39 5 
Home Page  

  • SciELO

  • SciELO


Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

 ISSN 2182-5173

TEIXEIRA, Joana Isaac; RAMOS, Vítor    NOGUEIRA, Vasco. Integração e continuidade de cuidados de saúde à pessoa com esquizofrenia e sua família. []. , 39, 5, pp.458-470.   31--2023. ISSN 2182-5173.  https://doi.org/10.32385/rpmgf.v39i5.13416.

^a

A carga global da esquizofrenia implica desafios para doentes, famílias e sociedade; a atual compartimentalização dos serviços de saúde e o estigma associado à doença contribuem para respostas insuficientes. O presente artigo sublinha a importância dos cuidados centrados na pessoa. Procura, através da reflexão e debate, sensibilizar os médicos de família para a problemática associada ao diagnóstico de esquizofrenia, contribuir para a melhoria dos cuidados prestados ao doente e sua família, através da proposta de formas de atuação clínica que permitam uma maior e mais eficaz integração e continuidade entre os cuidados de saúde primários e hospitalares. Primeiro, realçando o papel dos cuidados de saúde primários, pela posição privilegiada que detêm e que permite: a deteção precoce de casos; o acompanhamento integrado da saúde dos doentes; a supervisão da adesão terapêutica; a promoção de estilos de vida saudáveis; a compreensão da pessoa no contexto sociocultural, pela proximidade com a família e restante comunidade. Segundo, assinalando alguns dos elementos essenciais para uma melhor a articulação entre os Cuidados de Saúde Primários e os serviços de psiquiatria e saúde mental a quem compete: a aferição diagnóstica; a elaboração de um plano terapêutico individualizado que inclua intervenção na crise; o reconhecimento do doente e família como elementos essenciais da “equipa”; a mudança para um paradigma de valorização de intervenções não-farmacológicas (a par da necessária prescrição farmacológica). Em conclusão, o ‘otimismo realista’ face à doença e saúde global nas psicoses é possível e necessário, mas exige mais e melhor integração e continuidade dos cuidados.

^lpt^a

The global burden of schizophrenia is a challenge for patients, families, and society; the current compartmentalization of healthcare and the stigma associated with the disease contribute to insufficient responses. This article emphasizes the importance of person-centered care. It seeks, through reflection and debate, to make family doctors aware of the problems associated with the diagnosis of schizophrenia, and to contribute to the improvement of the care provided to the patient and his family, through the proposal of forms of clinical action that allow a greater and more effective integration and continuity between primary and hospital health care. This article emphasizes the importance of person-centered care and, through reflection and debate, proposes guidelines for the organization of services based on the integration and continuity of care for the patient and his family. First, by emphasizing the role of primary healthcare, given the privileged position they hold and which allows: early detection of cases; integrated monitoring of patient's health; supervision of therapeutic adherence; the promotion of healthy lifestyles; the understanding of the person in the sociocultural context, through proximity to the family and the rest of the community. Second, by improving the articulation with the psychiatric and mental health services, which are responsible for: checking the diagnosis; the development of an individualized therapeutic plan that includes crisis intervention; recognition of the patient and family as essential elements of the ‘team’; the shift to a paradigm of valuing non-pharmacological interventions (alongside the necessary pharmacological prescription). In conclusion, ‘realistic optimism’ towards illness and global health in psychosis is possible and necessary but requires more and better-integrated healthcare systems.

^len

: .

        · | |     ·     · ( pdf )