sports injuries in Portuguese students from the 7th till 12th grade in school (PEC and school recess) and compare them to other published studies. Materials and methods: A questionnaire was filled by 623 students from four schools of North of Portugal, inquiring about injuries in PEC and in intervals during one academic year (2010/2011). Results: The mean age was 15.1 years and 57.5% were female. There was a higher incidence of injuries in PEC (18.8%) compared to the intervals (7.7%), with statistical significance. Lower limbs were the most affected (ankle during PEC and knee in recess). The most prevalent types of injury during the classes were strains (46.6%), sprains (37.3%) and dislocations (9.3%) and in the intervals were strains (45.8%), sprains (27.0%) and lacerations (18.8%). Lesions occurred predominantly during gymnastics, football and basketball in PEC’s and in the intervals occurred with football practice and running. The students considered physical contact, conditions of playing surface and lack of skill for the sport as the main causes of injury. More than half required treatment, preferably in hospital, but only a small percentage missed school (21,4% in PEC’s and 28,9% in recess). Conclusions: In our study there was a higher incidence of injuries in physical education classes rather than recesses, most of them localized in lower limb, mainly strains and sprains, which is consistent with other series. The main reasons given for the injuries were physical contact, poor conditions of the playground and lack of ability for the sport, which are potentially preventable. Teaching basic rules of safety and security of injury, enhance supervision, maintain school playground in good condition, adapt sports equipments to this age and a correct evaluation of motor skills to sport practice are some of the prevention strategies applicable.

: .

        · | |     ·     · ( pdf )

 

Creative Commons License All the contents of this journal, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution License