22 4Weaver Dunn modificado no tratamento de luxações acromio-claviculares do grau IIICondromatose sinovial do ombro: Descrição de dois casos e revisão da literatura 
Home Page  

  • SciELO

  • SciELO


Revista Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia

 ISSN 1646-2122

BRITO, Joaquim Soares do; FERNANDES, Pedro    TIRADO, António. Abordagem na artroplastia total primária da anca. []. , 22, 4, pp.398-405. ISSN 1646-2122.

^lpt^aIntrodução: a via anterior estrita foi descrita inicialmente por Heuter e Schede, para drenagem de artrite séptica tuberculosa, e utilizada pela primeira vez para artroplastia total da anca por Robert Judet em 1947. Trata-se de uma via minimamente invasiva, já que aborda a anca de uma forma inter-muscular, requerendo uma mínima dissecção. Contudo, não foi um sucesso imediato porque os resultados iniciais não foram tão favoráveis quando comparados com outras vias, pelas dificuldades, particularidades e exigência técnica a ela inerentes, tendo sido abandonada. Contudo, na última década ressurgiu o interesse por esta via de abordagem, intrinsecamente relacionado com o advento da cirurgia minimamente invasiva. Objectivos: avaliar a abordagem anterior directa na artroplastia primária da anca do ponto de vista técnico e clínico. Material e métodos: efectuou-se um estudo retrospectivo entre Fevereiro de 2010 e Maio de 2013 (n=47). Os dados foram colhidos mediante entrevista clínica, consulta de processo clínico, avaliação imagiológica, caracterização dos doentes quanto ao sexo, idade, diagnóstico, lateralidade, tempo de internamento pós-operatório, perdas hemáticas, complicações intra e pós-operatórias, follow-up e satisfação/ outcome com os questionários Harris e Oxford Hip Score. O tratamento estatístico foi feito em SPSS v19.0, com um nível de confiança 95%. Resultados: foram operados 47 doentes, tendo sido feitas 47 artroplastias (35 não cimentadas, 11 cimentadas, 1 híbrida). A etiologia foi coxartrose em todos os casos (43 primária, 4 secundária a necrose avascular da cabeça do fémur). 22 doentes são do sexo masculino e 25 feminino, com a média de idade de 62,4 anos (30-91). A perda média de hemoglobina nas primeiras 24h pós-operatório foi 2,8 g/dL (3 doentes com necessidade de transfusão de 1 unidade de concentrado eritrocitário). O tempo médio de internamento pós-operatório foi de 6 dias (2-15). 4 doentes apresentaram complicações intra-operatórias (fractura iatrogénica), 1 episódio de luxação com descolamento de acetábulo não cimentado ao 15º dia pós-op por traumatismo directo em contexto de queda durante a reabilitação (revisto também por via anterior), 1 revisão ao final de 1 ano por descolamento asséptico de acetábulo não cimentado e 2 casos de hipostesia da face externa da coxa. 1 doente foi excluído do follow-up por morte (por outras causas). O follow-up médio é de 20 meses (1-39). Observou-se um Harris Hip Score com média de 92 (excelente) e Oxford Hip Score 44 (indicativo de funcionamento pleno da articulação). Discussão: como principais limitações do estudo apresentam-se a reduzida dimensão da amostra, a sua natureza retrospectiva, o follow-up curto e a exigência técnica desta via de abordagem, principalmente no tempo de preparação femoral. Os casos que se revestem de maior dificuldade são nos indivíduos do sexo masculino, de baixa estatura, obesos e musculados. Todas as vantagens inerentes à via de abordagem parecem levar a uma reabilitação precoce, com poucas queixas álgicas, levante e início da marcha nas primeiras 24 a 48 horas, melhoria da capacidade funcional (particularmente nas primeiras 6 a 12 semanas), diminuição potencial do tempo de internamento e com consequente redução de custos e satisfação dos doentes. Conclusão: a via anterior estrita, estando descrita há algumas décadas, está a ganhar renovado interesse com o surgimento da cirurgia minimamente invasiva; todavia, são necessários estudos comparativos com amostras de maior dimensão para comprovar estatisticamente o que nos parece evidente da experiência clínica com esta via. É elegante, eficaz e com resultados excelentes ao nível funcional na nossa amostra, e promissores.  ^len^aIntroduction: the minimally invasive anterior approach to the hip was first described by Heuter and Schede to drain tuberculous septic arthritis. In 1947, Robert Judet used it for the first time to perform a total hip arthroplasty. Since it is a minimally invasive inter-muscular approach, it requires only minimal blunt dissection. However, the first results were disappoiting when compared to other approaches, because of technical difficultes performing it, being abandoned for a long time. With the recent enthusiasm over minimally invasive surgery, orthopaedic surgeons started to regain interest in this technique. Objectives: to evaluate clinical and technical results of primary total hip arthroplasties performed by the minimally invasive anterior approach. Material and methods: we performed a retrospective study between February 2010 and May 2013 (n=47). Data was collected from clinical interview and process, radiologic evaluation, and the population was characterized by gender, age, diagnosis, side, days of admission post-op, blood loss and complications during surgery and postoperatively. The follow-up and outcomes were measured by Harris and Oxford Hip Scores. Statistical analysis was made in SPSS v19.0, with a confidence level of 95%. Results: during the study period we performed 47 THA in 47 patients (35 non cemented, 11 cemented and 1 hybrid). All patients had hip arthritis (43 primary arthritis, 4 secondary to avascular necrosis of the femoral head). 22 males and 25 females, with a mean age of 62,4 years (30-91). The mean decrease in hemoglobin 24 hours post-op was 2,8 g/dL (3 patients requiring blood transfusion). The patients were admitted in average 6 days postoperative (2-15). 4 patients had intra-operative complications (iatrogenic fracture), 1 had aseptic loosening of the acetabular cup with prosthetic dislocation 15 days post-op after direct blunt trauma (fall during rehabilitation), with revision also by this approach, 1 had a revision surgery 1 year post-op - aseptic loosening of noncemented acetabular cup, and we had also 2 cases of iatrogenic lesion of the lateral cutaneous femoral nerve, with numbness of the external thigh. 1 patient was excluded of the follow-up (death by other causes). The mean follow-up is 20 months (1-39). We found a mean Harris Hip Score of 92 (excellent) and mean Oxford Hip Score of 44 (full function of the prosthetic joint). Discussion: the main limitations to our study are the small dimension of the sample, its retrospective nature, the short follow-up and the technical demand of the approach, especially the femoral exposure. The most difficult cases are male patients, short, obese and with large musculed thigh. The direct anterior approach allows an earlier rehabilitation (getting the patient out of bed after 24-48 hours post-op), less pain, better funcional status (especially in the first 6 to 12 weeks post op), reduction in the days of admission, less costs and enhanced patient satisfaction. Conclusion: the direct anterior approach to the hip is regaining an important role in total hip arthroplasty, even though it has been described decades ago, because more surgeons are now using minimally invasive techniques. However, more studies with larger patient samples are necessary, and also comparative studies with other approaches to the hip, in order to prove statistically our clinical and empirical evidence. Nonetheless, we have a very positive experience with this technique. It it elegant, effective and with excellent functional results in our patients. It is also very promising.

: .

        · | |     ·     · ( pdf )

 

Creative Commons License All the contents of this journal, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution License