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Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

 ISSN 2182-5173

MAGALHAES, Ana Rita et al. Ambivalência(s) da adolescência e a importância do médico de família: um relato de caso. []. , 36, 2, pp.175-180. ISSN 2182-5173.  https://doi.org/10.32385/rpmgf.v36i2.12418.

^lpt^aIntrodução: O médico de família (MF), além de estar apto a abordar as problemáticas mais prevalentes da adolescência, deve ainda promover a participação ativa e responsável do adolescente nas questões de saúde, fundamentando a sua ação numa intervenção individualizada e na confidencialidade. A consciência da orientação sexual, no caso da homossexualidade, surge normalmente no período da adolescência, podendo envolver um período de confusão e dúvida. A discriminação e os estereótipos associados ainda marcam muito quem se vê confrontado com a sua orientação sexual. Descrição do caso: Sexo masculino, 16 anos, consulta de vigilância de saúde a pedido da mãe que, dias antes, procura os elementos da equipa por noção de isolamento, tristeza e receio de problema psicológico grave com o filho. Durante abordagem conhecida pelo acrónimo HEEADSSS, sozinho, surge a dúvida sobre a própria sexualidade, admitindo pensar ser homossexual, com inúmeros receios, ambivalências e vergonha acerca deste assunto, que o têm levado a afastar-se da família, grupo de amigos e colegas. As dúvidas relacionadas com o futuro escolar e profissional também o deixam preocupado, sentindo-se sozinho num mundo com o qual não se identifica. Escuta ativa e confidencialidade, desmistificação de algumas temáticas e disponibilidade para consultas, assim como encaminhamento para consulta de psicologia fazem parte do plano conjunto centrado no adolescente, que apresenta franca melhoria do humor e motivação. Comentário: As dúvidas relativas à orientação sexual podem ser devastadoras no período da adolescência, condicionando isolamento, autoculpabilização e vergonha. O MF ocupa uma posição que favorece a deteção precoce e esclarecimento das questões relacionadas com a sexualidade, permitindo assim um crescimento e desenvolvimento saudáveis, em termos físicos, psicológicos e sociais.^len^aIntroduction: The family physician (FF) besides being able to address the most prevalent problems of adolescence, should also promote the active and responsible participation of the adolescence in health matters, based on their individualized intervention and confidentiality. The awareness of sexual orientation in the case of homosexuality usually arises during adolescence and it might involve a period of confusion and doubt. Discrimination and associated stereotypes still mark a lot of those who are confronted with their sexual orientation. Case report: Male, 16 years, presented to the consult after some concern of his mother for isolation, sadness, and fear of serious psychological problems with her child. During the well known HEEADSSS acronym assessment, the question arises about his own sexuality admitting to being homosexual, with innumerable fears, ambivalences, and shame about this, that have led him to move away from the family, group of friends and colleagues. Doubts about the future in school and profession also leave him worried and feeling alone in a world he does not identify himself with. Active listening and confidentiality, the demystification of some themes and availability for consultations, as well as referral to psychologists are part of the joint plan, which is maintained, with frank improvement. Commentary: Doubts about sexual orientation can be devastating in the teenage years, conditioning isolation, self-blame, and shame. The FF occupies a privileged position in the early detection and clarification of issues related to sexuality, thus allowing a healthy growth, physical, psychological and socially.

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