Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar
ISSN 2182-5173
SOUSA, Andreia Silva e; NEVES, Gisela Costa SOUSA, Afonso Brás. CombinAd: avaliação e melhoria da prescrição de contracetivos orais combinados na adolescência. []. , 37, 6, pp.507-513. 31--2021. ISSN 2182-5173. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v37i6.12978.
Objetivos:
Melhorar e adequar a prescrição de contracetivos orais combinados (COC) às adolescentes da Unidade de Saúde Familiar (USF) do Castelo.
Tipo de estudo:
Pré-experimental, pré e pós intervenção, sem grupo controlo.
Local:
ACeS Arrábida - USF Castelo.
População:
Adolescentes com idades compreendidas entre os 10 e os 18 anos inscritas na USF Castelo e utilizadoras de COC.
Métodos:
O estudo decorreu através da análise de dados relativamente à dose de estrogénio do COC utilizado e presença ou ausência de contraindicações absolutas, entre fevereiro de 2019 e fevereiro de 2020, o que permitiu classificar as adolescentes em «bem» ou «mal» medicadas. Procedeu-se a uma primeira avaliação em fevereiro de 2019. De seguida, foi realizada uma intervenção que consistiu em duas fases: a primeira, uma sessão clínica na USF dirigida aos médicos e enfermeiros onde foram divulgados os dados pré-intervenção e feita uma breve apresentação teórica acerca da utilização adequada de COC na adolescência; a segunda fase consistiu no fornecimento de material auxiliar de memória em formato de bolso e afixação de cartazes nos gabinetes onde decorrem as consultas de planeamento familiar. Os outcomes definidos foram: uma taxa de melhoria da prescrição de COC, seis meses depois da intervenção, de 20%; o aumento ou a manutenção da taxa de melhoria inicial, um ano após a intervenção. Foi utilizado o teste exato de Fisher para comparar as taxas de prescrição adequada pré e pós intervenção.
Resultados:
Atingiu-se a melhoria da prescrição de COC nas adolescentes seis meses após a intervenção (21,6%), apesar de não ter sido estatisticamente significativa (p=0,331). Contudo, posteriomente, verificou-se duplicação da taxa de prescrições adequadas prévia, com uma taxa de melhoria de 45,6%, estatisticamente significativa (p<0,001).
Conclusão:
Os profissionais da USF conseguiram implementar as estratégias e melhorar a taxa de prescrições adequadas de COC nas adolescentes. O envolvimento de toda a equipa que realiza aconselhamento contracetivo poderá ter aumentado a eficácia da intervenção. A aplicação das estratégias em apenas uma unidade limita a generalização dos resultados. Contudo, estratégias simples parecem aumentar a taxa de prescrições adequadas de COC nesta faixa etária.
: Contracetivos orais combinados; Adolescente; Feminino; Densidade óssea, efeitos de fármacos; Melhoria da qualidade.