39 1 
Home Page  

  • SciELO

  • SciELO


Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

 ISSN 2182-5173

GONCALVES, Maria João Gomes da Silva et al. Diabetes mellitus não controlada: inércia vs adesão à terapêutica. []. , 39, 1, pp.22-28.   30--2023. ISSN 2182-5173.  https://doi.org/10.32385/rpmgf.v39i1.13494.

^a

Introdução:

Em Portugal, a taxa de não controlo dos pacientes com diabetes é de cerca de 35%. De entre as causas descritas como barreiras ao alcance dos objetivos no controlo dos doentes diabéticos salientam-se a inércia terapêutica e a má adesão à terapêutica.

Objetivos:

Calcular a proporção de utentes com diabetes mellitus (DM) não controlada na USF Garcia de Orta e analisar a distribuição dos valores da hemoglobina glicada (HbA1c). Calcular a proporção de má adesão e de inércia terapêutica nos pacientes não controlados e verificar possíveis fatores associados.

Métodos:

Estudo analítico transversal. População: pacientes diabéticos inscritos e vigiados na USF Garcia de Orta (N=988). Foi selecionada uma amostra aleatória simples, calculada para significância estatística de 0,05, taxa de controlo esperada de 40% e precisão de 4% (n=375).

Resultados:

A amostra ficou constituída por 367 doentes diabéticos com idade média de 70 anos, dos quais 52% eram homens. A proporção de doentes com DM não controlada foi de 38,1% [IC95% (33,3-43,2%)]. Para avaliar a adesão à terapêutica recorreu-se ao estudo deste último subgrupo (n=140). Verificou-se que 19,7% [IC95% (13,0-26,5%)] dos doentes não controlados têm má adesão à terapêutica e que esta está associada a piores valores de HbA1c. Para o estudo da inércia terapêutica foi analisado o subgrupo de doentes com dois valores consecutivos de HbA1c ≥ 7% (n=114). A estimativa pontual da inércia terapêutica foi 39,5% [IC95% (33,5-43,2%)], valor este que é inferior para valores mais elevados de HbA1c. Para além dos valores de HbA1c não se encontrou associação estatisticamente significativa entre a adesão e a inércia terapêutica e as restantes variáveis estudadas.

Conclusão:

A má adesão e a inércia terapêutica constituem um obstáculo ao atingimento de taxas de controlo mais elevadas nos doentes com DM.

^lpt^a

Background:

In Portugal, the rate of non-control of patients with diabetes is around 35%. Among the causes described as barriers to achieving the goals in the control of diabetic patients, therapeutic inertia and therapeutic compliance stand out.

Objectives:

Calculate the proportion of patients with uncontrolled diabetes mellitus (DM) at the USF Garcia de Orta and analyze the glycated hemoglobin (HbA1c) values distribution. Calculate the proportion of therapeutic compliance and therapeutic inertia in uncontrolled patients and check for possible associated factors.

Methods:

Cross-sectional analytical study. Population: diabetic patients enrolled and monitored at USF Garcia de Orta (N=988). A simple random sample was selected, and calculated for a statistical significance of 0.05, an expected control rate of 40%, and a precision of 4% (n=375).

Results:

The sample consisted of 367 diabetic patients with a mean age of 70 years, of which 52% were men. The proportion of patients with uncontrolled DM was 38.1% [95%CI (33.3-43.2%)]. To assess adherence to therapy, the study of the subgroup was used (n=140). It was found that 19.7% [95%CI (13.0-26.5%)] of uncontrolled patients have poor adherence to therapy and this is associated with worse HbA1c values. For therapeutic inertia, the subgroup of patients with two consecutive values of HbA1c ≥ 7% (n=114) was analyzed. The therapeutic inertia was 39.5% [95%CI (33.5-43.2%)], which is lower for higher HbA1c values. Besides HbA1c no association was found between adherence and therapeutic inertia with the other variables studied.

Conclusion:

Poor adherence and therapeutic inertia are obstacles to achieving higher control rates in patients with DM.

^len

: .

        · | |     ·     · ( pdf )