36 5 
Home Page  

  • SciELO

  • SciELO


Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

 ISSN 2182-5173

HERNANI-EUSEBIO, Jorge; SILVA, Ricardo Jorge    MACHADO, Álvaro. Camptocormia: um relato de caso bizarro e a sua adequada referenciação. []. , 36, 5, pp.430-435. ISSN 2182-5173.  https://doi.org/10.32385/rpmgf.v36i5.12671.

^lpt^aIntrodução: A camptocormia (flexão anterior da coluna toraco-lombar) é um diagnóstico secundário a causas neurológicas (particularmente à doença de Parkinson), causas ortopédicas e outras (intoxicação farmacológica e síndromas paraneoplásicos). Quando associada a doenças neurológicas, esta reverte integralmente se o utente assumir o decúbito dorsal, o que não se verifica quando a causa é ortopédica. Este achado puramente clínico é fulcral para a referenciação de um utente da forma mais correta e tomada de decisão sobre o plano a adotar. Descrição do caso: Homem de 65 anos, sem antecedentes de relevo ou uso de medicação habitual. Observado em consulta de neurologia, entrando no consultório com marcada flexão anterior da coluna toraco-lombar (camptocormia). O utente foi previamente orientado pelo médico de família para consulta de ortopedia por esta queixa, com imagiologia de achatamento em cunha da vértebra T12. Também acompanhado por medicina física e reabilitação que, após tratamento fisiátrico, o referencia à neurologia por suspeita de causa neurológica da camptocormia. Ao exame objetivo apresentava camptocormia marcada que não revertia no decúbito dorsal. Sem tremor, rigidez, discinésia ou outros sintomas extrapiramidais. Sem incontinência esfincteriana. Comentário: A referenciação de casos de camptocormia pode ser complexa, permitindo a abordagem holística do utente compreender a sua globalidade e a dos seus sintomas, ponderando os achados indicativos da causa primária do problema. Neste caso, a não reversão da camptocormia com o decúbito dorsal, a ausência de tremor/sintomas extrapiramidais e a documentação imagiológica de possível causa ortopédica tornam a referenciação à consulta de neurologia menos pertinente que a referenciação feita pelo médico de família para consulta de ortopedia. Podemos, assim, gerir de forma mais profícua a situação do utente e as suas expectativas quanto à resolução do problema. Foi dado pelo utente o consentimento informado, livre e esclarecido para a recolha de dados clínicos e imagens fotográficas, assim como para publicação.^len^aIntroduction: Camptocormia (anterior flexion of the thoracic and lumbar column) is a diagnosis secondary to neurological diseases (mostly Parkinson’s disease), orthopedic diseases, and other causes (like pharmacological intoxication and paraneoplastic syndromes). The anterior flexion of the spine due to neurological diseases fully reverses when the patient assumes a supine position. However, that is not observed when camptocormia is due to an orthopedic cause. This finding is particularly important when considering the course of action and proper patient evaluation. Case report: Male, 65 years old, no relevant medical history or usual medication reported. The patient enters the neurology consultation with marked thoracolumbar anterior flexion. Previously oriented by his general practitioner to an orthopedic appointment, with a CT showing a compression fracture of the T12 vertebrae. The patient underwent physiotherapy and was conducted from the physiatry consultation to neurology with the suspicion of an underlying neurological cause of camptocormia. A physical examination we observed an irreversible camptocormia at supine position and absence of tremor, stiffness, or dyskinesia. Urinary incontinence was ruled out. Comments: Camptocormia patients might be complex to evaluate. Therefore, the holistic approach is substantial to fully understand the patient’s symptoms and the primary cause of camptocormia. In our case report, a non-reversible camptocormia at the supine position, the absence of tremor/extrapyramidal symptoms, and CT findings of an orthopedic cause make the evaluation by neurology less important than the one preferred previously by the general practitioner. We find this approach more convenient in order to manage the patient’s expectations regarding the resolution of the problem. The patient gave his free, clarified, and informed consent regarding the collection of clinical data, photography, and the publication of this case report.

: .

        · | |     ·     · ( pdf )

 

Creative Commons License All the contents of this journal, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution License