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Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

 ISSN 2182-5173

BARRETO, João. Ética nos cuidados a pessoas idosas. []. , 38, 1, pp.114-124.   28--2022. ISSN 2182-5173.  https://doi.org/10.32385/rpmgf.v38i1.13398.

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As pessoas de idade avançada apresentam na sua maioria múltiplas necessidades de cuidados médicos, de enfermagem e de outra natureza, conjugadas com situações de carência económica e social, a que importa dar resposta. A prestação de cuidados envolve muitas vezes problemas de natureza ética, que constituem desafios tanto para os cuidadores profissionais como para os informais e para a sociedade no seu todo.

O autor passa em revista os grandes princípios da ética biomédica, enfatizando a maneira peculiar como eles se aplicam aos pacientes idosos. Sublinha que esses princípios não são para ter em consideração só em casos excepcionais e complexos, mas também em situações comuns da vida quotidiana. Algumas vezes, tais normas podem estar em conflito como, por exemplo, quando o imperativo de agir sempre no melhor interesse do enfermo choca com o princípio da autonomia. Impõe-se então uma hierarquização de valores. Também as situações de défice cognitivo, dependência e incapacidade criam muitas vezes dilemas de difícil solução.

Por vezes, o profissional questiona-se quanto à qualidade de vida que se pode proporcionar ao idoso, particularmente quando ele sofre de demência e quando está na proximidade do fim da vida. Nem sempre é fácil aplicar as normas deontológicas em vigor a situações complexas e intrincadas. O autor recomenda uma abordagem prudente que tenha em conta as necessidades globais da pessoa, atendendo na medida do possível à vontade expressa ou presumível do paciente, à posição dos familiares próximos e à opinião dos vários membros da equipa.

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Most older people have multiple medical, nursing, and other care needs, combined with situations of economic and social deprivation, which need to be addressed. Care provision often involves ethical issues, which pose challenges not only for professional carers but also for informal carers and for society.

The author reviews the major principles of biomedical ethics, emphasizing the way in which they apply to elderly patients. It is stressed that these principles not only apply in exceptional and complex cases but also in ordinary situations of everyday life. Sometimes these principles may be in conflict, for example when the imperative to always act in the best interest of the patient clashes with the principle of autonomy. A hierarchy of values is then necessary. Situations of cognitive deficit, dependence, and incapacity often create dilemmas difficult to solve.

Professionals sometimes question the quality of life that can be provided to the elderly, particularly when they suffer from dementia and are close to the end of life. It is not always easy to apply the applicable deontological rules to complex and intricate situations. The author recommends a prudent approach that considers the overall needs of the person, paying attention as much as possible to the expressed or presumed wishes of the patient, the position of close family members, and the opinion of the various team members.

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