22 1Pé de Charcot: Uma visão actual da neuroartropatia de Charcot 
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Revista Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia

 ISSN 1646-2122

VIDE, João et al. Que técnica paliativa para as sequelas gleno-umerais das lesões obstétricas do plexo braquial?. []. , 22, 1, pp.5-23. ISSN 1646-2122.

^lpt^aObjetivo: a lesão obstétrica do plexo braquial está presente em 1-4 em cada 1000 partos. Apesar da maioria recuperar, até 19% vão apresentar sequelas definitivas, mesmo após cirurgias de reparação primária do plexo braquial, sendo o ombro a região anatómica mais afetada. As cirurgias paliativas do ombro foram desenvolvidas para aumentar a função e qualidade de vida destes pacientes, no entanto não há consenso quanto ao timing cirúrgico e indicações de cada técnica. Avaliamos sistematicamente toda a evidência disponível nos últimos 10 anos com o objetivo de determinar quais as melhorias na função e quais os fatores que influenciam o resultado destas técnicas. Determinar a capacidade de remodelação gleno-umeral foi um objetivo secundário. Fonte: pesquisamos 5 bases de dados - Cochrane Review Library, TRIP, Pubmed, Web of Knowledge e Science Direct. Foram incluídos estudos de doentes com lesões obstétricas do plexo braquial submetidos a técnicas paliativas do ombro publicados nos últimos 10 anos (de janeiro de 2003 a dezembro de 2012). Avaliamos as mobilidades ativas e a classificação de Mallet pós-operatória. Numa análise post-hoc avaliamos o efeito das técnicas na remodelação glenóideia, através das alterações do ângulo de retroversão, percentagem de cobertura da cabeça umeral e da alteração morfológica. A avaliação da qualidade metodológica foi realizada independentemente por 2 autores, através de um formulário de revisão crítica. Síntese dos dados: foram incluídos 1873 doentes num total de 42 estudos: 27 estudos com técnicas de partes moles, 12 estudos com procedimentos ósseos e 3 com combinação de ambas as técnicas. Todos os estudos têm baixo nível de evidência, sendo a maioria séries de casos, com múltiplos viéses e elevada heterogeneidade. A melhoria média da rotação externa foi de 58º e 61º na abdução. A melhoria média na classificação de Mallet foi 5,0 pontos e 1,5 no parâmetro da rotação externa. Observou-se melhoria da retroversão glenóideia entre 9 e 21º e percentagem de cobertura cefálica entre 4 e 25%. Conclusões: considerando a qualidade metodológica dos estudos incluídos, a evidência parece apontar para um efeito benéfico das técnicas paliativas gleno-umerais na mobilidade, função e remodelação glenoumeral. No entanto, não é possível estabelecer indicações claras para as diferentes técnicas, o melhor timing para a cirurgia, nem se o benefício se mantêm após 10 anos da data da cirurgia. Para responder a estas questões é necessário investir em estudos com desenhos apropriados, de elevada qualidade metodológica e com estratégias de diminuição da heterogeneidade.^len^aObjectives: obstetric Brachial Plexus Palsy occurs in 1-4 in every 1000 births. Although most recover, up to 19% will present definitive sequelae, even after primary repair surgeries of the brachial plexus, being the shoulder the most commonly affected area. Palliative surgeries have been developed to increase function and quality of life of these patients, however there’s no agreement in regard to the surgical timing and indications of each technique. We evaluated all the available evidence published in the last 10 years with the goal to determine the improvement in function and the factors that have an influence on the result of these techniques. Determination of the gleno-umeral remodeling capacity was a secondary objective. Source: we have researched 5 databases - Cochrane Review Library, TRIP, Pubmed, Web of Knowledge and Science Direct. We included studies that had obstetric brachial plexus palsy patients who were submitted to palliative techniques of the shoulder, published in the last 10 years (from January 2003 to December 2012). We evaluated the post-operative active range of motion and Mallet classification. In a post-hoc analysis, we evaluated the effect of the technique in glenoid remodelation, through retroversion angle, percentage of humeral head coverage and change in morphology. The methodological quality was assessed independently by two reviewers, through a critical review form. Data syntheses: it was included 1873 patients from a total of 42 studies: 27 studies with soft tissues procedures, 12 studies with bony procedures and 3 with combination of techniques. All the studies have low evidence level, and the majority are case series with multiple biases and high heterogeneity. The main improvement in external rotation was 58º and 61º in abduction. The main improvement in Mallet score was 5,0 points and 1,5 in the parameter of external rotation. We observed improvement in glenoid retroversion between 9 and 21º and percentage of humeral head covereage between 4 and 25%. Conclusions: considering the methodological quality of the included studies, the evidence seems to show an improvement in range of motion, function and gleno-umeral remodelation with palliative techniques. However it’s not possible to establish clear indications to the different techniques, the better surgical timing, neither if the benefits withhold 10 years after surgery. To answer these questions it’s necessary to invest in studies with appropriate designs, of high methodological quality and with strategies to diminish heterogeneity.

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