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Revista Portuguesa de Saúde Ocupacional online

 ISSN 2183-8453

OLIVEIRA, A et al. EM ÉPOCA DE PANDEMIA: COVID-19 COMO DOENÇA PROFISSIONAL - A EXPERIÊNCIA DE UM INSTITUTO PORTUGUÊS DE ONCOLOGIA. []. , 10, pp.103-109.   17--2021. ISSN 2183-8453.  https://doi.org/10.31252/rpso.26.09.2020.

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Introdução

O novo coronavírus, designado SARS-CoV-2, tem como principal fator de disseminação da doença a transmissão entre humanos. COVID-19 é a designação atribuída pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para identificar a doença provocada por este agente. Vive-se atualmente em Portugal a fase de Mitigação, na qual, para além da transmissão comunitária, se assume transmissão local em ambiente fechado. Esta doença foi reconhecida pela OMS e pela Direção Geral da Saúde como Doença Profissional (DP) em ambiente de cuidados de saúde.

Objetivos

Avaliar e caracterizar os casos presumidos de DP provocada pelo SARS-COV-2, entre os trabalhadores com COVID-19, tendo em conta a respetiva interpretação do nexo de causalidade, de forma individual.

Metodologia

Estudo retrospetivo observacional descritivo (série de casos), realizado entre março e julho de 2020 em trabalhadores de uma instituição hospitalar dedicada à assistência de doentes oncológicos, com recurso à interpretação dos dados de saúde existentes nos processos clínicos do software de gestão de saúde e segurança do trabalho (UTILSST®). Como critério de inclusão considerou-se a infeção de Trabalhadores com SARS-COV-2.

Resultados

Diagnosticaram-se 41 trabalhadores com infeção COVID-19, com média de idade de 43.70 ± 11.63 anos. Destes, 87.80% (n=36) eram do género feminino. A categoria profissional com maior taxa de infeção na instituição foi a dos Assistentes Operacionais [46.34%, n=19], seguida dos Enfermeiros [39.02%, n=16]. O serviço hospitalar mais afetado foi um Serviço de Oncologia Médica [29.27%, n=12]. Na população estudada, a prevalência de casos presumidos como DP foi de 80.49% (n=33). Destes, 48.5% (n=16) foi por contacto direto com doente infetado; 30.3% (n=10) sem caso índice conhecido assumido, mas com diagnóstico obtido em “fase de mitigação da doença”; 21.2% (n=7) por contacto com colega de trabalho infetado. Em 19.51% (n=8) de todos os casos não foi presumida Doença Profissional, por contacto com caso índice ter sido em ambiente social/ familiar.

Conclusão

As principais fontes de transmissão nosocomial com nexo causal assumido são os doentes com COVID-19. É fundamental colocar em prática e garantir a manutenção das medidas adequadas de proteção individual e coletiva para combater esta doença, bem como assegurar uma permanente atualização do programa de controlo da infeção da instituição para que o risco de exposição seja controlado.

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Introduction

The novel coronavirus, called SARS-CoV-2, has as its main factor of the disease spreading the transmission between humans. COVID-19 is the name given by the World Health Organization (WHO) to identify the disease caused by this agent. Portugal is currently experiencing the pandemic Mitigation phase, in which, in addition to community transmission, it is assumed that there is local transmission in a closed environment. This disease was recognized by the WHO and by the Portugal Directorate-General of Health as Occupational Disease in a health care environment.

Objective

Evaluate and characterize the presumed cases of occupational disease caused by SARS-CoV-2, among workers with COVID-19, considering the respective interpretation of the causal nexus, individually.

Methods

Retrospective, descriptive, observational study (case-series), carried out between march and july 2020 in workers of a Portuguese oncology institute, dedicated to provide care for patients with cancer, reviewing files in the clinical processes of the occupational health service software (UTILSST®). It was considered the infection of workers with SARS-COV-2, as an inclusion criterion.

Results

41 workers were diagnosed with COVID-19, with an average age of 43.70 ± 11.63 years. Of these, 87.80% (n= 36) were female. The professional category with the highest infection rate in the institution was the auxiliaries of nursing [46.34%, n= 19], followed by nurses [39.02%, n = 16]. The most affected service was a Medical Oncology Service [31.4%, n= 11]. In the studied population, the prevalence of cases presumed to be Occupational Disease was 80.49% (n= 33). Of these, 48.5% (n= 16) were by direct contact with an infected patient, 30.3% (n = 10) without a known index case, but with a diagnosis obtained in “Disease mitigation phase” and 21.2% (n=7) by contact with an infected worker. In 19.51% (n= 8) of all the cases, no Occupational Disease was presumed, due to contact with an infected index case in a social/ family environment.

Conclusion

The main sources of nosocomial transmission with an assumed causal nexus are patients with COVID-19. It is essential to put into practice and ensure the maintenance of adequate collective and individual protection measures to combat this disease, as well as ensuring a permanent update of the institution's infection control program so that the risk of exposure is controlled.

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