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Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

 ISSN 2182-5173

MARTINS, Sílvia Colmonero; CARDOSO, Sofia    MARQUES, Ana Raquel. Qual o papel da aspirina na prevenção primária do carcinoma colorretal em indivíduos de médio risco?: Uma revisão baseada na evidência. []. , 35, 1, pp.42-51. ISSN 2182-5173.  https://doi.org/10.32385/rpmgf.v35i1.12147.

^lpt^aIntrodução: O carcinoma colorretal (CCR) é a 2ª causa de mortalidade por neoplasia nos países desenvolvidos. A prevenção primária assenta em mudanças de estilo de vida, estando em investigação a «quimioprevenção». Alguns estudos têm demonstrado benefício da Aspirina® (AAS) na prevenção do CCR. Objetivo: Determinar a evidência do efeito da AAS na incidência e mortalidade por CCR em indivíduos adultos de médio risco. Métodos: Foram identificados ensaios controlados aleatorizados (ECA), meta-análises (MA), revisões sistemáticas (RS), guidelines baseadas na evidência, assim como revistas portuguesas de cuidados de saúde primários e bases de dados eletrónicas, incluindo MEDLINE e Cochrane Library. A pesquisa foi limitada a publicações realizadas entre 1/4/2006 e 1/4/2016, em língua portuguesa, inglesa e espanhola, utilizando os termos MESH: Aspirin, Primary prevention e Colorectal neoplasms. Para atribuição de força de recomendação (FR) e de níveis de evidência foi utilizada a escala Strengh of Recomendation Taxonomy (SORT), da American Family Physician. Resultados: Obtiveram-se 75 artigos, dos quais sete cumpriam os critérios de inclusão: uma NOC, uma MA, três RS, um estudo de coorte e um estudo original. A NOC não recomenda a AAS para prevenir o CCR em indivíduos de risco médio de CCR com FR (SORT B). Globalmente, os estudos parecem mostrar que a AAS, em dose = 300mg/dia, administrada durante = 5 anos poderá reduzir a incidência de CCR com efeito mais pronunciado 10 anos após o início da toma. Doses inferiores, administradas com menor frequência e com duração de tratamento inferior, parecem ser menos efetivas. Conclusões: Conclui-se que a AAS, administrada de forma regular, poderá ser efetiva na redução da incidência do CCR, com eventual impacto na mortalidade por CCR e com uma FR B (SORT B). Contudo, o seu uso deve ser recomendado com cautela pela incidência aumentada de efeitos adversos, como a hemorragia gastrointestinal. ECAs futuros são necessários para esclarecer a dose e duração que permita ao indivíduo ter um benefício oncológico máximo e um mínimo risco hemorrágico.^len^aIntroduction: Colorectal cancer (CRC) is the second leading cause of cancer-related mortality in developed countries. Primary prevention is bases on lifestyle changes, and chemoprophylaxis with aspirin® is currently under investigation. Some studies have shown benefit of aspirin® in the prevention of CRC. Objective: To determine the evidence the effect of aspirin® on CRC incidence and mortality in medium-risk adult subjects. Methods: Randomised controlled trials, meta-analyses, systematic reviews, evidence based guidelines, as well as Portuguese primary care journals and electronic databases, including MEDLINE and Cochrane Library, were searched. Searches were limited to publications between 1/4/2006 and 1/4/2016, in Portuguese, English or Spanish and used the MeSH terms: ‘Aspirin’, ‘Primary prevention’, and ‘Colorectal neoplasms’. The Strength of Recommendation Taxonomy (SORT) of the American Academy of Family Physicians was used to rate the strength of a recommendation and the levels of evidence. Results: Seventy-five papers were obtained, amongst which seven met the inclusion criteria: one evidence-based guideline, one meta-analysis, three systematic reviews, one cohort study, and one original study. The guideline does not recommend aspirin® for CRC prevention in medium risk individuals (SORT B). Overall, the studies seem to show that aspirin®, when administrated for = 5 years at a dose = 300mg/day, may reduce the incidence of CRC, with a more pronounced effect 10 years after starting treatment. Lower doses given less frequently or shorter treatment duration appear to be less effective. Conclusions: When regularly administrated, aspirin® may reduce the incidence of CRC, with a possible impact on CRC mortality (SORT B). However, the use of aspirin® should be recommended with caution because of the increased incidence of adverse, such as gastrointestinal bleeding. Further RCTs are needed to clarify which dose and duration provide the maximum cancer benefit and minimal haemorrhagic risk.

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