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Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

 ISSN 2182-5173

CADETE, Alexandra; SUTIL, Lara; SILVA, Carine    SIMOES, Joana. A importância da partilha da informação clínica: o relato de caso de uma reação adversa. []. , 34, 4, pp.247-249. ISSN 2182-5173.

^lpt^aIntrodução: Ainda que pouco consensual, a terapêutica antiemética é amplamente utilizada na prática clínica com o objetivo de minimizar a desidratação e diminuir a necessidade de fluidoterapia endovenosa. A escolha do antiemético é de extrema importância, dada a incidência de reações adversas que pode alcançar os 25% em idade pediátrica. Descrição do caso: Adolescente do sexo masculino, com 12 anos de idade, recorreu ao serviço de urgência de um hospital privado por surgimento no próprio dia de cefaleias, um pico febril e um episódio de vómito. Foram administrados paracetamol e metoclopramida endovenosos com melhoria das queixas. Contudo, algum tempo depois, reiniciou um quadro de cefaleias frontais intensas e agitação psicomotora, que motivou a transferência para o serviço de urgência do Serviço Nacional de Saúde. À admissão apresentava-se muito ansioso, queixoso, agitado e desconfortável. No início da observação iniciou um conjunto de movimentos anómalos que dificultavam a comunicação e a realização do exame objetivo, mas sem nunca perder a consciência. Suspeitou-se de uma reação extrapiramidal à administração de metoclopramida endovenosa, tendo sido administrado biperideno endovenoso, com reversão total do quadro clínico. Comentário: Apesar de pouco frequentes, as reações distónicas agudas podem surgir com a dose terapêutica de metoclopramida. Os médicos de medicina geral e familiar contactam com utentes de todas as idades e, como tal, relembra-se a importância de ter sempre presente os possíveis efeitos adversos da medicação, assim como do registo e transmissão da informação relativa às atitudes terapêuticas realizadas, que neste caso foram essenciais. Em idade pediátrica, como alternativa à metoclopramida, a administração de fármacos com segurança bem estabelecida, como o ondansetron e a domperidona, é aconselhada.^len^aIntroduction: Although not very consensual, antiemetic therapy is widely used in clinical practice in order to minimize dehydration and reduce the need of intravenous fluid therapy. The choice of antiemetic drug is extremely important given the incidence of adverse reactions, which may reach 25% in pediatric age. Case description: A 12-year-old young boy was admitted in the emergency department of a private hospital with complaints of headache, fever and an episode of vomiting. Intravenous paracetamol and metoclopramide were administered, with subsequent improvement of the symptoms. However, sometime later, the patient resumed a severe frontal headache and psychomotor agitation, which led to his transfer to the emergency department of the National Health System. At admission, the patient was very anxious, agitated and uncomfortable. At the beginning of the physical examination, he began to exhibit dystonic movements that made communication difficult and rendered the physical examination impossible to perform, but he never lost consciousness. An extrapyramidal reaction to metoclopramide was suspected and intravenous biperiden was administered, with complete reversal of the clinical presentation. Comment: Although uncommon, acute dystonic reactions may occur within the therapeutic dose of metoclopramide. Family doctors attend patients of all ages; therefore, it is important to keep in mind the possible adverse effects of this medication, as well as to record and transmit information regarding the therapeutic actions performed, which were fundamental in this case. In pediatric age, the administration of others drugs with well-established safety such as ondansetron and domperidone is advised.

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