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Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

 ISSN 2182-5173

CASAL, Inês Alves et al. Referenciação oftalmológica em idade pediátrica: estudo retrospetivo de doze meses consecutivos de referenciação oftalmológica hospitalar. []. , 34, 2, pp.62-70. ISSN 2182-5173.

^lpt^aO objetivo deste estudo foi avaliar o estado da referenciação de crianças à especialidade hospitalar de oftalmologia, no Centro Hospitalar do Porto, analisando os motivos de referenciação, patologias diagnosticadas, eficácia dessa referenciação e o impacto visual nas crianças. Método: Estudo retrospetivo e descritivo dos processos clínicos das crianças com idade menor ou igual a 10 anos, referenciadas à consulta de oftalmologia pediátrica entre julho de 2011 e julho de 2012. Resultados: Um total de 649 crianças foi referenciado, tendo sido os motivos mais frequentes a suspeita de estrabismo em 41,9% dos casos, rastreio de patologia oftalmológica em 22,6% e suspeita de baixa acuidade visual (AV) em 15,2%. Das crianças referenciadas por suspeita de estrabismo confirmou-se o diagnóstico em 40,8% dos casos (média das idades 4,5±2,2 anos), sendo que 16,8% das crianças referenciadas por outros motivos apresentavam também estrabismo. No total, 62,3% foram classificados como endotropias e 32,3% como exotropias. Das crianças referenciadas por suspeita de baixa AV, confirmou-se o diagnóstico em 39% dos casos e a principal causa de diminuição da AV foram as ametropias (52% dos casos). Das crianças referenciadas por outros motivos, 13,3% apresentavam diminuição mensurável da AV e 20% tinham ametropias potencialmente ambliogénicas. Apenas 40% das crianças referenciadas por suspeita de baixa AV apresentavam registo de AV no pedido de referenciação. Foi diagnosticada ambliopia em 20,1% de todas as crianças observadas. Discussão: Os problemas que mais frequentemente motivaram a referenciação para oftalmologia pediátrica foram a suspeita de estrabismo e de diminuição da AV. No entanto, confirmou-se o diagnóstico em menos de metade das crianças referenciadas e uma percentagem significativa dos casos diagnosticados foi referenciado por outro motivo. A média das idades de diagnóstico de estrabismo foi tardia e a percentagem de ambliopia elevada. Este estudo reforça a importância da realização do exame oftalmológico de rastreio nos cuidados de saúde primários e o seu impacto na referenciação, diagnóstico e tratamento atempado destas patologias em idade pediátrica^len^aThe aim of this study was to evaluate the current state of the referral of children to the specialty of Ophthalmology at our Hospital-Centro Hospitalar do Porto, analyzing the reasons for referral, diagnosed diseases, effectiveness of referral and the visual impact on children. Methods: Retrospective and descriptive study of medical records of children aged ≤10 years-old referred to the Pediatric Ophthalmology Clinic, between July 2011 and July 2012. Results: A total of 649 children were referred and the most frequent reasons included suspected strabismus in 41.9%, screening for ocular pathology in 22.6%, and suspected low visual acuity (VA) in 15.2% of the cases. Amongst children referred for suspected strabismus, the diagnosis was confirmed in 40.8% of the cases (mean age of 4.5±2.2 years); 16.8% of children referred for other reasons also had strabismus. 62.3% were classified as esotropias and 32.3% as exotropias. Amongst the children referred for suspected low VA, the diagnosis was confirmed in 39% of the cases, and the main cause were ametropias (52% of cases). Of the children referred for other reasons, 13.3% had a measurable decrease in AV and 20% had potentially amblyogenic ametropias. Only 40% of the children referred by suspected low VA had a VA evaluation in the referral request. Amblyopia was diagnosed in 20.1% of all children observed. Discussion: The problems that most frequently motivated referral for pediatric ophthalmology were the suspicion of strabismus and of decreased VA. However, the diagnosis was confirmed in less than half of the referred children, and a significant percentage of diagnosed cases was referred for another reason. The mean age of diagnosis of strabismus was late, and the percentage of amblyopia was high. This study reinforces the importance of conducting ophthalmologic screening in primary health care, and its impact on a timely referral, diagnosis and treatment of these pediatric diseases

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